Elas eram quatro.
Por algo que nem quero saber me chamavam de "Fernandinho."
Uma delas, se não me engano a mais velha, estava bêbada pela primeira vez.
26 anos e primeiro porre. Há algo errado aí.
Tenho bebidas, tenho comidas, moro sozinho, sou educado e simpático também. Ofereço gin, ofereço vinho, ofereço whiskey. Sou super educado, pensando bem. Faço pão de queijo.
Elas conversam. Eu ouço e meio que participo. Assuntos comuns: paus grandes ou pequenos, quantidade de paus per vagina, amor e sexo, paixões que se supõem maiores do que foram.
Há vozes altas, ameaça de reclamação de vizinhos e as quatro dizem estar bêbadas. Acredito.
Vislumbro: peitos sardentos, primeiros beijos lésbicos, risos eufóricos e (por que não?) uma boquete com 2 ou 3 bocas.
Uma delas se vai. Outras ligam para suas casas pra avisar que dormirão na casa da amiga. Eu aperto quem eu posso apertar. É bom, é bem bom.
Sono da apertada e há duas que falam e acompanham no gin e no cigarro. Imagino ataques, imagino segredos e nem tento nada porque, é bom lembrar, sou educado e simpático.
É tarde, bem tarde e o sono da apertada atinge a todos.
Há sacanagem na cama e vómito no banheiro. Vómito (óbvio) da bêbada tardia, mas quem se importa?
Há uma bela bunda, peitos que são melhores do que sua dona acredita e dedos instruídos para dentro de uma buceta.
O vómito termina e meu quarto-e-sala está cheio. Há chances. Siriricas? Punhetas? Quem sabe algo de ladinho? Mas nada de nada.
Falta paciência, falta espaço, falta qualquer coisa que nem imagino o que seja.
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Quando acordo penso se ronquei ou não. Concluo que sim porque simplesmente ronco.
Vejo-as saírem e penso que ainda falta.
Faço café e lembro do que gosto:
voz aguda, falsa segurança, meias-calças que desaparecem, medo discreto e - ainda que em menor grau - jogo cujas regras desconheço.
Mas quem se importa?
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(Domingo à tarde. Assim: sem ser à noite e sem ser dia útil. [Almoço talvez]. Domingo à tarde. Tem O Globo e as horas arrastadas. Tem a casa e o cinema às 18:20. Domingo à tarde...)
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