9 de outubro de 2010

sexta: é quase isso.

Sento na mesa e vejo as pessoas. Não me sinto bem. Penso que estou no lugar errado e encho meu copo com pressa. Talvez o álcool ajude. Talvez.
É uma gente bacana e tranquila. Eu mesmo não entendo porque me sinto tão tímido e deslocado. Lembro do Buk falando do Fante. Salvo as proporções parece ter sentido... sentido... meu reino pelo sentido.
Imagino e deliro. Dentro da minha cabeça há proteção. Eu encalacrado em mim mesmo sou forte e calmo. E ser calmo e forte não quer dizer nada, mesmo parecendo que diga.
As pessoas entram e saem. Bebem, fumam, odeiam, amam, querem saber, querem perguntar, as pessoas. Eu ali e o mundo inteiro. Tudo que passa pela cabeça e, no caminho, tanta bobagem. As pessoas sou eu, o mundo e tudo o mais. O inferno sempre aparece com as mãos dadas.
Falo por segundos. A unidade e a circunstância facilitam. Sou eu falando. Nem minto nem nada. Sou eu. Me acho legal e deliro de novo: eu sei falar com estranhos.
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Depois.
Eu no bar de sempre. Ouço o que dizem mesmo escondido no meu livro da vez. Tem um idiota que berra contra o Lula... é idiota apenas. A Solange chega e está só. O João, seu namorado(amante na verdade, ele tem família em Maricá e trabalha em esquema de plantão), não está. A Solange está pior do que sempre - mais bêbada e mais infeliz, em outras palavras.
Fecho meu livro e volto pra casa. Meu whisky, minhas músicas e minha timidez idiota. Eu mesmo.
A vida vindo sempre e sempre com as manguinhas de fora... quem entende?