9 de abril de 2008

coerência interna.

e não é que a danada da faca cortou o meu dedo bem na hora que eu dividia a enorme bucha em dois?
ai ai ai. esse mundo é cheio de gracinhas.

8 de abril de 2008


o estranho é que seus olhos estavam belíssimos. e o mais estranho é que eles só estavam assim porque havia chorado. eu reparei muito neles naqueles poucos minutos. onde é branco estava vermelho e o verde/azul era roxo, quase roxo, quase escuro de tão roxo. Eu pensei: bonitos agora no meio das trevas: púrpuras.

confusãootimista

Celebre a vida como ela for. Sem mais nem menos, celebre. Não há pecado e não há perdão. Há apenas a turbulência e a loucura diária. Mil formas em mil corpos que realizam mil metamorfoses.
Uma das maiores tristezas é a eterna necessidade de explicação. Nem tudo se explica e as explicações se aproximam mais do desespero do que da verdade. A verdade não existe e, se um dia existir, não deve ser revelada. Uma verdade revelada é estúpida e fraca. A verdade real nunca deve ser dita. Podemos apenas relatar as verdades do tempo e do espaço, dos ocorridos com ou sem alma.
O mundo é justo porque não sente perdão. A vida passa veloz e quem bobear corre atrás dela. Os milagres são possíveis, mas exigem sangue, esperma, suor, dor e desespero. Eu não salvo ninguém e ninguém salva ninguém e ninguém me salva também. A melhor justiça humana ainda é feita no olho por olho e dente por dente. Somos macacos crescidos e apenas isso. Somos bichos no cio procurando se reproduzir.


7 de abril de 2008

coisa rica -
sinto saudades
e também minha pica.

####

Então tem essa gorda horrorosa que me espia. Não posso fazer nada: bunda na janela é a regra. Mas nunca gostei de gordas. Explico: é que também sou gordo e dois gordos trepando é uma coisa dos infernos. E digo isso por experiência própria. Barriga demais e meu pau nem é tão grande assim. Fora que vi a imagem no espelho e fiquei horrorizado: meu pau diminuiu uns 2 centímetros na hora. E a gorda berrava e tinha esse gemido grosso de gorda baixo tenor.
Agora essa gorda tá obcecada e me espia como uma louca. Vejo meu site meter e se tenho 10 visitas, 7 são da gorda.
Falei sobre isso com a minha mãe que me aconselhou a emagrecer e fazer exercícios. Como sou um filho rebelde escrevo esse textinho aqui com esperança de espantar a gorda.
Até prevejo seus olhinho miúdos entristecidos com esse texto: - come chocolate, criança, come chocolate.

5 de abril de 2008

É uma dor enorme: a minha e a do mundo.

Mas a minha é maior porque eu caibo em mim

e o mundo não.

A gente só lamenta pelo que já sabia de antemão,

minha vó sempre dizia isso com os olhos arregalados e vermelhos.

E hoje passeio distraído pela casa velha e feia

e tem gente nela e essa gente me agrada e me arranha.

E lembro da minha vó que tantas vezes me acusou de sujar sua casa com os meus pés sujos.

- É vó...! Você tinha razão!

por uma vida melhor.

Sempre achei rídiculo homens que bebem champanhe: aquele líquido com uma cor insossa numa tacinha delicada e fazendo bolinhas. E ainda há os que defendem o champanhe e que convidam mulheres para beber uma 'tacinha'. E essas mulheres acham lindo e comovente o convite. E bebem bastante e o homem delicado consegue comer um cu de mulher depois do encontro. Tudo bem calculado e feminino: beijinho na nuca, mocinha de lado e a cabecinha do pau sugerindo o caminho.

4 de abril de 2008

há todo esse delírio embutido. minha cabeça dando nó e um suor filho da puta me empapando durante a noite. e rezo pro deus gordo que eu não acredito. e peço perdão por pecados alheios que eu não compreendo. e tento tomar distância e me sinto frio e oco. e me aproximo e o desespero aumenta e a luz apaga. uma multidão inteira em volta da cama: danças loucas e chatas que só satisfaz quem se basta. eu não posso dançar, mas sempre há quem pode. um passinho pra frente e um passinho pra trás: a estabilidade vulnerável dos artistas de gaveta.

2 de abril de 2008

de novo na casinha verde.
umas conchinhas bacanas e outras pra catar.
sou quase um monge agora:
nu e de tênis saindo pra comer um sanduiche natural.

24 de março de 2008

Esse é o primeiro texto no meu primeiro dia de note book. É mais uma bela punheta pra se seguir em frente. Punheta que ilude bem durante longo ou curto tempo. É uma dessas conchinhas que me alimentam. Tanta bobagem, bom Deus. E isso é que é o mundo e a vida: a gente segue que segue e baba que baba. Muitas revoltas futuras acontecerão, muita desgraça e muita tristeza também. É essa a louca justiça: haverá os milagres, as fodas fantásticas, a esperança louca no sorriso que a mulher amada lhe lança depois de um orgasmo.

E também não há frescura. Há a vida em toda sua loucura e glória. Só isso, tudo isso.

Virá cada coisa. Nem sei se posso esperar. Essa loucura diária, esse hálito louco de cigarro e rosas. Essa delícia de sentir a vida sem sentido escorrendo lenta e, no entanto, com exatidão.

A maravilha do mundo, nesse momento, está num note book.

21 de março de 2008

BUK NA RUA - TEATRO NOTURNO PARA ADULTOS INSONES.




ANTI CIA DE TEATRO


DE 25 À 29 DE MARÇO


NO FESTIVAL DE TEATRO


DE CURITIBA


ÀS 22:00 NO LGO. DA ORDEM -


PRÓXIMO AO BEBEDOURO.
EMAISNÃODIGO!


20 de março de 2008

me arranca de mim me entorta o pescoço me cospe tudo na cara. abre as pernas e põe seu riso cínico na boca. me chama de tesão me chama de canalha. geme tão alto que até esquece que trepa comigo.

19 de março de 2008

Natureza? Humpf!



Nem revolta nem teste. Apenas as soluções. Milhares de formiguinhas que trabalham juntas para matar o invasor do formigueiro. Tudo é mesmo muito bonitinho e comovente, mas nem acho fodão. É a natureza e seu maldito curso natural e bla-bla. Tão chatinha essa natureza. Sempre com a coisa do tempo, das estações, do plantar e depois colher. Bem mais divertido os arroubos: seja a terrível bomba atômica, seja o intestino com virose. Nada de cagar 3 vezes por dia sempre no mesmo horário.

( E agora lembro que a minha garota preferida cuida muito dos próprios dentes: fico na dúvida se é pra sorrir ou morder melhor. Sim, sim, tenho lá minhas diversões, não é?)

E quando chegava em casa vi uma mulher que mancava. Ela era muita exagerada e ridícula. Mancava como se fosse quase impossível andar. E o namorado ao lado dela lhe apoiava o corpo e dizia: mais um passinho, coração, mais um passinho. O amor tem mesmo suas armadilhas.

18 de março de 2008

toda essa loucura e todo meu excesso de cigarros. toda minha dor só e minha indecisão. minha necessidade de saber o que faço, se faço não faço, se insisto ou não. tem esses dias de tortura quando minha mão treme.
Reviro do avesso.
Penso penso penso.
Maldito bicho de pé
que me coça os dedos.

17 de março de 2008

enquanto isso...

(foto do blogue do Solda - clica no título pra ir lá)

Aquelas malditas girafas ficam me encarando. Comem suas folhas e me encaram. Até abaixam o pescoção pra me intimidar. Elas são várias e eu um. Tá certo que sou mais esperto que elas. Eu me escondo e tenho as minhas manhas. Elas só olham pra cá com aqueles olhos-bolotas-pretos e acham que se esconderem o pescoço eu não vejo seus corpos. A minha vantagem é que sou mais esperto. Sempre fui esperto. Minha mãe me disse e ela sabe tudo sobre girafas.

