11 de abril de 2014

s.r

A gente pede desculpas pra muita gente. E geralmente pelos motivos e para as pessoas erradas(os).
Muita loucura nesse mundo. Digo daqui, como privilegiado espectador que sou.
(Eu sei, faltam-me as pratinhas, mas, que diabos, isso seria motivo de não opinar?)
Assim:

  • na palestra o encanto de ver uma coroa gostosa e sagaz que eu já cheirava à tempos. Ela é surpreendentemente gostosa; sagaz eu já sabia. Penso que queria ela pra mim. E em sentido amplo. Diabos!, estar solteiro é esse tesão sem sentido e prazeroso.
  • uma dor louca e verdadeira. Com arrogância no colo e sentido de existir: minha inteligência e meu conhecimento são reais e bem vastos, falta-me mesmo é um campo de ação. 
  • meus 33 anos são meu paradigma já estipulado. Morre-se ou ressuscita-se: tipo Cristo. Mas sem as paranoias espirituais que tanto agradavam Jesus segundo os evangelhos. Morrer ou ressuscitar. Só isso, tudo isso. 
  • Faço minhas contas. Fudido estou faz, pelo menos, sete anos. É uma merda, mas a gente se compara com os outros. Vejo meus amigos, ouço suas histórias e concluo o óbvio: fudidos, estamos.
  • Apenas eu. E também minha dor e alegria. Não se pode poupar ninguém das dores. As dores, infelizmente, são normais. E também os prazeres e as alegrias. 

8 de abril de 2014

189.60.71.# (Unknown Organization)

Há um número que se repete nos últimos seis ou sete dias. Penso em mulheres porque gosto delas. Torço por elas à meu favor. 
Queria a mulher do número que se repete.
A mais original das mulheres em 2014; vê blogues e insiste.
Queria saber,
queria saber se,
queria inventar que sim 
queria acreditar em 'pra sempre' e todos diabos.
-
nunca mais cartinhas,
nunca mais a ternura grátis,
nunca mais a inocência
dos primeiros amores. 

7 de abril de 2014

(juntado dos rascunhos)

1
A vida oscilando entre bom e ruim.
Uma coisa antiga, normal e desagradável.
Fomos educados de um jeito torto e tendemos a achar que o ruim é mais verdadeiro do que o bom.
De forma que cogitamos o sofrimento possuir virtudes secretas - e isso é tão real quanto a energia positiva que jogamos ao mundo e volta porque era positiva e foi jogada.
(uma ideia de causa e efeito infantil. uma ideia simples e vulgar. e convincente e conveniente também: se o certo foi feito, o certo será recebido)



2
Há tanta dor na jogada.
Tanta loucura de pensar que escolher é possível.
Tanto risco de liberdade, de alegre crueldade e de insano desejo de poder.
A vida é vasta e sentimos em excesso.
Tem muito de tudo.
E de modo geral tudo é possível.
A gente dá cabeçada nas possibilidades,
se (e quando) possibilidades existem.


3
se não há possibilidades, se você apenas tem que comer e fazer coisas pra sobreviver;
se apenas o imperativo biológico da sobrevivência é seu guia, então você está mais calmo e mais conformado;
talvez até esteja feliz e com razão.

2 de abril de 2014

=


  • O rapaz é tão profundo que ninguém entende o que ele fala. Causa espanto e comoção. Quanto mais incompreendido, maior o tamanho do gênio, berra o censo vulgar. Além de seu hermetismo tático, tem (e usa em seu benefício) uma doença crônica que lhe exige severos sacrifícios. 
  • Escravos da impressão repetem: logo percebi que você era diferente. Creem eu sua percepção como juiz, mas maldizem os que julgam. Exaltam boas intenções e reforçam que o importante é o pensamento positivo. São pessoas gratas e escrevem nos feeds: #gratidão. Insistem que a natureza é boa; acreditam que bom é valor em si; e não uma moral adequada. 
  • Sempre sofreu com a solidão e com a loucura. Sempre teve a estranha crença de que a feiura do feio sapo, tornava o sapo um ser especial. Beijou sapos sempre esperando príncipes. E até os engoliu. Por um estranho prazer que só a repetição de um hábito estabelece, descobriu que o gosto do sapo não era tão ruim e que, até o contrário, tornava-se melhor a cada dia. 
  • As poucas mulheres que tive me estimularam a ser mais leve e feliz. Sempre achei bom elas me estimularem nesse sentido. Houve dias e tardes muito bons mesmo. A gente fazia amor e eu era leve, feliz e tinha uma boa mulher comigo. Mas não sou (ou me tornei) leve e tranquilo. 
  • Gosto sempre de lembrar do Édipo; esse consciente que entende que é melhor arrancar os olhos do que tentar dar sentido para certas coisas que se veem. 

