11 de outubro de 2011
A invasão do mundo e os textos solitários.
Enquanto ela passeia por cidades-maravilhas e vislumbra que tudo é possível. Enquanto ela faz comida para agradar um homem que gosta de comer hot-dogs na rua. Ali, do outro lado da cidade, tem uma criança chorando por motivos que os pais jamais entenderão, por mais legais que sejam.
Tem um show fantástico de uma banda de Rock que eu não fui. Tem uma festa, festinha, celebração caseira, que eu deixei de ir. Tem a mulata magrela que passa na Rua da Passagem e que, embora linda, é apenas uma desculpa para pensar e sentir tesão.
(Assim também o livrinho à tira-colo enquanto beberico no bar... as cervejinhas, meu deus.... as cervejinhas... álcool e literatura combinam tanto... como explicar?...)
Foi ontem mesmo. O verão do Rio de Janeiro mostrou suas garrinhas e me veio um terrível arrepio na alma: não suportarei esse calor. E ainda ontem me surpreendi: nem houve gritos lancinantes para a virada do Flamengo.
Ontem, a missão. Ontem, as cinco laudas. Ontem, o dormir cedo.
Querer explicação é normal, conseguir explicar é complicado. Falar o quê? Falar pra quem? Porque falar é fácil e bom, e até decente; mas falar, falar mesmo, como um carioca que não se sente ridículo ao comer um milho após pegar uma praia em Ipanema, eu não consigo.
Lamento. Fosse mais volúvel, menos tímido e um pouco mais limpo estaria participando das grandes jogadas, dos dinheiros, dos coletivos bem intencionados, da revolução pela internet, do clube otimista, dos professores frustrados, das dívidas dos cartões de crédito, sei lá, o diabo.
Fosse não é; e Fernandinho escreve sempre em seu blogue enquanto engorda a olhos vistos.
(E teve uma adolescente cretina que me deixou enfiar os dedos em sua vagina e nunca mais apareceu. A adolescente cretina lia meu blogue e me chamava de "fernandinho", o que, à época, não percebi como a ironia que é...o tempo... o maldito tempo... minutos atrás eu era um gênio.... o tempo)
Fica o calor que volta e voltará e essa sensação de solidão que só importa mesmo quando penso que pra ser sozinho não se precisa de grupos.
Tocar o gado, eu toco. Ser gado, eu sou. Gosto de gente, mas não gosto de toda gente. Sou chato, sou chatérrimo, sou o Fernandinho da cretina adolescente que permitiu meus dedos em sua vagina, mas não me deu.
Alguém explica. Alguém sempre explica. "A lógica é o método de questionamento de todos os que acham que conquistaram o que tem", diz o Frings Blá-blá que esqueci o nome. Ele, o tal Frings Blá-blá ainda diz que "nada pior do que não reconhecer que sorte existe. Deus jamais perdoa aos que não acreditam em sorte. Deus sabe que o fato d'Eele existir foi determinado por isso."
Um choro quando nasce,
um choro quando descobre que morre.
Um pena:
o empate agrada a todos.
6 de outubro de 2011
diversão de nerd.
é meu marcador e explico. tem a ver com coisa gratuita e estúpida. dessas que fazem rir um sem prejudicar outro; e que são mais divertidas na teoria do que na prática.
tesão deveria ser sinônimo apenas de algo muito teso. simples assim. porque o tesão virou um mal. assim: se você não tem tesão, você não tem alma. e alma, bá... vamos lá... tem mais a ver com milagre do que com paus duros ou clitóris pretuberantes...
quero dizer: tesão é super-valorizado hoje em dia.
como se tesão fosse algo além do que é: uma complexa reação hormonal - o que, convenhamos, não é, e nunca será, pouco.
o fato é que meu tesão nem sempre tem a ver com pau duro ou com bucetas úmidas. estou sendo deliberadamente vulgar. e.... bá... vá lá... nem é esse o caso...
tesão é inventar frases e autores. é inventar textos apócrifos para a rede. é divertir-se sozinho como quem toca uma punheta ou trepa olhando a própria imagem no espelho.
tesão. essa coisa hormonal e sem sentido que faz bem à quem sente, mas que é apenas o que é.
tesão: meu facebook fazendo de conta que não tem inimigos e que gosta de tudo e todos.
tesão: um peido fedido que soltamos com a certeza de que jamais seremos identificados.
4 de outubro de 2011
Pai, os cavalinhos estão presos no carrossel!
- Os e-mails são frios e o óbvio ulula dentro de caixas que se pretendem feitas com esmero. Meu peido pra você; e também a triste confirmação da merda velha: muita pose pra pouca carne.
- Melhorar a própria vida. Estou velho. Porque penso nisso, estou velho. Não que vá começar a ter aulas de ioga ou ser simpático com idiotas. Mas, como velho, penso em melhorar a própria vida e concluo: tem a ver com ignorar por completo os idiotas.
- Falar é fácil e escrever aqui é prazeroso. Ou seja, estou fudido, estou mal pago e nem tenho as tendências gregárias que acho belas por aí. Meu limite são dois ou três que juntam mais quatro ou seis e que, em união, fazem seu barulho com satisfação e sem tirar vantagem de ninguém. Acho que é o meu ideal mais romântico: não tirar vantagem de nada e de ninguém.
- Beber é contar carneirinhos. Mas quem me entende? Estou falando de textos que não escrevi para coletivos de que não participo. Não estou triste e nem estou reclamando. Mas, cá comigo, o raio é velho: estou só. E atualizo: estou só demais.
- Tem mamãe, tem papai, tem a irmã e as sobrinhas. É coisa de sangue. É família e é sagrado. O Corleone e o Papa sabem, mas há imbecis que rejeitam qualquer vínculo que não seja controlado. Os amigos, que a gente escolhe, são super-valorizados por essa gente. Amigo, amigo mesmo, a gente torna parente. Chama pra padrinho, madrinha, esposa ou coisa que o valha. Sangue, bebê - esse vermelho lindo que você menstrua mensalmente com tanta indiferença.
- Fiz piadinha com um colega que tem filho e que me perguntou quando eu teria filhos. Eu: - a merda é achar uma mulher que presta. Ele: - arranja uma mulher que quer ser mãe que já tá de bom tamanho. "Gênio", eu pensei e não disse.
- Acordar às 7:00, fazer exercício e comer maçã. Planos que faço e realizo. Às vezes. Fumar menos também é importante. No mercado compro seis energéticos genéricos e penso que isso não é lá muito saudável. Mas fazer o quê? Cocaína é pior e, de um tempo pra cá, nem quero saber porque associo a lares destruídos e idiotas vitimizados. Fazer o quê? Guaraná em pó é pra gringos e não há estômago que aguente impunemente aquele líquido preto e quente o dia inteiro. Fazer o quê? Overdose de maçãs ou pedir remédios para o primo da farmácia?... Mas o primo mora longe e remédios de farmácia são alcalóides legalizados... Fica o sono, o soninho, essa coisa de dormir e achar bom: o tempo voa e dormir é só outro jeito estúpido de matar o tempo. Fazer o quê? Despertador regulado e a esperança que as maçãs, combinadas com os energéticos, sejam a solução dos meus problemas.
28 de setembro de 2011
- O pau como uma maneira de preencher vazios alheios. Sou um cristão e sou legal. Eu dou, eu dôo, eu gosto da ideia cristã que o Z. Ramalho sintetizou tão bem: "e dar muito mais do que receber". Às vezes é simples. A exigência é pouca e qualquer pau duro pode causar comoções. Eu topo, eu preciso. E sou generoso também. Uso dedo, uso língua e, em manhãs inspiradas, levo café na cama e acordo com a voz baixa e a cortina semi-aberta. Preencher vazios alheios com o pau... Todos ficam satisfeitos porque é apenas o que é: uma foda conveniente que mostra que dois mais dois é sempre quatro.
- O milagre, o amor, a coisa, o encontro, etc., são de outra ordem. O corpo pede e o corpo fica satisfeito ao ter o seu pedido atendido. É como peidar. Soltar um peido desejado e adiado sempre causa um grande prazer. Sexo como atividade fisiológica, essa bobagem da qual participamos e que tão bem está descrita aqui.
- A mulher mais nova quer ser inesquecível e causar espanto. A mulher mais velha quer provar que trepa bem independentemente de com quem. Estou cagando regras? Estou cagando regras. Estou generalizando? Estou generalizando. Quero dizer: dá ou não dá, mas se dá, dê. Não queira que dar seja o seu lance. Se você tem um lance, se você realmente tem uma lance, eu garanto: não é dando que esse lance virá à tona. Chave de buceta ou sova de pau é uma idéia que só impressiona os semi-virgens.
- Há a punheta, há a siririca, há a vasta pornografia da internet e há os encontros casuais. O amor, ele mesmo, pode vir de um encontro casual ou de uma amizade que dura anos e que se descobre como desejo carnal. Tanto faz. A questão é: foder bem não garante amores e boas amigas não garante boas fodas. É um mundo complicado. Eu sei, você sabe, o mundo sabe. Então, fica assim: nem pau, nem buceta, nem cu garantem nada de nada. Se quiser os usar, os use; mas ó, vá lá, eles não garantem promessas e nem fazem milagres. São instrumentos, por assim dizer. E só isso e tudo isso.
- Há pizzas de pão à serem feitas e ainda não jantei. E blogue, vá lá, é um tipo de vício.
Os Rocks do Erasmo.
Na vitrola tem a música dele. "O gênio da dupla", eu aprendi com o livro do Midani. Se esfragasse a lâmpada nem titubeava: - quero ser o Erasmo, não quero ser Roberto; e gastava dois dos três pedidos e me sentiria bem pra cacete.
Que o Roberto é rei e quem duvida disso está por fora ou, pior, acha que estar por fora é estilo. Não é. O rei é o rei. O rei não precisa de talento, competência e nem mesmo carisma. O rei precisa de coroa e cetro - é isso que faz o rei. E o Roberto tem isso. E lida bem com isso. E acho, acho mesmo, que ele tem talento e carisma, mas insisto: rei é coroa e cetro. Isso tudo, isso apenas.