Tenho só que decidir. Tenho algumas horas pra isso: antes do sol ir embora e eu ficar no escuro. Porque no escuro sou péssimo e sei que perco minha clareza e tudo mais. Mas o escuro ainda tá sob controle, há não ser que venha uma maldita tempestade pra escurecer tudo antes. E, de qualquer maneira, mesmo uma tempestade se anuncia.

Posso começar a correr e bater os braços em cima do corpo e fazer muito, mas muito mesmo, barulho. As girafas se impressionam facilmente e disso eu sei faz tempo, pois mamãe ensinou. Eu era bem pequeno e ela já dizia: é só berrar e bater os braços, elas não resistem, mesmo que sejam maiores que você.

Tem o risco de elas ficarem me olhando e nem saírem do lugar. Mas tanto faz. Risco por risco, eu prefiro os grandes riscos. Quem resiste à pouca coisa nem sempre é forte...Bla bla bla.

A opção de ir embora sem sequer encarar as girafas também me agrada. Nunca precisei de girafas pra viver, afinal. E também, mesmo que eu as vencesse, em nada isso melhoria minha vida. Apenas ficaria contando pros meus amigos: teve uma vez, numa selva terrível, que eu fiz várias girafas correrem...

De forma que eu vou mesmo é esperar ficar quase noite. Quando faltar 15 min. para o maldito lusco fusco eu me decido. As opções são apenas duas. Entre duas é mais fácil escolher. Prefiro assim.
A garota mais legal do mundo com os olhos mais bonitos que já vi. Ela me contou algumas histórias, me enrolou em outras e me deixa puto e satisfeito em questões de segundos. A garota da bundinha de ouro que tantas fez que me ferrou e que fica rindo como louca quando eu mexo em seu nariz. Que chupa meu pau que reclama de frio que tenta fugir no meio da noite. A garota séc XIX sempre dividida no que quer e no que pode ser, entre o laranja e o vermelho, entre o requeijão e a maionese. A garota bacana que tem medo de si. Que me assusta e me encanta. (fev/2003)

Allan Sieber - Clica cá!




16 de março de 2008

Se eu agüento tá tudo certo
e tudo pode ser assim,
mas eu garanto,
por mais que eu queira,
nem tudo depende de mim.

14 de março de 2008

tudi

Arrebento a sua cara com um ódio doce e jamais pensado. Tem essa sua boca vermelha me olhando enquanto faz beicinho. Eu não concordo em nada contigo. Eu vejo todas as merdas que espalha pelo mundo. Eu apenas ainda não entendo se isso vem da sua tristeza ou da sua falta de crença.
Sempre falando mais alto, achando que o volume faz com que seja ouvida. Sempre com caras e bocas, pensando que se expressar faz com que tenha alma. Sua velha matemática de sim e não e gosto e não gosto. Seus métodos de encarar a vida como coisa sem sentido e que está além de suas possibilidades.
(Eu me repito aqui dentro porque eu também tenho minhas boas mentiras que me alimentam e me satisfazem. A diferença entre nós dois é óbvia e patética: eu sou eu e você é você).
Longe de tudo isso tem um monte de gente que segue o mundo de maneira muito mais decente e esperta. Gente pelas tampas que não fica nesse calculo louco que eu faço quando penso numa boa mulher. Gente que segue em paz e que vive bem em companhia de plantas e cachorros. Todos belos à sua maneira, todos importantes em suas futilidades, todos zumbis que arrancam a pele achando que alí está o sangue. Todos eles e todos nós. É como me disse uma velho conhecido: somos apenas uma experiência de Deus, apenas uma maquete do Arquiteto - seja lá o que isso quiser dizer...
E hoje, quando voltava pra casa na chuva, com meu casaco antigo e com estampa do exercito, teve esse pequeno milagre que me salvou a alma:

Uma mulher muito bonita me parou e perguntou o meu nome. Eu respondi e ela pediu desculpas e me explicou que tinha um namoradinho de quando tinha 10 anos com quem estava sonhando muito e que ela achava que eu parecia o que ele seria quando crescesse. Comentou que havia mudado de cidade com 12 anos e que tinha voltado pra cá há pouco tempo e que, desde então, andava sonhando com ele. Disse que estava grávida e que queria ter certeza de que esse namoradinho ainda estava vivo, pois estava com a cisma de que talvez o seu futuro bêbe fosse ele reencarnado, já que sonhava tanto com ele. Eu perguntei pra ela se já tinha procurado a escola em que estudaram a 4° série juntos e o rosto dela se iluminou num sorriso louco e desesperado: " Eu tinha razão quando vim falar com você. Muito obrigada." E pegou na minha mão meio que agradecendo e partiu saltitante com uma saia cinza-executiva. Ainda deu tempo pra eu reparar no seu salto vermelho e na sua bunda fantástica. No Coimbra pensei nela: fiquei na dúvida se o que ela disse era verdade ou mentira. Decidi que não importava e me senti ótimo.

relatinho

Asfalto triste: piranhas passando e atravessando a rua.
Bem loira e vulgar: saia jeans e camiseta branca, anda como se tivesse uma banana no rabo.
Na padaria o mesmo papo de sempre: vê um free maço? Aqui. Obrigado.
E olhei pro lado antes de entrar no prédio e reparei que tinha um cara de chapéu parado na esquina. E achei estranho e bacana: um cara de chapéu embaixo do poste.

13 de março de 2008

Ferro na Boneca
Os Novos Baianos

Composição: Paulinho de Boca de Cantor e Morais Moreira

Não, não é uma estrada,
é uma viagem
Tão, tão viva quanto a morte
Não tem sul nem norte
Nem passagem

Não olhe, ande
Olhe, olhe
O produto que há na bagagem

Necas de olhar pra trás
O quente com o veneno

É pluft, pluft, pluft, pluft
É ferro na boneca
É no gogó, nenê
É ferro na boneca
É no gogó nenê
É no gogó nenê
É no gogô...

ponto final.

Segura o rojão e segue pra frente. Há que se ter força, há que se ter coragem. Arrancando leite de pedra eu digo pra mim mesmo: eu não quero nada como foi ou como tenha sido. Não quero piedade, nem proteção. Quero a alma lavada, o enfrentamento total, o abismo sem fim. Quero a eternidade e a dor que ela representa. Quero quebrar o muro e andar de mãos dadas na Europa.

12 de março de 2008

11 de março de 2008

Comprei 2 sortes pra megasena que corre amanhã. Tá valendo 15 milhas. Se eu ganhar tô na merda. Se não, continua valendo. É engraçado rabiscar os números e cogitar o milagre. Eu me divirto: 15 milhas pra gastar não é brincadeira.
ESTOU ATERRORIZADO E APAVORADO. AS IMAGENS DESSAS COISAS GRANDES ME FAZEM ASSIM. TO FRACO E VAGUEIO DE UM LADO PRO OUTRO. JÁ TOQUEI 2 PUNHETAS E NADA ADIANTOU. FUMO COMPULSIVAMENTE, QUASE 1 MAÇO EM POUCAS HORAS. TENTEI PEGAR NO SONO. TOMEI BANHO E AGORA TO AQUI FUMANDO PELADO DIANTE DA MÁQUINA. ANTES ALUGUEI MEU BENZINHO COM AS MINHAS DOENÇAS. DESCONTROLE GENERALIZADO E MESQUINHO. TAMBÉM DEIXEI DE FAZER UM TELEFONEMA IMPORTANTE E PERDI A MÃO. AGORA MAIS UMA TENTATIVA: COMEREI UMA MAÇA E DAREI UMA VOLTA NA QUADRA.
Será bonito e comovente quando me disserem:

- eu te amo sempre e esperei a vida toda pra te dizer isso: Pra te dizer que serei a única louca que você precisa e que o mundo é bonito, mas que, mesmo assim, eu troco ele por ti. Que só o teu pau eu chupo depois de ter comido meu cu. Que só tua boca eu beijo depois de ter me chupado a buceta. Que se quiser eu te sigo ou te escracho. Que se quiser eu invento eu mesma e te agrado. Que só o teu pau eu realmente gostei de chupar.

