8 de novembro de 2010

here-me.

Nada mais solitário do que: tenho meus amigos.
Solidão partilhada entre solitários. É justo. É justíssimo. Mas, ainda assim, é triste. E só.
Estou no mundo e vejo toda tristeza. Tristeza que é minha também, mas que só noto quando ocorre com os outros. Divide-se comidas e tardes de domingo por pura falta do que fazer. E há sempre uma leve frustração no ar. Aquela coisa estranha, estúpida e comum: fiz comida pra mais gente. Esperava mais gente.
Mas estamos calejados e velhos. Não podemos reclamar, não é o caso. A gente sabe: dez dizem que vêm e dois estão aqui. Um equilíbrio errado entre intenção e realidade. E a gente entende. E eu estou lá. Sou um dos dois que foram onde disseram que iriam. E estar lá é legal. Pra mim, pra ele, pra nós. Nossa solidão é amiga.
Depois: pequenas obrigações que satisfazem. Fazer algo por muito tempo faz com que a satisfação ocorra. E, bem, há dinheiro na jogada. Ganho pra fazer minha obrigação e me sinto bem. Sou um macaco. À cada nova banana, um novo truque. Novamente afirmo: é justo, justíssimo. E, claro está, a justiça é apenas uma ideia de equilíbrio. Que seja.
Pego táxi, pego cervejas, chego em casa. É madrugada. É domingo e amanhã é segunda. Tenho minhas horas e minhas obrigações. Eu faço as coisas. E não sei o que isso quer dizer. Estou aí e, às vezes, emplaco. Fase boa de maneira geral. De maneira geral, eu repito.
Tenho meu blogue. Tenho minha cerveja. Tenho minha casa. Meus cigarros e meus CDS eu tenho também. É bom - e isso não quer dizer que seja perfeito.
Mas quem, cargas d'água, acredita em perfeições?