30 de janeiro de 2014

A dúvida não vale. É vaidosa e dá discurso. A dúvida se confunde com inteligencia e com profundidade. A dúvida é confortável e faz com que todas as opiniões tenham validade.
A dúvida, em 2014, é tão nociva quanto foram as certezas em 1504.
Toda dúvida que vem, vem com um secreto não. Você tem uma ideia. Você conta sua ideia pro amigo. E ele questiona sua ideia com uma dúvida que só leva em consideração o que NÃO pode dar certo. Seu amigo não duvida pelo que pode dar certo, mas pelo que pode dar errado. A dúvida arrogante que temos após vermos um filme e achar que mudando o fim poderíamos melhorar o filme todo.
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O leite diz: poxa, me derramei todo. ó a merda.
A dúvida diz: se não fosse leite, se fosse maçã, não teria se derramado.
O leite diz: mas mesmo que quisesse, eu não poderia ser maçã...
A dúvida: por isso mesmo.
O leite: mas...
A dúvida: não, to apenas falando, pensando junto. Entende?
O leite.: acho que não entendi.
A dúvida: rá, você é engraçado. Não precisa entender.
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Então vira post.
A merda do desejo de reconhecimento vulgar.
E apaga-se.
Que aqui sim.