10 de março de 2008

terminar um texto com pergunta é sinal de idiotez.

Você demorou tempo demais para virar você mesmo. E no meio do caminho você foi fazendo concessões estúpidas que nem chegavam a ser grandes sacadas. É sempre fácil ser diferente no meio dos esquisitos: basta ser normal. É sempre simples surpreender os normais: basta nunca ter fumado maconha.
Como eu lhe julgo daqui e como eu sou invisível eu digo: não acredito em nenhum dos seus discursos. Você se formou através da invenção que outros fizeram de você. Isso é natural, mas sempre achei as coisas naturais chatas. A natureza segue seu curso e isso é o que me fode a vida. Não acredito em espontaneidade e ainda prefiro o mesquinho que tem clareza da sua mesquinhez. Prefiro o idiota escolhido ao idiota natural. Parece a mesma coisa, mas não é: um fez e outro foi feito.
E você forja fazer enquanto continua sendo fabricado em escalas cada vez mais alucinantes. Quase lhe vejo velhinho dizendo suas verdades para a parede sem quadros da casa que você terá comprado com o dinheiro do suor do seu rosto. E você será confuso e valorizará o seu próprio suor e a sua libertinagem falsa e comedida: é simples trepar com mulheres mortas.
E como você é invisível, eu sou imune. E prefiro mesmo que seja assim: você morto em falsas simpatias e eu morto em falsas antipatias. É como eu já disse: a gente se parece. Será por isso que lhe acho tão idiota?

recadim.

Não compare. Olhos grandes todo mundo tem. Minhas sobrinhas, minha irmã, etc. Tem olhos que são grandes por susto ou por desespero. E tem outros que aumentam e ficam maiores e quase viram ameaça e quase podem me engolir. Tem olhos azuis e tem olhos cinzas. E tem a realidade de eu ficar sugando esses olhos e reparar que ao redor da íris há um castanho claro que é quase um quadrado. Uma série de detalhes que fazem toda a diferença: o consumo excessivo, o vício, o medo real, o pavor louco, a minha cara quando gozo, o seu riso de quando é pega no flagra, a porta do banheiro fechada, etc. As invenções podem parecer melhores, mas o que acontece me satisfaz muito mais.

8 de março de 2008

preservação.

Apenas 2 cervejinhas pra acalmar a mente e o corpo. Pra eu ficar sozinho e não me levar à sério. Pra que eu não exija coisas loucas, pra que eu não sofra por miudezas. 2 cervejinhas para que seja melhor, para que eu lhe acompanhe melhor. Porque tem esses fluxos loucos e essas agonias todas e todos esses altos e baixos e vaidades várias espalhadas dentro e fora de mim. Porque nem todo dia é santo. E há uma necessidade profunda no ar: e nem adianta eu dizer nada e por isso quero ficar quieto e pensar só: pra não trocar alhos por bugalhos, pra não confundir os meus problemas com as nossas coisas que são tão boas quando estão bem.
E gosto de cagar de porta aberta e soltar meus ruídos.
E gosto de ficar numas sozinho e pensar em você.

7 de março de 2008

Se eu te arrancasse de dentro e te virasse do avesso. Se eu te levasse daqui, se te trancasse numa casa escura. Se eu te fizesse parar. Se eu estragasse tua beleza e arranhasse tua cara. Se eu te matasse num delírio febril. Se eu te perdesse pra sempre, se nunca tivesse existido. Se te visse como antes, se pudesse arrancar teus sentidos. Que eu te queria sonâmbula, zumbi. Que eu te queria com mania de perseguição, com medo da morte. Que eu te queria pra mim. Que eu te queria liberta. Que eu te queria submissa. Que nada adiantasse, que nada abalasse, que ninguém interferisse. Se eu te arranco de mim e te engulo pra sempre. Se eu te cago e te amo. Que o que te parece estranho pode ser um milagre.

5 de março de 2008

para zangar meu benzinho

Queria beijar sua boca com força e quase com ódio. Queria que ela me engolisse e me fizesse coisa. Que me amasse como uma louca. Que virasse minha cadela. Que me seguisse nesse mundo mau.

3 de março de 2008

cabeça tronco membros

6 cabeças na minha mão. Eu olho pras 6 e elimino 1.

Uma em cada dedo e no dedo do meio a cabeça mais bonita e mais terrível. A que eu eliminei tá no chão e eu vejo só a nuca marcada por dentes de homens machos. Homens machos mesmo, não como eu. Homens que de tão machos só trepam com mulheres feias. Homens que de tão machos são casados com belas mulheres, mas têm amantes gordas. Homens que eu invejo.
A cabeça que tá no meu dedo mindinho é a mais bonitinha de todas. Ela virou uma cabeça sorrindo. A cabeça é loirinha e delicada e vem com um sorriso quase infantil. As vezes se esforça pra me agradar, é a cabeça mais generosa que eu poderia ter, mas a enfio na minha boca e a engulo com raiva e pressa para que fique nos meus sucos gástricos e logo vire merda.
A que tá no meu anelar, o dedo da aliança, é uma cabeça morena e exagerada. Tem o cabelo ruim, mas sabe o usar a seu favor. Corta rente e tem a testa grande e brilhosa. É a maior cabeça entre os meus dedos e tenta fazer motim. É uma cabeça que precisa de ajuda pra me maltratar. Ela convence outras 2 cabeças que eu não presto e eu arranco ela do meu dedo e a jogo na privada. Ela berra palavras de ordem enquanto eu puxo a descarga.
A cabeça do meu dedão não leva ninguém à sério. Sabe que eu não vou ficar com ela e me deixa brincar com outras mulheres. É a única cabeça realmente independente e segura. É uma cabeça que eu procuro sempre, mas que tem um defeito imperdoável: é a cabeça que me inventou. Ela só sorri e faz cara de quem entende tudo. Tiro ela do meu dedo e a ponho num envelope. Envio ela pra Moscou.
No meu dedo indicador ela é a mais óbvia e a mais adorada. Tem flores no cabelo e os olhos mais sinistros que eu já vi. É a cabeça que eu TENHO que eliminar porque senão terei que cortar a mão. Antes do fim ela me fala coisas lindas e fuma um cigarro. Eu enrolo ela num pano e jogo o pano da janela. Até a queda ela berra que tá tudo bem. Ela some e diz pra eu ficar tranquilo. Eu fico tranquilo.
A cabeça do dedo do meio eu deixo lá. Bem no centro e com todos os problemas que tem por estar no centro: destaque demais, importância demais. A cabeça olha pros lados e vê que está sozinha e se desespera e tenta fugir. Finge que está tudo bem e eu abro a mão. Ela não se mexe, mas reclama por estar ali. Eu deixo ela reclamar e tomo um banho pra dormir.
Amanhã será um outro dia, ela resmunga quase dormindo.

DO GALHARDO FODÃO. CLICA AQUI E PUXE O SACO DELE.


muito café pra pegar no tranco. o cérebro esquentando devagarzinho. voz no fundinho dizendo 'volta, volta'. e na geladeira aqui de casa tem 6 latas intocadas há 10 dias. milagres de uma guria que reaparece. milagres de uma voz incompatível com o corpo. e antes de dormir eu rezei e sonhei com jesus dizendo: outra vez não! outra vez não!

