6 de março de 2010

a carne santa e outras coisas que as mulheres não entendem


AQUELA buceta não qualquer buceta AQUELA buceta buceta-cova e caixão de tremores de morte e outras agonias AQUELA buceta e meu pau uma história de amor buceta que de tão intima se roçava na minha nuca como um novo experimento eu de costas deitado ela melando meu pescoço falando que queria gozar ali que nunca tinha gozado ali que perguntava entre gemidos se tava doendo se tava doendo e até tava doendo mas eu também queria que ela gozasse ali AQUELA buceta que saia sozinha porque eu não gosto mesmo de sair e voltava bêbada e tesuda e meio que me estuprava que eu só acordava quando ela já tava forçando a entrada cheia de pressa sem a lubrificação adequada e já era quatro ou cinco da manhã e eu tava com vontade de mijar e tava duro e ela forçando a entrada e eu meio dormindo meio acordado achando que se AQUELA buceta quisesse poderia decepar meu pau porque ela fez que fez e enfiou ele até o talo e falou um monte de sacanagem bêbada porque quando tava bêbada AQUELA buceta era sacana pacas e exigia tudo de tudo mil chupadas dedo no cu na boca estrangulamentos leves tapas babas e salívas suor na cara mordida unhada AQUELA buceta que gozava de um jeito nunca superado com movimentos violentos de contração e rios e cheiros que vazavam e uns sons de plofplaf AQUELA buceta e meu pau uma história de amor que gozavam sempre juntos numa sintonia maluca mesmo que em rapidinhas frenéticas e juvenis no meio da tarde com a casa cheia de gente e a porta só encostada com a calça arreada e o pau através da braguilha AQUELA buceta que numa festa de natal numa chácara muita gente e muita dança abre minha mão e põe a calcinha que havia tirado e a gente meio que dança com ela de vestido sem calcinha e ela chama e eu vou e de repente a gente tá num quartinho e faltam cinco minutos pro natal e minha família começa chamar todo mundo porque a gente sempre faz uma roda e as tias beatas falam de Jesus e puxam o Pai Nosso AQUELA buceta cheia de pressa pra rezar também porque ela na verdade é muito católica e até vai a igreja mesmo fazendo todas as sacanagens porque AQUELA buceta me ama e no amor AQUELA buceta sabe que pode tudo até sexo dentro da igreja ou no mesmo quarto em que crianças dormem mas daí faz de ladinho e discreto usando a mão pra tapar os sons humhum que tentam sair AQUELA buceta-milagre-cova e fonte que acordava cedo no domingo e voltava com o jornal e o abacaxi e cortava o abacaxi em pequenos cubos que me dava ainda na cama e eu comia e era genial o azedo do abacaxi tirando o bafo matinal AQUELA buceta que cismava em beber antes do almoço com o almoço já pronto e ela mesma descia e pegava as garrafas e bebíamos lendo o jornal e ela ficava tesuda e a gente trepava e voltava a dormir as comidas todas nas panelas a gente acordava e finalmente almoçava e já eram seis da tarde e ficávamos diante da tv sem precisar falar vendo o fantástico que ela gostava de ver AQUELA buceta que gostava de um monte de músicas que eu odiava e que nuns dias falava hoje vamos fazer amor e insistia no amor amor amor e era uma coisa muito bonita um sexo lento e demorado cheio de carinhos calmos e gestos de afeto e a gente gozava junto e sentia que era pra sempre porque nem tinha morte dúvida ou medo e era perfeito e eterno e a gente ficava pelado conversando e fumando combinando nomes pros filhos que viriam e também como faríamos quando eles começassem a fumar maconha porque eu achava que tinha que deixar fumar em casa e ela não AQUELA buceta-túnel de luz me abrindo pra eternidade das coisas sem nem saber que me abria AQUELA buceta-vida-morte-vida que é a única buceta que importa e que eu sempre procuro quando eu escrevo ou quando desejo que AQUELA buceta seja a única e eterna buceta

Muitas coisas e muitas jogadas.


É difícil julgar de supetão.
Gosto de julgar,
acho decente julgar
e acho que o tempo é fator determinante pra um bom julgamento.
Sim, eu acredito em julgamentos.
Não nos oficiais e institucionalizados. Mas acredito.
Não gosto de gente que nunca julga, por exemplo.
Julgar não é definir uma posição eterna.
Julgar, acho, é o mínimo de decência possível:
o que você pensa, você diz. Sem fazer média e sem ser simpático.
Sua opinião é livre porque é apenas uma opinião,
não quer, obrigatoriamente, convencer ninguém.
Parece justo pra mim.
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Por isso eu prefiro os que julgam, mesmo que equivocados.
Parte da jogada de julgar é errar.
Erro a mais ou a menos não importa e nunca importou.
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Basta estar aí
de olhos mais ou menos abertos.
Basta estar alí
e não se sentir mal
por ter pensado a coisa errada.
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O erro existe, a gente sabe.
Ter medo do erro
é,
muitas vezes,
apenas estar vivo.