19 de dezembro de 2013

O astronauta da saudades tem 32 anos e se chama Fernando; e sua boca está entreaberta e não vermelha. 
Talvez seja a época e toda essa loucura amiga. Chego a pensar em dizer: 2013 foi um bom ano. Loucura, não? (Não o fato de ter ou não ter sido um bom ano, mas o fato de pensar em dizer "2013 foi um bom ano")
Então durmo de um jeito lento e assim acordo e tenho mil pequenas tarefas que faço mais lentas ainda.
Penso nessa garota bonita pra quem telefonei ontem. Uma garota bonita que pode te morder e te deixar maluco e monotemático. Tantos anos sem telefonar para garotas bonitas; e sei lá que diabos. Mas sempre lembro do Poderoso Chefão: mulheres são mais perigosas que espingardas.

17 de dezembro de 2013

Participar de uma coisa ou outra, estabelecer que há mundo fora de mim e ser tolerante com a realidade e as pessoas e as coisas. Fazer coisas, agir no mundo, forjar utilidade e lembrar que seu deboche e descrença é apenas um jeito torto de tentar fazer com que a vida seja leve.
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Não é tristeza, é revolta. 
Sou ignorado. E penso: que diabos! Diz sim, diz não; ou diz até talvez. Até talvez era melhor. Essa ausência de re-ação à uma ação proposta estraga vidas. Pense. É errado. O não, o sim e até o maldito talvez criam menos estragos que o silêncio que se faz de surdo.
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Decidi fazer arroz e ao abrir o pote saíram duas mini-mariposas. Meu instinto de jogar fora o conteúdo foi interrompido pelo telefone. Voltei ao pote e olhei o arroz intacto, lindo e parabolizado. Pensei: come-se cada coisa que não vemos sendo cozinhadas. Fiz o arroz. O arroz tá pronto. Não há gosto algum além do esperado gosto de arroz.
Estarei louco?
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Dia duro dos animais. 
Dormi no máx. 3 horas. Meu estômago ficou ruim às 10 da manhã e depois passou. Tomei açaí, água de côco, comi uma merda cheia de gordura por burrice, tomei um guarana natural muito doce, bebi café e água, comi 2 biscoitos água e sal, 2 maçãs, mais 3 biscoitos com requeijão, provei arroz, bebi cerveja, mate e, agora, whiskey. To me sentindo bem pra caralho.
Estarei louco?
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Entro em bate papo e cismo. A mínima centelha de delírio. Meu Deus, queria tanto isso. Meu Deus, tão raro fazer isso. Meu Deus, eu deliro com prazer. O 'até logo'. O 'já vou'.
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Entendesse o que falasse
ou tivesse a certeza
que falasse pra mim.
assim,
amorzin,
cê nunca me escapava.

15 de dezembro de 2013

Tão bonitinha e branquinha. Tipo princesa. Dessas que se pensa: poderia mordê-lá por alguns anos e ter um puta love story.
(E delírios de um mundo pós fb me fazem pensar: ela entenderia que um putalovestory não é pouco e que morder é uma intimidade imensa?)
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A ex amante lésbica da ex está magra. Peitos em minha direção - mulher alta é sempre gostoso abraçar. Tento falar e beber junto. Mas há sempre um remoer o passado, como se houvesse um passado em comum. Não há. Mistério.
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Esse tesão de ressaca. Como explicar? O pau meia bomba e um dia inteiro de preguiça. Deliro com mulheres calmas, carinhosas e gentis. Fantasio uma boa amiga para fazer sexo cheio de ternura. Imagino uma vida simples e corpos que se divertem sem as dificuldades, altos e baixos das relações. Lembro de como é prazeroso ver uma mulher passar creme no próprio corpo.
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A fauna de gente e a loucura alheia espreitada durante uma festa. 
01. Uma fala sobre o quanto o mundo é pior para a mulher. Sobre como homens tem sorte porque para homens é tudo mais simples. Fala das roupas, das dores de útero, da maquiagem e depilações. Invento uma anedota: digo que todo homem tem uma dor diária no saco. Que todos sabem disso. Ela diz que é mentira. Eu insisto, explico: uma vez por dia, 5 segundos no máx, mas todos os dias, o saco é frágil, sabia? Ela titubeia, dá risada, alguns amigos confirmam essa dor. Ela se intriga, pergunta pra um amigo dela que, sem saber, estraga o prazer da mentira.

02. Outra mais louca, culpando a droga que tinha tomado, diz sobre a revolução masculina. Tento entender do que se trata, mas não consigo. Tem a ver com usar saias, maquiagem, ser feminino. Falo que saia já rolou, canto Pepeu Gomes. Ela diz que não é isso. Que a revolução masculina é a revolução que falta, pois já teve a feminina. Não entendo porra nenhuma. Lembro, quase lógico, que ela me julga um porco machista. Começo a entender algo e penso o óbvio: esse papo é xarope pra dedéu.

03. O dono atende pelo sobrenome, pois é assim no mundo militar. PM, concluo. Diz que ali tá tudo certo, que a festa é boa e que ninguém incomoda ninguém. Os carros da polícia param, ficam no canto, (dois carros ali) alguma maconha no ar e pílulas que já foram ingeridas. Fico achando o mundo uma grande loucura mesmo que não tenha ingerido pilulas. Deliro. Penso na milícia, na complexidade da sociedade, nas coisas e tramoias que ocorrem em paralelo e simultâneas. Aquele vislumbre da frase de uma professora que era ótima professora.  

10 de dezembro de 2013

sr qs

Resistir aos outros e lembrar do bigodão fatal: há algo de errado quando o egoismo desiste de si. Sou suscetível e senti-me fraco: não havia o que falar. Poderia ter refutado lamúrias, mas isso faria com que a lamúria se tornasse minha. Não era minha, eu sabia. Mas a fraqueza mostrou sua garra cruel e tornei-me triste e conformado como costumam ser os fracos. Uma pena. Minha plenitude dos 30 ainda se perde com facilidade.
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Durante a coisa morna pensei em dois dias atrás. A linda branquinha, a gente desconhecida. Nada perfeito, mas bem mais simples: conversar com quem não se sabe e nada se espera. Tudo lento, tudo vulgar, tudo comum. Do tipo que pergunta a idade de tão pouco que se conhece.
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Queria dizer algo belo. Queria me apaixonar pela branquinha e ouvir (e nada responder) que a vida é boa e simples. Queria o que não tenho: essa doença dos homens que pensam e se confundem com tanta facilidade.
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A tristeza, a dor e o suor do trabalho não são virtudes. São coisas comuns, vulgares, que ocorrem e são parte da vida. Mas tem isso de valorizar a dor e o sofrimento. Como se o tamanho do sofrimento fosse capaz de criar sentido para o sofrimento. Não tem sentido no sofrimento assim como não tem sentido na alegria. Mas o sofrimento deseja explicação, ao passo que a alegria nem lembra que deveria se explicar.
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Relendo os últimos posts concluo o óbvio: chato como um diário sem seleção.
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Minha resistência, minha branquinha, minha teimosia.
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Balde de água morna: reagir é a especialidade de criticar todas as ações. Não há ação, há críticas à ação à qual reagiu. É errado. Irrita, enfraquece. E, pior, é estúpido. Não nota que nada fez além de reagir e criticar. Cuidado com os críticos das ações. Eles querem que você reaja à reação que eles tiveram diante de sua ação. Eles querem que sua ação seja reação. Eles querem ter razão para suas desgraças. Eles não deveriam te influenciar.
=
    

1 de dezembro de 2013

qs

*
Nunca mais. Lembre de um tempo que sempre passa. E já estamos velhos (e espertos demais) para achar que antes era melhor. Não era. Ou era. Mas agora sabemos que não importa. Não muito. Ou não tanto como gostaríamos.
*
Em nova fase. Poderia dizer egotrip, diáriosemculpa, díáriopúblico; coisas assim. Mas é mais do mesmo: eu apenas eu meu umbigo sujo e um exercício que faz bem a mim que alimenta a mim que é meu estúpido livre e que tem endereço de blogue. Dizer nova fase é idiota. Sou idiota
*
Tão linda e tão perdida. Não tem 25 anos. E gasta a si. E erra no lugar errado, com os homens errados, com as amigas erradas. Claro que eu poderia salvá-lá. Tenho essa vocação. Tenho essa vaidade. Mas isso seria mentira porque nada é tão simples assim e salvadores não existem. Salvadores não existem. Nem no passado nem no futuro. Minha salvação a deixaria mais segura e mais triste. Seriam contribuições para o instinto que ela já tem: perceber que não é como a maioria. Mas não seria uma salvação. Até o contrário: eu anteciparia sua perda de esperança. Portanto vejo-a e penso só: não tenho nada que valha a pena pra dois.
*
O risco cresce. Estou falando de mim como sempre. A solidão deixa a visão perigosa. Torna-se fácil rejeitar as pessoas quando a solidão é uma realidade e não uma questão existencial. O impulso de convívio com o mundo é saciado cada vez mais veloz. E pensa-se muito em si diante dos outros.
Pensa-se mais em si diante dos outros que quando o si é só si mesmo e não tem companhia.
*
Estou aqui. Fico aqui. Espera-se o tempo. E pensa-se em coisas para o tempo. Mata-se o tempo, ignora-se ao tempo. Brinca-se com o tempo. O tempo. Real tão real. A musiquinha singela do grancirco que deveria ser gravada. Porque tempo é denominador comum. E é estrutura. E dá pra ser manipulado pela Arte. Arte esse grande tesão.
*