28 de fevereiro de 2008

4 pães e 2 bocas

De frente pro crime e com a cabeça reta. Olho pros lados e faço de conta que nem é comigo. Milhares de pessoas alvoroçadas indo pro trabalho catando formigas no ar. Meu amiguinho babaca é previsível, minha mulherzinha de gesso tem dentes enormes, mas nunca morde. Tudo no mais santa paz.
( E lembro de Papai me dizendo: amor se compra, felicidade se compra. Só paz não se compra. Papai tem lá os seus momentos).
Mas escrevo mesmo pelo impulso e pelo desejo de escrever. É assim: vem a primeira frase e na segunda tento dar conta e na terceira invento um manejo e ponho uma imagem bacana. Vaidades repetidas e pensadas a cada dia. Dia após dia. Cada dia. Um dia de cada vez diz o texto do Buk que a gente tá fazendo. E é por aí e vamos embora porque não há mesmo muito opção. Só se eu considerasse o suicídio, mas já disse que suicídio é uma vaidade tão grande que mesmo eu, com meu umbigo idiota e auto suficiente, desprezo. O suicida sempre pensa em si mesmo no caixão com todas as flores do mundo.
E seja como for eu brinco de mim mesmo e repito: mocinha que passa e me olha. Por que me olha tanto assim? Olha por que gosta ou olha por que despreza? Não entendo nada sobre intenções, apenas, e mesmo isso porcamente, sobre ações.
( E lembro de Madame Suspiro me dizendo: é óbvio que é ela que te liga. Liga e desliga. Coisa de mulher. Jura mesmo que nunca desconfiou? - Juro. - Você é tão inocente!)
Depois de 10 dias de entusiasmo a queda é inevitável. Essa é uma compreensão que sempre tento ter. Nada é tão bom assim nem tão ruim também. A tristeza do mundo é que na média tudo é morno e insosso. 1000 anos à 10 ou 10 anos à 1000? A gente sempre fica no meio termo. Sempre negociamos com nossa própria covardia e coragem, como se entre Deus e o Diabo houvesse um terceiro. Maldita mania de administrar as próprias sensações! Uma medida de sal e outra medida de açúcar: soro sem gosto que mesmo assim alimenta!
E tem também o prédio que constroem do meu lado e que me tirou a lua. Nem ligo tanto pra lua, mas gosto de olhar pra ela e dizer em voz alta: não ligo pra você! Mas agora que me tiraram a maldita da lua eu olho pro prédio e nem digo nada. A solidão se manifesta de formas absurdas.
No Coimbra tinha um cara com duas crianças. Não fazia nada, além de estar com duas crianças. Devia ser algum conhecido do Coimbra, já que o Coimbra fazia piadinhas idiotas pras crianças que olhavam pra ele com tédio. A minha conclusão disso foi óbvia e feliz: as crianças sabem das coisas.
( Na minha cabeça surge que quem tem que definir se essa senhora presta ou não presta são minhas sobrinhas. Será um tipo de teste. Duas horas com elas e depois relatório das crianças. Minhas sobrinhas não são bobas e não se deixam enganar facilmente. A {sem h, não é?} não ser que essa senhora as suborne com chocolates e doces em geral. O que também será revelador, já que, nesse caso, essa senhora terá feito uma manobra inteligente e eficaz. Bem, depois tenho que pensar nisso com mais calma. Eu também sou capaz de enganar crianças, afinal).
Agora 22:34 e meu impulso é pra que eu termine essa bosta toda. Penso isso e penso que devo inventar um novo marcador pra esse caso. Penso se essa merda de beringela tá boa ou se exagerei no sal: minha memória tá uma merda e é bem possível que eu tenha posto sal antes e depois. Mas que se dane isso. São 22:36 e tenho que terminar.



27 de fevereiro de 2008

Noite Passada -

Então ela me dava aquela chupada incrível e eu pensava o que era aquilo que ela tava fazendo já que sua boca sugava meu pau de um jeito estranho e ameaçador. Era como se a qualquer hora ela pudesse engolir o meu pau e, mesmo assim, eu estaria gostando e querendo mais. Ela arrancaria o meu precioso pau e eu não entenderia nada.


Eu tentava enxergar o que ela fazia, mas ela estava deitada em minha barriga e sua cabeça atrapalhava minha visão. Perguntava o que ela tava fazendo e ela só chupava e chupava sem nunca dizer nada. Gozei em 1 min, mas avisei antes porque poderia gozar em sua boca e isso não se faz sem avisar.

Eu tava borrado em minha porra e continuava sem entender nada e ela subiu e deitou em meu peito e eu tinha essa clara sensação de que ela tinha me roubado algo e eu olhava pra ela que parecia muito satisfeita e sorria olhando pra cima como que num mundo particular. Ela dormiu alí e eu a olhei dormindo e tentei entender porque ela tinha aquela cara daquele jeito e porque parecia tão calma quando dormia.
Eu dormi depois bem depois de olhar muito pra ela e sentir meus olhos secando e diminuindo. E sonhei a noite inteira com essa coisa estranha e mais ou menos previsível: uma velha de cara arranhada que me perguntava "valeu a pena? valeu a pena?".

26 de fevereiro de 2008

NÃO HÁ NENHUM ROMPIMENTO, NÃO HÁ NENHUMA NOVIDADE. HÁ APENAS O VELHO ÓDIO, A VELHA RAIVA, O VELHO DESEJO DO PUTAQUEPARIU. SEM MAIS SEM MENOS SOU INVADIDO POR ISSO E LEMBRO DA RESSACA E TAMBÉM QUE FALTA AQUILO QUE NEM SEI MAIS SE POSSO TER. CABEÇA QUADRADA TENTANDO VER PRA FORA, TENTANDO OLHAR O MUNDO. E O MUNDO NEM REAGE E O MUNDO NEM TÁ AÍ. O MUNDO É MUITO PARECIDO COM VOCÊ: APENAS A QUANTIDADE EXATA PRA SOBREVIVÊNCIA, NADA ACABA E TUDO SE TRANSFORMA, MIL PORTAS ABERTAS E NUNCA FECHADAS: DIVERSAS MANEIRAS DE SE VIVER DESESPERADO. E ARREGALO MEUS OLHOS E ME LEMBRO QUE SOU PARECIDO COMIGO: OUTRA SATISFAÇÃO IDIOTA PRA SEGUIR ADIANTE.

24 de fevereiro de 2008

dia branco.

Daqui da onde eu tô eu sei o que queria ver. Sua perna aberta e você de quatro. Você se empinando pra mim. Sem muitos melindres, sem muitos joguinhos. Apenas a dura exposição do próprio corpo de cara limpa. Apenas porque há todo esse ranso de velhas táticas que usamos pra nos defender. E a gente se defende sim, embora a gente arrisque as vezes.
Não quero mais eu como fui, não quero me repetir com meu pau duro tentando fazer com você o que já fiz com outras. Quero arrancar a novidade da sua buceta adorada. Quero meu pau esfacelado por suas carnes duras. Quero o que nunca tive e o que nunca terei. Isso pode durar 1 segundo ou 1 século. O tempo nem sempre é medido por sua duração.

23 de fevereiro de 2008

Não acredito em você e nos seus discursos pica-grossa-de-quem-trepa-muito-e-fala-mais. Esse monte de gente chata que você frequenta e que são mais ou menos discretas, mas sempre discretas.
Vá atrás do que quer que deseje, vá lá dar seus discursos. Eu entendo de discursos fracos e repetidos. Eu sou a mesma merda de outro modo. Nos parecemos e, por saber quem eu sou, lhe desprezo. Sua força é falta e não excesso. Somos merdas do mesmo cu.
E lembro da sua foto antiga que vi. E penso que você ainda é o mesmo da foto: uma cara muito limpa pra ser sincera, uma pose muito conveniente pra parecer real.
Abraços.

22 de fevereiro de 2008

menos pêlos mais possibilidades.

Aquele cheiro tesudo no meu nariz.

Enfiava meu nariz no ombro e sugava.

Queria guardar aquele cheiro pra mim.

Pra me masturbar, pra lembrar nalguma hora.

Ela disse que nem tinha passado nada na pele.

Só sabonete.

Cheiro de criança ou cheiro de buceta?

As vezes os cheiros são bem parecidos.

20 de fevereiro de 2008

OIÉS!


