26 de abril de 2008

3° cervejinha num sábado às 15:00 hrs.
Benzinho, devo te dizer: agora eu sou um gênio. Esse álcool delicioso no meu sangue e minha leitura e solidão. Nada de mais, mas nada que aconteça quando estou com você, minha senhorinha eleita e decidida.
( E penso que se casarmos devemos ser ricos e termos uma casa enorme. Tão grande que eu fique sozinho mesmo sabendo que você está à metros dalí)
É que tem essa coisa: solidão que dá conta de mim, como se eu me bastasse, como se você nem mudasse minha vida que só muda mesmo contigo. Não sei se sei explicar.
Mas é que pra mim é pouca gente. É mesmo pouca gente que importa. 5 da família que são do sangue e foram dados e não escolhidos. E 1 outra que é você. Que pode me trazer outros, mas que será sempre resultado daquilo que eu quis. E você já sabe que o que eu escolho e decido é minha maior glória e alegria. O que tá fora disso é o imponderável. E o imponderável é real, mas não divertido. Sei lá, sei lá. Escrevo só pra você e nem me preocupo com quem não me entende.

http://depositodocalvin.blogspot.com/


Relatinho

Bem simples e bem direto:
No Coimbra me acalmo e parece que sou eu mesmo. Cervejinha e livrinho aberto.
Os dois adolescentes chegam. Faço que leio, mas só reparo na conversa deles. O de sempre: ele deprimido e ela dando conselhos. Ele mais velho e ela mais nova. Com certeza 16. Garrafa de vodka e uma sprite meio cinza que ainda não vi por aí. Presto atenção na conversa. Perco o interesse e volto ao livrinho. Leio e me animo. Ela interrompe:
- Você tá lendo Bukowski?
- Não. Jonh Fante. Um cara que o Bukowski gostava...
- Parece a capa do Bukowski...
- É a mesma editora.
Falo pro moleque que a acompanha. Quero ser simpático. Comento que trabalho com teatro e fiz uma peça com textos do Buk. Eles falam e comentam. Adolescentes descolados e interessados, um estereótipo às avessas. Ela é bonitinha e já tinha reparado. Ele o tipo pateta clássico: fala de mulheres pra mulher que ele quer pegar. O de sempre. Fazia isso também.
Ela fala mais que ele e revira o piercing da língua que eu ainda não tinha visto. Ela fala:
- A gente tá indo pro bar bukowski. É bem legal lá. Mesa de sinuca...
- Sei onde é.
- O engraçado é que descobri o bar depois do livro que tô lendo dele. Bem legal. Você devia conhecer.
- É, é.
- Um monte de bêbado...
O garoto fala e ri. Ela não. Ela é mais esperta.
- A gente tá indo. Vai um dia. Você vai gostar. A gente tá sempre lá. Tem sinuca.
- Um dia eu vou sim...
- Até.
- Até.
- Até.
Leio mais um capitulo e trago 3 pra casa. Quando chego não tem Internet e leio mais um pouco. Telefono e descubro que o problema é da Net. Relaxo e leio mais um pouco. Penso que Madama Suspiro me lançou uma praga. A Internet volta e escrevo.