17 de junho de 2008

e tenho dito!

bem claro e direto:
gosto de gente. pode até não parecer, mas gosto. é apenas porque sou tímido em público e porque sempre acho tudo chato e falso pra cacete. dos 3 que importam os 3 não fazem questão de parecer o que não são. 1 vai lá quase sem graça e dá o seu recado, outro é ótimo mesmo sendo afetado e o 3 tem o único defeito de ser cuzão. e mais não digo, além de outras mentiras:
  • - a mocinha me olha com ternura, mas é devassa. seu único tesão é saber que estou bem acompanhado.
  • - sem problemas e vamos que vamos. eu desconfio de você assim como você desconfia de mim. minha arrogância é não trocar de figurino. somos merda do mesmo cu sujo, meu querido.
  • - meu benzinho nega, mas adora essa porra toda. tá mais implicante por influência assim como estou mais elegante pra a impressionar. o bom é saber disso e crer que meu benzinho sabe disso também.
  • - meu amigo querido: sou curitibano mesmo. mas o que você não diz é que há todo um desejo de, de fato, não participar dessas coisas que só dizem respeito à quem se leva à sério. e isso de não se levar à sério é toda a minha ambição que você já escutou em bares mais sujos e aconchegantes. merda do mesmo cu sujo, embora possa não aparentar.
  • - aleatório: vou, desde hoje, lhe negar os cigarros que tenho e que não me fariam falta. é que você sempre pergunta como estou antes de me pedir algo tão honesto como um cigarro.
  • - minha solidão me comove e ganha novo valor, pois agora é exceção. cago com um gosto tremendo porque deixo a porta aberta e faço todos os sons verdadeiros que solto. o som está alto e todas as luzes e aparelhos ligados. a liberdade tem sempre mais valor depois da prisão. meu velho discurso cristão, afinal.
  • - com seu cabelo de fogo você chega mais longe do que imaginaria. sua graça é ser legal e não ser agradável. saia da casquinha e exagere no desejo-de-falta-de-pudor. sua potência me agrada e vou com sua cara de maneira gratuita. quem precisa de aprovação é calouro e isso, definitivamente, não é o seu caso.
  • - tenho vontade de conversar com você porque você pensa. mas desisto porque sua esquisitice é quase um tipo e isso nem me agrada. seu tipo seria melhor se você fosse apenas o que é: uma solitária que faz piadinha da própria desgraça. você deveria fazer piada do seu próprio desejo de ser engraçada.
  • - o duro é ter que concordar com um idiota que tem mais de 25 e usa boné: cerveja com gorgonzola é mesmo imbatível.
  • - penso na possibilidade de ser gay olhando uma bicha muito bonita que me impressiona, mas desisto quando lembro que ele tem pau.2 paus é meu tabu, eu concluo. um homem que tivesse cortado o próprio pau eu olharia com mais carinho, ainda que sempre desconfie de quem se mutila por conta própria.
  • - táxi é solução pra se sentir livre. 6 reais ao invés de 2,10. quase dentro de casa eu me lembro: há sempre aquele discurso bonito de quem se comove com as dificuldades da vida.
  • - e concluindo: quero morar na mesma casa que meu benzinho, mas preciso ter dinheiro para ter uma casa grande o suficiente pra exercer minha solidão mesmo sabendo que dormirei sempre ao lado dela. é complicado, mas resolvi: dinheiro pra viver e dinheiro pra seguir.
*
e agora sim eu calo:
*
me sinto ótimo, afinal.
quase chato, afinal.