9 de agosto de 2010

As mulheres calmas com vestido de algodão que meu tio Buk me falou ficaram todas no exílio.

Agora elas andam com pressa e têm a maldita auto suficiência como dogma. Nem entenderam que a 'auto suficiência' da Marina Colasanti era objetiva e queria dizer apenas 'auto suficiência financeira'.
Elas radicalizaram. São tão auto suficientes que não precisam de nada e de ninguém. São todas órfãs - com pai ou mãe vivos, tanto faz - são todas órfãs.
Gozam sozinhas, trepam sozinhas, cozinham sozinhas, ficam doentes sozinhas, trocam lâmpadas sozinhas. E até falam sozinhas quando conversam com você.
Um dia, por puro acaso, pedi pra uma órfã auto suficiente: - me frita um bife? E ela me disse das opressões que seu sexo sofria, dos abusos que havia sofrido, da mãe que era traída pelo pai e de como os homens com os seus pênis achavam que podiam possuir tudo.
Eu insisti: - mas mesmo assim, me frita um bife?
Ela subiu nas tamancas e disse que eu era machista, que eu era um crápula, que era o mimadinho que queria ser servido, que eu não aceitava a 'nova mulher' e que o bife era o ícone de todo meu machismo enrustido. E ela ainda bateu a porta da minha casa dizendo que eu era ''mais um porco machista".
Eu queria um bife e achava coerente pedir isso à ela. Ela tão linda e gostosa, ela que dizia que gostava muiiito de mim. Pensei, inocentemente, que eu poderia, com ternura, pedir pra ela me fritar um bife. Mas ela não disse sim ou não, ela apenas me xingou com acusações da década de 70 e bateu a porta.
Contentei-me com salaminhos cortados por mim e salpicados com limão.
Até hoje, antes de dormir e depois da oração, lamento comigo mesmo: - era apenas um bife, era apenas um bife...

O pau sem mira, mas a vida boa.

Acordo tarde e quase sem culpa. (sentir culpa é tão reconfortante...). A TV tem tela azul e nem interessa. A Internet, além da tela azul, tem uma oferta incrível de pornografia.
Toco punhetas para todas as homemades e penso em juntar dinheiro para comprar uma máquina digital. (nunca tive uma máquina digital...). Se eu pudesse escolher, me apaixonava por uma mulata: coxa marrom e buceta rosa, o inferno à cores.
Desço e vejo gente. Gente. Gente é legal, gente é comum, gente enche o saco. (ser eu mesmo enche o saco...) E, de novo, tive um sonho estranho. Não lembro como foi. Mas lembro de acordar e pensar: de novo um sonho estranho.
Agora voz de mulher na vitróla e meu pau mole balançando sem ficar duro ou mesmo ter mira. Mira pro pau é tão importante, disse um ex professor canastrão que tive. Mesmo canastrão, ele tinha seus momentos.
Domingo à noite, uma ligação perdida no celular e nenhuma buceta-mira pra ajudar à dar sentido pras coisas. A pizza tá no forno e cheira bem. (definitivamente não entendo quem tem preconceito contra a carne dos porquinhos...).