25 de julho de 2010

O incrível carrossel com cavalinhos gigantes.


É a vida/vidinha e toda a jogada. Hoje, com medinho de que o teatro não enchesse, descobri que sou uma putinha. Foi só os clientes chegarem que a maquiagem foi retocada e a paz renovada. Putinhas. Putinhas tristes que se satisfazem com excesso de picas em uma mesma noite.
Tudo certo.
Então a gente faz nossa peça e ela é o que é. Não é um sucesso, não é um fenômeno e, definitivamente, não agrada aos nossos pares. É um fato: nossos pares - gente de teatro - torce o nariz praquilo, com o papinho conhecido: "parabéns, é divertido" ou "parabéns, me diverti".
E, na verdade, to pouco me fodendo. Quando lembro das coisas que os nossos pares gostam e admiram, concluo: melhor assim.
Porque há esse fetiche pela arte, a arte como uma sabedoria superior e dona de um conhecimento 'especial'. Então prefiro que os meus pares apenas se divirtam e torçam os narizes. Eles gostam da arte séria e sagrada, a arte-salvação que é muito limpa e bem feita, mas que renega o desbunde e o prazer puro e simples que é assistir uma peça de teatro.
E, nessas, como boa putinha, desejo apenas que o público continue vindo. As velhinhas de Copa, os casais que bebem e berram durante a peça, a mãe separada e a filha adolescente com as amigas.
Agora sou mais uma putinha satisfeita e, como tal, desconfio das mulheres que super valorizam o tesão que dizem sentir. Elas entendem tudo de tesão, mas o sentem pouco. Elas gostam mesmo é da cara de tesão que elas fazem diante do espelho.
Eu entendo, eu até topo, mas, cá comigo, prefiro quando uma putinha faz a cara mais feia e estranha durante o orgasmo. Isso, pra mim, é o que parece real.

síntese

Tesão
em mulheres
desconhecidas.
Não,
isso não
é vida.