8 de abril de 2008


o estranho é que seus olhos estavam belíssimos. e o mais estranho é que eles só estavam assim porque havia chorado. eu reparei muito neles naqueles poucos minutos. onde é branco estava vermelho e o verde/azul era roxo, quase roxo, quase escuro de tão roxo. Eu pensei: bonitos agora no meio das trevas: púrpuras.

confusãootimista

Celebre a vida como ela for. Sem mais nem menos, celebre. Não há pecado e não há perdão. Há apenas a turbulência e a loucura diária. Mil formas em mil corpos que realizam mil metamorfoses.
Uma das maiores tristezas é a eterna necessidade de explicação. Nem tudo se explica e as explicações se aproximam mais do desespero do que da verdade. A verdade não existe e, se um dia existir, não deve ser revelada. Uma verdade revelada é estúpida e fraca. A verdade real nunca deve ser dita. Podemos apenas relatar as verdades do tempo e do espaço, dos ocorridos com ou sem alma.
O mundo é justo porque não sente perdão. A vida passa veloz e quem bobear corre atrás dela. Os milagres são possíveis, mas exigem sangue, esperma, suor, dor e desespero. Eu não salvo ninguém e ninguém salva ninguém e ninguém me salva também. A melhor justiça humana ainda é feita no olho por olho e dente por dente. Somos macacos crescidos e apenas isso. Somos bichos no cio procurando se reproduzir.