Cabra Cega

Ela não entendeu quando
eu lhe disse
as minhas coisas:
Ela sorriu,
virou pro lado e disse:
‘eu gosto m-u-i-t-o de você'.
Eu lhe puxei e lhe dei
1 beijo fino,
de lábios apenas.
E disse: ‘acredito’,
Enquanto eu pensava:
‘ ela não faz idéia do
horror que me provoca’
(jan de 08)

19 de fevereiro de 2008

Meu Deus, como sou fraco e patético. Não consigo telefonar pra uma pessoa. É tão simples. Falar quem sou, dizer quem me indicou e marcar uma visita. Eu deixei a máquina atender e depois desisti. Desliguei quando a máquina pediu o ramal. Merda. Por que tinha que ter ramal? Por quê? Por que eu desse jeito tão ridículo? Que merda. Saco. Tenho que me pegar às coisas que tenho: adaptar o Buk, fazer uma boa peça. Meu deus! Medo de entrar em parafuso. Saco. Sou o maior cuzão da América. (28/1/08)

18 de fevereiro de 2008

HOJE É ANIVERSÁRIO DE MAMÃE.
MAMÃE É A ÚNICA MULHER QUE PRESTA NESSE MUNDO MAU.
MAS MAMÃE JÁ É CASADA COM PAPAI
E, AS VEZES, ESSE NEGÓCIO DE COMPLEXO DE ÉDIPO
PARECE MESMO TER SENTIDO.

Blogue do Solda - Clica Cá.


17 de fevereiro de 2008

EU NÃO QUERO QUE VOCÊ SEJA FELIZ COMIGO.
EU QUERO QUE VOCÊ SEJA MELHOR COMIGO.



Camila:
- Agora você está na minha casa e eu vou contar:




" É a buceta exclusiva. É o amor PRA minha Vida - e não DA minha Vida.
É a escolha por crença. É a opção convicta.
Existem 10 milhões e estou decidido:
- 9. 999. 999 de mulheres idiotas!
Mulheres frágeis, mulheres idiotas!
Mulheres que não parem os meus filhos.
Mulheres que eu nego simplesmente porque eu não quero negar você!
(Negar você é assumir as 9.999.999 que são possíveis,
mas que não me interessam porque 1 me interessa e segue me interessando:
Porque eu quero seguir. Porque eu vejo o que eu vejo).
Com você pela vida toda:
Até que a morte nos leve,
até que a gente encare o diabo de frente
e o inferno de 4!
É por aí que o milagre é possível.
É por aqui que as coisas acontecem.
Nossos ossos são duros e nossas almas são fracas
- é por isso que a possibilidade aparece!
É possível, não é?
Eu acho."

16 de fevereiro de 2008

bah!

E vem essa sensação velha de que sou uma criança triste repetindo sonhos antigos.
E reparo nessa gente cheia de vitalidade que conversam com mil amigos pelo telefone. Tantas histórias que contam, tantas risadas que dão.
Não que eu me incomode com elas, mas é que eu não as entendo. Talvez eu gostaria de ser como elas: cheio de papos e trocas de experiência. Mas não sou e nem sei se realmente gostaria de ser.

14 de fevereiro de 2008

Ela é potente. Seus dentes perfeitos me sorrindo de manhã. Ela é potente e não sabe, ela não vê o rosto que eu vi, que é como o rosto de uma deusa antiga. E ela tem medos de criança e acha que parece mentira, mas não é.

13 de fevereiro de 2008

Um cavalo correndo no pasto é tão estúpido quanto um cavalo preso no cabresto.



Mordo minha língua e sinto o gosto do meu sangue e meio que gosto e assumo e que se dane o que eu disse o que eu pensei o que eu achei que eu era. Palhaço de mim mesmo com a boca escancarada: é melhor assim porque rio e choro sem mudar de expressão.

12 de fevereiro de 2008

1 e 1 = 2

Agora sou calmo e inteligente.
E digo:
Meu Bem:
1a): A razão é sua e a esperta é você. Você sabe do que você fala e você tem razão no que você pensa. A única coisa que eu repito é: não se poupe e não se subjugue, nunca deixe de ser realmente esperta - e pra ser realmente esperta é necessário inteligência, e isso você tem, embora desconfie.
1b): O fato de o que eu vejo não ser meu, não quer dizer que o que eu vejo não exista. Não haveria dores no fato de você reconhecer isso: 1 - que você tem o que eu vejo: 2 - que isso não é meu ou será.
2) Os seus problemas não existem. O grande problema que o ser humano tem você já teve. Você é livre por isso e não por seus discursos simpáticos, mas falsos.
3) Sou uma criança e é só por isso que posso afirmar que eu sou um anjo. Eu não minto e nem engano. Estou aqui e continuarei. Até quando eu não mentir e não enganar.
Meu Mal:
1) Não posso tolerar isso e nem quero poder. Prefiro as minhas neuras às suas. Sou simples e me protejo de maneira primitiva.
2) Não te prometo o que nunca prometi e nem prometerei. Minhas mentiras são bobagens de bar. O que eu garanto é minha honestidade - por pior que ela seja. ( E que fique claro que sou honesto por culpa e não por natureza: sou um Cristão velho e mesquinho: não gosto de ser "mau".)
3) Não me fale do que eu não preciso ouvir: a gente só se dará bem se não falarmos tudo que pensamos. (Quem fala tudo que pensa é idiota e mal informado, afinal.).

11 de fevereiro de 2008

A satisfação do mundo lendo no chão de cueca. A perna semi aberta recebendo o vento direto do ventilador estratégicamente posicionado.
Preciso agora só me livrar das miudezas da vida: mulheres, amigos, dinheiro.

Madame Suspiro - Uma possível saga.

1
Madame Suspiro aparece na minha casa com seus mamilos duros. E diz um monte de coisas e finge ser quem ela acha que é. Madame Suspiro berra suas verdades e eu acho tudo muito chato:
- Para com isso! Pra cima de mim não!
Mas Madame Suspiro ri e continua falando. E fala e fala e fala. Madame Suspiro se mexe demais. Ela se revira e me afirma tudo. Ela sabe de tudo. Madame Suspiro é bonita, mas insuportável. Quando ela vai embora eu penso sozinho: nem acredito em nada, Madame Suspiro não sabe quem eu sou.
2
Madame Suspiro me aparece na noite. Pergunta onde estou e diz:
- Estou indo praí.
Ela chega e eu vejo ela que se esforça, mas tem pouca força. Quer que eu seja o que ela acha que eu sou. Eu decido: não serei o que ela acha, nunca fui, afinal.
Madame suspiro me confundindo com os neguinhos dela. Madame Suspiro ainda não me soa bem.
3
Madame Suspiro relaxa um pouco e me conta umas coisas bonitas. Com menos melindres, Madame Suspiro me interessa mais. Ela não sabe disso, mas uma hora saberá.
Madame Suspiro disfarça mais do que sofre. Madame Suspiro se protege de tudo e tem suas razões.
Madame Suspiro é sábia à sua maneira.

9 de fevereiro de 2008

Hoje está calor e as pessoas estão indo pra praia. Desci para comprar cigarro e cerveja e reparei na cidade. Os ônibus cheios, bicicletas, gente em trajes de banho. O Rio tem essa coisa estranha: no meio do asfalto um cara de sunga amarela.

7 de fevereiro de 2008

mundo perfeito.


- eu gosto de alimentar os animais...

- rarara....

- é verdade. acho mó barato dar amendoim pra macaco. ainda mais quando é amendoim com casca.

- eles abrem, né?

- abrem. é mó barato. eles batem uma pedra e abrem e comem.

- eu já vi.

- mó barato, né?

- é.


