22 de dezembro de 2011

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O clichê sempre tem razão de ser.
Pode ser estúpido, pode ser genial.
O clichê tem a ver com aquilo que nos é comum, que nos torna como todos, que é ordinário.
Esse filme é o clichê du bom e bem usado.
E ainda me deu essa belíssima canção para chorar quando chorar for o caso - ou a vontade.
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bundinha.

Pra ser subjetivo
e elegante:
não dá pra acreditar
em nenhum instante.

21 de dezembro de 2011

Tentar entender as coisas através dos outros e ver que não tem muita saída. A velha sensação de deslocamento. Garras no esôfago, cerveja em uma mão e cigarro em outra. Tento decifrar isso e aquilo. Entender as piadas, as demonstrações de afeto e as duplas que se formam. Nada faz muito sentido, mas ninguém liga muito pra isso e, portanto, estão todos felizes. Felizes de modo geral, falantes de modo geral. Olho e tento entender. Não há nada pra entender, mas eu não me conformo.
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O tesão passeia distraído. É estranho, mas está tudo bem. O grande lance, eu aprendi, é rir nas horas certas.     

19 de dezembro de 2011

A gente toma sorvete de frutas no verão e faz amor nos domingos em que há chuva e o frio aproxima os corpos.

Em dois ou três anos ela pensa em engravidar, mas eu mesmo não sei se é isso que quero.
Uma vez por mês ela fica louca com sua TPM e ouvi na rádio que os casos de depressão pós-parto são mais comuns em mulheres que sofrem de TPM severa.
Também ouvi que a capacidade orgástica da mulher pode estar relacionada a intensidade de sua TPM, o que, pelas poucas namoradas que tive, me pareceu uma verdade absoluta, pois quanto mais loucas na TPM, mais intensos eram seus orgasmos.
A mais louca, inclusive, me brindava com jatos de sua transparente secreção.
 

15 de dezembro de 2011

Acho que foi em 1996 que comecei a ter tesão em mulheres desesperadas.

A gente tinha 'ficado' e ela era minha primeira 'ficante' completa. Quero dizer: era constante, havia incursões à bunda, aos peitos e roçadas que ostentavam meu pau duro de adolescente. Antes dela, por algo que amigos haviam me dito, eu sempre disfarçava o pau duro. (Os amigos diziam que pau duro por causa de beijo era coisa de quem nunca havia beijado... Amigos idiotas e idiota eu). 
Não lembro como foi, mas lembro que um dia ela teve ciúmes e, pela primeira vez, discuti a relação - que, à bem da verdade, não havia. O fato é que o ciúmes dela fez com que houvesse a pergunta fatal: - você quer ou não quer que eu seja a sua namorada?
Lembro que essa pergunta veio inesperada e me pegou de surpresa. Pela cara dela, eu entendia que era uma pergunta que desejava respostas. Eu não sei se queria que ela fosse minha namorada ou não, mas lembro que na minha cabeça de 14 ou 15 anos parecia ridículo namorar com alguém de 12 ou 13 anos. E tinha também meu amigos. Deus! Nessa época, os amigos influenciam muito a gente. De alguma maneira, eu sabia que seria 'zoado' caso eu tivesse uma namorada tão novinha.
(A lógica adolescente, se bem me lembro, é que peitos pequenos eram coisa de novinha. Não era lógico. Era idiota e confuso. Caso uma menina de 11, 12 anos tivesse peitos grandes - ou mesmo médios - nós, os caras de 14, 15 anos, a consideraríamos uma mulher. Vai entender...)
O fato é que fugi dela - infelizmente esqueci seu nome - e atrasei minhas experiências sexuais em dois anos.
Quando perdi a virgindade, aos 16, entendi que essa coisa de mulher desesperada sempre se repetiria. Não que a Dani - dela eu lembro o nome - fosse desesperada, mas é que ela também queria namorar e eu não.
E o mesmo ocorreu com a Júlia, que nem me deu nem nada, mas que me masturbava na época em que eu nem desconfiava que outra pessoa poderia fazer isso por você.
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Termino aqui. Pela decisão de terminar. Porque 1996 durou mais do que eu imaginava.
E porque, não resisto, recebi uma cartinha importante.  

14 de dezembro de 2011

O amor estava na esquina.

Era barato e razoavelmente generoso.
Não fazia promessas que não podia cumprir e explicava tudo tintim por tintim:
- cu é mais caro, neném.
Expliquei que não ligava pra cus e fui chamado de homem raro.

11 de dezembro de 2011

só de mim, monamur

Fugir da pena de si mesmo e tentar achar as grandes soluções. No meio do caminho ouvir o disco do Criolo, que é meio bola da vez e porque é um jeito de acompanhar o mundo. Ler a coluna da Martha Medeiros desse domingo e gostar de tudo menos da frase estúpida. Justamente a frase que a editoria escolheu para destacar. Pensar o óbvio e ver o mundo: estúpido e bom ao mesmo tempo.
Bom: a coluna da M. Medeiros. Estúpido: a frase destacada da coluna da M. Medeiros.
O fim de ano e os planos inevitáveis. Coisas que não dependem só de mim e que é melhor assim. Ser sozinho eu já sei e aprendi. Não acho vantagem, não acho bonito, apenas reconheço. E penso nas coisas grandiosas que ficaram pra trás.
Tantas coisas pra trás, tanto sonho abandonado, tanta gente que ficou e se achou e se perdeu e mudou para o bem e para o mal. Coisas que ficaram pra trás. De todos os tipos e por todos os motivos. Por tristeza, por cansaço, por medo, por comodismo. E a certeza mais dolorosa de todas: "porque és morno, nem frio nem quente, começar-te-ei a vomitar da minha boca."    
Os passinhos ensaiados, a vida planejada, as etapas concretizadas de uma vida burocrática e mesquinha. A satisfação de ser fiel a si e de nunca se abalar. A força como virtude é a coisa mais triste do mundo. Gente forte, com casca e preparada para as piores desgraças do mundo. Como se fosse um jogo, no qual quem sofre menos ganha mais. Como a matemática mais comezinha: em casa com um lápis entre contas de mais e menos.
Fumando meus cigarrinhos e vendo o belo sol do RJ. Meio teimosia meio desejo. Lembrando que nada disso foi planejado, mas que, mesmo assim, prefiro as grandes frustações aos chatos que passeiam blasés em suas auto-suficiências. Porque alma ainda me parece importante, porque sou antigo e deliro com grandes sonhos. Porque ainda é permitido e porque poucos são os REALMENTE satisfeitos. Que satisfação não tem nada a ver com felicidade. E ser satisfeito é mais relevante do que ser feliz.