28 de novembro de 2013

qn

Parei de escorrer pelas paredes e isso é bom;
caminhei meio idiota pela rua chamada praia de botafogo e voltei com um livrinho jovemempreendedor.
Podemos dizer: o contato humano aumentou; o contato humano é saudável; deve-se promover o contato humano.
Homeopatia de contato humano, diz meu humor.
Estou em festa, eu poderia dizer, mas seria um exagero. Gosto de exageros. E, agora, mesmo com todos os problemas e dores e loucuras, eu digo: tudo certo.
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Minha homeopatia, as plantinhas, uma ou outra conta, a redescoberta da Lu e sua força real. Uma compreensão do tempo e da distribuição dos acontecimentos no tempo que me faz dizer: sou um hominho de 32 anos e caminho com firmeza pelos corredores do prédio e das repartições.
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Pensei mais de uma vez que não devia saber do que agora sei. Meu tesão passeia solteira pelo Rio de Janeiro e eu penso meudeusmedeusissoébomouruim? e lembro do melhor pau duro dos últimos dois meses. Ah, você, você mesmo: sou maluco e morro de medo e tesão por você, ah, você mesma.
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Camisinha, essa desgraça. Mirisola, esse visionário.
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A ação é o ponto de interesse. Estou sendo teórico e pensando em mim, apenas em mim. É na ação que pode existir alegria. Porque a ação que desejo é MINHA ação. É pessoal e valorosa porque eu, eu mesmo, dei valor.
Tenho fetiche de eficiência, de execução com qualidade. Fetiche de gestão profissional e cultural que permite o desenvolvimento de campos de ação interessantes e possíveis. Uma pegada prática herdada de papai e que se arrisca na arrogância sem fundamento.
A arrogância só é viável para o inteligente. Arrogância e burrice se excluem.
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25 de novembro de 2013

Há muito a ser dito. E isso é um diário público e me contenho. Sou do tipo que se contêm.
(Estou covarde há mais de uma semana e não acho nada bom. Mas é natural, eu sei. É normal, eu sei. Não gosto de estar covarde. Não vejo essa virtude benéfica da natureza. Sempre lembro da natureza sádica que esquecemos, mesmo assistindo discovery e coisas do tipo. Os leões que costumam torturar sua comida quando a disputa tá ganha, o clássico que é a baleia que ataca a foca nas pedras, os macacos em festa ao dar pauladas em um membro da comunidade que fez ou não fez algo.)
Então meus livros. E minhas pequenas obrigações. E a consciência do abatimento. E a besta alegria dos 30: esse desespero todo só faz sentido aos 20. E a re leitura lenta e fatal do Buk; ainda mais ao re encarar o diário do velho, apenas dois anos antes dele morrer. (Buk, velho bom, leu pouco ele quem não vê as profundidades que ele entende e escreve bem.) E mais um bigodon; e livro novo pra confirmar ideias antigas; e as pequenas coisas que agora urgem. Que vou fazer; que tenho que fazer; que são assim; masporrarqueporracomoaguentar.
Então as percepções íntimas e óbvias: covardia é medo; medo é rejeição; rejeição é falta de reconhecimento; reconhecimento é bobagem; a galinha que mais grita tem o ovo mais valoroso; a média gosta de cinismo; e por aí vai. (E o velho Buk conta sobre como é importante ser capaz de realizar as pequenas tarefas: ir ao correio, arrumar o carro, esperar a carona)
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Fica aqui.
Blogue - o delírio de 2013, a mais romântica das teimosias - A vida em voltas e viva e querendo mais vida do que a vida é.
Algo que só percebo agora: a ilusão da utilidade é o melhor freio de cavalo jamais inventado.
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Ah, as coceiras,
Ah, a Maria sumida,
Ah, a Isadora sumida,
Ah, as cartinhas que nunca mais brilharam no assunto das mensagens recebidas.
Ah.
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Visito blogues e penso: - que diabos.
Minha natureza culpa o facebook. Mas isso não importa. O que importa (e é estúpido e deve ser combatido) é que minha natureza culpa.
Esse tesão vulgar que é dizer pra si mesmo: não sou eu o responsável pelas minhas dores.
Tesão vulgar, mas tesão. Tesão pra caralho.
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As jogadinhas de escrever. As jogadinhas de reler o Bukowski e fazer conexões fantásticas e confirmar gostos e prazeres. E ter sagacidade.
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Ter sagacidade é uma ambição que me interessa.
Sagacidade, puta palavra.
Caralho, como será sagacidade em outras línguas.

21 de novembro de 2013

s.r.

Meus olhos arregalados e delírio ao ver a novinha que fuma na cadeira da frente meio idiota e sem alma: exercesse meu poder nessa novinha semi burra, 95% dos meus problemas estariam resolvidos. E seria uma coisa concreta e palpável. E a convidaria para passar o Ano Novo comigo; e minhas primas e família a adorariam e a chamariam por algum diminutivo. "Li", por exemplo.
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O cérebro é um perigo. Todo que já leu, que já pensou, que já entendeu que há mais de duas ou três realidades por aí. Então, todos, sabem: o cérebro é um perigo.
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Descubro que um bom amigo não gosta de canções. A canção, pra ele, não diz nada que interesse. Entendo. Eu gosto de canções. Até canto canções. Ele não, não entra numas com canções: isso não é bom ou ruim. Isso revela uma identidade.
(entendem?)
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321já

18 de novembro de 2013

r.s.seeer

Hoje eu sou um chato e não falo com ninguém porque não quero correr lamúrias.
Por isso: poucos amigos, muita solidão e uma intensidade que patina entre sim e não; desprezando, como me parece decente, o talvez.
Faço contas. E as contas sempre devem. E é mau negócio, mas, vá lá, nos fará cócegas prazerosas e intensas.
Não gosto do amigo. Não gosto do disse que disse e falou e quem sabe. Não consigo usar exclamações e, logo no início, avisei: hoje sou um chato e não....
O chato é não. É não vale a pena. É não vale assim. É não é justo.
E a justiça dos idiotas ainda segue a moral olhoolhodentedente.
Meu mau humor. Meus livros. Minha solidão puta cheia de paixão.
Meu delírio em um blogue de 2013.
As coisas estúpidas que tem que se fazer para que se possa fazer aquilo que deve ser feito.
A tristeza mais secreta. O descompasso mais triste. O arrastar.
O chato que não fala com ninguém.

16 de novembro de 2013

s.r

Nunca mais o blogue. Nunca mais o tesão diário. Nunca mais aquele frisson infantil de pensar: eu escrevo, ela lê. Tempo. Tempo maldito. E, repare bem, melhoras existiram graças ao tempo.
Nunca mais a internet ingênua do Orkut e dos sites e blogues nos favoritos. Nunca mais um tempo que já passou. Nunca mais a internet como coisa em si. Porque agora telefones e cigarros se juntam a internet e tudo é uma coisa só; e tudo combate o tédio com muita eficiência e pouca eficácia.
Internet discada. Videos de 08 segundos. Hora pra entrar e sair.
Agora eterno. Agora constante. Na ilha do cu da flor do diabo há um wireless e sei lá de que diabos to falando.
Sofro.
Sou um cara que sofre.
De tempos em tempos, sofro a larga. Com dores, vômitos e medos variados.
E tem a família. Que sofre por mim sem precisar.
Como se meu sofrimento não bastasse, como se sofrimentos alheios minimizassem sofrimentos íntimos.
Repara: esse texto não diz nada. Não fala nada. E esse texto, assim, cheio de nada, é o texto da internet em 16 de nov. de 2013.
Minha teimosia não é uma virtude, mas uma limitação. O blogue é mais confortável do que o facebook.    
É sempre sobre mim.
E é cada vez mais teimosia sem sentido.
O que, todavia, nunca impediu o tesão - aquele velho amigo que se manifesta com frequência e que tende à uma nostalgia estúpida.
Quando o tempo passava sem blogues ou e-mails salvos.
-

2 de novembro de 2013

A vida puta e essa coceirinha no cu.
Acordar, ler, ouvir música clássica, tomar café. Pequenas tarefas e esse inferno de sempre ter algo para fazer. Troca de geladeiras e toda essa manobra lenta da solidão.
O dia inteiro de cueca e às 15:57 opto por tomar uma dose de Whisky e ficar diante do computador, especificamente no blogue amigo antigo e abandonado. Como é comum ocorrer com amigos.
Uma ansiedade conhecida, porém, no milagre dos 30, menos infantil.

25 de outubro de 2013

s.r. m, abre as pernas, é tudo verdade e morro de medo.

Eu sou um tipo que julga.
Que acha julgar do caralho e que acredita que ter coragem de julgar é o mínimo de um ser inteligente e vivente.
Quero dizer: julgar é positivo.
Se o julgamento está certo ou errado, se o julgamento é estático ou dinâmico
não é o caso aqui.
O caso aqui: há muito prazer em julgar.
E eu tenho prazer com isso. E também em conversar com os que julgam.
Mas, enfim, pra dizer:
há compartilhamentos de fb que tornam imediatamente uma interessante em uma idiota.
há frases que estragam livros.
há deuses prejudicados pelos seus devotos.
E por aí vai.
Então assim:
a omissão nunca foi virtude nem será,
ser escravo por falta de opção não vale,
Deus, dmaiúsculo, no apocalipse, diz que cuspirá os mornos.
-
Então o julgamento,
a defesa da coragem
a abstenção da omissão (pra ser contraditório, ó pá)
e também os dez dedinhos
e a vontade de potência.
Isso: a vontade de potência.
A vontade de potência de vida.
A vida como vontade de potência de vida.
Os mil Vs e os tesões mais sinceros.
Aquele desabafo e caga-regras que só é possível em um blogue que se atualiza em 2013.

18 de outubro de 2013

Se eu fosse um corajoso e opinativo de Facebook, eu seria assim: s.r

Você não pode criar um herói ou um vilão.
Tanto faz se o herói é o jornal o globo, os blackblocks ou os professores.
Tanto faz se o vilão é o jornal o globo, os blackblocks ou os professores.
Quero dizer: você pode criar o que quiser, pode criar seu herói ou seu vilão. Os motivos são seus e lhe cabem.
Seu herói e seu vilão é problema seu,
tesão seu,
desejo seu.
Não faça a burrice de achar que seu herói é o herói do mundo inteiro.
Não faça a burrice de achar que seu vilão é o vilão do mundo inteiro.
Há jogos de força profundos e essa posição passional e inocente de vilões e heróis enfraquece a potência da vida.
A vida é potente e gosta de disputa. A vida tende à disputa.
E a disputa afirma a vida.
Briga entre fortes, boas brigas - é o que queremos.
Justiça para os justos - a equidade prevista pela democracia. (lembrando, quase boquiaberto, que justos são os fortes)

17 de outubro de 2013

s.r.

