16 de maio de 2014

anônimo.

eu
não
quero
ser
eu
embora
eu
goste
do
que
eu
sou
e
de
mim
mesmo.
Vou
brincar
de
outro,
que
é

outro
jeito
de
ser
eu
mesmo
ainda.

11 de maio de 2014

(s.r.)

Estar vivo é complicado e sempre será. Minha sobrinha, com 13 anos, já percebe isso. Ainda não sei se ela será um humano, demasiado humano ou um humano-animalizado. Tem a ver com estar vivo e ser cônscio de estar vivo.
Acho animalizado, por exemplo, os status do FB que exaltam mães no dia da mães. Como um mastigar de vômitos, um ruminar. O óbvio ulula triste em situações assim. Penso: diabos, a maioria da humanidade vive mal e exalta estupidez. Não defendo meu ponto de vista, não quero que concordem ou não comigo. Não é disso que se trata.
Há manhãs em que acordo e que sinto a vida como entidade fatal. Como algo grande, profundo. Nessas manhãs fico meio exaltado e penso que quero conversar com a humanidade sobre as grandes dores ou grandes alegrias. Que quero falar da vida, sobre a vida, com outros vivos; mas não do que se fala todo dia, se vive todo dia. Quero, em dias assim, conversar as grandes coisas. A vida não interessa sempre. Interessa em seus grandes momentos, quando se percebe uma Vida imensa e terrível.
Mas a gente tem que ter emprego, a gente tem que acordar cedo, dormir cedo, sentir cansaço; a gente tem que casar, que constituir família, que suar para ganhar nosso pão; a gente tem que achar a vida dura, tem que reclamar da vida, tem que ser ansioso pra demonstrar alguma paixão. A sociedade não tolera não ter emprego, não sofrer, não ter família ou não reclamar. É estranho, mas o mais intolerável para a sociedade é não sofrer.
Um exemplo vulgar: o assassino frio. A sociedade até entende que um mate o outro, é normal, faz parte da nossa história humana. O intolerável é o assassino que não liga por ter matado, que não pede perdão pelo seu crime, que não sente culpa e não sofre pelo ato que ele cometeu. Em 99% dos casos, nossa ideia de justiça segue uma única lógica: que ele sofra pelo seu ato; que seu sofrimento o torne melhor; que ele reconheça seu erro e pague por isso (ou peça perdão).
Minha sobrinha tem 13 anos e seus hormônios a atingem e ela vive em sociedade. Eu não lembro exatamente como era ter 13 anos; mas lembro que, nessa idade e até antes, sentia que ninguém entendia nada de nada do que se passava comigo. Aos 7 ou 8 eu chorava e chorava. Tem até uma foto minha nessa idade onde estou chorando. E toda vez que revejo essa foto, lembro dessa sensação: dor imensa, choro fundo e sincero de criança de 7 ou 8 anos.
Na adolescência comecei a articular os pensamentos. Entendi que vivia em sociedade. E que assim era. Mas na adolescência o lance era antagonizar e impor-se sempre que possível, desafiando àquela gente que queria dizer como a vida funcionava.
Agora sou adulto. Não choro e choro e nem antagonizo loucamente. Tenho lá meu equilíbrio e entendo da vida. Entender da vida, no meu caso, é meio entender que não há mesmo muita solução. Que a gente vive como pode, como dá. E que nossa receita de vida vale menos do que gostaríamos. Claro que há muitas vidas piores e muitas vidas melhores. Claro que esses melhores e piores dependem de valores e crenças que nunca são verdades absolutas.
A vida ta aí e eu penso. Sou um tipo que pensa. Que sente prazer em pensar. A vida é real e há blogues, amor, redes sociais, suor e grande alegrias. Grandes tristezas também. Não importa.
A vida ta aí. Tem um bocado de coisa. Não é simples, mas acontece no tempo e no espaço. A vida é real. ( e como é REAL não importa-se com bom-ruim, melhor-pior.)
Gosto da vida. Sei que estou vivo. E sei que estar vivo é uma coisa que passa.
Gosto de ter 32 anos e estar em 2014 e ter um blogue.
Um homem inventa suas coisas. Um homem sente prazer por inventar suas coisas. Um homem vive e, enquanto vive, pensa.
Gosto de imaginar que não estou caindo nas armadilhas mais óbvias. Espero que esteja certo e que tenha uma boa história pra contar entre meus 25 e 33 anos.
De todo modo, existi. Não peço desculpas por nada. Não gosto de quem pede desculpas. Implico com os motivos escolhidos para as desculpas; porque sou implicante e penso. Gosto de pensar, eu já disse.
A vida ta aí. E é imensa. O tamanho não é documento. Reconheço a vida ser imensa. Desejo a vida imensa.


5 de maio de 2014

À benção, sr.Crumb. (s.r.)

Eu mesmo. Como não? Dentes fortes e inteligência tinindo. Não vale pensar coisas vagas como 'quem é ele agora'. Ele, eu sou. Eu mesmo. Não acredite em gente que vira outro (a). Que muda muito, que muda demais. Eu mesmo. Ego forte quando pode e consegue. Variando. Dias cinzas e calmos também. Sem bobagens como alegria ou tristeza. Eu mesmo. E espio frestas e tento lembrar do passado sem mentir muito pra mim mesmo. Você linda, de quatro; ou então louca e desagradável, descontrolada por barulhos de obras ou do vizinho. Lembrar do passado sem cair na armadilha de achar que todas as lembranças são reais. É duro, duríssimo. Há vezes em que esqueço e cogito que casar e constituir família é a grande sacada. Ó que louco. Imaginar que correntes e bolas de ferro podem libertar. Ó que louco. Acreditar em libertação, coisas do tipo. A mesma estupidez dos que cogitam a liberdade como bem em si, como coisa, como virtude, como ambição de fortes. Liberdade, meu amor, você é da ordem do pensamento humano, demasiado humano. Não é pouco. O contrário.
Eu mesmo. 32 anos. Certeza que não se vitimizar é um esforço diário. Ver os olhos que me vêem, ouvir o que dizem os olhos que me vêem; entender que os olhos que me vêem, querem mesmo é falar. Como se falar fosse necessário ou importante. A ideia gasta dos espíritos fracos que insistem que TODA opinião é importante (ou válida). Não, não é. Não é mesmo.
Então eu. E meus dentes fortes. E o pau que faz de conta ter olhos e mirar. Opaumeutãobemvalorizadoporfêmeastãogenerosas. Tão generosas as fêmeas, de modo geral. Tão mais fácil ser macho. Mundo de incertezas: grelos falantes e tristes prepúcios, título de novela infanto juvenil à ser lançada sem sucesso no mercado editorial. As piadinhas que só eu acho graça, como um dom quixote que nem se importa com as frustrações e o mau humor engraçado de seu servil sancho.
A alegria de ter um cérebro que entra em livros, filmes e papos de bar. Eu mesmo. 32 anos e essa coisa teimosa e arrogante: Ah, Fernandinho, bem melhor ser você que qualquer outro ser que conheça. Meus dentes fortes, meu cérebro tinindo e leitura do Crumb.
Bundas, bundas vastas, somos todos pervertidos sexuais.