31 de março de 2014

MiBranquinha

Madama White:
=
=
Diz: eu aqui.
Ou então escreve em mensagem de celular:
esperando, porra!
Quer fazer surpresa?
, do tipo:
sem botas e sem calcinha.
(claro que eu também te amo,
claro que é uma excrecência
a gente ficar tímido
por falar 'eu te amo')
Diz:
tudo certo,
estou esperando a mensagem.
Ou Algo como:
cavalinhos,
hoje,
à partir das 15 hrs.
Imperdível.

28 de março de 2014

Se não fosse tímido no facebook, preenchia no meu feed:
-
A pior bobagem, dita e repetida pelos piores bobos: acaso não existe.
-

EX


  1. Tive uma vizinha que só percebi que era linda depois de muito tempo. Moramos 4 ou 5 anos porta à porta. Tratávamos-nos de maneira educada, mas jamais éramos esfuziantes. Vendo agora cogito sermos pessoas que correm o risco de serem parecidas demais; e, por tanto, jamais arriscam alguma intimidade. Preferem um estranho à um parecido demais. 
  2. Ela era bonita de modo geral, mas era o tipo que se incomoda com barulho de criança e que acha divertido discutir com vizinhos de coluna. Bebia e fumava, tinha bunda, peitos e era Fêmea no F maiúsculo da coisa. Uma vez, por acaso, encontrei com ela que acabara de deixar o namorado no elevador. Ela estava feliz e apaixonada. Gemeu um ahhh longo pra mim e disse: tão bom estar amando. Nunca esqueci daquilo. Ela fugia do seu próprio esteriótipo.
  3. Não lembro como, mas ela disse que não queria ter filhos. Antes mesmo de poder reagir, ela disse: odeio esse desprezo que pessoas como você tem de quem não quer ter filhos.
  4. Nunca houve um papo que durasse meia hora. Então nem posso dizer que a conheço, embora saiba quem ela é, qual o seu nome e onde mora atualmente. Temos amigos comum e também um ou outro mesmo interesse. Mas nunca nos conhecemos. A loucura é que provavelmente nunca nos conheceremos.   

25 de março de 2014

A cabeça estava no pescoço. E todo medo sentido vinha de algo humano, muito humano: quem tem cu, tem medo.
De modo que, apesar de tudo e toda dor, tudo estava certo.
Não era perfeito, não era bom, não irradiava energia positiva pelo planeta.
Mas estava tudo certo; e era como era.
(Dois anos antes, talvez pouco menos, havia interrompido a superstição de dizer-se alegre ou triste, pessimista ou otimista.)
Então seguia. As tarefas, os desesperos, as vontades. Estava tudo certo.
Sentia-se só e, às vezes, lamentava sua solidão. Mas mesmo isso estava certo. Não porque a solidão era certa, mas porque conhecia boas companhias bem acompanhadas que também não se sentiam lá muito bem.
Acalmava-se quando dizia pra si mesmo: estou vivo, sou um ser pensante e tenho colhões. Era simples. Não porque era mesmo simples. Mas porque estava vivo e era pensante e tinha colhões. Tinha cu, tinha medo e, às vezes, acordava com um bruta vontade de chorar.
Com todos os erros e loucuras não negava a vida. Ela tava lá, sempre lá; até quando não a alcançava, a vida tava lá.
Era real, era bonita, era triste, era um milagre.
Ele estava vivo e sabia disso. Não sentia-se especialmente bem, mas sabia dessas coisas.
Estava tudo certo.

19 de março de 2014

Dias de inferno.

