27 de setembro de 2013

Dentes pra morder s.r.


  • onde foi parar papai?, eu me pergunto. Quero dizer: e-mail sem resposta e esperava resposta. Como explicar? Assim: consegui deixar claro que papai deve exercer sua vontade de poder?
  • um não entende. E reclama dos outros esse um. Ele não entende. E julga os outros injustos. Os outros não são injustos. Os outros estão fazendo uma coisa que esse um não entende. É estranho: parece que esse um sempre acha tudo e todos injustos. 
  • tem isso. que é o mantra tacanho que faz a gente ser ajudado: um dia de cada vez. Porque não há opção, porque não há jeito e temos que ter uma certa calma. 
  • essa mistura toda. ser real, ser virtual, ser verdadeiro ou ser falso. uma velha unidade estranha: ser coerente. como se a vida não fosse confusão e devaneio. como se conseguíssemos sem esforço algum sermos coerentes. ´
  • isso - esse blogue - é cada vez mais íntimo e egoico. pra mim, meu umbigo. só pra mim. o fb como maldição da rede. o anticristo é aquele que monopoliza seja lá o que for. 
  • bloguee, o diiaarriioo mais vaidodososo do mundo: assim: no tempo em que se surfava na rede e não havia o fb dominante.
  • ninharias de resistência: àquela satisfação difícil de quantificar. tipo: felicidade.

24 de setembro de 2013

faceme

reconhecer os covardes: assim, como quem analisa o próprio peido após virar de ladinho no banco da praça.

a galinha que não me interessa

não diz sim
nem diz não
muitos talvez
e nenhuma solução

cgin2409

Aprendi a morder. Estou falando de dentes. Ao morder eu me alimento. Tenho que morder com mais rigor.
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Foi ela mesma. A ovelha mais doce que comi. Ela não desconfiava: vivia entorpecida como costumam viver os passionais.
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Só agora percebo do que fugi. A ideia que ela tinha de felicidade era uma paz monótona e calma: teríamos filhinhos, uma casinha e, ao fim, estaríamos velhinhos e contentes.
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Pela vontade de potência. E pelos desejos ambiciosos. E por ser ação. Por existir, por agir no tempo. Por ser o animal doente: homem. Por parte da doença vir dessa subjetividade que anda na lâmina e que tende à negação da vida. O não como virtude: a mais antiga das bactérias.
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Realizar em um lugar muito escolhido e específico. Querer a dominação de luxo que é a ideia de liberdade: esse eu que reina em valores próprios. Com cinismo e malícia e sem acreditar em 'choque do amor' e bobagens do tipo. A minha inteligência é meu maior deboche. O conhecimento, ô seu chato, é uma festa onde ninguém é obrigado a dançar

21 de setembro de 2013

m


  • dois dias de derrota e dor e hoje uma vontade de morder a vida e ter certezas. Vitalidade, meu amor, eu te quero: vida que quer mais vida e é até agressiva por isso, eu quero.
  • Gracinhas do mundo. Tesão. Vuco vuco, e, Jesus, lá da cruz, me abençoou: cada toque uma irrigada de sangue no pau. Aquele mantra baixinho: não é coisa da minha cabeça.
  • Tesão de medo e pensamentos variados. Dos tipos que não ajudam nada. Tipo: muito simples desejar mulheres impedidas e imaginar amores irreais. Fernandinho, olhe pro espelho e lembra da porra do Lowen: quais os mecanismos de defesa são acionados agora? Medo de altura, talvez.
  • (homens burros, sempre burros. querendo que a mulher diga sem entrelinhas. homens burros, sempre burros)
  • Ela lá. Bem gostosa. Tesão antigo. E vontade de morder e fazer uma grande cagada. Tava vestida pra mim, é meu delírio mais vaidoso.
  • Mulheres, mulheres, isso é um apelo: pintem as letras de amarelo, pintem as letras de amarelo. 

13 de setembro de 2013

s.r.

A tristeza tão bonita das músicas do Sergio Sampaio. Uma tristeza grande e bela que até dá vontade de sentir. E dá vontade de mandar para os amigos, para o pai, e perguntar: viram que beleza de tristeza? Música que se canta alto, com voz e embriaguez; como quando eu era criança e minha irmã, a letícia e eu esperávamos meu pai para ouvir um cd (uma coisa supernova na época) do E. Gismonti tocando Villa Lobos. Era bom e era calmo. É uma boa memória de infância. Meu pai ligava uma lanterna e nos dava cigarro acesos para brincar na escuridão porque a gente desligava a luz e punha a música. As coisas, nessa época, eram bem mais simples.
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A vida rói dentro e a vida é imensa e vasta. Não há paz. O que há é um acordo de aceitação diante da realidade. Esforçando-se para agir, para ser ação. Porque o reativo não é ruim nem nada, mas é menos vida. Vida como ação, como impulso de vida, como minha avó que cogita o passeio ao RJ porque vida ainda há, mesmo com o corpo atrapalhando.
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Vem os dedos, vem o corpo, vem o tesão. Bichos que tateiam no escuro e gostam do tato. E ondas de calor dentro da gente. E o ventre, o baixo ventre, torna-se um lugar tão frágil e bom de passar a mão. E olhava pra ela se trocando e pensava baixinho: nunca mesmo pensei no teu marido.
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A insistência não é uma virtude per si. Há muito de incapacidade na insistência, muito de costume na insistência. A insistência pode ser várias coisas: irmã, Deus, marido, Fé, inimigo, profissão. A insistência tende a vir da razão. E a razão, a gente aprendeu, é uma puta muito da circunstancial.
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Te amaria sempre fosse você a mulher que sentaria do meu lado num dos pitocos que ficam na esquina da Sá Ferreira com a Av. Nossa Senhora de Copacabana. E sentaria ali e gastaria 30 minutos ali enquanto esperava alguém; e fumasse um ou dois cigarros e visse como é vasto esse mundo e esses lugares. Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil, Mundo. Assim: desse jeito: como uma câmera que se afasta e mostra divisas, mapas e planetas.
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Aos 32 entendo quase tudo. O quase é vasto e o tudo é generoso. Quero dizer: com 62 suportarei o mundo e sua vastidão? Ou terei morrido antes? Ou estarei calmo diante desse absurdo chamado existência consciente? O mundo vem se tornando cada vez maior conforme me torno mais velho e vivo mais tempo nesse tempo-espaço chamado mundo. Ui. Ai. Essa auto ajuda sedutora que me sopra conforto.
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uma coisa bela e terrível. Para ouvir alto. Ou ouvir sozinho. Ou ouvir pensando coisas muito pessoais e restritas.
http://www.youtube.com/watch?v=J9N2zPyCaB8