7 de março de 2013

UMA ANEDOTA:
Repare no cretino.
Ele não informa, ele destila o seu conhecimento sobre a informação.
Por exemplo: o cretino sabe que dois mais dois é igual a quatro. Mas quando ele fala disso, ele explica:
"o um é a unidade mínima. o dois são duas unidades minimas somadas. por isso temos que duas unidades mínimas somadas com duas unidades mínimas somadas são quatro unidades mínimas. e assim chegamos ao quatro."
Quando o cretino explica, ele destila. E, se é inteligente, entende que seu campo de ação é impressionar idiotas. Ou seja: o cretino tem uma platéia sem muito senso crítico que não percebe que sua informação não precisava de tantos floreios. Os floreios, e a impressão que eles causam, é o lugar de excelência do cretino.
O cretino pode ser inteligente ou burro. Não é isso que está em jogo. O cretino é um hábil e sabe, como poucos, manipular suas informações. E, se é inteligente, tem consciência de que ao florear sua simples informação, ele a torna complexa e, portanto, aparentemente profunda.
O cretino turva as águas para fazer a poça parecer um rio.
UM TESÃO:
Reconhecer os cretinos. Reparar nos padrões que se repetem. A roupa do cretino, os olhos do cretino, a voz com pausas do cretino. (Pausas: essa farsa que o cretino usa para aparentar estar pensando. porque o não-cretino, se inteligente, pensa muito bem antes de falar)
Entender que, cedo ou tarde, o cretino será reconhecido como o cretino que é. Quer dizer: se ele se mantiver muito tempo com as mesmas pessoas, ele se tornará reconhecível. De modo que o cretino circula. Participar de tudo é um meio para aumentar seu campo de ação. Ele aparenta generosidade e sempre usa a primeira  pessoa do plural. O cretino não diz 'nós', diz ' a primeira pessoa do plural'.
VAIDADE:
Ter certeza de si, ser bem informado e calar diante de informações vaidosas que informam mal.
Algum pau na mesa.
E acreditar que a única virtude possível é não virar gado.