1 de junho de 2011

1 metro e 58 centímetros, ela disse.

Ela fala sobre "fodas fantásticas" e sobre "Rock'n'Roll".

O problema não é o Rock ou a atração irresistível que ela sente por gente suja. O problema, claro está, é a crença em "fodas fantásticas".

Ela diz: "pica de mel", "caceta de ouro" e "macho fodedor".

Eu não entendo, eu sou católico. Eu tento e pergunto: - de que você tá falando?

Ela nem liga e diz que quer um Macintosh. Comenta sobre as vantagens do Mac e ressalta que o "último macho fodedor" que conheceu era um cara que entendia tudo (tu-do, ela diz) de Mac.

Eu tenho limites e tento me impor. Falo de Deus, do Diabo, da Árvore Proibida. Ela ri e pergunta se eu curto o Metállica. Digo "não sei" e ela diz "eles são super católicos".

Fico surpreso e sorrio. Eu sempre sorrio.

Esse papo não tem sentido, mas, quem sabe?, ela me dá. Penso isso e penso o óbvio: não dá pra acreditar em quem acredita em "fodas fantásticas".

Daí, depois de pedir uma tequila (ela disse: tequila now), comentou sobre o câncer do pai e sobre como sua mãe parece satisfeita em ter um marido moribundo.

Ela riu, eu ri e a gente ria. Confesso que nunca vi tantos dentes em uma mesa. Tesão, seu nome é dentes.

Mão na mão, mão na coxa e beijos como mordidas.

Dane-se o "Rock'n'Roll", os sujos e as "fodas fantásticas."

- Se você é católico mesmo tem que me dizer 'eu te amo.'

- Eu te amo, eu te amo.