16 de março de 2013


  • o absurdo são os sorrisos. essa gente sorridente, esse branco nos dentes. os dentes todos. essa simpatia suspeita e essa beleza tão aceitável. prefiro ainda os feios, os desdentados, os muito gordos ou os muito magros. essa gente, que sem opção, só tem a inteligência como ferramenta de aceitação.
  • agora tenho um inimigo bem construído. ele é fácil de odiar. é estereotipado    sorri e fala com facilidade, é bonito, mas se compadece dos feios. meu inimigo é um jesus que não expulsa a chicotes ninguém. ele diz pra todos: vem! meu inimigo tem, contra ele, uma rima.
  • amigos perdidos. com consciência e afeto. pergunto a mim mesmo: é o caso de estabelecer alguma rotina para recriar um vínculo possível? minha dor: não é uma pergunta retórica.
  • não precisar é diferente de não querer. há muito erro aí. uma desculpa de confusão que agrada aos que sentem tesão pelo não saber. eu não sei um monte. e sofro. não saber é dor, não é prazer. só eu desconfio dessa gente que insiste que a dúvida é uma virtude?
  • tudo está em paz quando o entendimento é compartilhado. se todos dizem sim, o talvez é decente. não dá pra acreditar nos chatos: esses seres que querem ter prazer na hora errada. tipo ejaculação precoce: gozar cedo ou tarde é menos importante do que gozar melhor sozinho. o chato, esse profissional de calças largas, goza sozinho mesmo quando contribui para orgasmos múltiplos. 
  • minha inteligência é meu triunfo. e isso combinado a decência e tesão de criação conjunta. meu melhor sou eu com outros. eu só sou bom, mas não compensa. não nisso. no caso, esse teatro que tem sempre muita gente. tesão é gente junta sendo melhor do que normalmente se é. percebendo, sem racionalizações, que a vida é pouco e pode ser mais. inveta-se labirintos por tesão e não por desafios. o labirinto, meu amor, é só uma desculpa para aumentar a vida.
  • adeus e até logo. meu inimigo é bom e esse combate me interessa. sou discreto e não minto. isso não é virtude, é tática. vida afora meu caminho nunca teve reconhecimento. em arrogância lhes digo: nunca dependi da bondade alheia.