13 de abril de 2010

relatinho, afinal.



Sou influenciado por uma porrada de coisas. E isso é o que é. Nem bom nem ruim. Coisa plana e ululante. No avião penso que vou morrer. Sempre imagino que o avião vai cair. Voar é errado, eu repito.


Em casa e com foie-gras. Whiskey também. Deus abençoe papai e mamãe. E as sobrinhas, a irmã e o cunhado. Os amigos também, como não? Afinal, Deus é Deus.

Voltar pra suas origens é sempre um treco.

Me pego pensando...Me pego com cálculos loucos pra minha vida e minhas coisas...Sou um tipo que me ilude, eu sei. Gosto do delírio e embarco.

Penso no caga regra que diz não perca tempo. Lembro que em Inglês é não desperdice tempo.

Faz mais sentido em Inglês, não faz? Até porque tempo só se perde.

Então volto, então isso: quero meu pau reto como seta que indica o caminho. Deus! É muita jogada aí! Eu jogo também, mas confundir as coisas é o tal desperdício de tempo. E, bem, mesmo sendo eu mesmo, eu digo: há limites para crianças tristes.

(Ah, o mal do trocadalho. Aramico me entende, eu garanto. E Bill também.)

Mas volto. Nem nada de novo e nem nada de velho. Eu mesmo após 4 dias em família. As loucuras de onde vim. Origem e caixão. Família: a grande invenção para o bem e para o mal. E claro está que tenho sorte: minha família é legal.

(Minha sobrinha perguntou pra minha irmã se nossa família é normal - o que prova pra Fernandinho que minha família é legal.)

E óbvio que isso não quer dizer muito. Até porque há chatices profundas e antigas ali dentro. Mas como moro longe aproveito o privilégio e deixo as chatices de lado. Foie- gras e Whiskey, vejam só.

"Família que fuma unida permanece unida", disse pra San que concordou e entendeu. Até riu, mesmo eu achando que ela anda triste. E minha mãe achou também. Até porque faz sentido ela estar triste.

E meu pai, canalha e mentiroso profissional, falou pra minha sobrinha mais nova que a Preta vinha também. A Preta, veja só. Ela mesma, A Preta. E, buscando as crianças na escola, tomo um choque com a Kauana que pergunta: - Cadê a Preta?, olhando pros lados. Eu pergunto: - que Preta? e ela diz: - A Preta!, como se só existisse uma Preta no mundo. Meu pai ri e lembra da mentira que havia contado e esquecido. É fato: meu pai tem humor.

Piada boa pacas, admito.

Até comento com ele: - A Preta casou, sabia? / - É mesmo? / - É, vi em foto de orkut amigo comum / - Rs, esqueci que tinha dito isso pra ela / - Bela piada, bela piada.

Em piadas como essa eu entendo quem eu sou e por que eu gosto do meu pai. Meu pai, grande cara - mesmo que mais bundão depois da diabete.

(ok, ok, eu confesso: ele deve ler isso e não resisti. é o tipo de piada que faz com que sejamos pai e filho. e apenas isso: pai e filho. nada de amiguinhos: pai e filho, eu repito)

E houve Pernil no sábado e Feijoada no domingo. Isso sem contar a sexta feira regada à lanches, pizzas e crianças.

Minha mãe discretamente satisfeita por ser a matriarca da casa. A Xota-Rainha do seu reino na Vila Hauer - digo sabendo que ela deve ler e ficar 'chocadinha' por eu a chamar de Xota-Rainha.

Tudo certo. Mãe e Filho. Pai e Filho. Irmã e Irmão. Cunhado e Cunhado. Sobrinhas e Tio.

É esse meu esforço: não perverter as relações de sangue por intimidades bestas como minha mãe saber que eu já fumei maconha e meu pai saber que já cheirei cocaína.

Tudo certo, eu repito.

Meu sangue correndo e lembrando de onde veio. É apenas disso que se trata. E nem quero pensar nos imbecis que acham que vinculo de sangue não quer dizer nada. Imbecis, eu disse.

Minha alegria promovida por foie-gras e whiskey. Que seja. Não é o que parece. Foie-gras e whiskey é apenas modo de falar. Símbolo para imbecis. Para imbecis.

E imbecis, definitivamente, não me interessam.