Em um ensaio acontece de tudo. São três horas de pura intensidade. Tudo passa pela cabeça: a glória, as fugas, as conquistas, o medo, a covardia, a vontade, a vergonha.
Pensa-se si, pensa-se nos outros, pensa-se muito; e há um louco esforço para ser claro e se comunicar com os outros.
Porque coisas tem que acontecer. Tem que existir. Tem que ocorrer no tempo e no espaço. E porque você é você. E porque você conclui que de diversas coisas que poderiam ter ocorrido sem a sua participação, a existência desse ensaio (e dessa peça) são coisas que só poderiam ter acontecido com você. Com sua vontade de potência atuando.
Então mil contas. Todos os sentidos: dinheiro, desejo, disposição.
Lembro do porquenão e lembro do porquesim. Sinto saudades da inocência, na época em que achava que o mundo era injusto e pronto.
Era simples, era bom, havia o bem e o mal e eu respirava livre. Éramos crianças e vivíamos felizes...
- essa bobagem íntima que em 2013 vira blogue -

14 de outubro de 2013

s.r


  1. Vale destacar as grandes dores: demorou muito, muito mesmo, para que nossa especie andasse só sobre duas pernas e fosse razoavelmente reta na coluna. 
  2. Muitos mais milhares de anos com rabo e braços longos e fortes. Ficar reto foi uma conquista de, sem exageros, milhares de anos.
  3. Repare como a dor se justifica. A dor se insinua: ela é uma mulher vulgar que, para as 'mulheres de bem', é incompreensível. A dor, nesse contexto, é um tesão.
  4. Então hoje: sustentar-se em duas pernas, comprar no mercado com cartão e voltar pra casa. O choro na estrada. 
  5. Quem entende? Dor pra caralho: voltar sobre duas pernas pra 'sua' casa. As lágrimas que só vieram ao adentrar a casa: dor conhecida: esse acordo tácito que foi feito pensando na inteligência que, vá lá, pode nos aliviar. 
  6. O refrão possível, sempre o mesmo, assim: um dia de cada vez. O refrão mais idiota de todos os tempos: o disfarçar-se.
  7. meu atélogo, meu rrrrrrrrr, meu seiláquediabos, meu amor que amor tá na moda. s.r


10 de outubro de 2013

1000 tem 3 000s,r


  1. As contas.
  2. O tesão.
  3. As cartas que deixou de escrever e receber.
  4. Esses planos todos.
  5. A descoberta: a procrastinação é falta de intensidade de vida. Uma matemática caipira de bicho homem: ao deixar estourar todos os prazos e tolerâncias, farei no último minuto. Aquela correria de última hora. Aquela intensidade que vem da infantilidade. Aquele prazer.
  6. e Deus tem mais a ver com os que Nele acreditam do que com ele mesmo.
  7. E tem saudade.
  8. E solidão.


  1. E amigos distantes
  2. e gente que você não entende e nunca entenderá.
  3. E as músicas bonitas que dão vontade de chorar porque lembram a infância.
  4. As paisagens tão bonitas que passam quando você está em um carro e o papo com o motorista é bom e lento.
  5. Vida ali e aqui. Essa coisa assim. Potente assim. 
  6. Simpatizo com os afirmadores. Os cagadores de regra. Os desagradáveis. Simpatizo com as frases curtas. As afirmações são a coisa, o treco. As negações, não. Os não-saber como virtude: a tristeza.
  7. E as flores. E os filmes do Domingos Oliveira e aquela beleza toda.
  8. Essa coisa do bicho homem, a beleza.
  9. E lembro do dia que você me disse que tinha 30 anos e que o mundo era mesmo cheio de gracinhas. O beijo na boca, o estalo dos fantasmas e sua mão sem coordenação no meu pinto.
  10. Ela só pensou no marido. Pensou tanto no marido que pensou que eu também pensava no marido. Eu não pensava no marido. Eu nunca pensava no marido. Pra mim era eu e ela conversando enquanto ela trocava de roupa. E meu pau crescia. E era só isso. Não havia mais nada.
  11. Os prazeres das peles e da carninha. As saudades do absurdo.     
  12. x
  13. w
  14. e
  15. n
  16. ´
  17. e
  18. ?
  19.  

5 de outubro de 2013

meus mortos me dizem.

Nunca suportei o excesso de dúvidas. Os indecisos, os que acreditam na indecisão, sempre me pareceram omissos. Até que se prove o contrário considero toda dúvida uma enorme covardia: seja de um presidente, de um rei ou do papa. A dúvida não é virtude em homens fortes.

1 de outubro de 2013

vontade e gosto é melhor que fortuna e requinte s.r.

deixar de oscilar entre a coragem e a covardia. e não me falem em caminho do meio. não é disso que trato. estou falando: deixar de oscilar entre duas coisas é maturidade que desejo. não estou falando de ser mais equilibrado. estou pensando em psiquiatras e drogas que agem nas conexões neurais. a evolução da espécie. a decisão, a ciência que faz o homem ser esse bicho que encanta e interfere nos processos naturais. abaixo os processo naturais! quero as coisas criadas pelos homens. as coisas demasiadas humanas. as coisas que surfam na vontade de poder e que desejam que a vida seja mais vida e mais desejo de vida. a auto ajuda da crueldade. o poder de cura que tem sangrar um animal apenas porque pode exercer sua vontade. um homem de gosto e vontade. uma pedra que rola. um ser que existe e pensa ao mesmo tempo, que nunca é uma coisa só, que prefere os prazeres  do abismo ao conforto dos platôs do planalto central brasileiro.
(minha escuta de will e taste era melhor: nenhuma riqueza (wealth?) pra me aborrecer: https://www.youtube.com/watch?v=14A0SzyO6yA)

27 de setembro de 2013

Dentes pra morder s.r.


  • onde foi parar papai?, eu me pergunto. Quero dizer: e-mail sem resposta e esperava resposta. Como explicar? Assim: consegui deixar claro que papai deve exercer sua vontade de poder?
  • um não entende. E reclama dos outros esse um. Ele não entende. E julga os outros injustos. Os outros não são injustos. Os outros estão fazendo uma coisa que esse um não entende. É estranho: parece que esse um sempre acha tudo e todos injustos. 
  • tem isso. que é o mantra tacanho que faz a gente ser ajudado: um dia de cada vez. Porque não há opção, porque não há jeito e temos que ter uma certa calma. 
  • essa mistura toda. ser real, ser virtual, ser verdadeiro ou ser falso. uma velha unidade estranha: ser coerente. como se a vida não fosse confusão e devaneio. como se conseguíssemos sem esforço algum sermos coerentes. ´
  • isso - esse blogue - é cada vez mais íntimo e egoico. pra mim, meu umbigo. só pra mim. o fb como maldição da rede. o anticristo é aquele que monopoliza seja lá o que for. 
  • bloguee, o diiaarriioo mais vaidodososo do mundo: assim: no tempo em que se surfava na rede e não havia o fb dominante.
  • ninharias de resistência: àquela satisfação difícil de quantificar. tipo: felicidade.

24 de setembro de 2013

faceme

reconhecer os covardes: assim, como quem analisa o próprio peido após virar de ladinho no banco da praça.

a galinha que não me interessa

não diz sim
nem diz não
muitos talvez
e nenhuma solução

cgin2409

Aprendi a morder. Estou falando de dentes. Ao morder eu me alimento. Tenho que morder com mais rigor.
.
Foi ela mesma. A ovelha mais doce que comi. Ela não desconfiava: vivia entorpecida como costumam viver os passionais.
.
Só agora percebo do que fugi. A ideia que ela tinha de felicidade era uma paz monótona e calma: teríamos filhinhos, uma casinha e, ao fim, estaríamos velhinhos e contentes.
.
Pela vontade de potência. E pelos desejos ambiciosos. E por ser ação. Por existir, por agir no tempo. Por ser o animal doente: homem. Por parte da doença vir dessa subjetividade que anda na lâmina e que tende à negação da vida. O não como virtude: a mais antiga das bactérias.
.
Realizar em um lugar muito escolhido e específico. Querer a dominação de luxo que é a ideia de liberdade: esse eu que reina em valores próprios. Com cinismo e malícia e sem acreditar em 'choque do amor' e bobagens do tipo. A minha inteligência é meu maior deboche. O conhecimento, ô seu chato, é uma festa onde ninguém é obrigado a dançar

21 de setembro de 2013

m


  • dois dias de derrota e dor e hoje uma vontade de morder a vida e ter certezas. Vitalidade, meu amor, eu te quero: vida que quer mais vida e é até agressiva por isso, eu quero.
  • Gracinhas do mundo. Tesão. Vuco vuco, e, Jesus, lá da cruz, me abençoou: cada toque uma irrigada de sangue no pau. Aquele mantra baixinho: não é coisa da minha cabeça.
  • Tesão de medo e pensamentos variados. Dos tipos que não ajudam nada. Tipo: muito simples desejar mulheres impedidas e imaginar amores irreais. Fernandinho, olhe pro espelho e lembra da porra do Lowen: quais os mecanismos de defesa são acionados agora? Medo de altura, talvez.
  • (homens burros, sempre burros. querendo que a mulher diga sem entrelinhas. homens burros, sempre burros)
  • Ela lá. Bem gostosa. Tesão antigo. E vontade de morder e fazer uma grande cagada. Tava vestida pra mim, é meu delírio mais vaidoso.
  • Mulheres, mulheres, isso é um apelo: pintem as letras de amarelo, pintem as letras de amarelo. 

13 de setembro de 2013

s.r.

