31 de agosto de 2009
d.q.l.q.n.s.f.l.
27 de agosto de 2009
24 de agosto de 2009
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23 de agosto de 2009
Revirando as caixinhas.
21 de agosto de 2009
que o inverno me ajude.
O que me fode mesmo é cortar as unhas do pé. A pança lá, como uma bexiga dentro da camiseta, tornando a tarefa um milagre de torções incríveis. E pensar que já tive uma mulher que me cortava as unhas...
Vejo minha fotos e minha bela pança, mas só me incomodo mesmo pra cortar as unhas. Minha vaidade é de ser um cara inteligente que consegue enxergar o próprio pau.
Só quando não ver o meu próprio pau é que realmente ficarei preocupado. Até porque pra cortar as unhas tenho me virado.
Seja como for, devo cair dentro do whisky e do vinho, pois, mesmo só comendo salada e amendoins, a pança continua lá, retumbante e convicta, com aquele estufamento exagerado que só mesmo a divina cervejinha proporciona.
20 de agosto de 2009
mrl
E quando fala, meu deus, nunca fala olhando pra você. Os olhões malucos fogem do olho à olho enquanto as mãos, finas e pequenas, se torcem uma na outra. E tão frias que nem digo, que bem que fui maldoso e peguei suas mãozinhas crispadas pra dizer 'me liga'.
Mas agora, assim, e cá comigo, penso que não quero que ela ligue. É coisa de tarado aqueles peitinhos-caroços. E deus bem sabe que tarado não sou. Até porque tarado tem ejaculação precoce e deus sabe também que eu treinei muito, muito mesmo, e com garra, pra combater esse mal.
17 de agosto de 2009
b-e-z-e-l-a
Se eu conseguir serei um velhinho esperto que olha o pêndulo sem o levar tão à sério. Porque isso eu ainda não consigo. O pêndulo ainda manda um bocado em mim. E isso é loucura. Tristeza. Sei lá.
Não dá pra ser tão circunstancial assim. Há qualquer burrice em ser influenciado por tudo, assim como há burrice em ser influenciado por nada. O lance é a calma, é o tempo, é sacar que umas coisas valem mais a pena. E nessas coisas deixar-se levar. Só nelas. Só nelas e para elas. Quase que com um propósito secreto, quase que antevendo o milagre total ou o poço sem fundo.
A única homenagem: só pra elas, fiel à elas porque elas existem e, bem, assustam pacas. Mas é aquele susto de montanha russa, que mais faz bem do que mal.
Seja como for, o pêndulo tá no lado mais fácil e vou aproveitar a carona enquanto ainda não sou o velhinho esperto que quero ser. Desses que sorriem muito e falam pouco, desses que não tem medo da morte e que não se lastimam pela vida ter sido como foi.
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Ainda acho que a paz é possível.
Mesmo que excesso de paz corra o risco do tédio.
Mas temer o tédio é burrice.
E o velho esperto que eu quero ser não pode ser burro.
16 de agosto de 2009
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Tinha cara, cheiro e sangue de roubada, mas mesmo assim eu topei. To na pista e sei ser falso. Danço com idiotas que é pra aprender a não ser um.
Estratégia, burra ou inteligente é detalhe.
Estou lá e confirmo: é roubada.
Nem sai tão caro no contexto. Jogar sabendo da perda é jogo. Qualquer lucro é bom, mas tenho lá os meus limites.
Olho bem praquilo tudo. Gente em excesso, música ruim e predomínio absoluto das feias.
Seguro meu pau que segura meu ego. Quem precisa disso? Eu. Quem irá até as últimas consequências disso? Eu não.
Tenho lá minha vaidade e não sou macho. Macho no sentido que o Peréio diz, que é mais ou menos assim: Não sou macho porque não como mulher feia, só macho, macho mesmo, come mulher feia.
O.K. Tudo certo e volto pra casa.
Sem bye, bye, sem até logo, sem a gente se vê. "Não prometo o que não compromisso", foi a última frase que li e decorei.
Eu também me safo, ora bolas. E me safo assim, com os coleguinhas no bolso.
Eu disse coleguinhas e não amigos. Que fique claro.
Daí que eu paro aqui no blogue.
E hoje é domingo e tá tudo certo.
Aprecio a intensidade, mas apenas a que chega ao seu limite.
Não sou macho, eu repito.
