17 de janeiro de 2011

diante do conta gotas.

A bobagem confunde a cabeça
e ter foco é difícil e raro.
Que há o papo do mundo líquido e fluído
e que esse papo, cá pra mim,
não presta: diz mais respeito à incapacidade de afirmação
do que ao erro convicto.
Gente radical ainda me comove mais.
O Jesus cheio de vigor vingativo dos Evangélicos,
a implacável justiça olhoporolho dos Espíritas
e o delírio de beatitude resignada dos Católicos
são as crianças mais lindas pro meu colo.
Que decidir e fazer as cisões é o humano todo em toda dor, loucura e faniquitos.
E esse jogo de dados, esse é-não-é, esse sim-sim-não-não é uma coisa inútil que nunca fecha portas e que vive em eternos corredores sem quartos, camas ou lençóis limpos.
-
Porque adoro o cheiro do lençol limpo e
quando durmo pelado meu pau fica facilmente duro
ao roçar no algodão que acumula meu amaciante FOFO - onde um ursinho marrom me faz promessas de ótimas noites.
O ursinho FOFO que me diz alguma coisa
e faz promessas de cuecas cheirosas e meias renovadas.
O ursinho FOFO que diz sim sem medo de dizer sim -
que, em seu corpo de pelúcia, faz a plena falsa promessa:
a afirmação de conforto.