1 de maio de 2014

> estúpida e sincera alegria <

  • sentir-me feliz pela rotina de acordar às 6:30 por três dias consecutivos. 
  • fazer contas e vislumbrar duas boas fontes de renda pra os próximos 2 ou 3 meses. 
  • entender que nada REALMENTE me ameaça. Em outras palavras: não me iludir e não acreditar muito em SEGURANÇA.
  • Olhar mulheres que me darão caso me esforce minimamente por isso.
  • Utilizar mais o telefone. E-mail é informal. Virtual tende ao informal. O telefone é imediato. E bem mais concreto que um e-mail ou mensagem.
  • Compreender que minha inteligência é TODA diferença que interessa; e tenho. Por ser inteligente não posso acreditar muito em SEGURANÇA ou INSEGURANÇA, por exemplo.
  • Assumir o ego (ambicioso de ser forte) e os delírios de grandeza como parte constituinte da minha natureza. Não reprimir os delírios de grandezas.
  • Enfrentar situações embaraçosas sem pensar muito. Usar o subterfúgio de reflexão íntima em terceira pessoa: é embaraçoso para todos, todos mesmo. Tua vantagem são seus livros e seu cérebro. 
  • Fazer, no mínimo, 5 (cinco) flexões por dia. Talvez, um dia, as 5 sejam 10 e assim por diante. Fazer (inventar) coisas desse tipo.  Meio racional, meio senso prático vulgar: desejo de suor. Ou então: uma lógica que tá nos trecos que li do Hemingway. 
  • Dar o mesmo valor para dor e para o prazer. Não cair na armadilha de dor = ruim; e prazer = bom. Ser mais esperto que isso. Não é simples, como pode aparentar. 
  • R. Crumb e quadrinhos sobre perversões e 'meus problemas com as mulheres'. Identificação louca e tesuda.
  • delirar, meio calmo e sem pressa, pelo barbloteca, esse local que ressalta o óbvio: álcool e literatura combinam pra CARALHO.     

28 de abril de 2014

A questão, se questão há, é como aumentar a própria potência e não se tornar um escravo de si mesmo.

  • Hoje, eu, por exemplo: satisfação de acordar cedo, dormir pouco e sentir que 'o dia foi duro'. Uma alegria que resiste mesmo agora. Estou cansado e feliz, como o mais inocente dos animais domésticos. 
  • Penso em um boi vaidoso. Varão. Reprodutor. Boi bom de carga. Quanto mais carga, mais feliz. Um boi como nunca houve. Trabalhou duro do dia em que nasceu ao dia em que morreu. Um boi que, inclusive, causou inveja em sua turma de bois.
  • O prazer do suor é algo concreto, objetivo. Sua-se e sente-se bem. Há explicações químicas, inclusive. Endorfinas em veias e artérias.  
  • Esse prazer do suor e do dever, foi bem, muito bem, compreendido pelo Hemingway. Ele faz a pesca recreativa parecer a coisa mais interessante do mundo. Não é pra qualquer um.
*mundo de gracinhas. perdi um bom pedaço do que escrevia. mudava de assunto, dizia mil coisas: blogue, séc. XX, Bukowski falando de Hem,  etc. e tudo sumiu. e assim que é. e foi. e blog em 2014 é quase uma língua morta.  

25 de abril de 2014

Saudades de mulheres
que me perseguiram
e insistiram
e mostraram que eu gostava
de coisas que eu nem imaginava gostar.
Saudades de mulheres insistentes
e chatas e loucas
que sempre me trataram bem, muito bem,
obrigado.
Saudades de mulheres
que me perturbaram
e infernizaram minha vida
e fizeram eu sentir as
coisas mais tristes e intensas
que se pode sentir.
Saudades de ver filmes e dormir;
e achar que o dia foi ótimo.
Saudades de mulheres
sempre tão melhores
que as maiorias
das companhias.

24 de abril de 2014

Pensamentos que insistem e coisas do tipo. Tem ouvir Caymmi e lembrar do Hemingway. E pensar que estão lá. Os dois. Contemporâneos, inclusive. Agradeço até a NET.
Isso para provar que esse papo #gratidão é uma enorme papagaida.
Lindinha branca que curte bons moços e, talvez, seja REALMENTE seu esteriótipo.
Beber e flertar com os grandes pensamentos. Você pode querer se enganar, mas eu garanto: existem pensamentos grandes; grandiosos. Você não os ter não faz com que eles não existam.
Tenho desconfiança e dificuldade no trato social. No metrô mesmo pensei: volta pra casa. Não voltei. Há um tipo de evento social que me agrada. Tenho que entender melhor. Mas é parecido com o que hoje foi: pouca gente, bom papo e área de fumante.
Existir é complicado; existir pros outros é mais complicado ainda.
Deliro que está tão perto e é tão possível; e decente. Tem certa sabedoria que merece crédito e pratas. Eu tenho. (Pensar com mais crueldade e pragmatismo é meu desafio pessoal, concluo agora)
Pensar vaidoso e estúpido: pessoas interessantes. Papo bom, sem blá blá; inteligente, mas sem encher o saco, entende? Há conversas interessantes mesmo, sem bláblá de troca, convívio ou coisa do tipo. Queria me fazer entender. Espero ter conseguido.
Reconhecer a alegria da música que encerra o post: https://www.youtube.com/watch?v=j5Omn2tGvQo
Tristeza bonita, coisas do tipo.

21 de abril de 2014

Eu aqui. E muito prazer. Estar vivo e respirar, a alegria mais vulgar. E delirar com uma possível vantagem: também penso, ó pá. Sou o que se chama por aí de ''um tipo que pensa''.
prazeres e desejos variados, por isso notas:

  • A mais linda com os olhos mais fundos. Olhos pretos, pretos demais. Preto que parece morte, mas é bom de olhar. Conheci em um curso sobre empreendedorismo criativo (sim, eu frequento lugares assim). Linda, linda. Criava essa confusão de, por excesso de simpatia, aparentar pouco apelo sexual. O apelo sexual era enorme, mas pouco aparente pra quem acredita em boas intenções e coisas do tipo. Tesão. Olhos pretos e pele branca, bem branca.
  • Sentia-me à vontade e queria que ela notasse que eu a olhava com tesão. O rosto lá, com uma borboleta na boca e mil dentes em um sorriso. Pensei: tenho que a fazer me olhar sem sorrir. 
  • Ela usava um óculos que aumentavam seus olhos pretos, muito pretos. Olhei, virando o corpo e todos os membros em sua direção. Ela sorriu, ela ficou sorrindo por 9 segundos e depois tornou-se séria e tímida. Olhei seus braços, seu decote e voltei ao seu rosto que não sorria. Os olhos pretos nas lentes dos óculos eram buracos negros. Linda, branca muito branca, olhos pretos muitos pretos e infinitos graças às lentes dos seus óculos.
  • Reparei que ela repetiu a roupa e meu tesão disparou. No último dia, um pensamento obsessivo falava ao meu cérebro: a vagina deve ter cheiro forte, como só é possível em pretas muito pretas ou brancas muito brancas. 
  • Dois beijinhos no rosto. Telefone rápido. Internet e a falsa cumplicidade de mensagens no FB. 
  • Tristeza é não ser engolido por olhos pretos e vagina de cheiro forte. 

