29 de abril de 2008

poizé. clica já.


SE UM DIA VOCÊ QUISER VOCÊ ME DIZ:
-
POSSO SER QUALQUER COISA QUE EU MESMO INVENTE.
POSSO DAR O CU SE ASSIM EU DECIDIR.
O QUE ME IMPORTA É A FORÇA E A RADICALIDADE.
O PARAÍSO OU O INFERNO.
(NO PURGATÓRIO SEMPRE HÁ POSSIBILIDADE DE ESCAPATÓRIA, E É ISSO QUE NELE ME IRRITA.)
OU SIM OU NÃO.
OU SEMPRE OU NUNCA MAIS.
-
QUERO APENAS
UMA FLOR ESTÚPIDA
QUE NASÇA NO MEIO
DA TESTA
DE UM IDIOTA
QUE EU MESMO
DESPREZE
E QUE
EU MESMO
ENGANE.

Passarinhos esmagados na mão.

Alimente meu ego devagar e com volúpia. Eu posso ser meu avesso com mais facilidade do que imagina. Posso mentir tanto que a confusão seja tanta que nem mesmo eu seja capaz de decifrar as bobagens que existem entre o sim e o não. Minha loucura é bonita e comovente. E se eu não a aciono é apenas por instinto de manutenção.
Sim, sim, eu também posso fazer as coisas mórbidas e vulgares que me excitam. Eu também posso alimentar os animais fracos que eu manipulo. Tudo muito confortável e frio: eu acima de todos que não sou eu: rasgando carnes que imploram por perdão, regando flores com a água de coliformes de Copacabana.
Matar com crueldade é mais prazeroso que matar por vingança.
E todas as possibilidades ainda existem apesar do que eu faça. Com um telefonema sou capaz de mudar minha própria vida. Basta convencer uma mulher a me dar o cu pra provar do meu próprio veneno.
Sou comedido por precaução. Sou fraco por estratégia.
Toda profundidade é manifestação de desespero.

26 de abril de 2008

3° cervejinha num sábado às 15:00 hrs.
Benzinho, devo te dizer: agora eu sou um gênio. Esse álcool delicioso no meu sangue e minha leitura e solidão. Nada de mais, mas nada que aconteça quando estou com você, minha senhorinha eleita e decidida.
( E penso que se casarmos devemos ser ricos e termos uma casa enorme. Tão grande que eu fique sozinho mesmo sabendo que você está à metros dalí)
É que tem essa coisa: solidão que dá conta de mim, como se eu me bastasse, como se você nem mudasse minha vida que só muda mesmo contigo. Não sei se sei explicar.
Mas é que pra mim é pouca gente. É mesmo pouca gente que importa. 5 da família que são do sangue e foram dados e não escolhidos. E 1 outra que é você. Que pode me trazer outros, mas que será sempre resultado daquilo que eu quis. E você já sabe que o que eu escolho e decido é minha maior glória e alegria. O que tá fora disso é o imponderável. E o imponderável é real, mas não divertido. Sei lá, sei lá. Escrevo só pra você e nem me preocupo com quem não me entende.

http://depositodocalvin.blogspot.com/


Relatinho

Bem simples e bem direto:
No Coimbra me acalmo e parece que sou eu mesmo. Cervejinha e livrinho aberto.
Os dois adolescentes chegam. Faço que leio, mas só reparo na conversa deles. O de sempre: ele deprimido e ela dando conselhos. Ele mais velho e ela mais nova. Com certeza 16. Garrafa de vodka e uma sprite meio cinza que ainda não vi por aí. Presto atenção na conversa. Perco o interesse e volto ao livrinho. Leio e me animo. Ela interrompe:
- Você tá lendo Bukowski?
- Não. Jonh Fante. Um cara que o Bukowski gostava...
- Parece a capa do Bukowski...
- É a mesma editora.
Falo pro moleque que a acompanha. Quero ser simpático. Comento que trabalho com teatro e fiz uma peça com textos do Buk. Eles falam e comentam. Adolescentes descolados e interessados, um estereótipo às avessas. Ela é bonitinha e já tinha reparado. Ele o tipo pateta clássico: fala de mulheres pra mulher que ele quer pegar. O de sempre. Fazia isso também.
Ela fala mais que ele e revira o piercing da língua que eu ainda não tinha visto. Ela fala:
- A gente tá indo pro bar bukowski. É bem legal lá. Mesa de sinuca...
- Sei onde é.
- O engraçado é que descobri o bar depois do livro que tô lendo dele. Bem legal. Você devia conhecer.
- É, é.
- Um monte de bêbado...
O garoto fala e ri. Ela não. Ela é mais esperta.
- A gente tá indo. Vai um dia. Você vai gostar. A gente tá sempre lá. Tem sinuca.
- Um dia eu vou sim...
- Até.
- Até.
- Até.
Leio mais um capitulo e trago 3 pra casa. Quando chego não tem Internet e leio mais um pouco. Telefono e descubro que o problema é da Net. Relaxo e leio mais um pouco. Penso que Madama Suspiro me lançou uma praga. A Internet volta e escrevo.

