14 de fevereiro de 2012

Relatinho.

É fácil ser inteligente entre outras pessoas. Mas isso não quer dizer nada, nem mesmo que você é - de fato - inteligente.
Muita vaidade em um único ser e diversas vezes eu pensava: - que merda é essa?
Um tipo de delírio de grandeza, um foco em si que embaça a vista. Falava apenas dos outros (sempre famosos) e me lembrou aquela tirinha que roda no facebook que diz: "pessoas medíocres falam de pessoas". 
Fez sentido.
Pensei no meu acanhamento e no poder do álcool.
Tão fácil ser normal quando se está embriagado...
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No domingo passado fui ao Turfe - que nada mais é do que o hipódromo e os cavalinhos que correm. Dá pra entender a sedução daquele lugar. Há diversas pessoas, mas sua solidão está protegida. Não sei se me faço entender...
É um ambiente grande, entre uma corrida e outra há longos intervalos e, em certo sentido, você está FAZENDO alguma coisa. Pode ser olhar os cavalos, estudar o programa ou simplesmente reparar nos outros. Graças ao intervalo e as conjunturas para as apostas, você pode pensar em si de um jeito calmo. E quando pensar em si se tornar insuportável, o corneteiro te salva e anuncia a entrada dos competidores.
Então é o momento de FAZER alguma coisa. Você se aproxima e tenta perceber se aquele cavalo e aquele jockey que você escolheu criam uma harmonia vitoriosa. Geralmente não, mas não importa.
A questão é que você tenta enxergar o invisível olhando aquele cavalo e aquele jockey, como se houvesse um mistério que talvez você consiga desvendar e ganhar algum dinheiro.
Joguei em 7 páreos, perdi vinte reais e ganhei quatro. O preço de um cinema com a vantagem de não enfrentar filas.
Na volta, bicicleta de garoto-propaganda do Itaú e a bela sensação de que sim, a vida é possível.