Por isso o Tremendão. Feio e acabado como o diabo, com um grande amor suicída nas costas e sem muita habilidade para ser conveniente. (No Kibeloco tem um programa matinal com ele falando sobre sexo oral que é um ótimo exemplo).
Seja como for, desejo: Erasmo e não Roberto. Por tudo e mais um pouco. Por uma manifestação que me atrai mais e por não querer cetro, corae ou Israel. Porque Erasmo tá lá e não faz alarde, não enche o saco e nem tem problemas em assumir as próprias merdas.
Estilo... acho que tem a ver com estilo... Erasmo tem estilo.
Que o Roberto é rei e quem duvida disso está por fora ou, pior, acha que estar por fora é estilo. Não é. O rei é o rei. O rei não precisa de talento, competência e nem mesmo carisma. O rei precisa de coroa e cetro - é isso que faz o rei. E o Roberto tem isso. E lida bem com isso. E acho, acho mesmo, que ele tem talento e carisma, mas insisto: rei é coroa e cetro. Isso tudo, isso apenas.
Por isso o Tremendão. Feio e acabado como o diabo, com um grande amor suicída nas costas e sem muita habilidade para ser conveniente. (No Kibeloco tem um programa matinal com ele falando sobre sexo oral que é um ótimo exemplo).
Seja como for, desejo: Erasmo e não Roberto. Por tudo e mais um pouco. Por uma manifestação que me atrai mais e por não querer cetro, corae ou Israel. Porque Erasmo tá lá e não faz alarde, não enche o saco e nem tem problemas em assumir as próprias merdas.
Estilo... acho que tem a ver com estilo... Erasmo tem estilo.
27 de setembro de 2011
Meu cigarro Free, o surfista viciado em pó e a garota auto-sustentável.
Aquela beleza toda; e também as grandes jogadas. Eu devia ficar em silêncio. Apenas olhando, apenas pensando só as coisas que eu pensaria de qualquer maneira.
Mas não tinha como se conter. Ela falava as merdas velhas com olhos marejados e desejava, assim lacrimosa, receber a atenção de todos que estavam na mesa. E eu estava na mesa e ela recebia minha atenção.
Não pelos motivos certos, não pela comoção.
Falei e não devia ter falado. A conclusão, agora, é simples. Mas conseguir ficar quieto diante de idiotas aplaudidos ainda é uma habilidade que me falta.
Um dia chego lá e viro o Buda Gordão que minha mãe punha de costas pra rua por algum misticismo que ficou esquecido com a década de 80.
Não deu. Falei e virei o Buda Gordão Resmungão que atravessa a rua sem olhar para os lados e sem se despedir de estranhos.
Ela, imagino, deve ter culpado, com os olhos ainda marejados, o álcool e a minha displicência com as coisas simples da vida.
"Uma manhã ensolarada", "um simples banho de mar" e "lembrar-se sempre que respirar é um privilégio dos vivos" foram as mensagens que não tive a profundidade (sic) de entender.
Pensei que apesar de tudo vou muito bem, obrigado.
23 de setembro de 2011
<>
A generosidade dos omissos, a tolerância dos omissos, a turma.
Fala-se bem, mas sem alma. Há interesse na omissão. "Não fecho portas, não tenho desafetos, sou de todo mundo e todo mundo me quer bem." E em momentos exaltados: "Cara, a Marisa Monte é uma diva, diz aí."
A beleza dos idiotas que usam óculos e dizem "am" ao invés de "hum" porque pensar diante dos outros aparenta estar ouvindo os outros.
Cá comigo: pensa-se em casa. Deus! Eu penso, ele pensa, nós pensamos. É uma atividade íntima, séria e importante. Mas é privada. Não se levanta questões de bate pronto. Questões, pra usar o termo corrente, devem ser formuladas e refletidas. Não devem ser o " E se" maluco e mágico. Ai se...
Sou eu. Só eu. E falo de mim. Por isso, o blogue.
Que eu, só eu e minhas questões são minha terapia mais legítima - já que nem obrigo ninguém a ouvir minhas queixas e meus problemas. Que queixas e problemas todos têm. E eu tenho blogue.
É isso: façam blogues e não aluguem os coleguinhas.
A subjetividade é bonita, mas é incompetente. Não é um livro, é um blogue. É o que é.
Erro, nesse caso, é confundir as coisas.
Fala-se bem, mas sem alma. Há interesse na omissão. "Não fecho portas, não tenho desafetos, sou de todo mundo e todo mundo me quer bem." E em momentos exaltados: "Cara, a Marisa Monte é uma diva, diz aí."
A beleza dos idiotas que usam óculos e dizem "am" ao invés de "hum" porque pensar diante dos outros aparenta estar ouvindo os outros.
Cá comigo: pensa-se em casa. Deus! Eu penso, ele pensa, nós pensamos. É uma atividade íntima, séria e importante. Mas é privada. Não se levanta questões de bate pronto. Questões, pra usar o termo corrente, devem ser formuladas e refletidas. Não devem ser o " E se" maluco e mágico. Ai se...
Sou eu. Só eu. E falo de mim. Por isso, o blogue.
Que eu, só eu e minhas questões são minha terapia mais legítima - já que nem obrigo ninguém a ouvir minhas queixas e meus problemas. Que queixas e problemas todos têm. E eu tenho blogue.
É isso: façam blogues e não aluguem os coleguinhas.
A subjetividade é bonita, mas é incompetente. Não é um livro, é um blogue. É o que é.
Erro, nesse caso, é confundir as coisas.
22 de setembro de 2011
o pecado do dinheirinho
Que se tem uma gente que acusa é essa: gente que acha que acusar é feio. Daí você acusa e é acusado de acusador. Porque eles não acusam, eles são bons, tolerantes e acham que ser diferente é exceção enquanto ser diferente é a regra.
Valorizam tanto a diferença que acham que toda merdinha pode ser de todos. Mas não pode. Há merdinhas intimas e privadas: de casal, de pequenos grupos, de si com si mesmo, de porquê faço isso e não aquilo, etc.
Não há sentido, em reuniões, valorizar a subjetividade do indivíduo. Em reuniões, acho eu, importa o que te junta e não o que você faz para estar junto de tudo e de todos.
No mais, a impressão que estou dez anos depois e que nem acho, mesmo, que falar sobre dinheiro seja pecado ou errado. Pode ser (e isso no máximo) feio.
Valorizam tanto a diferença que acham que toda merdinha pode ser de todos. Mas não pode. Há merdinhas intimas e privadas: de casal, de pequenos grupos, de si com si mesmo, de porquê faço isso e não aquilo, etc.
Não há sentido, em reuniões, valorizar a subjetividade do indivíduo. Em reuniões, acho eu, importa o que te junta e não o que você faz para estar junto de tudo e de todos.
No mais, a impressão que estou dez anos depois e que nem acho, mesmo, que falar sobre dinheiro seja pecado ou errado. Pode ser (e isso no máximo) feio.
19 de setembro de 2011
sósim
A mão abana fraca. Não há despedida, não há adeus, não há prazer em conhecer. A mão está mais branca do que o normal e isso, a palidez, tem a ver com ausência de sangue nas extremidades do corpo. É patético e cientifico na mesma proporção. Porque agora é isso: todo adeus é até logo, todo sexo é amor, todo contato é rede e toda boa intenção vira um coletivo.
-
Tinha a mocinha. Tesudinha. Assim: no diminutivo. Mas a mocinha é forte demais, bruta de mais e se não tem pau é por puro acaso. Gosto de mulherzinha. Essas que nem disputam quem está por cima no ato sexual. Mulherzinha porque tá fora de moda e me parece mais autêntico. Mulherzinha tipo passional. Que nada tem a ver com passividade, que nada diz respeito à gasta "mulher-moderna".
-
A primavera tá aí. Tem a ver com esperança que é coisa bem decente - e comum - de se ter. O otimismo não precisa de fatos para ser real, é como Deus. A ideia, a crença, a possibilidade basta. Viver bem ou mal só é importante para os desocupados que acreditam em uma vida que é só morro acima. A vida não tem nada a ver com isso e nem deve ter. Há números que não dizem nada e conquistas que só satisfazem o cinismo. Mesmo cheio de inveja mantenho minha convicção - que é um jeito generoso de nomear minha teimosia. Ou então, como diz o bom Renatinho, teria que acreditar que o melhor filme da história é o Titanic, já que foi, até hoje, o filme mais premiado do Óscar.
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Tinha a mocinha. Tesudinha. Assim: no diminutivo. Mas a mocinha é forte demais, bruta de mais e se não tem pau é por puro acaso. Gosto de mulherzinha. Essas que nem disputam quem está por cima no ato sexual. Mulherzinha porque tá fora de moda e me parece mais autêntico. Mulherzinha tipo passional. Que nada tem a ver com passividade, que nada diz respeito à gasta "mulher-moderna".
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A primavera tá aí. Tem a ver com esperança que é coisa bem decente - e comum - de se ter. O otimismo não precisa de fatos para ser real, é como Deus. A ideia, a crença, a possibilidade basta. Viver bem ou mal só é importante para os desocupados que acreditam em uma vida que é só morro acima. A vida não tem nada a ver com isso e nem deve ter. Há números que não dizem nada e conquistas que só satisfazem o cinismo. Mesmo cheio de inveja mantenho minha convicção - que é um jeito generoso de nomear minha teimosia. Ou então, como diz o bom Renatinho, teria que acreditar que o melhor filme da história é o Titanic, já que foi, até hoje, o filme mais premiado do Óscar.
18 de setembro de 2011
Carta à
Pensar a vida - como quase sempre - entre copos, churrasquinhos baratos e chicletes de menta.
A gente pensa. Eu penso. E, às vezes, aquela puta sensação de solidão. Não tem a vez com ter alguém ou com estar só. Tem a ver com quem você divide seus sonhos, suas angústias, suas revoltas, essas coisas. Porque, ultimamente, os meus têm me dito "deixa disso", "é normal", "paciência", etc. E eu me incomodo.