13 de abril de 2014

aqui eu. é domingo. há solidão. física. solidão física. ataco romeu e julieta. re-leio depois, acho, de mais de 10 anos. will é foda. teatro é foda. vontade de fazer teatro. fazer teatro é muito, muito tesudo. é difícil explicar, mas tem umas coisas que acontecem durante os ensaios. é algo que nos perturba, que faz a gente pensar em pra sempre e coisas do tipo. a merda é que o tesão é tão grande que faz a gente tratar tesões menores como tesões inferiores. e isso, de julgar o tesão menor como inferior, é um erro; e também uma confusão pr'àqueles que fazem teatro.
então isso. confusão dos infernos. tem consolo, claro que tem. o consolo é assim: a vida pode ser enorme e tesuda; se ela não é assim, é uma pena; saber que a vida pode ser enorme e tesuda, na minha opinião, é melhor do que não saber que a vida pode ser enorme e tesuda. gosto de saber disso. prefiro que seja assim.
se a minha vida não for enorme e tesuda, não vou dizer que a vida não é enorme e tesuda, vou dizer que a minha vida não foi enorme e tesuda.
usar o blogue como nuvem e escrever porque tem prazer e porque sempre há àquela loucura de pensar 'agora vai'. e no meio disso o melhor presente já ganho: o disco do aldir blanc cantando. uma coisa linda, uma das tristezas mais bonitas já gravadas em nome de disco. (não ligo pra lp's, ligasse e houvesse, seria meu primeiro lp).
Me ama, coração.
Diz que pensou muito bem e que seu atual marido é um imbecil.
Fala mal dele pra mim. Me conta que seu pau é torto do jeito errado e que quer fazer uma loucura.
Diz que desistiu dos filhos, da família e do emprego público. Fala que tem que fazer uma coisa e pergunta se pode se esconder no meu aparteamento por no máximo 14 dias.
Faça a ressalva: "não sei se treparemos de novo, entende? não gostaria de ter a obrigação de treparmos apenas por estar aí, sabe? Seria bem desagradável trepar sem vontade, né?"
Ressalva feita, eu digo sim e comento: "que mal pode surgir de apenas 14 dias?"
Daí a gente se casa. Vende a merda toda e muda prum palacete no cu do mundo.
Ou a gente diz legal e diz adeus. E nem liga que isso ou aquilo tenha dado errado.
Sabe, coração:
o que não dá mesmo é pra achar que esse tédio é normal.

12 de abril de 2014

(queria ser o hemingway)

Estou no RJ desde 2001. E, a partir de 2002, frequentei o bar do Coimbra. É um pé sujo do outro lado da calçada. Tem a virtude da conveniência. Como casamentos, empresas e projetos de longo prazo. 
Há cinco ou seis anos faço, de fato, parte do bar. Tenho apelido (só a Dái sabe meu nome), converso com a maioria dos frequentadores e estou à par dos assuntos da vez e fofocas gerais.
Desde de 2002 vejo seu Luis por ali. É um coroa que trabalha num dos prédios aqui perto e que conhece todos, cumprimenta todos. Lembro do dia que seu Luis me deu a mão para dizer oi. É concreto. Pessoas que se cumprimentam com aperto de mão; não com um olá de cabeça ou um tapinha no ombro.
Observo com mais interesse seu Luis desde então. Bebe duas ou três, a mulher sempre por perto (ali ou no bar da frente), a filha (meio gostosa e meio comum) que volta e meia aparece. Seu Luis sempre levava uma cerveja pra casa, com uma sacola de supermercado que ele mesmo traz. 
Esse semana reparei que ele tá indo, dando a mão, mas bebe uma ou duas garrafinhas de coca cola. Sua atitude é a mesma, o seu jeito é o mesmo. A diferença é só uma (e é grande): bebe garrafinhas de coca e volta sem nada em sua sacolinha de supermercado.
Espero que o motivo seja um exame. Coisa de dias ou semanas no máximo. Se for uma doença, algo grave e que o impeça de carregar sua sacolinha de supermercado com a última do dia, concluirei que Deus, se existe, entende muito mal os seus filhos amados. 

o julgamento da menina linda
-
Nenhum humor,
apenas um suspiro de indignação.
Um jeito de recriminar antigo, ancestral.
A recriminação que olha de cima,
que torce o nariz
como a última baronesa do Séc. XVIII.
-
Nenhum humor,
acredita em atitude positiva e boas intenções.
Propaga o amor generalizado, sem alvo
e deseja o bem a qualquer um.
-
Nenhum humor,
não ri com piadas de peido,
não se diverte com pirocas gigantes,
não acha engraçado tirar sarro dos outros.

11 de abril de 2014

s.r

A gente pede desculpas pra muita gente. E geralmente pelos motivos e para as pessoas erradas(os).
Muita loucura nesse mundo. Digo daqui, como privilegiado espectador que sou.
(Eu sei, faltam-me as pratinhas, mas, que diabos, isso seria motivo de não opinar?)
Assim:

  • na palestra o encanto de ver uma coroa gostosa e sagaz que eu já cheirava à tempos. Ela é surpreendentemente gostosa; sagaz eu já sabia. Penso que queria ela pra mim. E em sentido amplo. Diabos!, estar solteiro é esse tesão sem sentido e prazeroso.
  • uma dor louca e verdadeira. Com arrogância no colo e sentido de existir: minha inteligência e meu conhecimento são reais e bem vastos, falta-me mesmo é um campo de ação. 
  • meus 33 anos são meu paradigma já estipulado. Morre-se ou ressuscita-se: tipo Cristo. Mas sem as paranoias espirituais que tanto agradavam Jesus segundo os evangelhos. Morrer ou ressuscitar. Só isso, tudo isso. 
  • Faço minhas contas. Fudido estou faz, pelo menos, sete anos. É uma merda, mas a gente se compara com os outros. Vejo meus amigos, ouço suas histórias e concluo o óbvio: fudidos, estamos.
  • Apenas eu. E também minha dor e alegria. Não se pode poupar ninguém das dores. As dores, infelizmente, são normais. E também os prazeres e as alegrias. 

8 de abril de 2014

189.60.71.# (Unknown Organization)

Há um número que se repete nos últimos seis ou sete dias. Penso em mulheres porque gosto delas. Torço por elas à meu favor. 
Queria a mulher do número que se repete.
A mais original das mulheres em 2014; vê blogues e insiste.
Queria saber,
queria saber se,
queria inventar que sim 
queria acreditar em 'pra sempre' e todos diabos.
-
nunca mais cartinhas,
nunca mais a ternura grátis,
nunca mais a inocência
dos primeiros amores. 

7 de abril de 2014

(juntado dos rascunhos)

1
A vida oscilando entre bom e ruim.
Uma coisa antiga, normal e desagradável.
Fomos educados de um jeito torto e tendemos a achar que o ruim é mais verdadeiro do que o bom.
De forma que cogitamos o sofrimento possuir virtudes secretas - e isso é tão real quanto a energia positiva que jogamos ao mundo e volta porque era positiva e foi jogada.
(uma ideia de causa e efeito infantil. uma ideia simples e vulgar. e convincente e conveniente também: se o certo foi feito, o certo será recebido)



2
Há tanta dor na jogada.
Tanta loucura de pensar que escolher é possível.
Tanto risco de liberdade, de alegre crueldade e de insano desejo de poder.
A vida é vasta e sentimos em excesso.
Tem muito de tudo.
E de modo geral tudo é possível.
A gente dá cabeçada nas possibilidades,
se (e quando) possibilidades existem.


3
se não há possibilidades, se você apenas tem que comer e fazer coisas pra sobreviver;
se apenas o imperativo biológico da sobrevivência é seu guia, então você está mais calmo e mais conformado;
talvez até esteja feliz e com razão.