6 de fevereiro de 2008

1/4 de dia.

um grito agudo e uma cara de desespero. essa mulher louca na minha frente me encarando com seus olhos cinzas.
" - vidinha de bosta", ela diz e dá me um beijo na boca como se quisesse me arrancar os lábios. morde até que eu reclame: " - humn".
ela sorri e sai serelepe. saltita até a cozinha e pega uma garrafa d'água e bebe no gargalo. semi-nua pela cozinha. a camiseta vagabunda terminando pouco antes da melhor bundinha do século.
"que bundinha, meu deus, que bundinha".
ela volta pro quarto com a garrafa na mão e me olha de novo. eu tento não reagir. sou durão, sabe como?
" - bobo", ela diz e senta do meu lado na cama e aperta minha barriga flácida e diz: " - eu te adoro, sabia?"
" - eu também te adoro".
ela não para de se mexer e pega uma revista e lê em todas as posições possivéis. eu finjo que leio meu livro de capa amarela e olho ela pelos cantos.
"sexo estufado pra fora". "pentelheira farta". "pé em ponta". "batata da perna"."curva da bunda, curva da bunda, curva da bunda".
" - que que foi?"
" - nada".
" - que que tá olhando?"
" - nada".
" - bobo".
outras posições e leio um pouquinho e olho um pouquinho.
" - a tarde tá cinza, mas o dia tá bonito, não tá?"
" - eu acho", ela diz e me estala um beijo.
" - bobo", ela diz de novo.

5 de fevereiro de 2008

Eu preciso de almas gordas e fartas e suculentas,

almas generosas que me suguem com uma ternura louca e nunca vista.

Preciso daqueles olhos alucinantes e fundos e cinzas

olhando através de mim,

sabendo de como é simples agradar um fraco.

As pernas abertas, escancaradas, mas delicadas e decididas.

Eu não me interesso por esse sexo de coelho,

por esse orgasmo premeditado,

por esses gemidos que nem de longe lembram uma declaração.

Não me interessa o que você é,

mas o que eu sei que você pode ser,

o que eu vejo quando vejo o que você esconde é que me encanta.

A fêmea entregue, a buceta mãe, o mal humor charmoso,

o ser que pode sugir em boa companhia.

Eu e você, tanto faz,

mas nada que não me mude, que não me altere,

que não me estrague a rotina.

Não quero que as coisas sejam claras e calmas e lentas,

não quero que nada brote depois de agüado.

Eu quero o rompimento brusco,

o desespero real da necessidade de desejo único

e nunca antes vivido e

inédito e terrível e capaz de transformar o próprio sentido inexistente da vida.

O desejo que atravessa a carne e que arranca a alma

à faca, à porrada.

A violência que surge pelo instinto de preservação.

Nada de prazo, nada de conseqüencia, nada de medido.

A força que se tem que fazer para alcançar o infinito,

o esforço o suor o empenho.

A sobrecarga.


Bom-Pacas-Clica-Cá!


3 de fevereiro de 2008

sobre o ciúme.

No meio do peito. Quase na boca do estômago.
O vapor quente se espalha lento pelo corpo todo e fica, enfim, concentrado no cérebro, onde se torna mais quente ou mais frio conforme o pensamento age.
E não há nenhum sentido real além dessa sensação física e louca que surge com descobertas idiotas quando ela diz: sim, sim, fomos amantes.
E brigo com esse vapor tentando convencer a mim mesmo do óbvio, pois afinal nunca gostei de virgens e também sei que isso nem importa, já que eu mesmo fui amante de mulheres que hoje nem lembro.
Mas na minha cabeça esse vapor se torna imagens terríveis de coisas que nem quero imaginar. Coisas óbvias, mas que me corroem os ossos quando penso: eles se desejaram, ainda que por poucas horas.
E é um vapor idiota e incontrolável. E eu me sinto ainda mais idiota por não controlá-lo, por perder meu próprio prumo em função de algo que eu mesmo sei ser uma bobagem.
E me enrolo dentro de mim e respiro fundo e penso. E sofro um pouco e relaxo um pouco e rio de mim mesmo com minha boca torta: por que essa mulher já existia antes de me conhecer?

31 de janeiro de 2008

não há nenhuma flor em nenhuma paisagem de nenhum deserto.
não sou eu que vou plantar.
Nem vou dizer nem vou falar. Vou é chutar o cachorro morto na porta. Não quero gente perto de mim. Não quero compartilhar o meu mundo sujo e raivoso. Não quero tentar me entender, nem quero que me entendam. Não vou me permitir entrar nesse pensamento. Eu ainda controlo algumas coisas e são elas que importam. Nada de ser involuntário e espontâneo. Espontâniedade é coisa de criança, coisa de bêbe que sorri quando você põe o dedo no queixo dele.
Sim, vou dançar com o diabo, mas apenas os passos que eu sei. Mesmo a tragédia é controlada, mesmo o desespero tem seu rumo. Não vou ficar nem atrás nem na frente, vou ficar como sempre estive: parado e solitário. É esse o meu melhor.

30 de janeiro de 2008

Muitos cigarros para aguentar o tranco e tenho me lamentado muito. Não gosto disso, não combina com minha arrogância inútil e ingênua. Tenho é que jogar mais merda por aí e seguir adiante. Não há problema em encarar o diabo. Não há problema em dançar com o Demônio. É apenas uma questão de tempo, de tortura e de resistência. Chega de auto piedade ególotra e incompetente. É melhor dançar na chuva do que não ter pernas.

28 de janeiro de 2008

A noite é longa e os sonhos tristes. Eu berro aqui porque é simples, porque nem sempre há beleza nas manchas de pele da mulher amada. E nem sempre há eu mesmo me sentido bem e com a capacidade de não me lavar à sério.
Então aproveito e berro mais alto e finjo e minto e fico feliz por ser capaz de rir da própria miséria ( É isso que quero até o fim: eu rindo, eu rindo. Rindo e esquecendo que é a perfeição).
E será bem calmo ser eu mesmo porque eu não terei que pensar sobre isso. Terei apenas que beber e reclamar. E beberei muito. E reclamarei muito. E viverei em paz. E será bom e vulgar. Será perfeito.
E meu saco será de ferro e vou tolerar todos os que me encherem o saco. Serei um bom cristão, enfim. Serei um cara legal. Serei ótimo.

RECEBI POR E-MAIL DA MINHA TIA.

De aorcdo com uma peqsiusa
de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que
a piremria e útmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

27 de janeiro de 2008

O MUNDO LÁ FORA É SEMPRE PIOR QUE O MUNDO AQUI DENTRO.

"Meu bem,
me ajude a relaxar, mas,
de qualquer maneira,
faça pequenos sacrifícios por mim.
-
Porque eu preciso disso
assim como você precisa
da praia, e acredite,
eu irei à praia para lhe
agradar e ficarei feliz por
isso".

26 de janeiro de 2008

Agora eu sou uma criança abandonada e ninguém me entende por eu ser uma criança abandonada e incompreendida e triste e eufórica como todas as crianças são.
E eu me esforço pra lembrar da minha mãe e da sua teta pequena que um dia me bastou pra continuar vivendo. Mas eu não consigo lembrar, embora eu saiba que um dia isso ocorreu porque existem fotos onde eu não pareço em nada comigo mesmo e minha mãe sorri olhando praquele vermezinho minúsculo que lhe suga as mamas.
E dá uma puta vontade de chorar porque eu ainda era uma promessa e não um ser humano propriamente dito.
E toda e qualquer mulher é sempre minha mãe e isso é patético e ridículo e também psicologia barata, mas quando converso com meu bom amigo ele entende o que eu falo e eu me dou por satisfeito.
E quando o mundo é mau minha mãe sempre se impõe porque ela é a única mulher que nunca me comparou com ninguém, nem mesmo com o meu pai que ela ama loucamente e mais do que ele imagina.
Então eu procuro outras tetas pra ver se consigo sobreviver só delas, mas essas tetas não me bastam e eu sofro e constato que sou mesmo uma criança esperando que a mãe volte do trabalho pra falar pra ela o que só ela poderá entender.
Mas mamãe tá distante e a teta dela tá murcha e as outras tetas não. E sei que nem sou mais criança, mas, mesmo assim, não consigo entender porque eu não posso me alimentar só de tetas.