Porque a violência nem sempre é ruim. Porque combater injustiças e defender crenças é decente e exige um mínimo de violência.
Quando cogitei contestar os resultados, ouvi: - acho que a gente se queima.
Mas quem, depois da infância, não cozinha por medo do fogo? E, outra coisa, se queima com quem? Quem é esse que tem tanto poder e que pode nos queimar tão gravemente? E nós, nós mesmo, quem somos para achar que "não se queimar" é tão importante?
Mas do que valem as perguntas se insistem no "deixa disso". Solidão como dor é isso: ouvir dos companheiro que o melhor, o melhor mesmo, é não fazer nada, absolutamente NADA.
Por isso e coisas do tipo estou só. Por isso adoraria que F fosse parte ativa das brigas. Por isso cogito fugas e cidades lindas, onde o mundo pode ser melhor.
Não quero pena e nem quero aceitação. Quero julgar os julgamentos que fazem. Não preciso estar certo e nem preciso receber as graças da rainha-xota. Quero apenas usar os recursos que me cabem. Quero não desistir por circunstâncias, mas sim (quando e se for o caso de desistência) por convicção.
Não há nenhum desmérito na desistência. Mas há a desistência covarde e conformista que acha é assim que é e que paciência. Desistência que é covarde porque espera pacificamente a próxima chance, como se apenas a insistência fosse legítima, como se revoltar-se fosse apenas e sempre uma questão egóica.
15 de setembro de 2011
Conclusão.
TRÊS ANDARES RESOLVEM MINHA VIDA:
LAR, DINHEIRO E DESEJO.
TRÊS ANDARES EM UM ÚNICO ESPAÇO.
-
MAMÃE SATISFEITA
PAPAI TAMBÉM
E EU COM ASINHAS PRA BATER E TEIMAR.
-
(TEIMAR, PRA MIM, É O "COME CHOCOLATES" DO F. PESSOA)
-
HAVERÁ ROTINA
HAVERÁ AFETO
HAVERÁ BELAS ESPERANÇAS PARA SEREM ROÍDAS.
-
TRÊS QUE O NÚMERO É BOM:
PAI, FILHO E ESPÍRITO-SANTO.
AQUELA BELEZA QUE A LINGUAGEM NOS ENSINOU.
TRÊS, UM TRI-CAMPEÃO
TRÊS, SIM NÃO E TALVEZ
TRÊS, QUE EMPATE NÃO OCORRE.
-
EU, EU MESMO E MEU UMBIGO.
LAR, DINHEIRO E DESEJO.
TRÊS ANDARES EM UM ÚNICO ESPAÇO.
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MAMÃE SATISFEITA
PAPAI TAMBÉM
E EU COM ASINHAS PRA BATER E TEIMAR.
-
(TEIMAR, PRA MIM, É O "COME CHOCOLATES" DO F. PESSOA)
-
HAVERÁ ROTINA
HAVERÁ AFETO
HAVERÁ BELAS ESPERANÇAS PARA SEREM ROÍDAS.
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TRÊS QUE O NÚMERO É BOM:
PAI, FILHO E ESPÍRITO-SANTO.
AQUELA BELEZA QUE A LINGUAGEM NOS ENSINOU.
TRÊS, UM TRI-CAMPEÃO
TRÊS, SIM NÃO E TALVEZ
TRÊS, QUE EMPATE NÃO OCORRE.
-
EU, EU MESMO E MEU UMBIGO.
14 de setembro de 2011
/maldita solange/
- São tesãozinhos e euforias repentinas. Mas quem se importa? Nem eu. Punhetinhas como luz no fim do túnel e essa mania de roer unhas que nunca passa.
- É simples: penso em mim. Egoísmo é a virtude ensinada pelos psicanalistas. Assim: o que é importante pra você é importante pra você. Achar que o que te importa deveria importar a todos é uma prática comum em pélas-sacos e chatos em geral.
- Façamos as contas por percentagem. Fica mais simples e o dinheiro compensa a irritação. É uma maneira prática de dizer: não pode, eu faço. E faço e recebo; usa-se o dinheiro como paliativo para chatices generalizadas. (ou alguém acha que algum padeiro adora trabalhar em um forno de 4:00 às 12:00, mesmo que adore fazer pão?).
- Meu amorzinho é limitado. Preciso de perspectiva, de sonhos, de desejos - coisas de bicha, a gente sabe. Sou uma boa bicha: quero apenas o que me alimenta. Macho, macho mesmo, é aquele que bate no peito e diz: não dependo das circunstâncias. Sou fraco, invejo os machos. Eu - uma pena, eu sei - dependo sempre das circunstâncias.
- O telefone apita e a torta está pronta e dourada. Há salada lavada e um ótimo enlatado de seleta. Poderia falar sobre saúde e cuidar do corpo, mas não é o caso. Sonhei que tinha problema de pressão alta e, o dia inteiro, lembrei do sonho. Devia me acalmar aos 30. Disse isso pro Miguel e ele me falou que casar é a solução. Falei: - e mulher que presta, onde arranja? E ele, sempre fatal, nem titubeou: - no interior do Ceará elas existem... foi lá que arranjei a minha. Nos despedimos e ele falou: - até amanhã.
12 de setembro de 2011
blocos por conveniência.(s.r)
- O Carlos Careqa me perturba. Parece-me um grande absurdo ele não ser um ovacionado, um cult aceito, um milagre realizado. Há tanta beleza e tristeza nas cantorias dele. Há algo de muito importante em suas músicas. E, em tese, o mundo devia o conhecer. Mas o mundo... ah, o mundo... o mundo tá mais pra floresta encantada da Disney, sei lá. E o Careqa solta sua voz meio ruim e é genial. E na capa do segundo caderno tá um imbecil que nem cócegas faz.
- Foi o tempo. Acho. Tenho pensado em coisas importantes. Não estou falando de mim e do meu umbigo agora. Estou pensando sem saber onde chegar: Política Cultural, A Consequência do Investimento Público, a Arte para Além da Coqueluche, a Função Social do Artista, etc. É algo sério, bem sério e que deve ser pensado, bem pensado. Não sei se por mim, se pelo Careqa, pela Fontana ou pelo último bem intencionado que recebeu uma bela fatia do bolo. Insisto mesmo sem saber: deve ser pensado, deve ser muito bem pensado, deve, inclusive, ser profundo e trazer consequências.
- Meu limite é pensar em mim. Falta-me a generosidade de pensar em todos porque não sou todos e porque não me acho verdadeiramente representativo. Estou velho talvez? Coisa de luta de classes talvez? Mas sou limitado e digo: meu 2011 é bem resolvido, preciso é de um bom 2012 - ou então o abismo, o desespero e todas essas mesquinharias do umbigo.
- Jesus, na cruz, me dá uma piscadela.
- Tenho tesão e interesse pelo deboche. Tem a ver com limitação, com campo de ação e com instinto de sobrevivência. Gosto, inclusive, do deboche como manifestação artística. Estou falando sério e Reinaldo Moraes me contempla. Assim como Bukowski, Evrainov, Rabelais, Oswald, etc. Questão de gosto, de preconceito cuidadosamente construído, etc. Erro seria gostar de TUDO. Só imbecis gostam de tudo - o que, todavia, não me impede de achar o Ratinho uma figura verdadeiramente significativa do imaginário nacional.
- Culpa é como o algodão acumulado no umbigo. Arranca-se com o dedo indicador e o opositor. Dá tesão também. E tesão é diferente de prazer. Prazer é coçar a barriga.
- Cervejinha e churrasco do Miguel. A vida é besta: nem boa nem ruim, besta: o morno cuspido. E assim as contas, o dia após o outro, as viagens que se programam, os milagres que parecem resolver tudo. Assim: vem cá/não vou, te amo/te odeio, agora/depois. Ah... essa coisinha... Ah... o álcool.... Ah... a moça bonita que se tornou mais bonita.... Ah, os versinhos que eu escrevia na adolescência... os versinhos, os versinhos.
11 de setembro de 2011
F Faz Fita.
Vou ser agradável e falar sobre estrelas, sobre luas cheias, sobre ternuras perdidas e sobre a falta de "consciência global"(sic).
Vou ser legal, vou concordar sobre o gênio do Arnaldo Antunes, as músicas da Marisa Monte e a versatilidade do Carlinhos Brown.
Serei amável, serei calmo e ela me abrirá suas pernas com um sorriso que será bonito.
E, assim, entre uma falsidade e outra, a comerei por meses e talvez anos.
E falarei do Oriente, sobre não-ser, sobre meditações e estados de ausência.
Invocarei o Osho, o Castãneda e direi o clichê de sempre: o que importa nessa vida é ser feliz.
E será mentirá.
E ninguém ligará.
E o sexo será bom.
E concordarei que o Destino é mesmo uma coisa muita forte...
Vou ser legal, vou concordar sobre o gênio do Arnaldo Antunes, as músicas da Marisa Monte e a versatilidade do Carlinhos Brown.
Serei amável, serei calmo e ela me abrirá suas pernas com um sorriso que será bonito.
E, assim, entre uma falsidade e outra, a comerei por meses e talvez anos.
E falarei do Oriente, sobre não-ser, sobre meditações e estados de ausência.
Invocarei o Osho, o Castãneda e direi o clichê de sempre: o que importa nessa vida é ser feliz.
E será mentirá.
E ninguém ligará.
E o sexo será bom.
E concordarei que o Destino é mesmo uma coisa muita forte...
De cá.
O imbecil é sorridente e já comeu uma mulher que você achou bonita, muito bonita. E o imbecil te incomoda. E está na T.V e dá dicas e aparenta ser um cara mui-i-i-to legal. O imbecil causa suspeita em você: questão de estilo, de maneira de se vestir, de pousar pra fotos com boca aberta, etc. Meu último imbecil presencial usava camisa xadrez e calça jeans apertada. Eu o olhava e pensava: ele se preparou para estar aqui e por isso é um imbecil. Ele investe em sua aparência, tem uma voz calma e faz piadas com uma desenvoltura que prova o quão fake ele é. Em última instância o imbecil é um gênio: nesse caso ele é cínico. Em última instância o imbecil é só um imbecil: trata todos de maneira igual idêntica.
