13 de março de 2010

relatinho sem fazer a barba.

Estalo uma cerveja às cinco da tarde. Preguiça de se barbear e recolher os pêlos que caem na pia e no chão do banheiro.
Meu arquivão tá aberto desde que acordei, mas há pouco o encarei e fiquei satisfeito. Escrevi, reli, gostei e senti que era o caso de estalar uma lata.
Tenho que ir almoçar. Só cigarro e cevada não dá certo. Mas sei que não vou beber muito. 4 latas no máximo do máximo. É um sábado calmo e quem sabe, daqui a pouco, eu beba um chá.
Nos últimos dias tenho lido com compulsão. Espalho os da vez na cama e fico lá, pelado e com o ventilador na fuça lendo 3 ou 4 páginas por vez de cada livro. Sou quase um monge.
A Ro Ro me acompanhou nesse sábado. É uma descoberta ouvir ela gemendo suas coisas. Assim como o Erasmão, que é um dos da vez mesmo sem ter tocado hoje.
No sabadão há uma quantidade enorme de punheteiros que vêm parar no meu blogue. Fico impressionado com o que eles perguntam ao google, coisas como "vejo orkut me masturbando punheta", "adolescente de 15 anos se masturbando" e "buceta miúda" os fazem parar por aqui. Peço a bênção ao sitemeter e concluo que ter filhos em tempos de Internet acarreta em preocupações que meus pais não tiveram.
Agora o fim do cigarro e a 4° lata. Uma sincronia quase perfeita.
Hoje é sábado e há belas mulatas pelas ruas cariocas.
Tomar banho, almoçar e ver o mundo.
Quem sabe até beber um chá em boa companhia.

nenhuma ameaça lá fora.

Saquei os movimentos daqui de fora. Pensei por que fiz distinção entre o último e o penúltimo. As coisas que interessam são sempre poucas sempre poucas. E olhei pela janela e vi o rapaz: ululava o óbvio com uma cara simpática e semi suja. O legal descolado visto nas festas alternativas e nos cinemas do unibanco trajando casacos listrados e retrôs. Lembrei do lance da persona que li esses dias. O risco de se confundir com a imagem que se projeta.
Me lambi mais um pouco e fiquei olhando as paisagens: casas de hippies, ladeiras de Santa Tereza, móveis rústicos herdados pelo avós italianos e garotas lindas que imitam pin ups. A flora repetida do popcultmoderninho. Gente parecida demais.
Como explicar?
Minha vaidade é ser amigo de A, por exemplo. Ele usa camisas de gola, calças vermelhas e dança nos sambinhas da Lapa. E a gente se encontra pra beber e falamos por horas. Eu volto bêbado pra casa e ele vai pro seu sambinha. Nôs damos bem, mas não somos cópias um do outro.
Nas paisagens que vi era tudo muito colorido e encantador. Belos sorrisos, euforias imensas e amigos íntimos feitos há duas horas atrás. Todos, sem exceção, com casacos listrados e retrôs.
Por isso me acalmei. Prefiro outras paisagens. Com mais decadência é certo, mas também com mais mistura e resquícios daquilo que chamo de alma.
Alma é um treco que se inventa e se desenvolve. Alma não nasce com a gente. Como diz o Tio Jung: ter alma é a ousadia da vida.