3 de dezembro de 2010

Olhos abertos e futuro indeciso.

Apenas mulheres tristes têm me abraçado.
Talvez o falso conforto que todo gordo aparenta, talvez a falta de habilidade de sair para caçar piranhas em noites de néon e brilhos e drogas.
Lembro de garotas nuas, lembro da primeira vez que vi M nua e fiquei surpreso com sua brancura e também que achei lindo ela não ter marcas de biquíni. Os mamilos rosas e empinados, o rosto confuso que ela fazia quando me masturbava apenas para me agradar.
(M que um dia me disse eu te amo e aquilo não tinha nenhum sentido, e ela repetia eu te amo, eu te amo, mas a única coisa visível era seu próprio sofrimento e sua própria agonia de amor.)
E cada vez essas mulheres ficam mais loucas e mais tristes e mais problemáticas. E eu sou o elo de ligação entre elas. O óbvio sussurra no meu ouvido que de alguma maneira eu as atraio e por elas sou atraído - de forma que dei para chorar ao assistir Comédias Românticas onde o destino parece existir e juntar casais impossíveis.
Então sinto saudades de coisas que não existiram e de coisas que eu inventava para produzir poemas melosos e mal escritos..."eu era o tempo".
A realidade não importa ou importa pouco.
A invenção é mais poderosa, a ficção mais agradável e a beleza... bem, a beleza... vale como ideia, mas não como ponto de chegada.