9 de setembro de 2011
Pizza lá.
- O amorzinho é aquela beleza. A gente goza, quase trepa/tipo trepa e se sente bem de modo geral. Amor eterno como pau e buceta (ou pau e cu, vá lá). Mas tem mais, não tem? Aquela promessinha que a se mantêm em segredo: na próxima vez será bem melhor.
- Afeto por crianças, por animais e árvores é fácil e pega bem. Quero mesmo é ver: adotar um pretinho, perdoar um canalha, casar com uma puta, fuder uma gorda, etc. Pega bem o afeto indiscriminado. Jesus, o próprio, brigava por putas.
- Hoje acordei de um sonho que era como jogo de videogame. Fases, atalhos, mânhas de viciados que eu não tinha. Sonho bom da porra. Diverti-me com ele o dia inteiro, a pergunta de sempre: o que esse sonho quer me dizer que eu não entendi?
- Como sempre: mais do que tenho e menos do que mereço. Sim, a vida não é justa. Mas e daí? Todo idiota no seu galho e um macaco festivo no centro da cidade. Quero dizer: acusar é prazeroso, mas limitado; bom mesmo é sofrer em paz, repetindo pra si mesmo "sou meu dono, sou meu dono, mesmo que o mundo não me obedeça."
- Gosto do churrasquinho que como e dos cigarros que fumo. Que Deus, essa coisa que nem sei, seja bom comigo e me deixe assim: com cigarros, churrasquinho e algum humor. Porque tá tudo certo e o corpo aguenta: tragédia mesmo seria ser uma vítima que acusa os outros. Liberdade, pra mim, é ser dono das próprias merdas.
8 de setembro de 2011
Troll
O Carlos Careqa toca seu disco e eu faço contas por pura diversão. Ou tédio. E tá tudo certo e tá tudo normal.
Sempre falta algo, sempre falta aquilo. E, bem, quem foi que inventou que o mundo era super interessante? Eu não, eu também.
"Ser gente é tão triste, né benzinho?", ela costumava me perguntar quando estava de TPM, mas achava que não estava de "TPM ainda".
Eu dizia sim porque a amava. Amar é dizer sim para perguntas idiotas - era o que devia estar escrito nos quadrinhos cristãos que traziam desenhos de um estranho casal peladinho.
Hoje mesmo: os vídeos fantásticos de sexo fake e a punheta que só serve mesmo para esvaziar. E a pergunta gracinha do mundo: o que será preenchido assim que esvaziado?
E há uma pornografia verdadeiramente vasta na rede. Deveria achar isso um mistério, mas não acho e lembro da minha santinha: "Ser gente é tão triste, né benzinho?"
Sempre falta algo, sempre falta aquilo. E, bem, quem foi que inventou que o mundo era super interessante? Eu não, eu também.
"Ser gente é tão triste, né benzinho?", ela costumava me perguntar quando estava de TPM, mas achava que não estava de "TPM ainda".
Eu dizia sim porque a amava. Amar é dizer sim para perguntas idiotas - era o que devia estar escrito nos quadrinhos cristãos que traziam desenhos de um estranho casal peladinho.
Hoje mesmo: os vídeos fantásticos de sexo fake e a punheta que só serve mesmo para esvaziar. E a pergunta gracinha do mundo: o que será preenchido assim que esvaziado?
E há uma pornografia verdadeiramente vasta na rede. Deveria achar isso um mistério, mas não acho e lembro da minha santinha: "Ser gente é tão triste, né benzinho?"
5 de setembro de 2011
´<>`
A diversão é variada e estúpida. Eu me divirto de maneira geral. Há dias, inclusive, em que troco punhetas por vídeos verdadeiramente importantes que falam sobre teatro e sociedade.
Mas, agora, é assim:
Mas, agora, é assim:
- O tesão passeia na minha cabeça. "Coisa de sêmem acumulado", diria meu amigo. Sonhei com uma desconhecida que, por dois erros, é minha amiga de Facebook. E era bem real e tesudo. "Detalhes tão pequenos de nós dois" e coisas do tipo.
- A merda do tesão involuntário. Sonhei que contratava uma prostituta. E ela era boa pra mim e surpreendetemente generosa. Masturbava-me até que resolvia me dar. Eu dizia: não foi esse o combinado. Ela dizia: não importa, eu não vou cobrar mais. E vestia a maldita borracha em meu pau e dizia com uma calma que é muito rara em mulher: é que eu gostei de você. Ainda no sonho, durante a foda em si, eu temia: vou me apaixonar por uma puta... tô fudido.
- Baixo um disco de desconhecido. É sobre amor, o disco. O amor está na moda. Como explicar? O amor virou um fenômeno pop. E isso é uma pena. É que amor não tem a ver com felicidade ou mundo perfeito. E o amor, esse da moda, tem esse registro. Esquecem que os crimes passionais ainda são os crimes mais cometidos e que amor tem mais a ver com loucura e excessos do que com um paraíso no qual as pessoas brincam com leões sem nunca serem devoradas.
- Queria ter sentido tesão. Queria ter sentido tesão a ponto de dizer "vamos trepar, bayb". Mas não e nem. Uma pena. Essa ilusão que o tesão é espontâneo a limitar nossas fodas potenciais. Estou falando de praticidade e de sexo sem afeto. Foder, às vezes, é pura conveniência. Inevitável, né? Uma pena, né?
- Eu e o mundo os velhos inimigos. Tenho me esforçado. Sorrio mais, minto mais e descubro que o mundo é menos exigente do que eu supunha. Aos meus amigos digo que tem a ver com o meu último aniversário. Mas gosto mesmo é de imaginar um duelo de faoreste: os passos contados, a virada e a precisão em sacar a pistola na hora exata.
- Pensei em dizer, mas não disse: só não me apaixono por ela porque me controlo e porque só nos relacionamos virtualmente. E seria sincero e seria idiota como toda sinceridade. De qualquer maneira, estou falando uma verdade. Conheço-me minimamente e apaixonar-se por ela, pra mim, seria quase óbvio.
- Salaminhos e cerveja, a vida pode ser apenas isso. Não entendo quem não gosta de álcool, não entendo quem é vegetariano por pena de boizinhos ou por intolerância a morte. Saliminhos, cerveja, comer, foder e etcs. Que é isso e tem a ver com regalo. Poesia é regalo, arte é regalo, teatro é regalo. Precisa-se de muito pouco, é fato. Mas quem, em sã consciência, quer apenas o necessário? Leminskão e sua síntese são o próprio sentido da vida.
- A profundidade dela é uma falsa questão. Porque é otária e acha ser esperta. Porque procura razões que não existem ou não precisam ser achadas. Gosta de ter "questões", mas esquece que "questões" exigem tanto perguntas bem formuladas quanto busca de respostas concretas. Mas a falsa questão é mais atraente, eu aprendi. Na falsa questão todos são interessantes e todas as possibilidades são reais. Somar ou diminuir pra essa gente é uma agressão. Qualquer certeza deve ser eliminada, eles dizem enquanto proclamam a dúvida como o deus mais cruel de todo panteão. Vai entender...
- O bye, bye é uma mão esticada com cinco dedos. Toda despedida se supõe mais importante do que realmente é. É coisa de gente: esse bichinho triste que inventou as palavras e, consequentemente, os delírios todos. Saímos do esquema comer e cagar, viver e sobreviver, etc. Gente: esse bichinho que faria graça em seres extra-terrenos por ter inventado a eternidade da alma. Vejo ETs que diriam: não dá pra entender porque vocês cultivam tanto a ilusão. E nós, bichinhos pacíficos, chamaríamos os ETs pra um cinema, um teatro e uma cervejinha depois. E daí, o ET, já no fim da noite, confessaria: têm razão, a ilusão é muito prazerosa.
3 de setembro de 2011
*
Fazia biquinho pra falar. Aquela coisa de arcada dentária em U.
Tesão.
Era também a última mulher da mesa e bebia com facilidade e estilo: o copo pego com firmeza, goles grandes e em etapas: cerveja na boca e depois engole.
Reparei no papo que ela tinha com os amigos. Parecia séria, inteligente e falava sobre educação.
Olhei pra ela até ser visto e ela me viu e se sentiu incomodada. Tesão enorme quase amor. Ela, bobinha, põe a mão na coxa do colega de mesa. Sinto-me desafiado e sorrio pra que ela me veja sorrindo. O colega é um tipo sem graça que não a acompanha no copo ou no papo, olha pra mim com cara de bunda.
Levanta. Passa perto, bem perto.Vai mijar, a bonitinha. Fala do Poderoso Chefão que está na TV. "Tesão é coisa de criança, te amo pra sempre".
Sai sorrindo. Leva a chave do banheiro que tem um pedaço de cabo de vassoura como chaveiro.
Ela ri. Eu rio.
Pago a conta e volto pra casa. Não quero que ela me encontre quando voltar do banheiro.
Tesão, amor, coisa de bar, biquinho em U, mistério de sexta-feira, o Poderoso Chefão, etc.
Deixo o bilhetinho: - santinha, santinha, volte dia 9, ok?
Tesão.
Era também a última mulher da mesa e bebia com facilidade e estilo: o copo pego com firmeza, goles grandes e em etapas: cerveja na boca e depois engole.
Reparei no papo que ela tinha com os amigos. Parecia séria, inteligente e falava sobre educação.
Olhei pra ela até ser visto e ela me viu e se sentiu incomodada. Tesão enorme quase amor. Ela, bobinha, põe a mão na coxa do colega de mesa. Sinto-me desafiado e sorrio pra que ela me veja sorrindo. O colega é um tipo sem graça que não a acompanha no copo ou no papo, olha pra mim com cara de bunda.