boa-vidinha

Eu vejo as pessoas e me dou por satisfeito.
Saio, dou uma rodada, vejo um ou outro maluco que me dão trela e reparo que tem uma moça bunduda que olha pra mim como se eu fosse um objeto curioso. Eu entendo ela, eu também olho pros outros assim. Não se trata de tesão, mas de olhar gente como se fosse objeto.
Entendo porque eu olho pros outros assim, mas não entendo porque poderia ser olhado assim. Não por nada, mas porque sou mais comum. Uma barriga grande e uns olhos perdidos. Penso que talvez sejam meus óculos que são grandes demais e me fazem parecer sei lá o quê.
E eu vejo toda essa gente e o microfone aberto e me sinto bem. E gosto ou não gosto do que as pessoas fazem, mas mesmo assim repito pra mim enquanto vejo aquilo: é isso, a vida também acontece fora do meu apartamento.
E chego em casa e tomo a saidera e escrevo aqui e me dou por satisfeito. Não antes de lembrar do cara da cerveja:
- Vê uma cerveja?
- Porra...acho que acabou a grande...(ele caça uma no isopor)...aqui.
- A última...!
- A última não! A saidera!( tempo) A gente não vai morrer agora, vai?
- Tá certo....

25 de janeiro de 2008

Noite fria de porre e solidão. Nada muda tanto assim, mas eu me afirmo me deformando e vendo o quanto eu posso piorar. Sem saco pra agora, sem saco pra antes, sem saco pro futuro. Sem paciência ou desejo pra me jogar nessas merdas todas. Eu sei o porquê dos meus receios e eu prevejo as dores. E eu quero ter controle sobre mim pra poder cuspir pra cima. Pra sujar a minha cara sozinho.
Nessas noites eu tento falar com desconhecidos que é pra ver se o milagre acontece. Mas o milagre não pode ocorrer dessa forma. O milagre nunca pode acontecer. Mas eu minto pra mim mesmo e, secretamente, espero.

24 de janeiro de 2008

O MUNDO É MAU:

- Queria te encontrar hoje. Algumas coisas pra te dizer antes que seja tarde.
- Antes que seja tarde...?...que horror!...veja lá...tsc...tsc!
- Antes que seja tarde da noite...rs.
- Besta! Já é tarde!
- Sim. Sim. BESTA.

23 de janeiro de 2008

No meio da porra toda um monte de pensamento estranho na sua cabeça. Você tenta convencer a si mesmo de mudar de jeito, de ser mais suave, de se expor mais e de assumir que a vida é isso e pronto. E tudo é mesmo uma questão de grana e de cu. Tudo é só pra sobreviver. A vida limitada pelas necessidades que ela mesma impõe: necessidade de amor, de grana, de roupa lavada, de congelador eficaz, etc. Ar condicionado também é bom, mas não é ele que me constrange. É o resto. Que é o mínimo. Que é a vida no que ele tem de idiota: a realidade. A maldita realidade.
Imbecil com 26 anos e sem capacidade de se impor. Imbecil querendo que a realidade não exista pra poder achar a vida boa. Imbecil com os pés virados pra dentro. Imbecil esperando o maná do Senhor.
Imbecil que inventa uma história:

“ Vou te dar 2 beijos antes de dizer adeus”

No 1° vou enfiar na tua boca a língua e sentir tua carne
atrás e acima do dentes,
onde romanticamente chamamos de céu da boca.
E minha língua estará no meio do-teu-ceú-da-tua-boca e eu puxarei minha língua
e farei com ela uma ponta pra passar atrás dos teus dentes
pra depois voltar
pra minha boca.
No 2° vou empurrar a minha boca contra
a tua
por longos minutos.
E cada vez com
mais força
até que teus dentes
machuquem teus lábios
e você diga: - Ai!
DENTRO DA CONCHA,
EU PENSO NA VIDA:
- POXA...

22 de janeiro de 2008

bunda redonda e bonita.


eu passo a mão,


eu olho,


eu digo e repito: sua bundinha pra lua numa noite de poucas estrelas...


há sempre lua nessas noites tristes...


há sempre raiva nessas mortes próximas.

20 de janeiro de 2008

De novo na casinha e meus sonhos vêm e vão e ainda fico constrangido com muita facilidade, mas seja como for, eu digo:

Esse fantasma estampado na sua cara triste não tem nenhum sentido de ser. Seja esperta: é fácil amar fantasmas, é simples entregar a própria alma pra gente morta. É simples e conveniente. Pra mim é assim: eu com meus passinhos lentos de barrigudo e uma criatura fraca diante de mim. Eu olho pra essa criatura e decido: sim, sim, uma punhetinha boa e eficiente. E me pergunto: será que sou capaz de me confundir com as minhas próprias mentiras?
De qualquer maneira eu tô lá e olho pra ela e penso: vou inventar uma confusão pro meu tédio, vou salvar um ser que já nasceu perdido. E é divertido e foi saudável. Uma bobagem com prazo de validade e morte iminente. Entenda que eu posso me divertir assim, por mais estúpido que seja, por mais que eu mesmo me confunda na minha mentira.
E isso tudo é bem diferente da carne e da realidade e da consumação que você traz. Você sim, minha querida. Você aí bancando a moderninha e sendo mulherzinha do séc. XIX. E acho até bonitinho isso, mas repito: seja esperta. E acrescento: você já tá velhinha pra ter medo de fantasmas. Eu posso até lhe proteger numa noite escura desse fantasma, mas mesmo isso será só por diversão, só pelo calor de lhe ter pertinho e com medo.
No mais eu exijo uma boa janta na sua casa e toda a realidade da sua presença. Afinal você está viva e nem me assusta tanto assim.

11 de janeiro de 2008

humor.

TENHO RECEBIDO TERNURAS GENEROSAS DE UMA MOÇA ESPERTA.
MAS EU NÃO SEI O QUE EU FAÇO COM ISSO.
OU EU MORRO ACEITANDO.
OU EU MORRO NEGANDO.
...O CHATO É QUE EU SEMPRE MORRO NO FINAL.

7 de janeiro de 2008

A musa do século 21

Do Blog da Dn. Maria. Linkado aqui e do lado também. Genial, genial. Ela disse tudo. Raro, raro. Etc.
Ela entendeu tudo, não é? Impressionante, não é?
Eu acho. E faz tempo.

Gata, gostosa, tesudinha:
dá de quatro, dá de lado e ainda dá a bundinha.

Aberta, relax, super moderninha:
divide o namorado com hippies e patricinhas.

Séria, independente, meio estressadinha:
tem sua própria casa e paga as contas sozinha.

Culta, inteligente, artisticazinha:
Cita filosofia, curte música e um cineminha.

Doce, prendada, jeitosinha:
lava a roupa, arruma a casa e ainda cozinha.

Faz a unha, faz uns bicos, faz café, faz 69,
busca o cara no seu carro e ainda dirige pro motel.

Compra frutas, roupa nova, se depila e lê de tudo,
tem email, tem um blog, tem crédito no celular.

Não pede ajuda, não liga pra bagunça, não chora à toa, não fala demais.

Não é careta nem doidona,
adora esportes na tv e sexo de madrugada,
não fala em filhos nem casamento
e cuida sozinha da anticoncepção.

Por ela suspiram os machos do século 21,
e por causa dela sofrem as fêmeas,
meros projetos de musa,
nós, mulheres reais.

5 de janeiro de 2008

Vou te contar as histórinhas e depois eu caio fora de novo.

É que por aqui nem tudo é tão claro e pacificador como poderia ser. Porque a confusão aumentou e eu me atormento com facilidade e todo o desespero cresce porque nem quero nada de nada, além de ler e ler porque ler é calmo e organizado.
E ser eu aqui nem é tão encantador como é ser eu aí onde eu só eu sou reizinho de mim e do meu umbigo gordo e suado. Minhas ternuras fabricadas por mim mesmo, etc.
E engraçado que releio agora e parece recado pra você, mas nem era, mas fica sendo. E tá tudo certo. E tá tudo ótimo. E ainda tenho medo da morte.