2 de abril de 2014

=


  • O rapaz é tão profundo que ninguém entende o que ele fala. Causa espanto e comoção. Quanto mais incompreendido, maior o tamanho do gênio, berra o censo vulgar. Além de seu hermetismo tático, tem (e usa em seu benefício) uma doença crônica que lhe exige severos sacrifícios. 
  • Escravos da impressão repetem: logo percebi que você era diferente. Creem eu sua percepção como juiz, mas maldizem os que julgam. Exaltam boas intenções e reforçam que o importante é o pensamento positivo. São pessoas gratas e escrevem nos feeds: #gratidão. Insistem que a natureza é boa; acreditam que bom é valor em si; e não uma moral adequada. 
  • Sempre sofreu com a solidão e com a loucura. Sempre teve a estranha crença de que a feiura do feio sapo, tornava o sapo um ser especial. Beijou sapos sempre esperando príncipes. E até os engoliu. Por um estranho prazer que só a repetição de um hábito estabelece, descobriu que o gosto do sapo não era tão ruim e que, até o contrário, tornava-se melhor a cada dia. 
  • As poucas mulheres que tive me estimularam a ser mais leve e feliz. Sempre achei bom elas me estimularem nesse sentido. Houve dias e tardes muito bons mesmo. A gente fazia amor e eu era leve, feliz e tinha uma boa mulher comigo. Mas não sou (ou me tornei) leve e tranquilo. 
  • Gosto sempre de lembrar do Édipo; esse consciente que entende que é melhor arrancar os olhos do que tentar dar sentido para certas coisas que se veem. 

31 de março de 2014

MiBranquinha

Madama White:
=
=
Diz: eu aqui.
Ou então escreve em mensagem de celular:
esperando, porra!
Quer fazer surpresa?
, do tipo:
sem botas e sem calcinha.
(claro que eu também te amo,
claro que é uma excrecência
a gente ficar tímido
por falar 'eu te amo')
Diz:
tudo certo,
estou esperando a mensagem.
Ou Algo como:
cavalinhos,
hoje,
à partir das 15 hrs.
Imperdível.

28 de março de 2014

Se não fosse tímido no facebook, preenchia no meu feed:
-
A pior bobagem, dita e repetida pelos piores bobos: acaso não existe.
-

EX


  1. Tive uma vizinha que só percebi que era linda depois de muito tempo. Moramos 4 ou 5 anos porta à porta. Tratávamos-nos de maneira educada, mas jamais éramos esfuziantes. Vendo agora cogito sermos pessoas que correm o risco de serem parecidas demais; e, por tanto, jamais arriscam alguma intimidade. Preferem um estranho à um parecido demais. 
  2. Ela era bonita de modo geral, mas era o tipo que se incomoda com barulho de criança e que acha divertido discutir com vizinhos de coluna. Bebia e fumava, tinha bunda, peitos e era Fêmea no F maiúsculo da coisa. Uma vez, por acaso, encontrei com ela que acabara de deixar o namorado no elevador. Ela estava feliz e apaixonada. Gemeu um ahhh longo pra mim e disse: tão bom estar amando. Nunca esqueci daquilo. Ela fugia do seu próprio esteriótipo.
  3. Não lembro como, mas ela disse que não queria ter filhos. Antes mesmo de poder reagir, ela disse: odeio esse desprezo que pessoas como você tem de quem não quer ter filhos.
  4. Nunca houve um papo que durasse meia hora. Então nem posso dizer que a conheço, embora saiba quem ela é, qual o seu nome e onde mora atualmente. Temos amigos comum e também um ou outro mesmo interesse. Mas nunca nos conhecemos. A loucura é que provavelmente nunca nos conheceremos.   

25 de março de 2014

A cabeça estava no pescoço. E todo medo sentido vinha de algo humano, muito humano: quem tem cu, tem medo.
De modo que, apesar de tudo e toda dor, tudo estava certo.
Não era perfeito, não era bom, não irradiava energia positiva pelo planeta.
Mas estava tudo certo; e era como era.
(Dois anos antes, talvez pouco menos, havia interrompido a superstição de dizer-se alegre ou triste, pessimista ou otimista.)
Então seguia. As tarefas, os desesperos, as vontades. Estava tudo certo.
Sentia-se só e, às vezes, lamentava sua solidão. Mas mesmo isso estava certo. Não porque a solidão era certa, mas porque conhecia boas companhias bem acompanhadas que também não se sentiam lá muito bem.
Acalmava-se quando dizia pra si mesmo: estou vivo, sou um ser pensante e tenho colhões. Era simples. Não porque era mesmo simples. Mas porque estava vivo e era pensante e tinha colhões. Tinha cu, tinha medo e, às vezes, acordava com um bruta vontade de chorar.
Com todos os erros e loucuras não negava a vida. Ela tava lá, sempre lá; até quando não a alcançava, a vida tava lá.
Era real, era bonita, era triste, era um milagre.
Ele estava vivo e sabia disso. Não sentia-se especialmente bem, mas sabia dessas coisas.
Estava tudo certo.

19 de março de 2014

Dias de inferno.

-
Talvez passe, talvez vire a história glamorosa de uma vida editada.
Talvez apenas afirme o conhecimento: viver repete a única questão original: por que, diabos, existimos ao invés de simplesmente nunca ter existido?
Então busco saídas. Mesmo sabendo que a merda é geral e que saídas reais não existem.
No meu caso, saídas são: livros, poemas, arquivos abertos e um ou outro delírio sobre super-mulheres.
A gente coça, mata a pulga e continua a coceira.
Há 7 ou 8 anos atrás uma enxada ou uma buceta me dariam sentido.
Não mais, acho eu.
(e reconheço que enxada e buceta são instrumentos úteis, verdadeiramente úteis)
Ontem descobri que insônia não tem nada a ver com não conseguir dormir. Insônia diz respeito a não querer acordar e começar um novo dia. Pode parecer bobagem, mas não é. O sono está lá, o desejo de dormir está lá. Mas não se dorme. Porque dormir, dando tudo certo, é acordar pra um novo dia novamente. E isso sucessivamente. Até o dia em que, bem velho, se pensará que não acordar pode ser uma morte interessante. Ó a merda. É real. Eu pensei. E pior: fez sentido.
E ontem, ainda nessa bobagem chamada insônia supervalorizada no feed do fb em 2014, descobri que ver bons filmes é sempre vantagem: não dormi, mas vi um bom filme; não fudi, mas vi um bom filme; não escrevi nada, mas vi um bom filme.
O bom filme, lição aprendida, sempre valerá a pena.
(claro que bons filmes são raros de achar e que 'bons filmes', vá lá, é um juízo de merda. de modo que minha dica de médico do sono e intelectual da década de 60 é: veja filmes clássicos. filmes clássicos, mesmo quando a gente não gosta, nos faz pensar em porquê diabos tal filme tornou-se um clássico. [ no caso do cinema, que, comparativamente, é uma arte nova, isso é ainda mais curioso. clássicos, via de regra, tem a ver com tempo de permanência, tipo Shakespeare, Ésquilo e a Bíblia e Cervantes ou Gargântua e Pantagruel; no caso do cinema o tempo de permanência também pesa, mas, enfim, cinema mesmo, como entendemos existe a 100 ou 110 anos no máximo])
-
Deixar estar.
É um dia após o outro, a gente sabe.
É uma merda, a gente sabe.
É complicado, a gente sabe.
Matar-se é pra poucos. E com pais ou filhos, é quase indecente.
Rôo meu osso: deixa estar.



18 de março de 2014


O inferno sou eu mesmo, meus arquivos e meus planos.

O céu também: eu mesmo, meus arquivos e meus planos.
A merda é a existência comezinha e distraída que faz eu pensar:
nos outros, nos planos dos outros, nos arquivos dos outros.



Tudo que não sou eu é distração e faz perder tempo.



Não interessa um povo forte e inteligente,
interessa, se interesse há, indivíduos fortes e inteligentes
que compõem o que chamamos de povo.
Não quero favores,
não quero favorecer,
não quero ser o povo,
não quero pensar no povo.



Tudo que fala 'povo' usa 'povo' pra explicação; e fede.