Levanta. Passa perto, bem perto.Vai mijar, a bonitinha. Fala do Poderoso Chefão que está na TV. "Tesão é coisa de criança, te amo pra sempre".
Sai sorrindo. Leva a chave do banheiro que tem um pedaço de cabo de vassoura como chaveiro.
Ela ri. Eu rio.
Pago a conta e volto pra casa. Não quero que ela me encontre quando voltar do banheiro.
Tesão, amor, coisa de bar, biquinho em U, mistério de sexta-feira, o Poderoso Chefão, etc.
Deixo o bilhetinho: - santinha, santinha, volte dia 9, ok?
2 de setembro de 2011
@
Em clima de Twitter:
- Se ela soubesse que sendo trágica é engraçada eu a amava pra sempre.
Em clima de feed de Facebook:
- Devo dizer: só os chatos são curtidos.
Em clima de Blog:
- olhava pra cima e pensava: não me chamo André, não tenho família, mas acho reclamar uma arte.
Em clima de reunião de "coletivos":
- aqui eles me vêem e eu sou parte da turma. Tenho muitos amigos e sou simpático que só vendo. E claro que eu escolhi muito bem a roupa que vestiria hoje.
Em clima de bar:
- O Chico Buarque é um gênio.
Em clima de estudante de cinema:
- Tem a hierarquia, saca? A produção. A gente, nossa espécie, sabe dialogar com as massas e ser artístico. Filme independente é uma falácia: sonho mesmo mesmo é ser Tarantino.
Em clima de escritor respeitado:
- Gosto mesmo. Daquilo que. Enquanto reparo calmamente no azul do ceú.
Em clima de adeus:
- Essa saudade que eu sinto é o que eu entendo como amor. Se nunca mais te ver, te amo pra sempre.
(...)
(isso não tem fim)
- Se ela soubesse que sendo trágica é engraçada eu a amava pra sempre.
Em clima de feed de Facebook:
- Devo dizer: só os chatos são curtidos.
Em clima de Blog:
- olhava pra cima e pensava: não me chamo André, não tenho família, mas acho reclamar uma arte.
Em clima de reunião de "coletivos":
- aqui eles me vêem e eu sou parte da turma. Tenho muitos amigos e sou simpático que só vendo. E claro que eu escolhi muito bem a roupa que vestiria hoje.
Em clima de bar:
- O Chico Buarque é um gênio.
Em clima de estudante de cinema:
- Tem a hierarquia, saca? A produção. A gente, nossa espécie, sabe dialogar com as massas e ser artístico. Filme independente é uma falácia: sonho mesmo mesmo é ser Tarantino.
Em clima de escritor respeitado:
- Gosto mesmo. Daquilo que. Enquanto reparo calmamente no azul do ceú.
Em clima de adeus:
- Essa saudade que eu sinto é o que eu entendo como amor. Se nunca mais te ver, te amo pra sempre.
(...)
(isso não tem fim)
31 de agosto de 2011
- Não houve cartinha esse ano. Talvez não haja, talvez haja a última. Concluo que estou virando um homenzinho e, também, que tenho um bocado de humor.
- Ontem: eles reclamam que o RJ é o RJ e não BH ou SP. Reclamam também que 2011 não é 1978 ou 1992. Há ainda a queixa contra a Globo - porque supõem que o ator do interior de Santa Catarina não ambiciona entrar para uma novela.
- Do mesmo. Ou quase. Generosidade. Eu acredito em generosidade. Não estou falando em ser servil ou legal com todos. Generosidade é o mínimo que se espera de amigos, por exemplo. Não é nobre ou grandioso. É mesquinho e pequeno como: oferecer um drop's, um pedaço do sanduba, uma moeda que completa a conta, uma carona, uma caixinha pro cara que serve a cerveja, um cigarro pro bêbado, uma mochila emprestada, um papo com tia solteirona e chata, etc.
- Meu dedo pra lua. Está tudo bem. Um dia de cada vez como mantra. Não é bonito nem divertido, mas é o que é. E lembro do meu humor e repito: estou mesmo virando hominho.
29 de agosto de 2011
- As lufadas de ternura / Um dia após o outro / É essa a tortura.
- Ela me elogiava e eu achava bom, bem bom. Secretamente pensava: ela quer dar pra mim. Podia ser, ainda pode ser. Mas vi, pelas maldições do mundo em rede, que ela bate palmas pra idiotas com bastante desenvoltura. Fiquei triste. Pensei: ela pode até querer me dar, mas não será a mesma coisa.
- A dor é minha e o problema sou eu. Essa frase é toda minha vaidade. Simples: ser vítima é generosidade demais, uma vez que pressupõe um algoz. Sofro sozinho. Não sofro nem mais nem menos, mas sofro sozinho. É vaidade, eu sei.
- Saudades de brincar com os lábios que lentamente umedecem. Aquela bába fantástica que a vagina produz. Lembro de uma bába dessas que grudou em minha barba e que esticou sobremaneira. Fio longo e transparente que cintilava na luz indireta que há agora em minha casa. Olhei aquilo e pensei em dizer pra ela reparar também, mas não o fiz. Medo de ser mal interpretado, essas coisas. Uma pena.
- Os planos, os projetos, as boas intenções. A coisa toda que é sincera, mas e daí? Sinceridade é super estimada, amor também. Há, de modo geral, um excesso de valorização dos bons sentimentos. O que é meio estúpido e tem a ver com o mundo de hoje: a ilusão da voz que a Internet dá e coisas do tipo. A individualidade como um tipo de virtude. E que Deus nos perdoe e ignore as bobagens que são escritas em rede. Porque a palavra escrita já teve força de lei, porque a palavra escrita já foi a palavra de Deus em pedras que versavam sobre a moralidade do planeta. E agora é o que? Um feed cheio de sacadinha, uma reclamação engajada que deseja ser curtida por muitos ou uma expressão de idiotas que se sentem únicos?
- A originalidade é um fetiche que faz mais sentido para uma gôndola de supermercado do que para a expressão artística. Mas estou por fora e há muito a ser feito, eu aprendi. E o que é feito tem grande capacidade gregária e pouco mérito artístico. Aprendi, mas não concordo: se todos lhe disserem um gênio, um gênio será.
- Arrancar caspas com as unhas é minha última mania. Além de tudo, que é: a farta barriga, a boca aberta, o sotaque confuso, os dedos amarelos, a raiva inevitável, o pouco interesse pelo desconhecido, os porres diários, os olhos arregalados, etc. É mais um nojinho na fita. Mais um problema que uma boa mulher tentará resolver e com quem implicarei por não me aceitar como eu sou. E sei que é um absurdo e que a boa mulher tem sempre razão e que, com a devida paciência, me convencerá a ser quem eu não sou e eu nem me importarei. Porque será a boa mulher. E irei a praia, e farei exercícios, e deixarei de fumar, e pararei de roncar, e verei filmes sem falar, etc. E direi eu te amo e será verdade. E ela dirá eu te amo e será verdade também. Morreremos velhinhos, bem velhinhos. Com diferença de dias entre uma morte e outra - que é como sempre teremos desejado.
26 de agosto de 2011
a união faz a estratégia
Se pudesse
ser outro
que não eu,
seria aquele que,
sempre sorrindo,
se junta aos outros
que sorriem sempre também.
Que assim estaria
mais idiota
e mais alegre
e pensaria em mim
como um grande mobilizador
de boas intenções.
E não pensaria no inferno
e não falava mal de ninguém.
Ficava apenas esperando
o bem que vem
pra quem também
só faz o bem
e diz inveja branca
e, mesmo achando o contrário,
fala que a-d-o-r-o-u
o que fez
o amigo de infância do
último mês.
Se fosse outro
que não eu
fazia tudo
que fazem
e mais um pouco:
comprava presentes pra todos
pagava contas de bar
repetia pro mundo
e ainda postava no facebook
pra registrar:
você merece m-u-i-t-o
as suas conquistas.
Fosse quem não sou
fazia um monte
e nem achava feio
essa mania de amor
que só ama
quando se equilibra
quando se equilibra
no meio.
23 de agosto de 2011
As fotos do http://www.modsmut.com e também uma porrada de coisas
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22 de agosto de 2011
porque sim.
- Mulheres que alimentam pombos. Já vi uma, já vi duas, já vi várias. Nunca vi um homem que alimenta pombos. Pode parecer machismo, mas não é. Onde estão os homens que alimentam pombos? Porque eles existem, mesmo que não os veja. E devem ser o coqueluche nessa turma de mulheres que alimentam pombos. É um ruído que percebo em bares.
- Meu ódio é algo imenso. Deixe-me explicar: se estivesse em terapia, faria perguntas: - Por que sinto tanto ódio? Ódio é normal ou estou só? O que posso fazer pra conter esse ódio que sempre aparece e que nem sei se é assim mesmo ou se é só tristeza? Devo tentar ter pensamento positivo ou isso é estúpido como parece? E os otimistas que falam pelos cotevelos e sorriem pelos póros? Só eu desconfio deles?
- Teve o dia genial. Eu me sentia bem. Era tudo simples, mesmo que doloroso. Quero dizer: eu dizia pra mim mesmo: tudo normal. Estava satisfeito. Era como se tudo fosse questão de tempo. Algo que mamãe sempre fala, por sinal. Mas, meu Deus, é só isso? Viver, morrer e lidar com os delírios? Queria mesmo era a outra coisa. O quê? Não sei. Talvez um dia.
- Desaparecer é um tesão. Como idéia. Simples: sumo daqui e viro outro, ou nenhum. Tanto faz. A fodinha do mal é a sequencia: um dia após o outro, a aceitação de que é assim mesmo e a necessidade de ganhar a vida biblicamente.
- Solidão tem a ver com piadas sem graça e com vontade de virar outra pessoa. Nada perdoa nada e, agora, os meus amigos são chatos e repetitivos. A palavra "amigos" é super-valorizada em nosso século. Queria mesmo era foder uma buceta como um cão fode uma cadela. Sente o cheiro e arrisca a cópula. Se grudar que Deus abençoe ou a água separe. É uma pena não ser apenas cão/cadela, não é?