É que ainda me adoro e me acho fantástico. Não preciso sentir culpa por isso, preciso?
Sou vaidoso, eu disse, não disse?
15 de agosto de 2009
13 de agosto de 2009
2° Feira.
Ela tem uns quase 50 e fala mansa. Diz tiro uma sua e tira uma minha.
Tudo certo. A fala mansa dela é calma e triste. Só depois entendo porque.
Tava lá numa casa de umbanda que usa daime. Veio pra tentar entender melhor as coisas e, principalmente, o filho. É um rapaz de 26 anos e, ao que tudo indica, viciado em pó. Desses viciados que se destroem. Quando pergunto isso pra ela, eu digo: tem gente que cheira e não fica auto destrutivo. Ele não? É isso? Ele é auto destrutivo?
Ela diz que sim, que ele não consegue dormir e que toma bola pra baixar a ansiedade, essas coisas.
Daí, no papo, descobrimos que nós dois somos do Rio, que o filho trabalha na Parmê e que, nessas coincidências loucas que ocorrem, ela e sua família também já moraram em Curitiba.
E vejo toda aquela aflição materna. Aflição tão grande que vai tomar daime umbandista no Norte pra tentar entender as coisas. É um retiro espiritual, coisa de uma semana ou mais. Todos dias, trabalhos e daime. Pra entender, pra entender, pra viver melhor, pra entender.
E no pacote do papo, descubro que tem uma filha que morreu de leucemia e que o filho, o atual viciado, foi o doador de medula pra filha que, mesmo assim, não resistiu. E que foi depois da morte dela que ele se mudou pro Rio, e que foi no Rio que o vício piorou e que então, ela e o marido(não entendi se há outros filhos) resolveram se mudar pro Rio pra recomeçar. E que o marido, agora, é sócio de uma Parmê em Nova Iguaçu.
E senti uma puta vontade de chorar porque era um monte de coisa injusta e ela tava lá, no daime umbandista, tentando entender um sei lá o quê que me dava arrepios e medo da vida.
Então percebi uma culpa terrível naquela mulher de fala mansa e disse que o fato da filha dela ter morrido era errado, que nunca será certo uma mãe perder uma filha e que também o filho viciado e auto destrutivo não era culpa dela e que ela tentar achar uma razão pra isso era loucura, pois nada no mundo justificava a perda de uma filha. E repeti e bradei: é errado uma mãe perder uma filha, é errado!
E nós dois tivemos vontade de chorar, mas não choramos porque éramos desconhecidos, e porque era tudo tão estranho e cheio de coincidências que ficamos sem falar um tempo e nos despedimos assim, como os dois estranhos que éramos.
E penso nessa mulher desde então. E penso que deveria ter lhe dado meu telefone e ter dito que ela podia me telefonar sempre que quisesse pra reclamar das coisas. E lembrei da minha coisa messiânica, da minha vaidade de salvar gente e me senti bem e mal ao mesmo tempo porque isso me alimenta, mas tem cara de doença e quase nunca adianta.
E mais um monte de coisa que nem adianta escrever. Porque aquela mulher de fala mansa tem essas dores todas e ta aí, como todos, tentando achar explicação pra coisas que acontecem, mas que, na verdade, não deveriam acontecer.
E é triste, e é triste à beça, e é terrível também porque, por mais que se queira, não se pode fazer nada nem por ela e nem por ninguém. E aquela tristeza que ela sentia deveria ser raiva porque raiva é a única resposta pra uma mãe que perde uma filha.
E sei lá. E chega. E ufa.
11 de agosto de 2009
Seja lá onde lá for.
É bom não ter pressa e gastar os segundos lentos e fatais, sejam eles de angústia, sejam eles de euforia. Eu também quero tudo, todo mundo quer tudo, é estúpido e normal querer tudo. E as vezes a ilusão é grande e satisfatória. As vezes a ilusão é tão legítima que só sendo muito burro pra não embarcar.
E no vai-que-vai se passam os dias, os meses e os anos. E tudo muda, sem saltos ou milagres, mas com alguma consistência.
Ser um velho mais esperto me parece uma boa opção.
9 de agosto de 2009
aos domingos range os dentes e inventa novas fugas.
sabe como é: falar é fácil e fazer é difícil. não há de se julgar mal à ninguém por isso.
complacência e generosidade pra entender os buracos vazios que tentam ser preenchidos por areia.
