22 de junho de 2009


Palavras doces e ternura imaginada. Não se precisa de muito. Vejo você distante e forte. Como sempre foi, afinal.

Não saber quem você é me acalma. Porque tenho essa tara por alma, e alma, alma mesmo, só se revela com proximidade da carne. E carne, só carne, nunca foi nosso forte.

E também cogito que tenhamos o mérito de não confundir carne e alma com facilidade. Coisa que é mais rara do imaginávamos.

Seja como for, a imagem que fiz pra você é: falando muito com um sorriso na boca num parque durante uma ensolarada tarde de domingo.

Então guardo sem pressa meus delírios e penso que ter 1 ou 2 coisas é melhor do que ser dono do mundo. Até porque o mundo é grande e ser dono de tudo é estúpido e falso.

Preparo minha água quente pro miojo e imagino o horror que isso poderia lhe causar. Porque fiz você assim, acima dessas coisas.

Porque prefiro isso.
Range-se os dentes pela manhã. O café, forte e requentado, cria um arroto azedo e morno. Arrota-se satisfeito, mas sem ostentação. Um arroto quase interno, eliminado com um sopro.
Lá fora, um dia bonito de inicio de inverno. O céu azul e discreto, como devem ser as coisas verdadeiras.