Então meu osso,
só meu,
osso que se chupa
e que sussurra quando bem soprado:
não há culpa e não existe ninguém
que se torne melhor por alguém
que é cheio de boas intenções.
Jesus morreu mal e não vale acreditar 

que sacrifícios melhoram colheitas 

no século XXI.

16 de março de 2014

Quer comer kiwi comigo?
Quer que eu faça um suco?
Quer que eu descasque maçãs pra você?
Pode ligar, pode perguntar, logo depois do alô:
- e os cavalinhos? e os cavalinhos? você prometeu cavalinhos.
Quer ficar sentada na areia, reclamar da sujeira e comentar sobre como às vezes a vida dói?


15 de março de 2014

Sempre fumando demais, sempre com aquela agonia nos bolsos. 
Costumava, há não muito tempo, sentar-se à mesa com as crianças e usar talhares e pratos pequenos de brinquedo. 
Sempre reparava que as crianças com 4 anos achavam aquilo divertido e o imitavam; já as de 6 anos apenas riam e diziam 'você é louco, né tio?' 
Gostava mesmo era das crianças de 3. Elas reagiam apenas entendendo que aquilo era errado, profundamente errado, mesmo que não entendessem o porquê. 
  
- eu acho Tourada uma coisa sensacional.
- Tourada?
- é.
- mas é tão primitivo.
- mesmo assim.
- pra mim é primitivo demais.
- sexo também é primitivo.
- mas isso não é argumentação.
- eu não to argumentando. só falei que acho Tourada uma coisa sensacional.

14 de março de 2014

Morder. 
E ver séria.
(e, com sorte, assustada)
Morder e ver sardas que nunca vi.
(com sorte, ver gozar)
(com mais sorte, ver gozar de olhos abertos e unhas que arranham)
Interessa-me a fêmea;
a garota easygoing só é boa em quadrinhos.   

12 de março de 2014

s.r

de delírio e invenção. (trilha sonora: renato corosone)
-

  • com L aprendi que pressa come mal e cru. e L tinha ótimas ideias, mas falava mal e puxava o s. vendo agora, distância estabelecida, digo: duas crianças que desejam mamãe e papai não formam uma boa dupla. L me disse algo que levo: esse papo de nostalgia é uma tremenda tonteria. 
  • P ensinou a vida real. quase confundi. quase cogitei a normalidade como sentido de vida. claro que bem mais P ensinou. mas seria covardia: o primeiro amor ensina tudo, para o bem e para o mal. 
  • D foi a mais generosa de todas. a única cristã que conheci, por assim dizer. tolerava tudo. D tinha essa capacidade de abnegação que pode virar amor. ela se sacrifica por você. você começa a admirar o sacrifício feito em sua honra. 
  • C foi bem e belo tesão. mas aprendi apenas depois, bem depois: tudo morre; morrer na hora certa foi o que faltou. morremos mal. a má morte, depois da hora certa, estragou muita coisa. a arte de ter mortos precisos e preciosos foi o que entendi depois, bem depois. pena.
  • M me lembrou apenas o que era ruim. ela trazia o peso que eu já tinha. peso 1 mais 1 e 2 quem aguenta? M me confundiu com o primeiro e eu não tinha generosidade alguma na época. fui mau. e, mesmo agora, parece-me decente ter sido mau. ela precisava de mim mau. mas não foi por isso que fui mau. foi por prazer vulgar: ser mau porque podia ser mau. 
  • N teve vantagens imensas. buceta grande, mentira na ponta da língua e eu um garoto de 17 ou 16 anos. N era uma anta que me educou e deu coragem. N mentia pra mim e eu acreditava feliz: teu pau é imeeennssooooo, ela dizia. 
  • H nem existiu, mas existiu. é parte de um ideal e de uma percepção de solidão e desejo. H é como a possibilidade perfeita. importa mais a possibilidade que a perfeição. H nunca entenderá muito bem o fato de eu ter um blogue e ter nascido no primeiro ano da década de 80. cogito H ter sinistras semelhanças com M. 
  • D foi a criança que não mimei. tinha lindos dentes de cavalo e um corpo magro e uma maquiagem que lembrava uma puta dos filmes da década de 80. cogito que D sumiu por um único motivo: descobriu meu ronco. 
(make me sway)

22 de fevereiro de 2014

s.r.

Cotidianaria:
-
Ouvindo o disco baixado da descoberta do dia (http://youtu.be/zeWVzT4s2Kw) e tentando entender isso e aquilo. Penso. Leio. E ler e pensar, no caso, é desejar explicações. Mas uma das coisas que leio diz mais ou menos assim: explicação não há, há apenas a moral usando explicações para tentar se entender.
;
Então julgo e analiso. Com alegria e devoção. E sem medo de ser juiz. Até porque faço-o pra mim mesmo e para o meu próprio júbilo. Estou só e esse blogue é meu delírio mais pessoal.
Assim:

  • a alegria de ver o outro em decadência. O sorriso escroto que pensa "eu sabia". E a ironia e a indireta como método. Coisa de covarde. Cria-se um inimigo fraco para poder ser forte. Forte fosse, menos inimigos teria.
  • há sabedorias mínimas para conviver em sociedade. A mais vulgar é a mais útil: fale menos. 
  • o flerte com o sofrimento travestido de virtude está lá. Como uma desgraça alegre, como um que sem dinheiro sorri ao afirmar "to fudido de grana". E vê em sua desorganização um chamado da vida real. A vida real não existe. E sua inépcia para a organização não pode achar que a vida real existe apenas por ter sido pressionado à organização. É escroto, mas vá lá: segurar o mijo para ter mais prazer ao mijar, nunca foi ou será um orgasmo.
  • agora reflito que o ataque protegia ao fraco. Mas foi ataque covarde. Porque nem presente o inimigo estava. É proteger o ladrão que rouba ladrão - como se as coisas tivessem causa e consequência. Ladrão que rouba ladrão não faz com que melhores ladrões existam.
  • compreender a vulgaridade como algo aceitável e normal não torna você aceitável e normal, torna você vulgar. 
+
Tem mais coisa, sempre tem. Coisas tem em profusão. Coisas nem sempre são importantes. Mas coisas existem. E coisas nos ocupam. E fazem-nos pensar. E nem todo pensamento é importante. Não há saída. Há livros, há arte, há amores.
Eu, por ora, mantenho meu blogue em 22 de Fevereiro de 2014.
Então uso isso:

  1. A moça ou não entendeu ou se fez de desentendida. Acho que dá no mesmo. Algo como: é legal, mas nem vale muito esforço. 
  2. Mais velha, mais desesperada e mais triste. Ela não nota. Está acima de todos. Pode ser livre e egoísta, mas não será. Ela precisa de companhia lá em cima. Não consegue, estando só, ficar lá em cima. Então mantêm-se acompanhada, mesmo que mal. 
  3. Seu vislumbre de profundidade existe por falta e não por excesso. Como a vida é pouco, compra-se pá e vai-se à terra para cavar. Cava à toa. Cava pelo prazer de retirar terra. Não procura nada, não quer achar nada, quer cavar, apenas cavar. Como se cavar fosse o próprio sentido de existir profundidades.   
  4. Vejo um filme que deveria ter assistido com 13, 14, 15 anos. Devo ser um bom tio (seja lá o que isso for) e mandar o link com o seguinte recado pra minha sobrinha: - 'vi esse filme hoje e pensei que gostaria ainda mais dele se tivesse visto com 13, 14 ou 15 anos. Vê. E depois comenta. Ou não comenta. Mas vê antes dos 16. É a minha dica. É um puta filme mesmo eu tendo agora 32. bjs. até. qq coisa, berra e conta comigo (seja lá o que isso for). aqui o link:http://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/2013/06/vidas-sem-rumo-1983-direcao-francis.html '.
+
deixar as coisas. empacotar as coisas. dar tempo as coisas. ser um que foge das armadilhas oficiais e inventar as próprias armadilhas. não acreditar que a vida seja armadilhas. não cair na alegria de ser preso pelas armadilhas criadas. teimar. não acreditar nos papos do rebanho e da dureza da vida. e mais, mais que isso, entender que esse esforço de saber das coisas - e ter as armadilhas como rotina - é só um jeito torto de lidar com a loucura e o medo que permeia a vida toda.


