15 de maio de 2009

Arrega-se aqui ou arrega-se lá.
Tanto faz.
Quem não reclama da vida?
Eu não confio em quem não reclama da vida.
É só estar vivo e mais ou menos acordado.
*
E hoje digo isso porque justamente hoje não é o caso de reclamar.
A vida é boa, mais ou menos boa. Tanto faz de novo. É apenas como é. E, bem, 'é apenas como é' é dizer nada parecendo algo.
Então eu também digo. Eu também, ora pois. É claro que prefiro eu mesmo quando sou só eu e não o resto do mundo, mas até aí...
É o mínimo de inteligência que posso ter: eu estou no mundo, no maldito e gracioso mundo. Eu também tenho meus momentos e todas essas babaquices que a gente usa pra dar sentido pras coisas.
É justo, é justíssimo isso. Somos animais em busca de carne.
E carne há de tudo que é tipo: ciência, sangue, arte, amor.
Farinhas do mesmo saco. Ninguém gosta de imaginar que a merda é eterna.
Nada que existe é eterno, afinal. A eternidade é mais um desses conceitos grandiosos que ajudam a gente a dar sentido pras coisas.
A gente, bicho homem, tem lá esses conceitos na manga e os usamos pra justificar o que fazemos. Pega bem e ameniza a culpa. Viver sem culpa é um tremendo desafio. Só idiotas acham que a culpa é um mero 'conceito cristão'.
Mas deixa os idiotas pra lá.
*
Quero terminar e digo:
o mundo é tão fundo
quanto o seu umbigo.