A tristeza tão bonita das músicas do Sergio Sampaio. Uma tristeza grande e bela que até dá vontade de sentir. E dá vontade de mandar para os amigos, para o pai, e perguntar: viram que beleza de tristeza? Música que se canta alto, com voz e embriaguez; como quando eu era criança e minha irmã, a letícia e eu esperávamos meu pai para ouvir um cd (uma coisa supernova na época) do E. Gismonti tocando Villa Lobos. Era bom e era calmo. É uma boa memória de infância. Meu pai ligava uma lanterna e nos dava cigarro acesos para brincar na escuridão porque a gente desligava a luz e punha a música. As coisas, nessa época, eram bem mais simples.
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A vida rói dentro e a vida é imensa e vasta. Não há paz. O que há é um acordo de aceitação diante da realidade. Esforçando-se para agir, para ser ação. Porque o reativo não é ruim nem nada, mas é menos vida. Vida como ação, como impulso de vida, como minha avó que cogita o passeio ao RJ porque vida ainda há, mesmo com o corpo atrapalhando.
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Vem os dedos, vem o corpo, vem o tesão. Bichos que tateiam no escuro e gostam do tato. E ondas de calor dentro da gente. E o ventre, o baixo ventre, torna-se um lugar tão frágil e bom de passar a mão. E olhava pra ela se trocando e pensava baixinho: nunca mesmo pensei no teu marido.
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A insistência não é uma virtude per si. Há muito de incapacidade na insistência, muito de costume na insistência. A insistência pode ser várias coisas: irmã, Deus, marido, Fé, inimigo, profissão. A insistência tende a vir da razão. E a razão, a gente aprendeu, é uma puta muito da circunstancial.
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Te amaria sempre fosse você a mulher que sentaria do meu lado num dos pitocos que ficam na esquina da Sá Ferreira com a Av. Nossa Senhora de Copacabana. E sentaria ali e gastaria 30 minutos ali enquanto esperava alguém; e fumasse um ou dois cigarros e visse como é vasto esse mundo e esses lugares. Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil, Mundo. Assim: desse jeito: como uma câmera que se afasta e mostra divisas, mapas e planetas.
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Aos 32 entendo quase tudo. O quase é vasto e o tudo é generoso. Quero dizer: com 62 suportarei o mundo e sua vastidão? Ou terei morrido antes? Ou estarei calmo diante desse absurdo chamado existência consciente? O mundo vem se tornando cada vez maior conforme me torno mais velho e vivo mais tempo nesse tempo-espaço chamado mundo. Ui. Ai. Essa auto ajuda sedutora que me sopra conforto.
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uma coisa bela e terrível. Para ouvir alto. Ou ouvir sozinho. Ou ouvir pensando coisas muito pessoais e restritas.
http://www.youtube.com/watch?v=J9N2zPyCaB8

31 de agosto de 2013

s.rbi.g.dão.


  • Repare a alegria e a passividade. Os olhos calmos, a indiferença e o comportamento de gado: "moral de escravos", acabei de aprender.
  • O passado perde o sentido porque o tempo age. Tão chato e limitado esse ideal boboca de 'estar-no-presente'. Como se o ser humano não fosse um ser encantador justamente por saber-se um ser temporal. Existimos antes, durante e depois; por isso humanos, demasiados humanos. 
  • Impulsos de poder e plenitude. Sempre pela ação, pelo fazer, pelo existir no tempo e no espaço. Invocando filhos ou avós, tanto faz. Invocando façanhas futuras ou passados de glória, tanto faz. O tempo, o tempo. Humanos são seres que agem no Tempo. 
  • Álcool é anestésico para diversas dores: solidão, medo, constipação intestinal e ataques de pânico. Desde quando o Cowboy, antes da perna amputada, tomava uma dose de burbom ; desde quando o Tim Maia declarava que não sabia o que era 'cagar duro' porque bebia todos os dias. É anestésico também para as euforias, quando a vontade de potência vêm e sente-se medo do bárbaro que você podeira virar. 
  • (pramudardeassunto)
  • garotinha tão bonita que lê. sou tão suscetível que nem te conto. me dizia: então casa comigo. te dizia: é claro. garotinha tão bonita que lê e que faz de conta que nem te importa.     

29 de agosto de 2013

MARIAMEIANOITE -

Eu tenho 3 opções:
- Fico encabulada;
- Te dou um passa fora;
- Ou caio na risada.
(coça os dedinhos, pensa em Deus, no Marido, no Diabo, na cama quente da casa da sogra e na mãezinha que tá em Minas rezando por ela)
Minha hierarquia é: 
- 1 fica encabulada;
- 2 cai na risada;
- 3 me dá uma passa dentro. ops. fora. disse fora.
(sente o pau mexer dentro da calça. pensa em Deus, em amores mortos, na irmã meio idiota, no prazer de cada cigarrinho aceso e na mãezinha que reza por ele no nortão do Paraná)

20 de agosto de 2013

poucashoras


  1. de tão linda só poderia ser burra. quero dizer: burra ou linda. que homem, tendo alma, suportaria a feiura e a burrice em uma só pessoa? tesão, meu amor, é simples: beleza, beleza.
  2. a alminha suporta bem. o corpo, no escuro, é quase sempre bom. pôr os dedos, sentir os cheiros e não pensar muito. o corpo é uma festa e não pensar ajuda na dança. ô, esse tesão enchendo a cueca.
  3. 21 anos: tesão puro: finjo isso e finge aquilo: - é pra sempre essa felicidade de mentirmos assim um por outro, não é? - sim, sim, essa felicidade eterna é mentira. - então eu te amo. - então eu te amo também.
  4. o problema é a virgindade possível. Há um número impressionante de virgens. Elas existem. E muitas delas querem dar, mas tiveram pouca oportunidade. Dar ou não dar pode ser uma questão pruma virgem tardia. Mas o que é uma virgem tardia: uma que nunca cedeu por esperar muito amor ou uma que deu muito e nunca achou o amor?
  5. Melhor lembrar do cara de chapéu. Que é um outro e não você. E tinha roupas mal costuradas. E cambaleava aqui e lá... mas, que seja, quem, enfim, pode não cambalear? 

12 de agosto de 2013

s.r


  • o mantra é sempre o mesmo. Modelo AA: um dia de cada vez. (que, vá lá, qual seria a outra opção?)
  • disse em carta pra papai: não tenho mais medo. Que diabos, que mentira. Quis dizer: tenho medo, mas não me importo. Quis dizer: tenho medo, mas não sou mais covarde.
  • família é o caralho. Afeta-nos. Afeta-nos profundamente se tivermos alma e afeto. Sou um Corleone. Sou leal: família e sangue e reconhecimento: a hierarquia não é sempre uma imposição.
  • pra desabafar no blogue e não fazer terapia: maninha, o tempo urge. fica esperta logo ou fica pra trás. lembre-se: querer culpar os outros é covardia. As flores de bosta que colhe vêm das bostas que planta. Pare de plantar bostas ou colha sua bostas sem encher o saco de ninguém, sem achar que é uma vítima.
  • Sou um homem. Sou um adulto. Tenho mil problemas e diversas vezes minha merda me machuca. De toda forma, a merda é minha, bem minha. Sou dono da minha merda: sou um homem, sou um adulto. 
  • um dia de cada vez. cada um com o AA que lhe cabe. aqui falo de mim. um dia de cada vez pra mim é não pirar porque sou genial em um dia e um bosta em outro. porque ainda oscilo muito. porque as circunstâncias ainda me afetam mais do que deveriam.
  • coragem, meus amores. a única palavra possível. (e fabiana é a única menina que queria namorar). não dá pra dizer que tudo será ótimo. mas dá pra repetir: coragem. é o que é. e o tempo urge. e temos muitos a fazer e somos sós. o tempo falta: coragem.  

29 de julho de 2013

s.r


  • o blogue como passado negro. meu deus. o registro de dores e radiâncias como virtude. meu deus. blogue, meu amor, você está morto, mas foi bom pra mim: me apresentou três mulheres bonitas - das quais uma tive a alegria de comer.
  • falta a boa buceta. daquela que te inspira e te faz mudar ideia. falta a buceta linda que vem perturbar a alma, que sim sim (e não sei porquê) está em paz. uma buceta molhada de veneno que te deixa feliz. buceta poderosa, por favor. quase morrer pode ser uma virtude. morrer mesmo nunca será virtude.
  • fazer as contas e ver o tempo que passou. o tanto que mudou. porque mudou. tanto faz mudar pra melhor ou pior. mas muda. muda mesmo. pense em você 10 anos atrás. mudou. mudou pra caralho. mudou a ponto de ser auto ajuda sem grilo.
  • grávida do primeiro filho. penso que as alegrias se separam. lembro do meu pai dizendo que amizade tem muito de circunstancial. atualmente penso baixinho: é difícil ser amigo de quem não sonha com você. não preciso de amigos. quero amigos que sonhem juntos.
  • a auto ajuda a auto ajuda e a sedução: resolver falsos problemas é tão mais prazeroso.
  • ela me disse: li teu blogue. tive tesão, pensei em Deus, em Jesus e na Maria. Ah, meu amôrrrr, suas pernas abertas não é uma figura de linguagem.
  • um até logo. Curitiba uma semana. será bom. uma semana: tempo que é fácil saber.  

8 de julho de 2013

sr


  • pau pra fora e na mesa. duro ou mole, tanto faz. maturidade é não desistir por causa do próprio pau mole, Reinaldão me ensinou.
  • tem essa falta. que é antiga. que infelizmente não é circunstancial. Essa falta: ser amado loucamente por uma mulher que acredita em amor mais que você.
  • muita raiva sem direção. falo de mim. quero dizer: por que diabos minha raiva se manifesta quando morro de medo? veja, é retórica: não é o caso de acreditar em terapia e auto conhecimento.
  • o bom beto aparece. e fala pouco. e somos, às vezes, tão parecidos que é quase idiota conversarmos. teatro e solidão, o refrão: juntando gente desde 412 A.C.
  • os bons planos e o impulso de poder. Porque a inteligência é uma cocaína, com todos problemas e soluções. Estou dizendo: essa merda de achar que o instinto pode estar certo. 
  • Então o exagero. Sim, exagero. Eu mesmo. Minhas mentiras e minhas confusões. Vou distribuir doces envenenados e vou dar tchauzinhos em mão com forma de coração. 
  • A carta em débito: isa-doo-raa: a mulher mais bonita que não comi, não comerei e que parece tão calma e decente - mesmo sendo louca e chata. Aquela culpa que nem razão tem de ser. Aquela culpa que é só mania e que tende ao lamento pessimista. Iii...doo ... ra....aaa: sua voz dizendo 'eu te perdoo' é meu tesão mais discreto e singelo.
  • Esse blogue comezinho. essa escrita que se poupa. o facebook como vilão e as teorias que embasam os preconceitos (facebook, por exemplo). jesus, cadê àquela paz que disse?
  • Fica a desculpa, o medo e a euforia que dá medo de virar culpa. Estou dizendo (eu mesmo, como sempre): SONHO DEMAIS, DÓI DEMAIS. FOSSE MENOS A VIDA, VIVERIA EU BEM FELIZINHO: SEM MEDO E PENSANDO QUE TUDO BOM E TUDO BEM. FELIZINHO ACREDITANDO EM LEVEZA E EM PAZ. FELIZINHO PORQUE DESEJANDO POUCO, TENDO POUCO E SE REVOLTANDO POUCO. 
  • (porque o gado, entre pares, adoram mugir)