19 de fevereiro de 2014

http://youtu.be/yn0Zy7m0FR0 (oamoreacanastricevivendoemplenaharmonia)

Fazer planos e ter rotina. Ser rígido com si próprio e não esmorecer com facilidade. Ser um que resiste e diz sim. E que faz contas;
e PRINCIPALMENTE não cair na armadilha de acreditar que:

1. O sacrifício é positivo
2. Deus ajuda quem cedo madruga
3. Em se plantando tudo dá
4. Basta fazer sua parte
5. Não existe sorte, existe destino
+
+
Não mais que 1,60.
Tipo que dá tesão e arrepio. Que parece doce e generosa. Que faz você pensar em belas fodas. Que faz você delirar em um sexo simples, honesto e terno. Que dá medo de apaixonar e não dar certo.
Tipo que quando ri abre a boca inteira e parece espontânea. Que acabou de se separar, que pensa no ex e que cogita que a vida pode ser simples e feliz.
Tipo irresistível. Que diz que lê teu blogue.
(com viagem marcada, medo do escuro e expectativas confusas que oscilam entre o amor mais puro e a maior das perversões sexuais)
+
+
Meu pai diz sem pensar muito que o tempo determina um bocado de coisas. Ele tem razão. O tempo é cruel, meu pai é cruel.
(Meu pai é mais cruel com ele mesmo do que com os outros. É o que acho em fev de 2014. Isso quer dizer que, de todos que com ele convivem, o mais prejudicado é ele mesmo.)
Ele disse:
- Eu e Fulano éramos muitos amigos. Era normal. A gente tinha filhos, crianças da mesma idade, e trabalhávamos juntos. A gente convivia bastante, viajava junto. Agora vocês cresceram, a gente não trabalha mais junto... sei lá; acho que passou.
- Claro que ia casar. Cidade -vida- nova, um monte de desafio e solidão. Por que não casar? O bicho homem não foi feito pra ficar sozinho.
- Se você não telefonar pra ele, ele vai esquecer. Essas coisas a gente esquece rápido. Tem que ligar logo, tem que ligar agora. Telefona de uma vez.
Meu pai tem razão. Não porque ele diz o que diz. Mas pelo o que ele sempre intuiu: o tempo age. Uma sabedoria da qual ele mesmo pouco usufrui.
+
  

15 de fevereiro de 2014

do meu umbigo, declaro.
(que umbigo, em rede social, me intimida.
meu limite, até agora, é blogue.)

  • A moça que tem o apelido (péssimo, por sinal. de fadinha miniatura que nem ao Peter Pan influencia) de Sininho na capa da revista não interessa a ninguém e não explica nada. A questão da revista é vender mais revistas; não é ideológica. Até porque esse capa, além de vender bastante, vai fomentar mais aos defensores do que aos acusadores. A Revista, insisto, só deseja vender mais revista.  
  • Na minha linha do tempo do FB pipocou compartilhamentos que diziam "Artistas revoltados com Caio Castro". O Caio Castro é um jovem galã de telenovelas. Um cara famoso, que, por ser famoso, dá entrevistas. E a M. Gabriela entrevistou ele. Ela, a M. Gabriela, é uma entrevistadora famosa; portanto, ela também entrevista famosos. E, claro, ela quer saber das coisas, é uma entrevistadora profissional e, afinal, gosta de fofocas assim como Sônia A. e várias outras pessoas famosas que fazem entrevistas. Ela fez suas perguntas e ele respondeu. Agora explica: qual é a porra da porra do motivo da porra da revolta? 
  • Sigo impulsos naturais (seja lá o que for) às 22:48. É verdade.      

13 de fevereiro de 2014

+
A utilidade é uma dessas virtudes que a gente compra sem pensar bem. A utilidade como virtude (coisa positiva).
Sente-se alegre quando útil e triste quando inútil. Entender a utilidade como virtude é nossa vocação de rebanho.
Ser útil ou inútil não revela nada. (Imagine um descrição assim:
A) O que você acha de tal pessoa?
B) Ah, acho tal pessoa muito útil.)
Eu, que sofro desse mal, sinto-me útil pra caralho quando leio Shakespeare entre 23:00 e 01:00.
Lendo Will e descobrindo letras.
Algo meio antigo que desperta; ou então: um pau que passa lentamente por todas fases até a ereção completa. Daquelas de rocha, que impressionam o próprio dono do pau.
Assim entre aspas:
"(...) O bom pregador é aquele que segue seus próprios preceitos; para mim, acharia mais fácil ensinar vinte pessoas o caminho do bem, do que ser uma dessas vinte pessoas e obedecer a minhas próprias recomendações. (...)"
"... quando perdia uma flecha, lançava outra de igual alcance, na mesma direção, observando-a mais cuidadosamente, de modo que descobrisse a primeira; e assim, arriscando duas, encontrava, muitas vezes, as duas. (...)"



11 de fevereiro de 2014

Sempre preferiu

anedota

É uma pena. Você não me conhece e eu não te conheço. É uma pena, repito. Sempre achei que a gente devia se conhecer. Sei lá. Cisma que agrada, entende? Talvez eu reparasse na sua voz anasalada ou talvez você visse que tenho mais pelos na orelha do que o normal.
Mas não tem isso. E é pouco. Sempre é pouco.
E irrita pensar que o pouco será pouco pra sempre. Porque é como é. Animalizados que trocam gentilezas quando se encontram duas ou três vezes por ano.
Tão decente. Tão chato. Tão comum.
Seremos educados um com outro. E perguntaremos sobres as coisas. E diremos legal. Somos o tipo que diz legal.
E será tudo normal. E calmo. E civilizado.
Ou, sendo otimista, um morre de tragédia e cria, com a morte trágica, o melhor amor que nunca houve.

10 de fevereiro de 2014

O dia inteiro dando longa talagadas de ar e pensando:
- que diabos!
quem, sendo humano e pensante, não se desespera com a vida e sente-se triste e fraco e cansado?
Quem, sendo humano e pensante, não sente essa dor imensa que está aí e que todo dia nos desafia?
Quem, sendo humano e pensante, não lembra da possibilidade da não existência que é não ter nascido e nem de nada saber?
Então a resistência, a teimosia. Um dia após o outro. Momentos presentes. Viver o agora. E mentiras do tipo.
Que ser humano e pensante é sempre complicado. E temos truques. E resistimos. E, com um minimo de leitura, descobrimos que esse papo de aquieagora é uma das bobagens mais aceitas de todos os feeds de toda a Internet.
Que aquieagora é uma ideia romântica do tempo.
Que aquieagora só vale como descoberta de um adolescente que tem o pai e a mãe mais tradicionais do universo.
Minhas talagadas de ar; minha inteligência servindo; e o blogue que é atualizado em 2014.


