6 de novembro de 2009

É essa faca no peito e umas coisas que eu sei.


Porque vivi por aí e me joguei em 3 ou 4 roubadas, vi o inferno 2 vezes e quase conheci o céu uma única vez.
E por isso meço palavras e faço fita. Meu auto controle deseja ser mantido.
Pago os preços e aviso: a paz acaba se uma fêmea ganha estatus de deusa.
Porque mulheres são loucas e todos sabem disso.
Mulher, eu sei, pode me perturbar a alma.
Eu perco a mão, eu topo a merda, eu chafurdo na loucura que se faz pro encontro das carnes - o encontro, o encontro real e raro quando os 4 olhos abertos deixam de ser usados pra enxergar e se tornam uma suruba de anjos.
Os corpos colados, os orgasmos evoluindo em sintonia e uma pulsão de morte na qual você se abandona. A pequena morte da língua fresca, o inferno abençoado pelo padre do Seu Chico e a dissolução absoluta do ego dos meus livros de auto-ajuda.
Por isso e por essas vou manter minha discrição e controlar minha capacidade de delírio.
Fazer de conta que sou indiferente, deixar o telefone tocar e, como sempre, dormir bem bêbado e rezar pra não ter pesadelos.
Têm uns preços altos que se pagam por aí. Arrependimento é um deles. E à merda os imbecis que não se arrependem jamais! Imbecis, eu disse.
Hoje senti uma dor estúpida: lembrei que nunca, nunca mesmo, fui buscar ELA na rodoviária. Meu Deus! Isso faz séculos! E me doeu tanto. E me senti tão idiota ao lembrar de quem eu era lá. Uma pena, uma terrível pena. Até porque nunca mais houve ninguém chegando de ônibus na horrorosa rodoviária do Rio de Janeiro.
Mas o tempo passa e é fatal. Não poderia ter seguido, seria desonesto se tivesse seguido.
Um novo começo cheio de alvoroços seria um milagre maldito que me deixaria doente e satisfeito. O velho delírio do rapto com cavalo branco.
Acho que está claro que a ideia de destino me apraz.
Seja como for, sonho com ela e, sobretudo, que seja ela a figura misteriosa que me caça no google no Sul do país.