25 de abril de 2008

mau humor:

Tem que fazer o diabo e chegar junto. Descobrir endereço, achar telefone, rezar em latim. Tem que ser tanto que eu não suporte. Porque esse conta gotas de bom senso eu mesmo tenho. E até acho comovente e tudo mais. Mas não assim. Não com códigos loucos e indecifráveis.
Arromba a janela e me tira do marasmo. Arranca minha carne e prove minha alma. Velhas regras que inventei e não segui.
Nada me basta e meu saco enche como o saco de qualquer outro. O turbilhão ainda me seduz, a mentira ainda se mistura com a verdade. As mulheres que apanham ainda são cúmplices dos homens que lhes surram.

24 de abril de 2008

22 de abril de 2008

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ADORO ESSAS MULHERES QUE FICAM ME ESTOURANDO ESPINHAS, CRAVOS E OUTRAS MERDAS QUE SAEM DO MEU CORPO. AS MÃOS À POSTOS, OS OLHOS ARREGALADOS E FIXOS. A BOQUINHA CONTRAINDO ENQUANTO O SEBO BRANCO SAI DA MINHA PELE. E DEPOIS O MOMENTO INFALÍVEL:
- OLHA SÓ, MEU AMOR, ESSE ERA DOS GRANDES.
E VEJO AQUELA MINHOQUINHA BRANCA NA UNHA VERMELHA E PENSO QUE A FELICIDADE É POSSÍVEL.

do blogue do solda: clica cá.

(DESENHO FODÃO DE ORLANDO PEDROSO)

16 de abril de 2008

Cada um escolhe suas torturas e suas glórias.


Eu sou eu mesmo e sigo como sou. Não vou fazer concessões para mendigos que me comovem, mas fedem. Meu desprezo é meu melhor e sempre foi. Dona Terezinha que sempre me diz: saiba de si, meu filho, saiba de si. E Dona Terezinha nem sempre emplaca, mas o que me interessa eu uso e fico mais egoísta. E melhor.

exorcismo messiânico

- Sabe como é?
Você olha pro mar e acha bonito. Seus pés tão mais ou menos firmes na areia suja de Copacabana. Os bichos rondam sem parar.
Você se distrai vendo aquele mar cinza que é o mar de Copacabana e ouve os pequenos grunhidos que se aproximam. Milhares de ratinhos à sua volta. Mostram os dentinhos e arregalam aqueles olhos pretos e sem pupila. Param e coçam o fucinho quase com ternura. Você sente asco, aquele bicho nojento que mora no esgoto e que revira na merda. Você faz o que o pode fazer: bate palmas e chacoalha os braços. Faz um Xô! Xô! com a boca e eles recuam sem muita pressa, sabendo que daqui a pouco voltam.
Os piores são os mosquitos. Você não os vê e só sabe que eles estavam alí depois que já lhe picaram. Claro que se você os ver na hora em que picam, quando estão concentrados em tirar seu sangue, você pode os matar. É simples: basta dar um tapa em si mesmo. A mordida ainda coçará, mas não se pode ter tudo e, pensando bem, ainda é você que tá no lucro.
Os urubus sobrevoam e nem chegam a lhe ameaçar. São os mais feios e asquerosos, mas estão metros acima. Os urubus têm essa coisa de nunca estarem sozinhos. Eles são pacientes e comem muita carne podre por aí.
Eles esperam que você apodreça, mas você resiste. Você lembra que só ficará podre depois que morrer.
Antes de chegar em casa você senta de novo no bar e toma uma cerveja e pensa que bicho é você. Você não chega a nenhuma conclusão, mas se sente muito satisfeito. A cerveja lhe acalma e você nem é de praia. Os fantasmas só existem pra quem acredita neles.(13/02/08)