9 de fevereiro de 2014

Passar a tarde no Jockey
e pensar naquela garota
que ou não entende de convites
ou não está interessada
em cavalos, apostas, cinemas e milagres.

história real

A gente se conheceu em uma festa. Não era bem uma festa. Era um ensaio aberto de um show de uma cantora. O nome da cantora é Vanessa L.
Essa festa (ensaio aberto) foi em Copacabana. Na rua N. Senhora, se bem lembro. E era uma dessas coberturas miúdas que já foram moradias para funcionários do prédio, mas que agora são coberturas cobiçadas e descoladas.
O nome dela é de santa e isso me impressionou. Ela era pequena, usava um belo vestido bordô e tinha um nariz imponente: grande e pra baixo, grande e feminino. Nariz tesudo, de fêmea. 
E reparei: bundinha, peitos, curvas e, meu deus!, ela aparentava ter uma doçura generosa - mulher que sorri largo e acredita no amor. Coisa rara.
Descobri que tinha marido. O casamento meio chato e sem sentido. Excesso de tempo e repetição em dupla. Os velhos problemas profundos e reais: REALMENTE vale a pena estar casada(o) e ter essa calma e paz que um casamento nos dá?
Ela não sabia responder. Eu também não. A gente se deu bem. A gente falava e era bom e leve e generoso; e a gente se conhecia mal. Não havia um passado em comum. Não havia nada. E era bom porque era novo e porque a gente se sentia bem um com o outro e nada mais importava. Era um egoismo livre. A gente usufruía do fato de não se conhecer e poder ser qualquer coisa.
A gente conversou em um tipo de varanda porque era a área de fumante e eu fumo. Ela falou, eu falei. Era simples. Era decente. Era bom.
Duas ou três vezes a gente se encostou. E senti o corpo, a coisa boa. Um pau demi bombê e uma alegria besta por ficar perto e sentir tesão. Eu estava vivo e aquela mulher era real.
Pensei: vou beijá-la. Só isso. Vou dar um beijo na boca da M.
A L. - amiga de M. - chegou e anunciou que iria embora. M disse que iria junto.
Eu fiquei triste.
Eu fiquei bem triste.

6 de fevereiro de 2014

Voltar a cabeça para as coisas e não ter pena de si. E ser um tipo teimoso. E tomar cuidado com os ataques de descrença. 
Os últimos dias foram intensos. Sendo atravessado por uma vida que não é a minha. É estranho isso, me desacostumei com isso. 
E viver sozinho ou viver com outro, vá lá, são coisas distintas PRA CARALHO.
(não é melhor ou pior, não é disso que se trata. é que é chocantemente diferente)
Então agora. Eu. Voltando. A cabeça em turbilhão, uma calma que aprendi e tomar café pelo desejo de cafeína.
(preciso de estimulantes, de pílulas. acho que gostaria de usar pílulas. pra agitar e ficar inquieto. sei lá. oliver sacks: ler mais.)
Tem miras. Tem tarefas. Preciso de pílulas e sistemas. Preciso ter a obstinação que o Hemingway diz ter em seus livros - o que provavelmente é 'apenas' literatura.  

4 de fevereiro de 2014

(daqui)
Justiça e punição é uma coisa antiga. E profunda. Tem bastante gente da pesada que falou disso. Do que lembro e do bigodon tem uma lógica que é assim.
Como lesar alguém que te lesou? Punindo. E como se pune? Fazendo justiça. E como a justiça age? Ela tira da pessoa aquilo que ela tenha. E se a pessoa não tem nada para ser tirado? Você pune o corpo dela, tira um pedaço dela; ou então deixa o corpo dela em um local desagradável e que o limita.
-
Por isso a justiça não pode ser exercida por indivíduos. Por isso vem o Estado, a Sociedade, a Moral, etc. Por isso o coletivo e as decisões em prol do que chamamos "bem maior"; ou algo por aí.
-
Ser justo e exercer justiça são coisas distintas. Devem ser.

3 de fevereiro de 2014

do caderninho.
-
é absurdo que ela nada diga e eu me entristeça por isso. Ela é minha invenção e não pode agir sem que eu a continue inventando. Deve ter nome pra isso. Algo como "complexo de Gepetto", ou talvez, caso seja mais grave, "síndrome de Frankestein".

31 de janeiro de 2014

O bom do América.
Que geralmente desdiz o Sonho Americano.
True Detective é a bola da vez.
Diálogos finos de roteiristas americanos, tipo:
"- vocês seriam ótimos juntos. Sabe? Se desse uma chance... Homens não dão chance a nada. Não sei porquê.
- porque sabemos o que queremos e não nos importamos em ficar sós."
Apenas isso.
Tudo isso.


30 de janeiro de 2014

A dúvida não vale. É vaidosa e dá discurso. A dúvida se confunde com inteligencia e com profundidade. A dúvida é confortável e faz com que todas as opiniões tenham validade.
A dúvida, em 2014, é tão nociva quanto foram as certezas em 1504.
Toda dúvida que vem, vem com um secreto não. Você tem uma ideia. Você conta sua ideia pro amigo. E ele questiona sua ideia com uma dúvida que só leva em consideração o que NÃO pode dar certo. Seu amigo não duvida pelo que pode dar certo, mas pelo que pode dar errado. A dúvida arrogante que temos após vermos um filme e achar que mudando o fim poderíamos melhorar o filme todo.
*
O leite diz: poxa, me derramei todo. ó a merda.
A dúvida diz: se não fosse leite, se fosse maçã, não teria se derramado.
O leite diz: mas mesmo que quisesse, eu não poderia ser maçã...
A dúvida: por isso mesmo.
O leite: mas...
A dúvida: não, to apenas falando, pensando junto. Entende?
O leite.: acho que não entendi.
A dúvida: rá, você é engraçado. Não precisa entender.
-
Então vira post.
A merda do desejo de reconhecimento vulgar.
E apaga-se.
Que aqui sim.

28 de janeiro de 2014

Nenhum dilema. Dilema não é do que se trata.
Também não é o caso de se perguntar porque fazemos o que fazemos;
e menos ainda descobrir como viver e aguentar a vida sem tornar-se um reclamão que culpa todos.
Então eu. As dores, os luxos. A velha questão: resolve-se mesmo 80% das coisas com um bom dinheiro? É isso que, enfim, virá como solução prática? Investimento alto, risco grande e vai ou racha? Qual o limite? Resolve-se ou procrastina-se a resolução?
-
A dica: isso é um blogue em 2014. Há ratos raros, porém ratos.
A tristeza: señorita g. pertence à uma época em que blogues não existem.
A loucura: é só sobre mim e sempre foi.
O que se esquece: igualdade e justiça não resolvem e nem resolveram. Igualdade é o desenho do mesmo tamanho de cubo. Justiça é o cubo mudar de tamanho e as pessoas verem de ângulos aproximados.  É pouco. Tanto um quanto o outro pressupõe unidade. E a defesa, se defesa há, é: liberdade individual para decidir seus deveres e direito, sem depender da justiça, da igualdade ou, vá lá, da fraternidade.
Fosse o caso, exaltava agora, o raciocínio do satanismo do séc. XX .
Não é o caso.
É meu blogue, é minha diversão;
e estamos em 2014
Minha discrição é ter blogue.
-
Fosse eu saidinho e mais demonstrativo, diante de sua nova foto de perfil, comentava:



  • Mordia.

    • http://youtu.be/d1d1Tm2DqFo


  • Gostosa.

    • Belle Époque.
    • Tesão
    • A mão aponta. (não é mão, mas eu não lembro o nome)
    • Cavalos? Apostas? Cinemas? Milagres? 
    • Pensei em 1930.
    • Imagina braba.
    • Marilyn, Dietrich e Gzinha.
    • Quem dera ser um peixe. 