-
Talvez passe, talvez vire a história glamorosa de uma vida editada.
Talvez apenas afirme o conhecimento: viver repete a única questão original: por que, diabos, existimos ao invés de simplesmente nunca ter existido?
Então busco saídas. Mesmo sabendo que a merda é geral e que saídas reais não existem.
No meu caso, saídas são: livros, poemas, arquivos abertos e um ou outro delírio sobre super-mulheres.
A gente coça, mata a pulga e continua a coceira.
Há 7 ou 8 anos atrás uma enxada ou uma buceta me dariam sentido.
Não mais, acho eu.
(e reconheço que enxada e buceta são instrumentos úteis, verdadeiramente úteis)
Ontem descobri que insônia não tem nada a ver com não conseguir dormir. Insônia diz respeito a não querer acordar e começar um novo dia. Pode parecer bobagem, mas não é. O sono está lá, o desejo de dormir está lá. Mas não se dorme. Porque dormir, dando tudo certo, é acordar pra um novo dia novamente. E isso sucessivamente. Até o dia em que, bem velho, se pensará que não acordar pode ser uma morte interessante. Ó a merda. É real. Eu pensei. E pior: fez sentido.
E ontem, ainda nessa bobagem chamada insônia supervalorizada no feed do fb em 2014, descobri que ver bons filmes é sempre vantagem: não dormi, mas vi um bom filme; não fudi, mas vi um bom filme; não escrevi nada, mas vi um bom filme.
O bom filme, lição aprendida, sempre valerá a pena.
(claro que bons filmes são raros de achar e que 'bons filmes', vá lá, é um juízo de merda. de modo que minha dica de médico do sono e intelectual da década de 60 é: veja filmes clássicos. filmes clássicos, mesmo quando a gente não gosta, nos faz pensar em porquê diabos tal filme tornou-se um clássico. [ no caso do cinema, que, comparativamente, é uma arte nova, isso é ainda mais curioso. clássicos, via de regra, tem a ver com tempo de permanência, tipo Shakespeare, Ésquilo e a Bíblia e Cervantes ou Gargântua e Pantagruel; no caso do cinema o tempo de permanência também pesa, mas, enfim, cinema mesmo, como entendemos existe a 100 ou 110 anos no máximo])
-
Deixar estar.
É um dia após o outro, a gente sabe.
É uma merda, a gente sabe.
É complicado, a gente sabe.
Matar-se é pra poucos. E com pais ou filhos, é quase indecente.
Rôo meu osso: deixa estar.



18 de março de 2014


O inferno sou eu mesmo, meus arquivos e meus planos.

O céu também: eu mesmo, meus arquivos e meus planos.
A merda é a existência comezinha e distraída que faz eu pensar:
nos outros, nos planos dos outros, nos arquivos dos outros.



Tudo que não sou eu é distração e faz perder tempo.



Não interessa um povo forte e inteligente,
interessa, se interesse há, indivíduos fortes e inteligentes
que compõem o que chamamos de povo.
Não quero favores,
não quero favorecer,
não quero ser o povo,
não quero pensar no povo.



Tudo que fala 'povo' usa 'povo' pra explicação; e fede.



Então meu osso,
só meu,
osso que se chupa
e que sussurra quando bem soprado:
não há culpa e não existe ninguém
que se torne melhor por alguém
que é cheio de boas intenções.
Jesus morreu mal e não vale acreditar 

que sacrifícios melhoram colheitas 

no século XXI.

16 de março de 2014

Quer comer kiwi comigo?
Quer que eu faça um suco?
Quer que eu descasque maçãs pra você?
Pode ligar, pode perguntar, logo depois do alô:
- e os cavalinhos? e os cavalinhos? você prometeu cavalinhos.
Quer ficar sentada na areia, reclamar da sujeira e comentar sobre como às vezes a vida dói?


15 de março de 2014

Sempre fumando demais, sempre com aquela agonia nos bolsos. 
Costumava, há não muito tempo, sentar-se à mesa com as crianças e usar talhares e pratos pequenos de brinquedo. 
Sempre reparava que as crianças com 4 anos achavam aquilo divertido e o imitavam; já as de 6 anos apenas riam e diziam 'você é louco, né tio?' 
Gostava mesmo era das crianças de 3. Elas reagiam apenas entendendo que aquilo era errado, profundamente errado, mesmo que não entendessem o porquê. 
  
- eu acho Tourada uma coisa sensacional.
- Tourada?
- é.
- mas é tão primitivo.
- mesmo assim.
- pra mim é primitivo demais.
- sexo também é primitivo.
- mas isso não é argumentação.
- eu não to argumentando. só falei que acho Tourada uma coisa sensacional.

14 de março de 2014

Morder. 
E ver séria.
(e, com sorte, assustada)
Morder e ver sardas que nunca vi.
(com sorte, ver gozar)
(com mais sorte, ver gozar de olhos abertos e unhas que arranham)
Interessa-me a fêmea;
a garota easygoing só é boa em quadrinhos.   