14 de abril de 2008

A velha rotina:
É estranho. Quase sem sentido. Parece até que to afirmando uma coisa pra uma pessoa morta.
Vou pro bar e bebo 1 lá. Bato um papo besta com o Sássa e descubro que o filho dele é locutor da Nativa e que a filha termina a faculdade de teatro em Agosto.
Subo com duas e tudo é imediato e rápido. Viro a chave e acendo a luz. Direto pra direita e outra luz e porta 1 aberta e porta 2 também. Sacola na pia e separo uma e outra fecho dentro das duas portas. Abro a separada e pego o copo largo com desenho do Ziraldo em comemoração da copa que já perdemos. Encho o copo e dou um gole. Ligo a máquina e vejo se ela tá acordada. Tudo ok e aperto enter pra logo em seguida acender um cigarro e ir cagar de porta aberta. Um grande peido no primeiro trago é tudo que sai de mim. Leio um poema do livro preto que tá no chão e o cigarro já tá na metade. Lavo mãos com o cigarro entre as páginas do livro que já tá no fim após tantas cagadas.
Volto: e-mail, janela de msn, orkut, blogue dela, blogue meu. Login e a página branca e brilhante na minha frente. Escrevo o que pensei no bar, escrevo o que pensei cagando. Lembro dela. Agora lembro sempre dela. Penso: o mundo é melhor agora. Boa noite, meu bem.
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( Agora é tudo pra você e parece até ironia. A J. me disse que meu blogue perdeu a graça porque tô como eu tô. Ligo o foda-se pra J. e continuo assim mesmo).
você olha o suor na minha testa

e acha bonitinho

eu penso que o tempo passa

e também o carinho

13 de abril de 2008

Um chato é um chato é um chato.
É simples: ele entra na mesa e tem cara de panaca. Se veste muito bem e está claro que é um cara saudável e com muitas opiniões. E ele fala todas.
Estamos num boteco e a regra deveria ser clara: papos cruzados, assuntos variados e, de preferência, breves. Nada de falar uma única coisa durante horas. Ainda mais se essa coisa for sobre si e/ou sobre sua nova obra genial.
Mas um chato é um chato e ele manipula a mesa em segundos. Você se sente preso, sufocado. Vai no banheiro e mija apenas duas gotinhas. Volta e ele tá lá ainda. Agora ele comenta as emocionadas reações das pessoas sensíveis à sua obra. Depois comenta a velha e repetida verdade sem graça: "impressionante como a platéia de São Paulo é diferente da do Rio de Janeiro".
E um chato precisa de apoio por mais chato que seja. E o apoio vem: "uma vez fiz uma peça no sul, realmente a diferença é brutal". E o chato retorce sua boquinha num sorriso que usa pra engolir saliva. Saliva engolida e o chato tem mais meia hora de história sobre o mesmíssimo assunto.
Você se retorce sozinho e acende outro cigarro. Pensa na mãe, pensa na morte, pensa, enfim, por que estou aqui? Cada comentário que fazem ao chato é uma ponta afiada nos olhos: elas dão mais 5 min à ele.
E fuma que fuma e viva os cigarrinhos que o chato, como não poderia deixar de ser, despreza. E você, o único fumante da mesa, tenta não se manifestar sobre esse novo interessante assunto único do chato.
Você se segura e solta um resmungo sem muita força, apenas pra deixar claro que você sabe que ele é chato. Ele te olha e insiste na piada. Ele é engraçadíssimo e simpático: como todo bom chato, afinal.

9 de abril de 2008

coerência interna.

e não é que a danada da faca cortou o meu dedo bem na hora que eu dividia a enorme bucha em dois?
ai ai ai. esse mundo é cheio de gracinhas.