26 de junho de 2013

s.r

(é um vento que vem no pescoço e é quentinho e dá tesão. e faz esquecer. e vislumbra-se a vida como se a vida pudesse ser paz. é uma invenção, uma boa invenção. uma invenção grandiosa e otimista.)
apeloassim-amigosousonhamosjuntosoumorremos.sósonhoscompartilhadosformamgrandesamizadesem2013

22 de junho de 2013

inacabadoesemrelerrevisar

(data 1)
Acho muito difícil me manifestar sobre o que está acontecendo agora. As manifestações, o facebook em polvorosa, a mídia oficial falando sobre, etc.Então o blogue:
- É algo novo e ainda não sei que diabo é. Gosto de conhecer os diabos, independente de concordar ou não com eles.
- A massa é a massa é a massa. E sempre é legítimo. Pessoas se juntam para dizer que querem algo. É correto. É decente.
- O Estado (e o braço visível chamado PM) não faz a MÍNIMA IDEIA de como lidar com isso. É incompetente porque, via de regra, é incompetente. O Estado é formado por centenas de pessoas que estão perdidas PRA CARALHO.
- Achar que a violência na "Manifestação Pacífica" desqualifica o direito de se manifestar é burro pra caramba. O ódio com que garotos batem em PM é legítimo e coerente com a revolta inerente a toda manifestação - mesmo que pacífica. Querer separar o joio do trigo (a violência - tanto faz o lado - do ato de se manifestar) é discriminar, é criar uma mentira confortável, na qual há uma diretriz boa (pacífica) e outra má (violenta). É incompreensão, tiro no pé. A violência, insisto, é inerente às manifestações da massa. O lado da violência é menos relevante do que gostaríamos que fosse.
- A descoberta do prazer de se manifestar deve ser levado em conta. São as PAIXÕES que movem esses movimentos. E é bom que seja assim. Há sangue, há alma. Há o prazer do rebanho exacerbado. E é REAL. REAL PRA CARALHO. É A MASSA. (em uma 'manifestação pacífica' somos todos, sem exceção, A MASSA)

(data 2 - hoje)
-
  • A Dilma veio a público e fez um comunicado oficial à nação. Não achei ruim o que ela falou. E acho que falou bem. (E ela fez o que o povo esperava o que fizesse: falou a nação.) Eu e meus conhecidos não acreditávamos que ela faria isso na sexta 210613.
  • Acho que o conteúdo da fala dela foi coerente. Citar a FIFA pesou contra: tornou-se claro que mesmo a presidenta tem que se explicar a FIFA. É triste: vê-se a força do poder em sua face perversa. 
  • O FaceBook estimula o comportamento perverso da massa. O compartilhamento como regra é o botão mais alienante como ferramenta desde o canal de TV em cadeia nacional. Desconfiar e comparar (fbXinformaçãoconfiável) torna-se uma necessidade. Via de regra, afirmo: sou CONTRA todo compartilhamento no FB!
  • INTERNET X T.V é um belo embate. Faço força para ver os jornais oficiais da tv. Porque internet vejo sempre. Passo mais tempo na internet do que com a TV ligada): (por isso o exagero: 'faço força').  


11 de junho de 2013

Ler e fazer planos. Sentir que a vida é real, terrivelmente real. E sentir um medo filho da puta; e insistir porque não há lá muita opção. Menos covardia, menos abstenção. O que não tem a ver com coragem. A teimosia não é virtude, é condição de existência. Teima-se porque é impossível não teimar: idiotas em cascata, moralistas ecológicos e artistas do cérebro.
Então o plano, o medo, a teimosia.

26 de maio de 2013

vem tu (os dedinhos crispando) e diz assim: a-do-ro- beijar na bo-ca. 
piranha boa, eu te amo. abre as perninhas pra mim? 
diz assim: quero trair meu marido com você. vou trair pela primeira vez.
*
tem de tudo. a vida fodida e fodona. 
vida: o último e único parâmetro. 
vida: essa porra que é. 
vida: enquanto der e com dor de partir. 
vida: a única auto ajuda com solução. 
*
tem a ver com capacidade e necessidade. e também com teimosia. assim: o assunto é amor, casamento, ser 'feliz' pra sempre. o envolvimento amoroso me enfraquece porque me torno dependente. não sou capaz de amar e ser independente ao mesmo tempo. então, pensando na possibilidade de escolha, penso em não me envolver amorosamente. repare: sou movido por minha (in)capacidade, mesmo que minha necessidade gregária queira o contrário.
*
AQUELE DOENTE LINDO. NOME DE SANTO. JOSÉ DE ARIMATEIA. DELIRAVA DIFERENTE DOS OUTROS. ERA CALMO. E TINHA OLHOS GRANDES E NEGROS QUE SE MOVIAM POUCO, MUITO POUCO. TÃO DOENTE TÃO LINDO TÃO CALMO. TINHA NOME DE SANTO, O DESGRAÇADO. CASEI COM ELE PRA ME ARREPENDER. TODO DIA NA IGREJA, NO CULTO. ESSA CULPA QUE NÃO SAI.
*
vejo você com ternura porque não sei quem é. fosse gente, com alma e opinião, te julgava bem julgadinho. que essa sua história de ter memória ruim eu nunca acreditei.
essa dor antiga
esse chope escuro
vontade de criança
te mostrar o meu pau duro
que raiva
seu pau pra cima
enquanto eu
penso na dor 
desse mundinho
depois reclama
entende mal
ser generoso 
é deixar duro o meu pau
bem vi que era assim:
prefiro meus dedos.
tenho muita coisa pra lamentar
e gosto de guardar segredo. 

21 de maio de 2013

(s.r)


  • Ler o bigodudo fodão. À isso chamo evolução. Quero dizer: a gente evolui. Se for decente, tudo evolui. A leitura, os valores, os modos de vida.
  • Mudar não é saltitar. A gente muda, o mundo muda. Lento, chato, lerdo. Mudar não é saltitar. Quem acha que nada muda nunca, acha que mudar é saltitar: não entende o tempo como fenômeno histórico. (Dica: pense sempre "cem anos atrás" ou "cem anos à frente).
  • Os moralistas do bom comportamento. Gente tacanha, acreditando em valores absolutos. Tolerância tem mais a ver com inteligência do que com politicamente correto. Estou falando do óbvio: por exemplo vegetarianos que se julgam superiores por não consumirem carnes vermelhas. Inventam uma verdade que os destaca, que os tornam superiores. Têm, inclusive, uma noção babaca de superioridade. 
  • Amizade acaba. Amor acaba. Acabar não diminui o valor das coisas. Talvez ao contrário: só acaba o que já existiu. 
  • Uma lição do meu muso atual: " - o instinto de rebanho é enorme e move montanhas. é seu instinto mais natural. desconfie dele. você aprendeu o valor de uma boa desconfiança: desconfie de si mesmo e de sua gravidade." 
  • Falta vagina e poucas coisas/ A gente caminha / O que falta mesmo / é uma bucetinha. (pruamigudotracadilho)

19 de maio de 2013

01

quando nasceu achou a vida boa. teta com leite. maravilha. depois as crianças e os passeios. não gostou muito, mas se acostumou. o mundo era bom, ele tinha sorte.
daí o reio, os primeiros limites. não mais tetas com leite. era pior que antes, mas não era ruim. o mundo era bom, ele tinha sorte.
era carregador. a carroça era ele que levava. um monte de coisas presas nas costas. chicote pra andar. apanhava e andava: corria. deixou de se incomodar com o chicote. começou a gostar do chicote. pensava quietinho: 'o chicote que me faz andar. amém'.
daí a cavala. os filhos dele. aquela sensação de dever cumprido.

8 de maio de 2013

00

Tomava chicotadas e andava. Era essa sua função. Pela repetição aprendeu: ando melhor quando tomo chicotadas. E confundiu a causa pela razão. "Ando porque sou chicoteado". De modo que aprendeu: "- ser chicoteado me faz melhor porque eu ando mais".
Aprendeu a ser feliz. E inverteu a causa e o efeito. Julgou que tudo era como tinha de ser. Morreu feliz: sempre achou que como estava era bom.

3 de maio de 2013

sr

org. do fantástic. mund. de. fernand.ho. (a técnica dos verbos e das coisas)

  • acordar depois de 6 horas, no caso às 10:53.
  • chapar de café. primeira ação é ação mecânica: fazer café, lavar louça, arrumar cama.
  • (café e café) cagar com o primeiro cigarro do dia. lento. prazeroso.
  • computador. e-mail, facebook, sitemeter. tempo. 1 hora lenta ainda. 
  • baixar o jornal o globo em pdf. mais café. cigarro 2. 
  • internet de modo geral. responder e-mails aleatórios.
  • três tragadas do baseado. ver o jornal baixado.
  • pode ser almoçar, separar os livros e sair.
  • pode ser ler com método: ler por teimosia: estudar. tesão intelectual e afetado.
  • trabalho: no bom (ensaio) e no mau (não ensaio) sentido. Obrigações, compromissos. 
  • fim de tarde: voltar pra casa.
  • fim de tarde: ver peça.
  • noite: entorpecer: ler em bar: delirar: só prazer sensorial.
  • noite: comida em casa: pequenos prazeres: seriados on line: ler antes de dormir. televisão.  
(por aí. com as devidas mudanças. circunstâncias. sempre. mudanças. porque circunstâncias mudam. não porque TUDO muda.)