    26 de janeiro de 2014

    Era uma gente elegante, bonita. Que falava do bem de um jeito generoso. Eram artistas de modo geral e consumiam os pensamentos elevados das páginas artísticas do facebook. Eram sorridentes, na maioria brancos e tinham essa habilidade de relativizar conceitos e ver arte em quase tudo e adorar, apenas após ter visto um filme, a M. Abromovic e sua coisa de mulher bonita e interessante em 1971.
    Eles não eram bons e não eram maus; e a única coisa é que eu não os entendia e entendia ainda menos como eles conseguiam se levar tão à sério e serem tão profundos e sociáveis ao mesmo tempo.
    Eles eram jovens, iam a praia, sorriam e tiravam fotos descoladas e artísticas em dispositivos da Apple. E eles sempre seriam assim. E não teriam muitas marcas no rosto em, digamos, 2034.

       

    23 de janeiro de 2014

    señorita g.

    Serviu-me para descobrir:
    desejo me apaixonar.
    Ela: eu inventei.
    Eu: ela nem sabe.
    Queria que fosse ela
    porque gosto
    da ideia de unidade
    e porque
    seria bom
    e decente
    e simples.

    Assim:

    Eu
    descobrindo
    eu

    por
    causa
    dela
    e
    ela
    com
    eu
    alegre
    por
    ser ela.



    Ataco Espinoza e penso que diabos. Vai ser duro. Bigodon fatal é tão próximo de 2014 que não pode ser usado como comparação. Espinoza, por exemplo, do séc. XVII, nem cogita Deus não existir. Quero dizer: será impossível pra mim ler sem lembrar que ele pertence ao seu tempo - coisa que, vá lá, vale pra tudo, mas bigodon deu o toque.

    22 de janeiro de 2014

    -paixonar-

    Eu queria
    que ela entendesse
    e não abusasse
    e não exigisse muito.
    Que ela se divertisse
    e topasse
    que eu me apaixonasse
    por ela.
    E cantaria pelado,
    e faria jantas
    e peixes
    e vinhos.
    E ela lá,
    bem calma,
    porque me deu
    o que eu
    apenas eu
    desejava.

    21 de janeiro de 2014

    fracos se explicam

    cada coisinha uma postagem.
    pra ser do contra.
    porque geralmente faço listas.
    agora isso.
    feito agora e pensado agora.
    (não, não, ''agora'' não é virtude)
    Postei o último no meu facebook.
    E ficarei feliz se houver interesse dos meus amigos do facebook.
    A conclusão é claro e JURO não ter nenhum juízo de valor:
    nós, os seres humanos, somos mesquinhos,
    mesquinho pra CARALHO.

    01 - Facebook.

    Penso que não vale escolher entre a Luiza Magazine ou o Diogo Mainardi.
    Inventar que um é superior ao outro é estúpido pra caralho. Os dois podem ser gênios ou os dois podem ser imbecis. Tanto faz. Quero dizer: a ideia de um herói e de um vilão, como se fosse simples assim, é ultrapassado e pouco sagaz. Acreditar em mocinhos ou/e bandidos é o mal do facebook, dos rolezinhos, da mídia ninja e da tradicional.

    00

    É claro que eu faço as minhas coisas,
    é claro que tem dia bom
    e dia ruim.
    É claro que a vida é complicada
    e que a merda e a glória caminham lado a lado;
    e de mãos dadas.
    É claro que não se pode falar tudo
    e não se deve falar muito de nada.
    ...
    Mas, vê lá, pensa bem,
    essa sua mania de reclamar
    tem mais com prazer
    do que com queixa.


    15 de janeiro de 2014

    s.r


    Faria um livro com ela. Teria o título de namoradin. Seria simples: ela desenha, eu escrevo. 23 ou 49 páginas. Tiragem mínima para amigos e mais um tico pra duas ou três livrarias. Cem no máximo? Preço de custo e lucro direto. Coisa caseira. De casal sagaz, que é melhor junto que separado. Teria que ser lançando em seis meses no máximo. Ainda na paixão, com a generosidade da paixão.
    Seria simples como simples fossem os casais.
    -
    A merda do medo. Real, bem real. Cheio de jogadas e de todos os tipos. A ação como paradigma. Ação compreendida como algo elementar: interação com outrem que não eu.
    -
    Oportunidade perdida. Puteiro com paulista e grandão. Não dava hoje. Seria impulso e acho demasiado humano controlar impulsos. Mas na próxima sim. Com seta, como sentido, como ir ao circo e ver atrações incríveis. O espirito preparado. Como se fosse tomar uma droga de longa duração. Porque esse papo de rapidinho não faz sentido. Ir ao puteiro com hora da volta é como tomar lsd para malhar por 1 hora e meia.
    -
    Delírio de Fernandinho:
    voltar a escrever mais sistematicamente.
    Seguir sistemas inventados por si.
    Usar os métodos como um que usa camisinha.
    Usufruir dos seis meses que são meus.
    -
    Ter a mulher mais linda e inventar o amor e a paixão. E ter paixão e amar. E ser trágico e louco e não desistir. A obsessão de chegar ao fim de 2014 com um único disco no celular: fossa2014.
    -
    Não importa o tanto que você tem à fazer. Importa o que você faz. O cruel mundo de interferir no tempo e espaço. Meu otimismo: ganhar dos seis meses; e não virar um chatoreclamão.

    14 de janeiro de 2014

    vulgar

    A única pergunta com propósito: - como diabos se aguenta a vida? Um dia após o outro, esse estranho conta gotas que nos deixa triste por sabermos ter fim e, mesmo assim, esse desafio diário: como viver sem ser um imbecil que tudo reclama ou que à tudo glorifica?
    (E, por favor, não valem histórias de equilíbrio e caminhos do meio)
    Como ter a vida dos momentos inspirados e sem covardia? Como fugir da média merda do planeta? Como viver sem nhé-nhém e, mesmo assim, viver a porra toda? O ódio, o amor, as raivas, as loucuras, as ternuras? Como, sem cair na armadilha do amar TODOS, viver inteiro e sem discursos ou justificativas para a maneira que se vive?



    11 de janeiro de 2014

    Letargia pós porre e as canções que tenho ouvido nos últimos dois dias.
    -
    É sábado e gostaria de passear com uma garota bonita. O Rio de Janeiro é uma cidade deslumbrante e hoje há esse céu azul e o programa ensaio com o João Nogueira.
    -
    Tenho ouvido Benito di Paula, essas canções exageradas e cheias de dor e desespero. E ele tem aquele rosto dolorido e meio pirata. Gosto de gente marcada pelo tempo. Acho que isso explica (em parte, pelo menos) porque hoje em dia implique com o Caetano, o Chico e o Gil e suas caras lisas e calmas.
    -

    7 de janeiro de 2014

    Pensava em Deus,
    utilizava símbolos místicos,
    julgava vacas e frangos seus semelhantes
    e, por isso,
    não os comia.
    Tinha fama de fofa,
    mas eu a achava gostosa.
    (Aqueles peitos que em minha boca poderiam derreter)
    Sendo minha semelhante,
    queria mesmo era comê-lá.
    (A pele branca ficando vermelha durante um orgasmo)
    Tenho pensado em você. Muito. Fazia tempo que isso não ocorria. Isso, quero dizer, pensar em alguém dessa maneira. Tive também uns sonhos contigo. Uns sonhos confusos que dão medo, sabe? Lembrei também de algo que me encantava há 10, 12 anos atrás: o Fernando Pessoa, a citação dele sobre as cartas de amor e o ridículo. Pensei em mandar algo. Não acho que farei. Te ligo na volta, eu acho. Bjs.