8 de abril de 2008


o estranho é que seus olhos estavam belíssimos. e o mais estranho é que eles só estavam assim porque havia chorado. eu reparei muito neles naqueles poucos minutos. onde é branco estava vermelho e o verde/azul era roxo, quase roxo, quase escuro de tão roxo. Eu pensei: bonitos agora no meio das trevas: púrpuras.

confusãootimista

Celebre a vida como ela for. Sem mais nem menos, celebre. Não há pecado e não há perdão. Há apenas a turbulência e a loucura diária. Mil formas em mil corpos que realizam mil metamorfoses.
Uma das maiores tristezas é a eterna necessidade de explicação. Nem tudo se explica e as explicações se aproximam mais do desespero do que da verdade. A verdade não existe e, se um dia existir, não deve ser revelada. Uma verdade revelada é estúpida e fraca. A verdade real nunca deve ser dita. Podemos apenas relatar as verdades do tempo e do espaço, dos ocorridos com ou sem alma.
O mundo é justo porque não sente perdão. A vida passa veloz e quem bobear corre atrás dela. Os milagres são possíveis, mas exigem sangue, esperma, suor, dor e desespero. Eu não salvo ninguém e ninguém salva ninguém e ninguém me salva também. A melhor justiça humana ainda é feita no olho por olho e dente por dente. Somos macacos crescidos e apenas isso. Somos bichos no cio procurando se reproduzir.


7 de abril de 2008

coisa rica -
sinto saudades
e também minha pica.

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Então tem essa gorda horrorosa que me espia. Não posso fazer nada: bunda na janela é a regra. Mas nunca gostei de gordas. Explico: é que também sou gordo e dois gordos trepando é uma coisa dos infernos. E digo isso por experiência própria. Barriga demais e meu pau nem é tão grande assim. Fora que vi a imagem no espelho e fiquei horrorizado: meu pau diminuiu uns 2 centímetros na hora. E a gorda berrava e tinha esse gemido grosso de gorda baixo tenor.
Agora essa gorda tá obcecada e me espia como uma louca. Vejo meu site meter e se tenho 10 visitas, 7 são da gorda.
Falei sobre isso com a minha mãe que me aconselhou a emagrecer e fazer exercícios. Como sou um filho rebelde escrevo esse textinho aqui com esperança de espantar a gorda.
Até prevejo seus olhinho miúdos entristecidos com esse texto: - come chocolate, criança, come chocolate.

5 de abril de 2008

É uma dor enorme: a minha e a do mundo.

Mas a minha é maior porque eu caibo em mim

e o mundo não.

A gente só lamenta pelo que já sabia de antemão,

minha vó sempre dizia isso com os olhos arregalados e vermelhos.

E hoje passeio distraído pela casa velha e feia

e tem gente nela e essa gente me agrada e me arranha.

E lembro da minha vó que tantas vezes me acusou de sujar sua casa com os meus pés sujos.

- É vó...! Você tinha razão!

por uma vida melhor.

Sempre achei rídiculo homens que bebem champanhe: aquele líquido com uma cor insossa numa tacinha delicada e fazendo bolinhas. E ainda há os que defendem o champanhe e que convidam mulheres para beber uma 'tacinha'. E essas mulheres acham lindo e comovente o convite. E bebem bastante e o homem delicado consegue comer um cu de mulher depois do encontro. Tudo bem calculado e feminino: beijinho na nuca, mocinha de lado e a cabecinha do pau sugerindo o caminho.

4 de abril de 2008

há todo esse delírio embutido. minha cabeça dando nó e um suor filho da puta me empapando durante a noite. e rezo pro deus gordo que eu não acredito. e peço perdão por pecados alheios que eu não compreendo. e tento tomar distância e me sinto frio e oco. e me aproximo e o desespero aumenta e a luz apaga. uma multidão inteira em volta da cama: danças loucas e chatas que só satisfaz quem se basta. eu não posso dançar, mas sempre há quem pode. um passinho pra frente e um passinho pra trás: a estabilidade vulnerável dos artistas de gaveta.

2 de abril de 2008

de novo na casinha verde.
umas conchinhas bacanas e outras pra catar.
sou quase um monge agora:
nu e de tênis saindo pra comer um sanduiche natural.