2 de maio de 2013

Ouço musica e fumo cigarros. Hoje é um dia livre e um dia calmo. Nenhuma queixa.
O café amargo e acordei a menos de duas horas. Prazer. Tesão. Uma ideia absurda de que a vida pode ser boa.
Tenho a ilusão de que sou útil. Obrigações para acalmar a vocação para gado de nós, os humanos, e alguns sonhos na caixinha - igual dados rolando.
Tudo certo. Posso dizer que atingi a maturidade: a ilusão de ser útil não é melhor nem pior do que a ilusão de ser inútil.



22 de abril de 2013

sacadinhas são virtudes em 2013.
fica mais ou menos assim:

  • tesão passeia. sem tesão, nenhuma rima.
  • amor na internet. moda. pega bem. compartilhar idiotias é ser da turma.
  • sua mulher, sua amante. os meninos tristes que acharam que casar era simples.
  • amigo velho, dor antiga: sonhar sonhos parecidos é solução.
  • até mais, até logo. esse prazer em acabar sabendo que acaba. diferente do espirito: essa alminha que deseja a eternidade.
  • (ad eternum)?

18 de abril de 2013

essa guria que tem as unhas pintadas de branco e usa decote. decote para peitos pequenos é uma arte esquecida. peitos pequenos são promessas de futuro. mas ela sabe disso: não usa sutiã e me chama de amigo.

11 de abril de 2013

A vitalidade dos 30 começa à me bater (lembro do meu pai falando sobre isso).
Tenho medo porque é uma vitalidade real; que me alimenta e me dá perspectiva. Novas carnes para assar e uma sensação estúpida (porém não menos real) de que sim, sou novo ainda, e tenho bastante vida pela frente.
Tenho medo porque sou um homem inteligente, que leu, e aprendeu, via leitura e via vida, que também isso (como quase todas as sensações que nos invadem) é passageiro.
Então chupo minha fruta. Espero o bagaço e sugo e sugo, enquanto der pra sugar. Não é o caso de temer a ilusão. A ilusão já temi e não temo mais. Entendi, por teimosia, que ilusão ou desilusão não importam. São coisas circunstanciais e que devem, como não?, serem aproveitadas nas devidas circunstâncias.
Então a tranquilidade, a calma, o sonho-que-é-prazer-consciente. Então o cinismo, a elegância, a ansiedade controlada por drogas ilícitas ou não.  
Poucas coisas importam. E quase nada importa sempre. No entanto, há sempre algo que importa. O importante muda, depende de fatores diversos. Apegar-se ao importante é loucura, doença, obsessão. Ignorar que há coisas MUITO importantes em determinados momentos é burrice, falha, pecado para além da moral cristã.
O importante muda, mas não deixa de existir. Sem uma ou duas coisas importantes para se importar, atravessar a rua é apenas coisa de galinha: depois de olhar os dois lados, corre apenas pra frente: esquece de pensar (e analisar) durante sua travessia.
Estou falando da sabedoria minima: agir sabendo que age e quando age. 
Sem burrice e sem inocências: adultos que assumem suas responsabilidades e percebem suas limitações. Sem culpar terceiros, sem escravizar inimigos, sem depender de marés boas ou ruins.
Estamos vivos e adquirimos inteligência. (E esse texto é para os inteligentes: os capazes de acumularem conhecimento e sagazes para forjar utilidades para o conhecimento acumulado.)
a- Por isso o otimismo, o 'vai lá!', o 'para de covardia'.
b- Para o peito aberto, para vida não simples; para que toda felicidade venha da consciência e não da espontaneidade.
c - Para que sejamos donos da parte que nos cabe. Que é pequena, mas é nossa. 
c2 - Porque pouca coisa importa e porque podemos decidir o que importa mais (ou menos) quando (e como).
d - Pela vontade de potência e para que a covardia-cega não cegue nunca para sempre.
e - Para que toda cegueira melhore seus cegos.
Tirésias (cego porque tudo viu); 
não Édipo (cego porque não suporta a visão).        

2 de abril de 2013

reza-rezinha-amém.

um dia de cada vez.
até o fim.
e sem achar que a vida é boa
e sem achar que a vida é ruim.
um dia de cada vez, 
enquanto der.
sem perder tempo, 
sem achar que o tempo não existe,
um dia de cada vez,
rezando a única reza que há:
'quero coragem, quero coragem,
santinha,
essa coisa que Deus Nosso Senhor
nem pensou quando tava na cruz'.

28 de março de 2013

s.r


  • repare nessa beleza toda. desconfie dessa beleza toda. repita baixinho: julgar é um tesão.
  • um casamento acaba novamente. e há muita satisfação em todos. os separados dizem que tentaram TUDO, os outros dizem EU JÁ SABIA. a satisfação em todos é profundamente suspeita.
  • defendo: os líderes são importantes. líderes devem continuar existindo. devem ter fetiche pela sua capacidade organizacional e não pelo poder. o poder, como simples fetiche, é um equívoco tremendo. 
  • minhas mensagens inspiradas o facebook apaga. Por que? prefiro pensar em deus. Deus sabe o que faz, eles dizem.

23 de março de 2013


  • há muito tesão na solidão. esquecem-se os bem acompanhados que trepam mal e metodicamente. 
  • criar desafios só vale se não levar à sério. é como lista de ano novo. Quem, sendo decente, cumpre sua lista impassível?
  • A felicidade como meta é atestado de burros. Só amigos/conhecidos burros dão valor a felicidade. Minha irmã, por exemplo, acha que a felicidade é uma obrigação. 
  • A vida não é boa. A vida não é ruim. A vida, infelizmente  tem menos importância do que gostaríamos. 
  • El bigodon, sempre fatal, diz mais ou menos assim: a vida só tem importância porque dura pouco e há muito a fazer. Tivéssemos a eternidade perderíamos menos tempo pensando na vida. 
  • Maldito tesão que é coceira nas partes. Queria mesmo é fazer amor. Brincar de morte, por assim dizer.
  • Volta e meia sonho com minha primeira namorada. É estúpido. Uma ideia de passado encantado, de fraquezas toleradas. Como se houvessem casais admiráveis hoje em dia.
  • A única coisa que me incomoda: o desânimo como se desânimo fosse inerente à vida.
  • Garanto: ser feliz é ser desanimado. 

19 de março de 2013

EXERCÍCIO PARA O CINISMO. (essa habilidade que me inibe)
p.s. é meu blogue e é tudo sobre mim.
-
Na atual conjuntura temos três lideres. E os julgo como segue.

  • LÍDER 1: É simpático, mas fala demais ou fala mal. Tem carisma e pode ser o líder ignorante e carismático. Temos diversos modelos. Lula incluso. Aproxima muita gente e não se sente muito à vontade como líder. Tem que resolver isso e assumir-se líder: saber que ser líder implica em ser vidraça e ser pedra. Ser pedra, no caso do líder 1 - um agregador por natureza -, é o grande desafio.
  • LÍDER 2: É habilidoso e adora a posição de líder. Gosta de centralizar, de mediar, de estar alí como líder. É bem informado e leu os livros sobre liderança. É percebido como agregador e tem no discurso relativizante seu grande trunfo. Raramente se posiciona. Seu pendor à dúvida revela sua fraqueza: precisa que o reconheçam como líder para que, de fato, exerça sua liderança. Tem 2 grandes desafios: não ser tão dependente do efeito que sua imagem construída causa e usar suas informações como consequência (e não como causa). Seu erro é supor que suas informações não são vulgares e comuns.
  • LÍDER 3: Tem habilidade e carisma. É o mais predestinado. A liderança, em seu caso, parece natural. Ainda se debate sobre o quanto deva exercer sua liderança, o que é desperdício e revela sua crença em "a voz do povo é a voz de Deus". Caso seja menos moralista é capaz de assumir que Deus tem voz própria e mais eficiente que uma voz coletiva. Questiona-se por motivos errados e deve compreender plenamente (já o faz por instinto) que sua liderança é resultado da utilidade que impõe. O fato de ser útil tem que ser usado para que aprimore sua liderança e para que deixe a 'boa' moral democrática de lado. Sua utilidade torna legitima a pedra que sempre tem a mão nas horas certas. Deve para de frescuras e saber: suas pedras devem ser lançadas por que são úteis. Caso aprimore sua consciência de si e se imponha como útil-em-si, será o líder da eficiência que tão bem pode fazer para a evolução de seus liderados.

-
Assim me posiciono:
3 em primeiro lugar. Sabe tudo, sabe que sabe tudo, mas teme saber que sabe tudo.
1 em segundo lugar. Estude mais e não queira ser tão agradável. Seu carisma sem força é apenas carisma - coisa que é espontânea e frágil, como são as coisas espontâneas.
2 em último lugar. Manipula e investe sua manipulação nos manipuláveis. É medíocre porque gosta da média e é eficiente apenas na média. Prefere 1000 homens à 10 grandes lutadores. Preocupa-se demais com si mesmo - o que, afinal, é perda de tempo.    

16 de março de 2013


  • o absurdo são os sorrisos. essa gente sorridente, esse branco nos dentes. os dentes todos. essa simpatia suspeita e essa beleza tão aceitável. prefiro ainda os feios, os desdentados, os muito gordos ou os muito magros. essa gente, que sem opção, só tem a inteligência como ferramenta de aceitação.
  • agora tenho um inimigo bem construído. ele é fácil de odiar. é estereotipado    sorri e fala com facilidade, é bonito, mas se compadece dos feios. meu inimigo é um jesus que não expulsa a chicotes ninguém. ele diz pra todos: vem! meu inimigo tem, contra ele, uma rima.
  • amigos perdidos. com consciência e afeto. pergunto a mim mesmo: é o caso de estabelecer alguma rotina para recriar um vínculo possível? minha dor: não é uma pergunta retórica.
  • não precisar é diferente de não querer. há muito erro aí. uma desculpa de confusão que agrada aos que sentem tesão pelo não saber. eu não sei um monte. e sofro. não saber é dor, não é prazer. só eu desconfio dessa gente que insiste que a dúvida é uma virtude?
  • tudo está em paz quando o entendimento é compartilhado. se todos dizem sim, o talvez é decente. não dá pra acreditar nos chatos: esses seres que querem ter prazer na hora errada. tipo ejaculação precoce: gozar cedo ou tarde é menos importante do que gozar melhor sozinho. o chato, esse profissional de calças largas, goza sozinho mesmo quando contribui para orgasmos múltiplos. 
  • minha inteligência é meu triunfo. e isso combinado a decência e tesão de criação conjunta. meu melhor sou eu com outros. eu só sou bom, mas não compensa. não nisso. no caso, esse teatro que tem sempre muita gente. tesão é gente junta sendo melhor do que normalmente se é. percebendo, sem racionalizações, que a vida é pouco e pode ser mais. inveta-se labirintos por tesão e não por desafios. o labirinto, meu amor, é só uma desculpa para aumentar a vida.
  • adeus e até logo. meu inimigo é bom e esse combate me interessa. sou discreto e não minto. isso não é virtude, é tática. vida afora meu caminho nunca teve reconhecimento. em arrogância lhes digo: nunca dependi da bondade alheia.  