12 de março de 2014

s.r

de delírio e invenção. (trilha sonora: renato corosone)
-

  • com L aprendi que pressa come mal e cru. e L tinha ótimas ideias, mas falava mal e puxava o s. vendo agora, distância estabelecida, digo: duas crianças que desejam mamãe e papai não formam uma boa dupla. L me disse algo que levo: esse papo de nostalgia é uma tremenda tonteria. 
  • P ensinou a vida real. quase confundi. quase cogitei a normalidade como sentido de vida. claro que bem mais P ensinou. mas seria covardia: o primeiro amor ensina tudo, para o bem e para o mal. 
  • D foi a mais generosa de todas. a única cristã que conheci, por assim dizer. tolerava tudo. D tinha essa capacidade de abnegação que pode virar amor. ela se sacrifica por você. você começa a admirar o sacrifício feito em sua honra. 
  • C foi bem e belo tesão. mas aprendi apenas depois, bem depois: tudo morre; morrer na hora certa foi o que faltou. morremos mal. a má morte, depois da hora certa, estragou muita coisa. a arte de ter mortos precisos e preciosos foi o que entendi depois, bem depois. pena.
  • M me lembrou apenas o que era ruim. ela trazia o peso que eu já tinha. peso 1 mais 1 e 2 quem aguenta? M me confundiu com o primeiro e eu não tinha generosidade alguma na época. fui mau. e, mesmo agora, parece-me decente ter sido mau. ela precisava de mim mau. mas não foi por isso que fui mau. foi por prazer vulgar: ser mau porque podia ser mau. 
  • N teve vantagens imensas. buceta grande, mentira na ponta da língua e eu um garoto de 17 ou 16 anos. N era uma anta que me educou e deu coragem. N mentia pra mim e eu acreditava feliz: teu pau é imeeennssooooo, ela dizia. 
  • H nem existiu, mas existiu. é parte de um ideal e de uma percepção de solidão e desejo. H é como a possibilidade perfeita. importa mais a possibilidade que a perfeição. H nunca entenderá muito bem o fato de eu ter um blogue e ter nascido no primeiro ano da década de 80. cogito H ter sinistras semelhanças com M. 
  • D foi a criança que não mimei. tinha lindos dentes de cavalo e um corpo magro e uma maquiagem que lembrava uma puta dos filmes da década de 80. cogito que D sumiu por um único motivo: descobriu meu ronco. 
(make me sway)

22 de fevereiro de 2014

s.r.

Cotidianaria:
-
Ouvindo o disco baixado da descoberta do dia (http://youtu.be/zeWVzT4s2Kw) e tentando entender isso e aquilo. Penso. Leio. E ler e pensar, no caso, é desejar explicações. Mas uma das coisas que leio diz mais ou menos assim: explicação não há, há apenas a moral usando explicações para tentar se entender.
;
Então julgo e analiso. Com alegria e devoção. E sem medo de ser juiz. Até porque faço-o pra mim mesmo e para o meu próprio júbilo. Estou só e esse blogue é meu delírio mais pessoal.
Assim:

  • a alegria de ver o outro em decadência. O sorriso escroto que pensa "eu sabia". E a ironia e a indireta como método. Coisa de covarde. Cria-se um inimigo fraco para poder ser forte. Forte fosse, menos inimigos teria.
  • há sabedorias mínimas para conviver em sociedade. A mais vulgar é a mais útil: fale menos. 
  • o flerte com o sofrimento travestido de virtude está lá. Como uma desgraça alegre, como um que sem dinheiro sorri ao afirmar "to fudido de grana". E vê em sua desorganização um chamado da vida real. A vida real não existe. E sua inépcia para a organização não pode achar que a vida real existe apenas por ter sido pressionado à organização. É escroto, mas vá lá: segurar o mijo para ter mais prazer ao mijar, nunca foi ou será um orgasmo.
  • agora reflito que o ataque protegia ao fraco. Mas foi ataque covarde. Porque nem presente o inimigo estava. É proteger o ladrão que rouba ladrão - como se as coisas tivessem causa e consequência. Ladrão que rouba ladrão não faz com que melhores ladrões existam.
  • compreender a vulgaridade como algo aceitável e normal não torna você aceitável e normal, torna você vulgar. 
+
Tem mais coisa, sempre tem. Coisas tem em profusão. Coisas nem sempre são importantes. Mas coisas existem. E coisas nos ocupam. E fazem-nos pensar. E nem todo pensamento é importante. Não há saída. Há livros, há arte, há amores.
Eu, por ora, mantenho meu blogue em 22 de Fevereiro de 2014.
Então uso isso:

