22 de julho de 2009

meu cré-cré, meu vai-que-vai. meu desejo é de conversar com duas pessoas. assim, com uma distância elegante, que aprecio e estimo. duas pessoas. só duas. nessas de falar o que não se fala ou fala pouco. nessas de tirar proveito da visão turva que a distância elegante produz. talvez pelo sonho estranho, talvez pela boa novidade, talvez apenas pra variar. escolher com quem se compartilha segredos é coisa que quero e importa. o resto, repetição dos vícios, da ressaca e dor no pulmão.
BRINCA QUE BRINCA
DANÇA QUE DANÇA
BALANÇAR A MINHA PANÇA
É A MAIOR DIVERSÃO.

dsbndnh.

Mais uma jogada e mais um prazer. A vantagem do escuro é o lance de que todos os gatos são pardos. Sem emoção e sem critério, mesmo que haja, por algumas horas, a velha sensação de estar vivo.
Mesmo que se esteja morto, mesmo que seja mentira.
Que seja: não é simples mentir pra si mesmo, mas, mesmo assim, é possível.
Então: cola que cola, diz que diz, viva que viva, curte que curte. Curtir? Curtir! Como o couro ensanguentado e estendido que virará uma calça belíssima enfiada numa bunda de gente realmente muito fina.
Ah! Que me comovo! Ah! Que te conto uns segredos legais e divertidos! Ah! Que o amor pode esperar enquanto brinco no vai e vem dessa buceta que não tem cara nem nome nem alma! Ah! Que pensar em alma é virtude dos fracos! Ah! Que meu pau tá dentro e com borracha! Ah! Que daqui a três horas tenho que acordar! Ah! Que acordo com ódio e desejo de assassinato! Ah! Que isso não são coisas pra se pensar nesse momento! Ah! Que café preto na cama é quase uma promessa de felicidade!
E tudo deixa pra depois. Conta-se mais uma história e se ri sozinho ao lembrar que as desgraças são as mesmas e vêm à cavalo. Como a tristeza disfarçada em riso que não cola, como o 'eu te adoro' que marca um território desconhecido, como o desejo de sumir numa multidão que é alegre, burra e íntima. Como o despertar do prazer dentro da solidão.
Porque ontem vi um filme com a minha turma e a minha turma é a mesma de sempre. E lá entendi o que parece óbvio, mas nem sempre é: a esperança é a mesma e tristes somos todos nós. Porque o milagre anda perto do vislumbre. Porque o vislumbre é o desejo que não pensa no real. Porque o real é lavar roupa suja e não comprar um novo terno. Porque um novo terno é mentir pra si mesmo sabendo da própria mentira.
E
fora
gatos
cantam
a
música
do
Chico
como
se
o
Chico
fosse
o
único
compositor
do
oeste.