17 de novembro de 2009

><

Aquela gorda do metrô era um escândalo. Pena eu implicar com gorda.
Porque sou gordo - e gordo e gorda trepando é um ballet triste de se ver.
Ela era uma dessas gordas fartas, de peitos enormes e braços roliços. Pensei que ao lado dela estaria sempre protegido porque aqueles braços eram fortes e vigorosos.
Ela tinha um rosto delicado e uma boquinha de desenho animado. A boquinha, muito vermelha de batom barato, era quase um coração.
Gorda sim, mas não roliça. Gorda que mantêm as curvas e as formas, que não parece uma azeitona ou um pino de boliche.
A gorda desceu em Botafogo e andava calma e sonhadora, como só uma gorda poderia.
Dava uma mordida na barra de chocolate e passeava em direção à saída da São Clemente.