7 de março de 2013

UMA ANEDOTA:
Repare no cretino.
Ele não informa, ele destila o seu conhecimento sobre a informação.
Por exemplo: o cretino sabe que dois mais dois é igual a quatro. Mas quando ele fala disso, ele explica:
"o um é a unidade mínima. o dois são duas unidades minimas somadas. por isso temos que duas unidades mínimas somadas com duas unidades mínimas somadas são quatro unidades mínimas. e assim chegamos ao quatro."
Quando o cretino explica, ele destila. E, se é inteligente, entende que seu campo de ação é impressionar idiotas. Ou seja: o cretino tem uma platéia sem muito senso crítico que não percebe que sua informação não precisava de tantos floreios. Os floreios, e a impressão que eles causam, é o lugar de excelência do cretino.
O cretino pode ser inteligente ou burro. Não é isso que está em jogo. O cretino é um hábil e sabe, como poucos, manipular suas informações. E, se é inteligente, tem consciência de que ao florear sua simples informação, ele a torna complexa e, portanto, aparentemente profunda.
O cretino turva as águas para fazer a poça parecer um rio.
UM TESÃO:
Reconhecer os cretinos. Reparar nos padrões que se repetem. A roupa do cretino, os olhos do cretino, a voz com pausas do cretino. (Pausas: essa farsa que o cretino usa para aparentar estar pensando. porque o não-cretino, se inteligente, pensa muito bem antes de falar)
Entender que, cedo ou tarde, o cretino será reconhecido como o cretino que é. Quer dizer: se ele se mantiver muito tempo com as mesmas pessoas, ele se tornará reconhecível. De modo que o cretino circula. Participar de tudo é um meio para aumentar seu campo de ação. Ele aparenta generosidade e sempre usa a primeira  pessoa do plural. O cretino não diz 'nós', diz ' a primeira pessoa do plural'.
VAIDADE:
Ter certeza de si, ser bem informado e calar diante de informações vaidosas que informam mal.
Algum pau na mesa.
E acreditar que a única virtude possível é não virar gado.  

3 de março de 2013

Os porres de domingo perderam sua importância. Acontece. E o tempo, essa puta vingativa, tem sua crueldade. Falo de mim como sempre. E como não? E me esforço para não falar mal do facebook, essa 'ferramenta' (palavra da moda, né?) que monopolizou a navegação.
Eu mesmo, algum prazer e os dentes doloridos. A cabeça cheia, o medo latente e um desprezo que, infelizmente, tem razão de ser.
Estou falando do mundo, essa puta abstrata.
Só é possível entender certas coisas se optarmos por acreditar que há gente má, VERDADEIRAMENTE má, no mundo.
A coluna do Merval Pereira hoje, por exemplo. Ele mente, está mentindo e, muito provavelmente, ele sabe que está mentindo. Se não soubesse não seria tão elaborado. E, mesmo sempre tendo achado o Merval Pereira, um tipo de jornalista Heliodora - no sentido em que sua fama vêm do fato de dar porrada ou ser severo -, fico admirado por ser tão deliberado assim. Inclusive misturando tudo para se colocar em um lugar que deseja: no caso do Merval, a Yaoni. (O título da coluna é "meu dia de Yaoni".)
Mas deixa pra lá. Ver absurdos não é virtude. Assim como cutucar ferida nunca foi mérito em si. Há muita ferida cutucada inutilmente - digo por mim e por outros.
Então isso: os amigos pras picas e uma tristeza que só fica bonita porque azeitada em álcool e nostalgias atávicas.
A certeza que o mundo está errado e o desespero de saber que é assim mesmo. El bigodon de um lado e o jornal do outro. O equilibrista bêbado que cai em todas apresentações.
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porre de domingo e uma nostalgia estúpida: a m. Bethânia era bonita e o p. da viola parecia ter alma (e também rosa-maria, essa mulher que chorava porque amores morriam)
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2 de março de 2013

comezinho.

EU PODERIA TE AMAR, MAS JAMAIS TE AMAREI. VOCÊ GOSTA DO CIRCO PELOS MOTIVOS ERRADOS E SOU ARROGANTE. SEU DESEJO DE LINGUAGEM É SEU DESEJO DE SER COMPREENDIDA POR NÃO FALAR CLARO, POR FALAR MAL. COMO UM VELHO ACADÊMICO QUE ACHA NOBRE O QUE NÃO É ENTENDIDO. VOCÊ ERRA ONDE DEVIA ACERTAR. O ERRO EU ACEITO. A FALTA DE MIRA TAMBÉM. O INACEITÁVEL É CONFUNDIR MIRA COM ERRO. OU PIOR: CULPAR O ALVO POR FALTA DE ACERTO.

1 de março de 2013

Um homem tem que fazer suas pequenas tarefas e aprender a apanhar com alguma elegância. Tem que entender que há muito urubu no caminho e que , portanto, um homem tem que ter certa arrogância. Desprezar os imbecis ou então ficar lamentando a imbecilidade alheia. Reconhecer o desejo de domínio e domar o devaneio de poder para viver em uma sociedade medíocre que insiste em uma igualdade que é tudo menos justa, tudo menos correta, tudo menos honesta.
É necessário ter saído na mão algumas vezes. Ter sentido gosto de sangue na boca e, de preferência, ter perdido um ou dois dentes em uma boa briga de homens. Como aqueles bichos que chifram um ao outro para júbilo da fêmea.

27 de fevereiro de 2013

a única dor é a indiferença.
não é o ódio, a raiva ou o tesão vulgar.
é o placebo dos rostos,
os sorrisos sem alma,
as almas sem linguagem.
a indiferença machuca
e todo o resto é suportável.
não é o silêncio
nem é a meaculpa.
é esse animal absurdo
que não pensa e nem age.
que só reage quando é inevitável.
essa gente que vive de choque,
uma tristeza.

23 de fevereiro de 2013

Tesão na priminha e aquela loucura.
O tempo passa, meu bem, o tempo passa.
Estou aqui, barriga à postos, e 31 anos de dor e glória.
O exagero como o último charme infantil:
sem cartinhas, sem blogue, sem mulheres loucas querendo me dar e sem os bons amigos que me chamavam de 'seus'.
Então a internet toda, o facebook monopólio e uma estranha nostalgia da época em que blogues eram visitados e havia uma lista diária de alguns preferidos.
(Penso nas drogas de farmácia, no 'soma' do Huxley e na estranha viúva do Saramago)
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O tempo passa, coração, o tempo passa.
Você aí, meio em segredo, a ver meu blogue e pensar no marido tão bom que Deus lhe deu.
Eu aqui, uma incerteza estúpida, e a certeza de que o passado como memória é sempre uma imagem barroca.
Então el bigodon, os caga-regras frutíferos e a nova mania de colar bilhetes na parede.
(Penso que a realidade estraga o sonho, que eu te chupava melhor do que seu marido e que, entre tristes e alegres, ainda prefiro os que não se importam com isso)

5 de fevereiro de 2013


  • Uma da manhã e meu tesão passeia. Tão fácil e tão conveniente: tesão sem eira nem beira à vagar. Repare: não falo de amor. Repare 2: nem penso no tesão consumado. Coisa gratuita. Como é. Como vem sendo. Esse sexo fodido que é masturbação ao mesmo tempo.
  • O velho amigo. Gente boa, alma boa. ALMA, coisa pra poucos. É papo de 10 min. e o mundo está em ordem. Vejo, novamente, um brilho em seus olhos. A-L-M-A, eu deliro. Comento com ele. Ele é generoso e topa. Incentivo seu modo de usar o facebook. Ele dá sentindo ao facebook, eu tenho certeza: opinião, auto-deboche e humor para assuntos sérios. Ele vai bem. E tem os olhos sem opacidade. Eu lamento: salário é tão barato, ele é tão melhor. Essa mania messiânica de salvar as pessoas.
  • Teatro bom. Ao mesmo tempo: não entusiasma. Penso em mim, em como faria. Erro inevitável, eu acho. Erro, eu insisto. Essa limitação de pensar em si próprio. No programa vejo que a peça tem 15 anos. Faz sentido. Faz sentido pacas. Tenho faniquitos ao lembrar que o Brook diz que 5 anos é o máximo. 
  • Sua imbecilidade é seu compartilhamento. E o facebook está aí e não nos deixa mentir. Mas não esqueça: há muita margem de erro. E tá tudo certo. Não vale é dizer "eu não sabia da margem de erro". Porque há atestado de burrice. Porque saber da 'margem de erro' é o mínimo. De forma que não acredito. Não acredito em absoluto. Assim: errar o alvo é normal. Achar que o alvo era o que não era, também é normal. O que não suporto é o que faz: culpar o alvo pela mira errada. Entenda: até a culpa tem limites. Se confunde o alvo e confunde a mira, meu Deus, não tenho o que dizer. Se insiste que o 'alvo' e a 'mira' depende de circunstâncias, eu insisto: você é burra, burra demais pra que eu te leve à sério.
  • Em outras palavras: não separar o joio do trigo pode ser uma decisão. Não separar o joio do trigo porque não sabe o que é joio  o que é trigo é estupidez.    

29 de janeiro de 2013

Antes que.