é só que me dá vontade de falar também. e eu falo.
inventar e espalhar por aí: novas conquistas, novos amores, novas experiências, novas drogas, novas cidade, novas casas, novos amantes, novos vícios e, por que não?, novas mentiras.
viver sem mentir é insuportável. acreditar na própria mentira é burrice, loucura, fuga ou gênio. mas geralmente é burrice que se pretende genial.
eu disse: geralmente.
veja, repare: estou generoso e digo: isso passa, com a graça de deus. que essa generosidade toda é um sugar de sangue sem critério.
sugar sangue acontece, mas há que se sugar os sangues bons, mesmo que lhe envenenem com o tempo. e cuspir é sempre uma estratégia.
pra acabar e ser legal, que tô legal e generoso:
- essas flores, meu benzinho, cresceram rápido demais e são lindas, mas sem cheiro. repare, meu benzinho, seu gesto bonito de me trazer essas flores não as fazem cheirosas. são flores grandes, bonitas e sem cheiro. mas isso não é culpa de ninguém, meu benzinho. nem sua, nem minha.
8 de agosto de 2009
6 de agosto de 2009
a bicha teatral diz:
Mesmo achando isso uma babaquice sem tamanho, mas bem, sabe como é, há quem só acredite nas coisas após ouvir um grito autoritário dizendo que as coisas existem. Que seja. A roda é grande e fazer uma farsa sabendo que é farsa eu também sei fazer, mesmo preferindo não usar esse recurso.
Mas isso não é o importante. O importante é outra coisa e é bem mais simples: os que importam estão lá, ficam lá e querem entender as coisas desconhecidas. Eles flertam com o mistério. Eles sentem prazer em se relacionar com o indizível.
É um processo instintivo e não uma matemática. A bicha chata apareceu no primeiro dia e depois sumiu. E meu Deus, isso tem tanto sentido, mas tanto sentido, que meus nervos se acalmam e até cogito emagrecer e fumar menos.
É por essas horas que a vida vale. 12 pessoas querendo descobrir um troço que não se sabe qual é, mas que se pressente.
O resto são discursos velhos e repetidos, que mudam de objeto, mas não de conteúdo. Otários esquecem o próprio padrão e reclamam por serem incompreendidos. Esquecem - se que se repetir e ser incompreendido é, e sempre será, parte da jogada.
Basta estar vivo.
4 de agosto de 2009
E foi bom e eu tava lá e o fato de eu estar lá fez a diferença.
Empurra-se umas coisas, se salva outras e descobre, com algum medo de errar, que sim sim, é possível.
Nem sempre é possível, mas as vezes é. E quando é, é bom à beça e bato palminhas e digo é isso aí.
Depois um monte de coisas solitárias e preciosas. A vida calma, o desprezo no gatilho e a mira do revólver que nem quer mais lhe ameaçar.
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Um risco ou outro,
a marca de bala na perna
e a chance do sim que é a mesma do não.
3 de agosto de 2009
2 de agosto de 2009
Ontem, conversando com uma menina que fez 28 recentemente, fui perguntado se era tranquilo pra mim se aproximar dos 30. E eu disse que sim e ela perguntou como é que faz.
Aí me lembrei que meu lance, desde muito cedo, é tentar ter a idade que tenho. Com 11 anos já era assim. Faço aniversário e fico meio que dizendo pra mim mesmo: agora tenho 28 e não 27, 28 é diferente de 27.
Acho que fico um mês nessas.
Claro que é estúpido, mas é um tipo de mania antiga. Lembro desse mesmo pensamento em várias idades: com 17 em São Paulo, com 19 sabendo que me mudaria pro Rio, com 21 ao lado da garota que mais me ensinou coisas no mundo, com 25 e um tipo de agonia porque a vida parecia não estar acontecendo. E por aí vai.
Nesse mesmo breve papo, ela comentou que os pais dela, nessa idade, já tinham família, emprego e etc. Meus pais também, mas até aí. 09 é diferente de 81.
Sei que meus próximos dias serão bons e que ficarei dizendo pra mim mesmo: agora é 28, agora é 28. Como se só isso já fosse uma mudança. Como eu disse, é estúpido.
Seja como for, 28 é mais que 27 e é possível ficar mais esperto ao longo do tempo.
Pra que na hora fatal, velho e bem humorado, eu diga pra Dona Morte: - você venceu, batata frita.