- Beijinho pra ti, minha paulista. Tesão secreto para o Kuati. Que Rj e Sp sejam as cidades do até logo. E que Deus, que deve ser o cara que cuida do mundo inteiro, seja velho, tenha perdão e seja bom de papo.
21 de agosto de 2011
19 de agosto de 2011
Éfinho vê teatro.
É uma peça chata em que ficam brincando de ser ou não ser teatro. Como se houvesse dúvida, como se - de fato e realmente - os atores em cena pudessem não estar em cena e, portanto, não estarem interpretando. Um flerte com essa ideia que anda por aí e que se convencionou chamar de não-interpretação.
A tal peça tem alguma inteligência que eu, infelizmente(ou seria felizmente?), não compreendo. É o teatro como sacada, como situação "atores-diante-do-público" levada ad infinitum. Eu não entendia porque riam. Quando ri, sorri e fui honesto. Quero dizer: o aparte (esse recurso ancestral e legítimo) é legal e tudo, mas, bem, há limites. Ainda mais um aparte que 'conversa' com a plateia - como se fosse natural e não artificio.
Olhando aquilo pensei em tudo que não quero e não me interessa. Teatro pra dentro, voltado pra uma ideia de inteligência de salão que faz com que os momentos engraçados sejam um desfrute para os que captaram a mensagem - ou melhor: a sacada.
É o teatro blasé e cheio de referências pós-dramáticas - esse termo/conceito que está aí e que explica o melhor e o pior do teatro contemporâneo.
Na peça chata havia champanhe e taças e belezas e tudo, tudo mesmo, era lindo. Os atores, a luz indireta, os movimentos de corpo que significavam alguma coisa que eu nunca entenderei... um mistério.
E o texto brincava uma única brincadeira: o ator dizendo sobre o personagem que ele representa: "- então ele resolve sair" (o ator que é o ele, o personagem, o performer consciente do aqui agora, etc ad infinitum) "e ele fala pra ela: te adoro". E então esse ator faz agora o 'ele' com mais 'verdade' e diz: "te adoro." E a cena continua. E muda para atriz: "- e ela sorriu", e a atriz sorri, "e disse: eu não te adoro", e a atriz, cheia de sacada diz: "eu não te adoro."
90 min. E não gosto de sair no meio Deus sabe porquê. Deve ter a ver com meu catolicismo e o lance da culpa...
Seja como for, estive lá, me aborreci e nem doeu. Ver teatro chato e afetado assim me dá uma puta vontade de montar a banca do meu teatrinho - que pode não contemplar a inteligência cheia de sacadas, mas que não te aluga e vai pra fora.
Não alugar, em se tratando de obras de arte, é, pra mim, um puta dum mérito.
*
Tem uma frase de uma música do R. Seixas que gosto muito e que, as vezes, me parece o próprio sentido da vida: "Só vou curtir meu roquezinho antigo/que não tem perigo de assustar ninguém".
A tal peça tem alguma inteligência que eu, infelizmente(ou seria felizmente?), não compreendo. É o teatro como sacada, como situação "atores-diante-do-público" levada ad infinitum. Eu não entendia porque riam. Quando ri, sorri e fui honesto. Quero dizer: o aparte (esse recurso ancestral e legítimo) é legal e tudo, mas, bem, há limites. Ainda mais um aparte que 'conversa' com a plateia - como se fosse natural e não artificio.
Olhando aquilo pensei em tudo que não quero e não me interessa. Teatro pra dentro, voltado pra uma ideia de inteligência de salão que faz com que os momentos engraçados sejam um desfrute para os que captaram a mensagem - ou melhor: a sacada.
É o teatro blasé e cheio de referências pós-dramáticas - esse termo/conceito que está aí e que explica o melhor e o pior do teatro contemporâneo.
Na peça chata havia champanhe e taças e belezas e tudo, tudo mesmo, era lindo. Os atores, a luz indireta, os movimentos de corpo que significavam alguma coisa que eu nunca entenderei... um mistério.
E o texto brincava uma única brincadeira: o ator dizendo sobre o personagem que ele representa: "- então ele resolve sair" (o ator que é o ele, o personagem, o performer consciente do aqui agora, etc ad infinitum) "e ele fala pra ela: te adoro". E então esse ator faz agora o 'ele' com mais 'verdade' e diz: "te adoro." E a cena continua. E muda para atriz: "- e ela sorriu", e a atriz sorri, "e disse: eu não te adoro", e a atriz, cheia de sacada diz: "eu não te adoro."
90 min. E não gosto de sair no meio Deus sabe porquê. Deve ter a ver com meu catolicismo e o lance da culpa...
Seja como for, estive lá, me aborreci e nem doeu. Ver teatro chato e afetado assim me dá uma puta vontade de montar a banca do meu teatrinho - que pode não contemplar a inteligência cheia de sacadas, mas que não te aluga e vai pra fora.
Não alugar, em se tratando de obras de arte, é, pra mim, um puta dum mérito.
*
Tem uma frase de uma música do R. Seixas que gosto muito e que, as vezes, me parece o próprio sentido da vida: "Só vou curtir meu roquezinho antigo/que não tem perigo de assustar ninguém".
17 de agosto de 2011
auto suficiência.
Só conseguia gozar
quando trepava por cima.
Explicava que assim
o clitóris encostava melhor.
Quando gozou por baixo
se revoltou,
disse ser opressivo
a mulher estar por baixo
e dedicou-se à paixões lésbicas.
Os orgasmos vinham da fricção
e lhe lembravam o travesseiro
que a fez gozar pela primeira vez.
Desistiu.
A solução veio da Internet:
um dedal com bateria mínima
que a satisfazia como ninguém
nunca a satisfez.
Descobriu:
essa coisa de trepar com gente é muito complicada.
quando trepava por cima.
Explicava que assim
o clitóris encostava melhor.
Quando gozou por baixo
se revoltou,
disse ser opressivo
a mulher estar por baixo
e dedicou-se à paixões lésbicas.
Os orgasmos vinham da fricção
e lhe lembravam o travesseiro
que a fez gozar pela primeira vez.
Desistiu.
A solução veio da Internet:
um dedal com bateria mínima
que a satisfazia como ninguém
nunca a satisfez.
Descobriu:
essa coisa de trepar com gente é muito complicada.
16 de agosto de 2011
as loucas que me dão tesão.
- perco a mão aqui ou ali, mas o que fazer? Sou sucetível e meu pinto, ele mesmo, o pau, anda todo errado. Quer entrar em carnes que nem sabe e nunca viu. Imagina massagistas que se apaixonam por ele, o pobrezinho.
- vem da esquina. As mulheres mais lindas do Rio de Janeiro estão ali. Fico inflado e penso: casarei com uma dessas mulheres lindas. Porque são lindas. E porque casar com feia não rola, fico solteiro. Não sei se estou limitado, mas afirmo: as mais lindas desfilam na Rua da Passagem com a São Manuel.
- o otimismo é uma praga e uma bênção. Assim: na mesma proporção. O empate mais escroto da terra. 3X3 no último minuto de jogo. OK, ta aí a emoção do jogo... mas, Meu Deus, quem, depois dos 30, acha que a emoção do jogo é tão emocionante assim?
- Tinha essa magrela, de sobrancelhas finas demais e voz fina que eu realmente gostaria de ter comido. Comê-lá, no caso, seria a cereja do bolo. Não por nada, mas porque ela me dar seria um processo natural, mesmo que lento. Ela não me deu. Ela sumiu de um jeito meio idiota que super-valoriza o ato de sumir. Eu não comi a magrela e descobri que a cereja do bolo só é boa quando o bolo já foi devorado.
- se fosse pra eu agir loucamente pela necessidade de mulher, eu iria até o Itaú. Que aquela gerente com cara de passarinha não me sai da cabeça e tá aqui do lado diariamente das 10:00 às 16:00. Além da linda cara de passarinha ela usa saias floridas que ressaltam sua bunda surpreendentemente empinada. Tem grandes chances, inclusive, dela não ser do RJ - o que é ótimo, pois logo estabelece um assunto simples e que pode render horas. Seja como for, ainda mando no meu pinto(pau, que é como macho fala) e sei que ele não é lá o meu órgão mais confiável.
14 de agosto de 2011
(*_*)
Soltava peidinhos como quem marcava gols em partida empatada.
"Prisão de ventre é um problema tão solitário", ela dizia.
Cada pum, uma vitória. Cada ventinho, uma satisfação.
E, assim, caminhando pelas calçadas, levantava os braços em uma comemoração que quem visse jamais entenderia.
11 de agosto de 2011
Tesão tá tudo certo, ela diz.
*
- Parece tesão, mas não é.
- Como assim?
- É mais como um monte de luzinhas que piscam quando estou quase dormindo.
- ...
- Entende?
- Claro, claro
*
- Foi meio de repente. Eu disse não e ele insistiu e me beijou.
- E?
- Ah, querida, aquela coisa: tesão do caralho em ser contrariada, né?
*
- Fiquei olhando, olhando. Pela primeira vez achei um pau bonito.
- Sério?
- Claro, olha aqui.
- O quê?
- Aqui... meu pescoço...
- O que é isso?... Uma marca...?
- Um chupão!
- ...
- Achei o pau dele tão bonito que deixei me dar chupão.
- ...
- É amor, não é?
- É, é.
*
- Amiga, vou te pedir uma coisa...
- Pede!
- Não me chama de flor, tá?
- Mas...
- Essa coisa de pétalas acaba comigo!
8 de agosto de 2011
Santinha, só você.
*
Estou triste,
Estou cansado.
*
Preciso de uma mulher boa,
Que me chupe o pau com ternura
e, eventaulmente, me chame de meu amor.
*
Que tenha os cabelos longos
e que acorde calma pela manhã.
Que me convença a comer frutas
porque o beta-caroteno das maçãs
é mais eficiente do que a cafeína.
