29 de abril de 2008

Passarinhos esmagados na mão.

Alimente meu ego devagar e com volúpia. Eu posso ser meu avesso com mais facilidade do que imagina. Posso mentir tanto que a confusão seja tanta que nem mesmo eu seja capaz de decifrar as bobagens que existem entre o sim e o não. Minha loucura é bonita e comovente. E se eu não a aciono é apenas por instinto de manutenção.
Sim, sim, eu também posso fazer as coisas mórbidas e vulgares que me excitam. Eu também posso alimentar os animais fracos que eu manipulo. Tudo muito confortável e frio: eu acima de todos que não sou eu: rasgando carnes que imploram por perdão, regando flores com a água de coliformes de Copacabana.
Matar com crueldade é mais prazeroso que matar por vingança.
E todas as possibilidades ainda existem apesar do que eu faça. Com um telefonema sou capaz de mudar minha própria vida. Basta convencer uma mulher a me dar o cu pra provar do meu próprio veneno.
Sou comedido por precaução. Sou fraco por estratégia.
Toda profundidade é manifestação de desespero.

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