23 de setembro de 2010

quinta feira no rio de janeiro.

Está um dia bonito e ontem (ou anteontem?) começou a primavera. Lavei roupas, comprei verduras, toquei 6 punhetas e agora fumo um cigarrinho enquanto mamo uma cerveja em lata.
Tenho coisas para fazer e para pensar. Todo imbecil na terra tem coisas para fazer e para pensar. Eu entre eles. É quase uma tristeza, mas apenas quase. A vida besta e bonita, em outras palavras.
Quero falar sobre São Paulo. Sobre beijos em calçadas e sobre porres cheios de vitalidade. Mas agora não. É como disse: tenho coisas pra pensar.
Então faço contas e programo grande textos a serem escritos. É o que os chatos chamam, com emissão afetada e sibilante, de processo. Ou melhor: proccessso.
Fico remoendo a imagem. No caso, beijos em calçadas. A partir daí vou inventando umas coisas e juntando outras, incluo delírios e deduções baratas, aumento mentiras, crio verdades e, quando for escrever, eu mesmo estarei confuso sobre o que pensei na hora e o que pensei depois quando já me imaginava escrevendo sobre. Uma confusão que me agrada e me dá tesão: deturpar a realidade que, enfim, nem existe assim tão real e absoluta. Uma merda velha.
(sempre lembro da pesquisa de alguma revista científica que li que dizia que pro cérebro não havia diferença entre o vivido e o imaginado, que no cérebro tudo [ verdade ou mentira ] era processado na mesma área)
Penso no risco e nas confusões. Lembro da louca que achou que eu tinha escrito pra ela e também da outra louca que me cobrou por coisas que eu nem pensava, mas tinha escrito.
A confusão que me agrada e me dá tesão.
Minha doença mais terna e gratuita.
Minha diversão de nerd.