2 de janeiro de 2008

Queria escrever um troço bonitinho porque é ano novo e tudo o mais.
Mas tem uma louca gorda e adolescente do meu lado que solta risinhos pra sua gangue de 3 gordas que estão atrás dela e que encostam os braços suados em mim. 1 acessa a Internet e as outras torcem pra ela. As 4 me infernizam.
Saco.

20 de dezembro de 2007

Torpedo para o meu benzinho.

ANTES DE
DORMIR EU
PENSO: TODA
MULHER É UMA
DIABA, E VOCÊ
MAIS AINDA.

Cwb: 20/12/07 - 00:34

"Porque no meio da noite há umas mulheres que querem sugar sua alma."

Você tá ali e você é quase 1 idiota:
não faz mal a ninguém
não ameaça nenhuma aranha
em nenhuma quina
de nenhum banheiro.
Você é o cara inofensivo que ela pedia à Deus.
Você é o que ela quis,
mas ela não está satisfeita.
Você não tem cabelos loiros ou
olhos claros.
Você não vem num cavalo branco.
Você, no sonho dela, era bem melhor do que você é.
Você, na realidade, nem sempre fica pau duro,
mas, mesmo assim,
ela acha que pode lhe salvar...
...logo você...
...com sua carne triste...
...com sua dose alta...
...com sua ânsia antiga...
Ela quer acreditar naquilo,
ela acha que você terá jeito,
ela espera que você se transforme.
Ela sonha com a sua transformação:
1 pai dedicado
1 amante atento
1 homem feminino.
É isso que você sabe que ela quer.
*
E sozinho,
no meio da noite,
você percebe:
você não é nada disso
e nem quer ser
ou será.

Cwb: 19/12/07 - 12:18

Havia todas as histórias que eu poderia contar, mas a minha cabeça não estava tão boa.
A cidade cinza me trazia aquelas lembranças perversas: alegres ou tristes, mas sempre perversas.
A vida tava passando e eu me sentia velho porque eu tinha essa eterna sensação de que minha vida ainda não tinha começado.
26 anos de delírio e sonho. As mentiras eram maiores que as verdades e eram melhores também. Eu gostava cada vez mais delas.
Tudo aquilo que eu poderia inventar sozinho sem influência de ninguém. Era fácil ser imbatível na casa verde. É por isso que eu gosto dela, da solidão dela, das músicas que eu ponho nela. A rotina que eu invento pra mim mesmo pra parecer útil. A rotina que eu invento e não sigo pra me sentir culpado - a culpa não deixa de ser uma manifestação de vitalidade.
26 anos de nuvem e um ou outro acontecimento: 1 gostosa que queria me dar e eu não comi, 1 teatrinho relâmpago na hora em que tudo parece ter sentido, 1 boa história que eu tinha escrito pra atingir uma mulher ruim que eu queria comer. Eram as migalhas amigas tornando a farsa mais dinâmica: kit de sobrevivência, gargalhada pra morte, metáforas imbecilizadas, etc.
*
E vem minha sobrinha:
- O que você tá fazendo?
- Escrevendo...
- O que?
- 1 história.
- (lendo) casa verde...por que não é casa vermelha?
- Porque a minha casa é verde. (TEMPO) Por que você tá rindo?
- Porque você escreveu coisa que eu falei.
- Você quer terminar a história?
- (letra dela) Sim.
- Então termina!
- (letra dela) Está bem, vou terminar.
- Termina pra gente ir almoçar.
- (letra dela) Então sua casa é verde né.
(fim.)

Cwb: 17/12/07 - 13:03

Meu animal esquisito e esquecido.
Hoje de novo eu pensei se você se arrepende de não ter sido minha. Porque tenho notado esse movimento tímido em minha direção. E acho bonitinho, mas me parece óbvio: procurar o que se perdeu.
Seu prazer pela confusão seu desejo de indecisão sua tática pessoal de proteção: nada é e tudo pode ser. Ou seja: o que vier é lucro. É claro que não é justo isso que eu digo, mas digo mesmo assim. Eu ainda sou eu e também tenho minhas táticas.
( E essa palavra tática me faz lembrar de outra pessoa que nem sei, pois me parece fraca. Fraca e encantadora. Está claro que eu não gosto de gente fraca, né?)
Mas é de você e do fato de você me lembrar tanto minhas sobrinhas. Porque elas são crianças e sorriem com a mesma facilidade que choram. Porque elas são pequenas pra sentir todas as coisas da vida. Assim como você é pequena. Assim como você se parece com elas. Porque elas choram e sorriem e nada é tão alegre e tão triste. Porque você oscila muito e nada é tão instável. Oscila porque acha bonito, não porque é necessário.
E seus olhos são grandes como os delas que são filhas da minha irmã que também tem belos olhos grandes. Mas elas são melhores que você:
Porque riem mais e choram mais.
Porque são realmente crianças em corpos de crianças.

Cwb: 17/12/07 - 11:34

O que ela não entende é o que eu não posso explicar. O milagre é possível , mas exige sacrifício - eu sigo a lógica cristã. Eu quero a mulher devotada que me segue por pior que eu seja. É a buceta dela que pari meus filhos.
Eu não quero seu sorriso circunstancial, nem sua loucura, nem sua falta de generosidade. Eu quero uma mulher cega que tenha medo de mim porque sabe que eu sou mesmo imbatível. Uma mulher absoluta que me ponha no ceú e que minta pra mim.

13 de dezembro de 2007

CWB.

Lá tem um cachorro e têm crianças que correm e resmungam e riem. Tem o miúdo de frango que eu peço pra minha mãe fazer porque só tenho coragem de comer o que ela prepara. Tem meu pai que chega e abre uma cerveja e traz dois copos e conta histórias. Tem minha irmã com seus planos e suas futuras compras. Tem também meu cunhado que é um cara sorridente e alto astral. E eu me dou bem com todos e gosto de todos. É claro que é fácil morando longe, mas melhor assim. Conheço gente que tem 'problemas' com os seus e disso eu estou livre. Nos damos bem quando estamos juntos e só isso importa.
É claro que nem penso tudo do mesmo jeito. É claro que tenho vontade de ficar sozinho quando estou lá. É claro que sinto falta do meu umbigão que reina solitário cá na casinha verde.
Mas é bom que eu vá pra lá e que eles interfiram na minha vida. É saudável: eles me arrancam de mim, eles não me deixam em paz, eles me torturam sendo o que só eles podem ser. Porque desde que comecei a morar no Rio nunca fiz nada que não fosse eu que decidisse. Porque aqui eu sou tão eu que me torno insuportável e cogito a possibilidade de não precisar de ninguém. E me sinto livre. E acho terrível se sentir livre por não precisar de ninguém. ( E de fato acho que não preciso. E de fato me acho livre.)
Lá é sempre eu e mais um. Seja na T.v ou na cerveja. Seja quando cago e ouço os passos no corredor. E minha mãe fala muito, graças a Deus. E meu pai com cerveja também. E minha irmã e minhas sobrinhas e meu cunhado e agora tem até um cachorro que late. E tudo pra me tirar de mim. E tudo pra confundir, pois sou um tipo arrogante que se nega à confusão.
É bom ir pra lá porque aqui existe. Seria insuportável existir só um. Prefiro assim: meu umbigo me sugando um tempo e depois eu sendo sugado pra outros umbigos. Um mata o outro. Um ri do outro. No meio dos dois eu solto minhas merdas e vitórias. No meio dos dois eu noto que pouca coisa importa.
Agora é me despedir e desejar boa sorte. Eu sempre volto. Melhor assim. Quando eu não voltar será uma coisa bem chata. Portanto eu volto e voltarei. Seja pra aqui, seja pra lá.