27 de setembro de 2011

Meu cigarro Free, o surfista viciado em pó e a garota auto-sustentável.

Aquela beleza toda; e também as grandes jogadas. Eu devia ficar em silêncio. Apenas olhando, apenas pensando só  as coisas que eu pensaria de qualquer maneira.
Mas não tinha como se conter. Ela falava as merdas velhas com olhos marejados e desejava, assim lacrimosa, receber a atenção de todos que estavam na mesa. E eu estava na mesa e ela recebia minha atenção.
Não pelos motivos certos, não pela comoção.
Falei e não devia ter falado. A conclusão, agora, é simples. Mas conseguir ficar quieto diante de idiotas aplaudidos ainda é uma habilidade que me falta.
Um dia chego lá e viro o Buda Gordão que minha mãe punha de costas pra rua por algum misticismo que ficou esquecido com a década de 80.
Não deu. Falei e virei o Buda Gordão Resmungão que atravessa a rua sem olhar para os lados e sem se despedir de estranhos.
Ela, imagino, deve ter culpado, com os olhos ainda marejados, o álcool e a minha displicência com as coisas simples da vida.
"Uma manhã ensolarada", "um simples banho de mar" e "lembrar-se sempre que respirar é um privilégio dos vivos" foram as mensagens que não tive a profundidade (sic) de entender.
Pensei que apesar de tudo vou muito bem, obrigado.