11 de dezembro de 2011

só de mim, monamur

Fugir da pena de si mesmo e tentar achar as grandes soluções. No meio do caminho ouvir o disco do Criolo, que é meio bola da vez e porque é um jeito de acompanhar o mundo. Ler a coluna da Martha Medeiros desse domingo e gostar de tudo menos da frase estúpida. Justamente a frase que a editoria escolheu para destacar. Pensar o óbvio e ver o mundo: estúpido e bom ao mesmo tempo.
Bom: a coluna da M. Medeiros. Estúpido: a frase destacada da coluna da M. Medeiros.
O fim de ano e os planos inevitáveis. Coisas que não dependem só de mim e que é melhor assim. Ser sozinho eu já sei e aprendi. Não acho vantagem, não acho bonito, apenas reconheço. E penso nas coisas grandiosas que ficaram pra trás.
Tantas coisas pra trás, tanto sonho abandonado, tanta gente que ficou e se achou e se perdeu e mudou para o bem e para o mal. Coisas que ficaram pra trás. De todos os tipos e por todos os motivos. Por tristeza, por cansaço, por medo, por comodismo. E a certeza mais dolorosa de todas: "porque és morno, nem frio nem quente, começar-te-ei a vomitar da minha boca."    
Os passinhos ensaiados, a vida planejada, as etapas concretizadas de uma vida burocrática e mesquinha. A satisfação de ser fiel a si e de nunca se abalar. A força como virtude é a coisa mais triste do mundo. Gente forte, com casca e preparada para as piores desgraças do mundo. Como se fosse um jogo, no qual quem sofre menos ganha mais. Como a matemática mais comezinha: em casa com um lápis entre contas de mais e menos.
Fumando meus cigarrinhos e vendo o belo sol do RJ. Meio teimosia meio desejo. Lembrando que nada disso foi planejado, mas que, mesmo assim, prefiro as grandes frustações aos chatos que passeiam blasés em suas auto-suficiências. Porque alma ainda me parece importante, porque sou antigo e deliro com grandes sonhos. Porque ainda é permitido e porque poucos são os REALMENTE satisfeitos. Que satisfação não tem nada a ver com felicidade. E ser satisfeito é mais relevante do que ser feliz.