30 de maio de 2009

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Nada como uma bela ressaca pra fazer você pensar na vida. O mau humor lhe provocando azia, a boca azeda de cigarro e a pança proeminente do excesso de cerveja. Você até pensa que isso não é vida, mas é sim e é por aí que caminhamos.
A ressaca melhora quando você estala a lata de cerveja que sobrou da noite anterior. É uma verdade antiga e popular: a melhor coisa pra ressaca é beber uma.
(A verdade não é relativa. Os imbecis que acham isso pedem desculpas por existirem e serem quem são.)
No meio da tarde, com a ressaca provocando peidos realmente fedorentos, você finalmente consegue responder àquela coisa que lhe martelou a cabeça em todo esse processo de loucura e desespero.
A resposta é simples e vem como um raio. Você fica surpreendido por não ter entendido antes. Tão óbvio e tão invisível.
Pra cortar a boca azeda, você masca chiclé e lê um novo blogue de uma garota que parece perfeita pra você: arrogante, genuína, boa de escrita e mais velha.
No sua imaginação semi bêbada você se casa com ela, manda flores e tem direito a sexo anal uma vez por mês.

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Por Deus.
A loucura ocorre as vezes e quase nunca há charme nessas coisas. Copacabana bêbado ninguém merece. Muito assédio de travesti, muita investida de puta. O Rio de Janeiro é os travestis e as putas numa bela paisagem. Cidade linda e idiota. Só o Rio de Janeiro pode produzir essas coisas, como a Lapa: um shopping de miséria e gente estúpida.
Seja como for, há horas em que se deve desistir das coisas. Ir pra Copacabana bêbado é, e sempre será, uma idéia de merda. Travestis e putas podem ficar muito parecidos. Um risco imenso.
No quiosque do calçadão tomo uma saideira. Olho pro Copacabana Palace e pra areia. A diferença é menor do que se pensa. Os mistérios desvendados perdem seu encanto. Bom mesmo é ver o Rio de Janeiro pela televisão.