5 de maio de 2010

sem unhas roídas.

NegritoMeu putaquepariu é o sorriso mais singelo na cara do diabinho.
Capeta desses bem pequenos que se guardam em garrafa e que vira assunto nas novelas.
Meu capetinha dentro da garrafa de vidro e eu sussurrando pra ele: isso, isso mesmo.
Meu diabinho-camarada rindo com sua boca pequena e frágil.
Meu capetinha meu.
Depois dele sair, ele, tadinho, achou que ficaria grandão. Ele, capeta-coitado, achava que era pequeno por causa da garrafa.
E nem entendeu que o tamanho dele nada tinha a ver com o vidro e com a aparente prisão.
Meu diabinho do lado de fora escalando os aquários.
Meu capetinha meu: o rabinho, os chifrinhos e o corpo equilibrado em duas bolinhas gude.
Meu capetinha meu.
Depois que saiu da garrafa me disse: mó tristezinha, mas ainda queimo os dedos daqueles que me pegam.
Eu concordei e não toquei nele. O capetinha-diabinho tem lá suas razões.
Mas, de qualquer maneira, ele impressionava mais na garrafa.
Uma pena ele ter saído de lá.