*
Estou cansado
e preciso de uma boa mulher
que tudo me explica
e à tudo me convençe
porque tanto me ama.
*
Uma mulher boa
porque,
amado assim,
acredito em tudo
dos absurdos
que me dirá.
7 de agosto de 2011
Angeli -
Ele mesmo. O cara. O fino. O que só sai de casa pra se encontrar com o Laerte.
E também porque o "da pesada" merece voltar.
ao vento
- Ver as gentes, participar do mundo, tomar cuidado para não ser indiferente demais. Andar 20 min. por dia e, após a caminhadinha, acender um cigarro e encher e esvaziar o pulmão como um ato voluntário. Dormir 6 horas por noite, evitar a vasta pornografia da Internet e, a cada 15 dias, telefonar para a avó. Quem sabe perder uns quilinhos.
- Creio que a massagem finalizada com ejaculação é uma das melhores práticas sexuais já inventadas. Estou falando de modo geral e também de modo específico. Geral: o corpo massageado relaxa e se torna mais sensível. Específico: o preço é justo e mais importante do que beleza são boas mãos. E o risco de doenças contagiosas, em ambos os casos, é quase nulo: no máximo uma sarna adquirida de um lençol mal lavado. Coisa simples que qualquer pomada resolve.
- Leio Ana C. - que é um nome bem melhor do que Ana Cristina Cesar. É legal, mas não sei. Quero dizer: não entro numas com Ana C. Parece-me datado e super-estimado. Mas é que sou ignorante e poesia é um treco difícil pra chuchu. Li poesia na adolescência: Pessoa, que é quase um clichê; Leminskão por curitibanice e Vinícius, que é um poetinha muito do bacanudo mesmo. Depois disso teve M. Bandeira e o M. Quintana... e.... e... não lembro...Quer dizer: lembro, mas não vale. É que depois desses foi só na onda de ler aquilo que a gente acha que é importante ler. E, pra mim, isso da muito pouco certo. Sou um leitor limitado: não gosto de escritores que tenho que desvendar, a obscuridade não me atrai.
- As moscas estão voando por aqui. É uma pena, uma grande pena. Porque as moscas aparecem mesmo com a casa sendo limpa quase diariamente. Penso o que poderia fazer a respeito, mas nenhuma conclusão me agrada. Melhor me conformar com às moscas. Ou então partir para as fotos de nudez que tanto movimentam a Internet.
- Faço minhas contas. O plano ainda é o mesmo, mas evito o sofrimento. Sofrer não é importante, como achava uma ex-namorada. Sofrer é, no máximo, inevitável. Mas importante IMPORTANTE, não é. Meus planos, por ora, me bastam. Não são milagrosos, mas fazem parte do possível... Possível: as pedras que apenas pedras são.
5 de agosto de 2011
Mi Profeta Frustrado
- ESTILO seria me telefonar às 01:34 da madrugada, dizendo: "- Bora beber a saideira. Estou bêbada e eufórica e a culpa é sua. Não aceito um não."
- Desaparecer é mérito de mágico: exige treino e perícia. Desaparecer não é sumir. Estou falando sobre um ato bem ensaiado X um ato mal ensaiado. A idéia de que "simplesmente desaparecer" é um grande número é um erro que nenhum mágico comete. O mágico sabe que 40% do efeito da mágica está na antecipação do mistério, quando o bom mágico, canastrão como deve ser, anuncia: "- E agora vocês verão algo que seus olhos não podem acreditar..."
- A vingança de J é um bordão. J tem vinganças que sempre se manifestam - o que a torna uma pessoa bastante confiável. Mesmo que seu bordão, como não poderia deixar de ser, seja cheio de uma terrível maldade paulista - dessas que desconfiam de toda generosidade gratuíta. Mas, cá com meu umbigo, penso divertido: "- o que falta a J é a tolerância com os pecadinhos, a permissividade católica."
4 de agosto de 2011
Júlia Não é da Família.
4 -
- fim -
E foi isso. 3 dias geniais. Posso até dizer que me apaixonei. A Júlia foi a mulher da minha vida. Cheia de vitalidade e falante pra caralho. Uma coisa. Fodas sem fim e até café da manhã me trouxe na cama. Me disse, cheia de doçura: “- acredita que mesmo sendo dadeira (adoro essa palavra. Aprendi com o Caetano, sabia?) nunca tinha levado café na cama pra ninguém?”. Claro que não acreditei, mas que diferença faz? E depois que ela foi embora lembrei que tinha dito que sempre trepava em motel, pois ninguém que ela conhecia morava sozinho. Achei coerente. Acreditei nela: sou seu primeiro café na cama.
Júlia, Julinha, amiga irmã da minha prima preferida. Corpão absurdo e facilmente impressionável. Chegou até falar que, se viesse morar no Rio, ia me querer de vez quando. “Pode ser meu pau-amigo, né?” Descolada pacas, admito. Até fiquei com vergonha quando, em homenagem ao último dia, me ofereceu seu cuzinho. Descolada pacas. Será que minha prima é assim? Deus queira que não.
No último dia dela aqui era o dia da tal prova de resistência física. As provas eram sempre pela manhã. A Júlia voltava cedo, 14 no máximo. E, pra minha sorte, havia chuva e nenhuma chance de praia. Nesse último dia dei o melhor golpe da minha vida: comprei carne assada no bar e fiz arroz e salada. Requentei a carne assada com um tiquinho de rum e disse que eu que tinha feito em sua homenagem. Carne assada com rum importado nem pensar. Nem se fosse eu quem realmente tivesse feito carne assada. Mas colou e eu faturei seu cuzinho. Be-le-za, digo em sua homenagem.
A Julinha foi rápida. Descolada pacas, eu disse. Na hora de dormir se virou pro lado e lançou: não me encosta que eu não respondo por mim. Encostei e, bem, é como eu disse: Julinha a mulher da minha vida e quiçá minha futura buceta-amiga. 21 anos, meu Deus! Como pode? Quando contei pro Roberto ele achou que eu mentia. O Roberto, católico como eu, só acreditou quando jurei pela alma da minha mãe.
Minha prima me mandou um recado no Orkut: “Julinha te adorou, falou que você foi super gentil com ela. Brigadinha, primo”. Respondi: “que isso? conte comigo” e fiquei pensando se ela também é assim descolada. Deus queira que não.
- fim -
2 de agosto de 2011
be-ze-la ou be-le-za.
Entre as 21:34 e 23:47 me dediquei à mim (sic). Era uma bicha elocubrante diante da janela: olhava o Cristo e pensava, ouvia a música do Villa Lobos e pensava. Em outras palavras: eu pensava. E era isso que eu queria e foi isso que fiz. De modo que, mesmo seduzido, nem posso reclamar: era o que eu queria.
Não desejava encontros, papos de amigos, celebrações que nem cogitam a realidade do tempo. Porque o tempo é real, bem real. E dói e é bom e ruim e melhora também e tudo de tudo e etc - mas o tempo, ele mesmo, passa e, passando, fica. E a realidade do tempo é o que desejo pra mim e acho decente - porque, cá comigo, a merda seria achar que o tempo não existe ou é relativo, como uma fórmula matemática pop que se usa por aí quando se esquece que a tal fórmula foi formulada (sic) especificamente para reflexões matemáticas.
(Deus, em um sonho me disse, que perdoa e perdoará todos aqueles que um dia disseram "o tempo é relativo, Senhor." E à isso chamemos, sem pensar muito, de Coerência Divina. Porque Deus, se Deus existe, é só perdão.)
Fica assim: satisfação de experimentar uma ego-trip simbólica que só diz respeito à mim.
Como um tesão enrustido ou uma punheta secreta.
Fé, Fi, Fó, Fú(s.r)
- entrar naquelas carninhas que conheço bem. Lembrar dos lábios, levemente tortos, que você me acusava de ser responsável pela tortice. E à isso a gente chamava amor. E éramos felizes. Felizes de maneira geral; que feliz - FELIZ MESMO - só o Tom pegando o Jerry.
- os diminutivos eram o fetiche mais velado de todos. Só noto hoje: os anos passados, a vida pior, a generosidade promovida pelo tempo... poderia dizer SAUDADES, mas não seria preciso. SAUDADES é passional demais e, veja bem, éramos tão calmos em nossa agonia diária que SAUDADES seria fazer de conta que não prestávamos atenção naquilo que vivíamos... uma injustiça.
- posso tentar achar sua próstata?/ Pode./ Pensa bem, é meio viado isso./ Não é nada. / É sim./ Eu deixava até você usar uma dessas cintas. / Credo! / Como assim? / Imagina que escroto... eu com aquele troço... / Tem razão./ (...) / Mas é que eu te amo, entendeu? / Entendi, entendi... mas cinta não, né? / É... credo... cinta não. / Rá, eu te amo. / Eu sei... eu sei...
- tinham as férias. Tinha a certeza. Tinha o dia após o outro mais lento e pacífico do mundo. Uma briga pra foder melhor, um ciúme pra lembrar do amor e a vida... a vida era mesmo um grande plano, não era?
- não me chame de QUERIDÃO, não me chame de AMADO./ Você é intolerante, cara./ É, eu sou intolerante.
31 de julho de 2011
Domingo de quase verão no Rio de Janeiro.(s.r)
No bar da esquina não leio o jornal, mas estou com uma revista Piauí à tira colo - revista que é o melhor e o pior ao mesmo tempo: afetada, deslumbrada e metida à besta, mas ainda assim uma revista que traz coisas ótimas como as cartas do Cortázar(de quem nunca li livros) e matérias de cunho social nada suspeitos.
Seja como for, estou lá e faço planos. (Fazer planos... fazer planos é o "come chocolates" do F. Pessoa.) E, entre os planos e as carta do Cortázar, vejo as pessoas que passam e penso que meu tesão anda triste - já que se trata de um tesão sem direção e voltado pra qualquer par de pernas que use saias com rasgos laterais lindos e deslumbrantes.