  • Ser sincero é dizer não aos idiotas. E saber que os idiotas são numerosos e que sinceridade não é uma boa política. Ser sincero tem a ver com convicção e com teimosias formuladas. Essa estratégia de pensar e confrontar. Teimosia é o mínimo de ideologia que se exige.
  • Muito amor no facebook. Um ideia besta de causa e efeito. Propaga-se amor e recebe-se amor. Como se fosse matemática, como se o universo levasse em conta pensamentos positivos e coisas do tipo. Muito amor no facebook: mais um motivo para desconfiar do amor indiscriminado. 
  • Divulgar os 'amigos da pesada' é uma nova forma de interesse. Perigosa e sedutora. Compartilhar pega bem e o dono da página ganha números. Reparem nas palavras que se repetem: galera, afeto, rede, revolução-dos-afetos, rizoma, movimento, queridos, movimentos, etc. (sem contar o 'vamo que vamo', essa abstração que supõe um movimento que sempre evolui... como se andar pra trás não fosse possível).
  • Muito amor pra pouco coração - já que é pra vulgarizar.
  • Fica a raiva que ninguém explicou. A injustiça que ninguém reclamou. A solidariedade que ninguém anunciou. Fica isso. Que é uma rejeição fascista aos sentimentos mesquinhos e fisiológicos: a raiva, o ódio e o velho instinto de sobrevivência. E nem comento sobre as ações do ventre...
  • Esse adeus delícia, essa falsidade agradável, esse tesão inesgotável que confunde 'eu trepo contigo' com 'eu sou livre'. Todo amor, toda subjetividade e todo rizoma: essa capacidade de participar de tudo e de não pertencer à nada ou ninguém. 

27 de janeiro de 2013

O otimismo que cresce com planos e algum álcool.
Há muito a fazer e só o 'eu' faz, aprendi com el bigodon.
E tem uma tragédia para a comoção nacional e prevejo que culparão todos menos o poder público. E também que a solidariedade mostrará sua face perversa e vaidosa.
Então me apego. Eu mesmo, muito prazer.
Tento imaginar o que fazer no aniversário da minha irmã. Uma carta, um telefonema. O que pode ser dito? E dizer o quê? A carta, pelo menos, têm um lado de opinião que pode florescer. Reparem o óbvio: estou pensando em mim mesmo. O nome da vaidade é: fidelidade à si próprio e suas opiniões.
Esquece. Agora esquece.
Volte.
Os planos e o otimismo:
trata-se de boas ideias que merecem ser postas em práticas. Coisa minha que não depende só de mim e que seria estúpido fazer sozinho. Planos grandiosos que envolvam alguns. Que respondam à todos e que seja diferente. Porque 'diferente', nesse caso, é sair do cérebro - esse órgão fascinante que os pró-índios e pró-aquieagora tentam sabotar. (Como se do corpo não fosse o cérebro o pedaço mais legal de todos)
Então meu cigarro, minha cerveja e meu macarrão de domingo. Enquanto cozinho, ouço a cbn. Informações que nem sempre ajudam a pensar, mas distraem. A tragédia, o pré-carnaval, um ou outro blogue que resiste.
Os planos, os planos.


22 de janeiro de 2013

As crianças choram também por prazer e é isso que sempre esquecemos. Estou falando da gente. Que é bicho e estranho e que, vez ou outra, lembra que um dia vai morrer. É o tesão que minha ex-namorada tinha por insegurança, é minha solidão que disfarça o medo, é a mulher casada que vê meu blogue secretamente. Porque nossa matemática é estranha e não respeita as regras. (Aí é onde a psicologia falha tantas vezes: prever causa e efeito - a mais encantadora e limitada das sabedorias.)
Por isso o encanto com as ações inexplicáveis: o homem-bomba-que-é-bom, os-americanos-armados-em-dias-de-fúria, o-japa-que-comprou-um-quadro-famoso-pra-ser-cremado-com-ele, a-atleta-torta-que-teimou-em-cruzar-a-linha-da-maratona. Etc.
A dúvida apertando os calos. E doendo nos calos. Porque os calos doem. E, repare, a dúvida não é virtude, é condição de ser pensante. (Por isso implico com os exaltadores da dúvida, que julgam mérito serem torturados por suas dúvidas. Como se isso fosse mais do que é: pensar apenas um pouquinho além de viver simplesmente)
É isso que me faz lembrar: desconfiar é quase o mínimo. Porque o Nelsão disse e porque só pode estar muito errado um pensamento que seja aceito por todos. É o risco. Como o povo ser a voz de Deus. O povo não é justo, mas faz justiça; Deus, se existe, tem que pensar além - como um que julga as ações por suas consequências e não por suas intenções. A deturpação que el bigodon me ensinou.
Fica assim: meu blogue, meu problema e meu prazer. Escrever aqui é uma maneira de falar sozinho. Falar sozinho é uma maneira de organizar a vida. Organizar a vida é uma maneira de viver sem ser apenas reação.
E por aí vai.  

20 de janeiro de 2013

Tem um erro que esquecem: há muita coisa chata quando o assunto é arte.
Assim, de certa maneira e com certo sentido, é imbecil classificar arte por chato ou legal. Mas, vá lá, diante de tanta chatice, o que fazer?
Não defendo que a Ivete Sangalo seja uma grande artista porque levanta a galera, nem tão pouco acho o Warhol fodão por ser àquele estranho dado à devaneios e profundidades questionáveis.
É mais reto, mais pessoal, mais viadinho - na medida em que 'pessoalidade' é um argumento covarde  e não uma opção sexual. Assim: muito artista satisfazendo artistas, muito povo e consciência social criando obras que respaldam os novos paradigmas sem serem grandes obras.
Então me fodo. Fodo-me sozinho. Porque nem isso nem aquilo. E, veja, algo há. Sou um tipinho artístico que vê várias coisas.
Teatro: gosto menos quando o que está em jogo é a capacidade intelectual de cada espectador. O mérito da sacada do iniciado. Prefiro o Z. Celso e suas massas de pelados , o Antunes e seu desejo de coros perfeitos, o Bortolotto falando com sua gang. Quero dizer: esse teatro que agrada aos fazedores de teatro é altamente suspeito. Uma coisa elitista que sorri e não gargalha. Prefiro os palhaços cabotinos dos circos pobretões.
Música: reflete o facebook e a moda alternativa compartilhada por todos. O amor na moda, as canções na moda, a simplicidade na moda. Prefiro o Iggy Pop, sempre excessivo, o C. Buarque quando não faz discos e a Ivete Sangalo quando não se leva à sério como cantora. Quero dizer: o bom mocismo e o amor não resultam em boas canções.
(...)
Ia falar de cinema e literatura, mas desisti. Uma hora eu volto. E explico melhor. Com sorte, explico melhor.
Assim: muita peça pra pouco teatro, muito teatro pra pouco público e muito público pra muita afetação.
(...)
Deixa pra lá.
(...)
Os dentinhos dos bebês coçam quando encontram a gengiva.

18 de janeiro de 2013

Um dia depois do outro até que a morte nos separe.
A carne e a alma (seja lá o que isso for) em um último adeus. A ternura mais bonita, a ternura mais dolorida: o último movimento da consciência dando sinal de adeus - o tchau derradeiro.
E o mundo ainda estará por aí e girará em seu eixo com a mesma velocidade de sempre. Um ou outro amigo a lamentar. Quem sabe um filho ou filha como contribuição concreta. Com sorte, um livro, uma peça; um treco pra chamar de obra.



17 de janeiro de 2013

soltar as pernas e perder alguns quilos. os planos e os medos dos planos. as crianças apáticas e uma triste sensação de que não se pode fazer muito. ao mesmo tempo ouvir as dicas: imposição da vontade, vislumbre de poder - tesão de bicho que caça e se alimenta do animal caçado. ouvir música alta e ter algum método. usar o tempo sem essa bobagem do aqui-agora. fumar menos, fuder mais e conhecer mais gente: porres inesquecíveis e grandes papos.

9 de janeiro de 2013

antes que vire rascunho

A tequila é cremosa depois do freezer.
Há ainda uma lata de boêmia na geladeira e estou na casa de papai e mamãe.
O cachorro late porque pode e, mais distante, outro latido surge como resposta.
É uma casa e não um apartamento. Pés medonhos sempre se arrastam pela rua. Bêbados, vampiros, ar gelado e Curitiba - cidade natal.
(Poderia culpar Curitiba por todos os meus males. Mas sou bom curitibano e discreto. Apenas sorrio. Mesmo quando surge medo, sorrio.)
É 2013 e deveria acreditar em promessas de ano novo. Mas quem, sendo decente e tendo alma, é otimista na época otimista? Eu não. Por incapacidade e, claro está, culpa de Curitiba.
Tem uma lógica que gosto: fuja das filas. O inferno não são os outros, é a maioria. A maioria sempre estará errada. Os publicitários sabem disso e, por isso, ganham dinheiro. Apostam no erro e enriquecem. Exploraram o gosto médio, amam o gosto médio, ficam rico exaltando o gosto médio.
Ah, esses cachorros que nem imaginam que são escutados...
Teve muita coisa, mas nada falei ou escrevi. Tenho lido pouco e, ainda pior, tento entender a economia da cultura.
(Em última estância, queremos apenas ser ricos. A vaidade, em meu caso, é tão grande que deliro em ser rico sendo artista. Um desperdício. Eu, um desperdício. Tanto estudo pra tão pouco dinheiro.)
Lembro, depois de um latido agudo e medonho, que não respondi ninguém do meu afeto. Meu afeto tem só uma matemática: gente que gosto à toa. Sem razão. Nem sangue, nem sexo, nem promessas. Gente que gosta de mim e que por mim são gostadas. Como se tudo fosse tão simples...
Penso em drogas. Assim: eu deveria usar mais drogas já que estou apático. Existem várias drogas. E drogas, em si, não são nocivas. É o velho papo da diferença entre remédio e veneno... Pena que não conheço nenhum médico inteligente, desses que sabem indicar as boas drogas...meu primo da farmácia não tem a ritalina e, vá lá, nem sou tão descolado assim. Quem sabe um psiquiatra da pesada? Quem sabe o plano cobra? Boletas pra sacudir, pilulas pra não se tornar chato, essas coisas...
É 2013 e há apenas um post aqui. O Facebook é culpado assim como Curitiba. Tenho humor e quase não gasto dinheiro quando há comida e álcool em casa. Um mistério. Mentira.
Eu sorrio, lembra? Sou discreto, sabe? E, por motivo que jamais saberei, todos os cachorros pararam de latir. Vai entender...