6 de outubro de 2008

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Então há todo esse delírio e desejo.


Desejo de ser feliz, desejo de dar certo, desejo de entrar seja lá onde for. A regra estúpida do nunca fechar portas. Uma casa de portas escancaradas, o vento entrando e saindo sem nenhuma interferência. Como se não interferir fosse espontâneo, natural. Como se as coisas acontecessem por si mesmas, por seguirem seu curso.
E tem também sempre um sonhinho em vista. O mesmo comentário de sempre nas caras mortas e amarelas que se confundem com a sua: quando eu encontrar um amor serei feliz, quando eu ganhar dinheiro meus problemas acabam, quando escrever meu livro ficarei bem.
Milhares de pessoas caminhando pro precipício e você entre elas, com elas, até se identificando com algumas, casando com outra. Você e todos nós juntos buscando algo espetacular no fim do precipício. As flores no caminho, a crença que lá em baixo é tudo melhor. Porque tem que ser, porque se não o mundo não é justo. Catequese eficiente dos filmes americanos consumidos na Sessão da Tarde.
O tédio, a raiva, o maldito blogue. A repetição de si mesmo, afinal.