Lembro, agora, da gerente do banco: linda. Cara de passarinha com asa quebrada, jaqueta jeans à lá anos 80 e um vestido que tinha o tal o rasgo tesudo. O vestido era, como uma "pérola no fundo do copo", estampado com flores. E, cá com meu umbigo, acho que a passarinha-gerente me olhava com generosidade - à ponto de eu, mesmo tímido, ter pensado seriamente em lhe deixar um bilhete esperto com meu telefone(o que não fiz porque pensei no ridículo e antecipei o ridículo; e também porque, ora pois!, sou tímido mesmo). E, mesmo tímido, tive a capacidade de fazer mil perguntas pra gerente que me atendia (que era outra: de terninho e sem estampas florais) de quem descobri coisas idiotas, mas divertidas: a) de Belém, mas na Tijuca há 2 anos, b) adora Tacacá, c) gosta de teatro, mas nunca viu, d) diz que comentará com as amigas que conheceu um diretor de teatro(sic), e) parou de fumar por conta de uma úlcera, f) adora o RJ, mas sente falta das amigas e g) me considera seu vizinho porque ela trabalha no Itaú aqui ao lado e exige que eu passe lá quando tiver uma peça no RJ(isso porque a conta que eu abria era pra apresentar minha peça em outras cidades).
Mas volto ao assunto: o tesão sem direção. Tem um puta texto ótimo que fala sobre sexo e que tem a ver com isso e que me fez pensar o óbvio que ulula pleno como sempre: mundo de merda. Esse texto, esse belo texto que poderia ter mais letras e frases, me faz desistir - com alegria - de escrever sobre isso.
E, mesmo tentando resistir, lembro do facebook e seus eternos feeds otimistas e falsos, nos quais o grau de desespero pode ser medido pelo grau de otimismo. (Como se otmismo tivesse a ver com alegria, como se otimismo fosse um "a vida pode ser boa, galera!" em uma atualização).
Fica o domingão e a revista metida à besta que é a Piauí.
Cortázar, amigo, confesso que tenho preconceito contigo por conta dos que tem lêem e que te evocam a cada vírgula e/ou micro conto. Mas é preconceito, eu sei. Quando eu te ler provavelmente mudo de idéia- assim espero. Ou então serei eu a vítima do preconceito, quando todos dirão: "que abusrdo você não gostar de Cortázar."
Mas, se for o caso, eu me consolarei: - "o que são esses feeds que não micro-contos mal resolvidos de um otmista fofoqueiro e auto-displicente?"
E dormirei em paz - porque paz pode vir em "horas descuidadas" quando o nosso preconceito, ternamente cultivado, se revela verdadeiro.
29 de julho de 2011
Talvez assim.
Sentindo a agonia de leve como quem tenta domesticar uma puta; como quem, em inocência forjada por telenovela, acha que é possível domesticar uma puta. Esquece-se da putisse da puta. Que tem a ver com sua sujeira, com excessos, com o curto prazo de validade, com os lugares sujos e as gentes degradantes que inevitavelmente aparecerão. Que não há luxo, nem cocaína pura, nem porres livres, nem erva boa, nem homens nem mulheres livres, nem nada, que liberdade é um ideia cheia de beleza e encanto, mas que é só isso, uma ideia - a não ser que você esteja preso e essa liberdade não seja uma punheta intelectual para filhos de hippies e de ex comunistas.
Sabendo que eventualmente vem o gozo, que a cara borrada tem charme, que Deus cospe uma gente morna, que assim, mesmo sem sentido, a puta tá na pista e aprendeu a apanhar - o que não é vantagem e, na maioria das vezes, apenas deixa a casca da puta dura, a pele amarela, o gozo histérico, essas coisas. Que apanhar só regenera idiotas, assassinos, pilantras e evangélicos.
Salvando as carnes com camisinha e lembrando, a cada nova investida do quadril, que foi a puta, sempre ela, quem nos pariu.
26 de julho de 2011
Júlia Não é da Família.
3 -
A coisa é estranha. Tem mais de 10 anos à menos e sou católico. Lembro da minha prima. Porra, será que minha prima é assim também? Mas prima é família e família é sagrado, o Papa falou e a gente sabe. Pecado antes dos 18 não conta. Eu 16 e ela 12. Quis ver meu pau e eu mostrei. Perguntei se ela queria encostar e ela topou. Esticou o dedo e tocou rapidamente. Não é pecado, né? Coisa de criança.
Mas a amiga. A amiga tem 21, veja só. Mais nova que minha prima – minha priminha que tocou meu pau com o dedo indicador. Mas ela não é família e, bem, o catolicismo é tolerante com os pecadinhos, a gente sabe. Deus abençoe os católicos.
Quando minha prima perguntou se ela podia ficar aqui eu perguntei: - mas ela é mesmo sua amiga? E ela disse: “sim, irmãzinha. Você vai gostar dela.” Confio na minha prima, confio na família. Sou um Corleone.
Eu tava meio com dedos com ela. Júlia o nome dela. Mas aí eu notei: to com dedos porque é novinha e amiga da minha prima. Família é sagrado, mas ela não é família. Pensava isso quando entrei no banheiro. Ela já tinha tomado banho. A casa é pequena e o banheiro é colado no quarto. Cagar é um problema. Os peidos sonoros atravessam a porta de plástico sanfonado. É constrangedor. Paciência. Fico sem cagar. Cago quando ela sair.
Mas quando tomava meu banho, eu vi: dermacity: sabonete íntimo para mulheres do séc. XXI. Vi e automaticamente fiquei livre. A Júlia não é família, afinal. É só amiga da minha prima. Da minha prima que, apenas por acaso e hormônios adolescentes, tocou no meu pau com o dedo indicador quando eu tinha 16 anos. E minha prima, até onde sei, não usa dermacity.
25 de julho de 2011
ea.
Nunca entendi as histórias que você conta e os amores que você perdeu. Sempre achei estranho isso tudo e sempre preferi o silêncio calmo e blasé.
É que tem esse ruído que você insiste. Algo estranho e chato. Como um que achando-se muito ocupado, não percebe que a vida não é, via de regra, tão interessante assim.
Estou sendo deliberadamente abstrato. Jorro minhas coisas e atualizo meu blogue. Mas o que quero dizer é idiota e mesquinho: sua arte de sumir, sua habilidade de ignorar não é charme ou tesão; é tédio e desejo de ficção... tão mais decente dizer NÃO, dizer NUNCA, dizer FODA-SE. O seu TALVEZ é a criatividade pela culatra...
Seja como for, fica a impressão que estou falando disso sendo que é daquilo que estou dizendo. A diferença não é muita, mas existe. É um corte fino e cruel que constrange todos nós: separa a idéia da ação.
É que tem esse ruído que você insiste. Algo estranho e chato. Como um que achando-se muito ocupado, não percebe que a vida não é, via de regra, tão interessante assim.
Estou sendo deliberadamente abstrato. Jorro minhas coisas e atualizo meu blogue. Mas o que quero dizer é idiota e mesquinho: sua arte de sumir, sua habilidade de ignorar não é charme ou tesão; é tédio e desejo de ficção... tão mais decente dizer NÃO, dizer NUNCA, dizer FODA-SE. O seu TALVEZ é a criatividade pela culatra...
Seja como for, fica a impressão que estou falando disso sendo que é daquilo que estou dizendo. A diferença não é muita, mas existe. É um corte fino e cruel que constrange todos nós: separa a idéia da ação.
23 de julho de 2011
Júlia Não é da Família.
2 -
Ela é mesmo serelepe. Quando viu minha casa deu risada. Falou “ih, só tem uma cama” e gargalhou. Finge que vai me dar. Sei não. Gratidão tem limites. E fingir que vai me dar é mais inteligente do que me dar. Mas, pensando bem, ela não é inteligente. Opa, sendo assim, eu como ela. “Vou te comer com muito amor, benzinho”.
Três dias. Até prova de resistência física tem. Vai correr 2 km em 20 min. Não faço idéia se isso é difícil ou não, mas solto um “Caramba”. Ela gosta e me pede um cigarrinho. Reclama do filtro branco, benzinho, reclama. Tem bebida sim, whiskey e rum. Rum pra temperar as carnes, eu minto. Ela me acha o máximo. Sei fazer carne de panela com rum e sou o máximo. Pena mesmo isso das provas serem de manhã. Quer dançar, vê só. Pergunta se toparia e eu desconverso.
22 de julho de 2011
Júlia Não é da Família:
1 -
Meu ódio é minha liberdade. Mas ela não entende isso e me acusa de piegas. Diz: “O lance é o amor, bonitão”. Meu cu, é o que eu penso e não falo. Amor sim é que é piegas. Até o cabeludo judeu falava isso em 00. Amor indiscriminado, Deus que me perdoe. Amar idiotas é pecado. Jesus, Judas e o Papa concordam.
Ela ainda me manda: “Quero ser feliz. Ser feliz é o que importa na vida”. Eu ouço e até sorrio, mas, por dentro meu ódio cresce e ganha um objeto. É você que eu odeio, benzinho. Mas ela nem desconfia. Tá serelepe porque acha que me deu uma letra. “Sacou a letra, né Bonitão?”.
Então eu falo pra ela sobre o amor. Ela acha lindo, diz “eu sabia que ai dentro morava um cristalzinho”. Falo bastante pra ver se ela cala a boca. Cristalzinho? O que vem depois? Na verdade eu to falando sobre o ódio, mas, por conveniência, troquei a palavra. Onde diria ódio, digo amor e ela se dá por satisfeita.
Amiga da minha prima. Gostosa e burra como a minha prima. Veio prestar concurso pra Marinha: assistente social. “Na Marinha tem vaga pra isso, é?” “Claro, TODO O MUNDO precisa de assistente social, ta ligado?” Claro que to, to super ligado. To tão ligado que penso que o mundo é mesmo uma bosta.
21 de julho de 2011
ngrm
Vivendo
apenas como quem
ganhando um tanto
adianta outros e imagina
belos dias quando,
unindo o útil ao agradável,
nem lembrará
daquela época em que
o mundo não era nada bom.
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