  1. A moça ou não entendeu ou se fez de desentendida. Acho que dá no mesmo. Algo como: é legal, mas nem vale muito esforço. 
  2. Mais velha, mais desesperada e mais triste. Ela não nota. Está acima de todos. Pode ser livre e egoísta, mas não será. Ela precisa de companhia lá em cima. Não consegue, estando só, ficar lá em cima. Então mantêm-se acompanhada, mesmo que mal. 
  3. Seu vislumbre de profundidade existe por falta e não por excesso. Como a vida é pouco, compra-se pá e vai-se à terra para cavar. Cava à toa. Cava pelo prazer de retirar terra. Não procura nada, não quer achar nada, quer cavar, apenas cavar. Como se cavar fosse o próprio sentido de existir profundidades.   
  4. Vejo um filme que deveria ter assistido com 13, 14, 15 anos. Devo ser um bom tio (seja lá o que isso for) e mandar o link com o seguinte recado pra minha sobrinha: - 'vi esse filme hoje e pensei que gostaria ainda mais dele se tivesse visto com 13, 14 ou 15 anos. Vê. E depois comenta. Ou não comenta. Mas vê antes dos 16. É a minha dica. É um puta filme mesmo eu tendo agora 32. bjs. até. qq coisa, berra e conta comigo (seja lá o que isso for). aqui o link:http://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/2013/06/vidas-sem-rumo-1983-direcao-francis.html '.
+
deixar as coisas. empacotar as coisas. dar tempo as coisas. ser um que foge das armadilhas oficiais e inventar as próprias armadilhas. não acreditar que a vida seja armadilhas. não cair na alegria de ser preso pelas armadilhas criadas. teimar. não acreditar nos papos do rebanho e da dureza da vida. e mais, mais que isso, entender que esse esforço de saber das coisas - e ter as armadilhas como rotina - é só um jeito torto de lidar com a loucura e o medo que permeia a vida toda.


19 de fevereiro de 2014

http://youtu.be/yn0Zy7m0FR0 (oamoreacanastricevivendoemplenaharmonia)

Fazer planos e ter rotina. Ser rígido com si próprio e não esmorecer com facilidade. Ser um que resiste e diz sim. E que faz contas;
e PRINCIPALMENTE não cair na armadilha de acreditar que:

1. O sacrifício é positivo
2. Deus ajuda quem cedo madruga
3. Em se plantando tudo dá
4. Basta fazer sua parte
5. Não existe sorte, existe destino
+
+
Não mais que 1,60.
Tipo que dá tesão e arrepio. Que parece doce e generosa. Que faz você pensar em belas fodas. Que faz você delirar em um sexo simples, honesto e terno. Que dá medo de apaixonar e não dar certo.
Tipo que quando ri abre a boca inteira e parece espontânea. Que acabou de se separar, que pensa no ex e que cogita que a vida pode ser simples e feliz.
Tipo irresistível. Que diz que lê teu blogue.
(com viagem marcada, medo do escuro e expectativas confusas que oscilam entre o amor mais puro e a maior das perversões sexuais)
+
+
Meu pai diz sem pensar muito que o tempo determina um bocado de coisas. Ele tem razão. O tempo é cruel, meu pai é cruel.
(Meu pai é mais cruel com ele mesmo do que com os outros. É o que acho em fev de 2014. Isso quer dizer que, de todos que com ele convivem, o mais prejudicado é ele mesmo.)
Ele disse:
- Eu e Fulano éramos muitos amigos. Era normal. A gente tinha filhos, crianças da mesma idade, e trabalhávamos juntos. A gente convivia bastante, viajava junto. Agora vocês cresceram, a gente não trabalha mais junto... sei lá; acho que passou.
- Claro que ia casar. Cidade -vida- nova, um monte de desafio e solidão. Por que não casar? O bicho homem não foi feito pra ficar sozinho.
- Se você não telefonar pra ele, ele vai esquecer. Essas coisas a gente esquece rápido. Tem que ligar logo, tem que ligar agora. Telefona de uma vez.
Meu pai tem razão. Não porque ele diz o que diz. Mas pelo o que ele sempre intuiu: o tempo age. Uma sabedoria da qual ele mesmo pouco usufrui.
+
  

15 de fevereiro de 2014

do meu umbigo, declaro.
(que umbigo, em rede social, me intimida.
meu limite, até agora, é blogue.)

  • A moça que tem o apelido (péssimo, por sinal. de fadinha miniatura que nem ao Peter Pan influencia) de Sininho na capa da revista não interessa a ninguém e não explica nada. A questão da revista é vender mais revistas; não é ideológica. Até porque esse capa, além de vender bastante, vai fomentar mais aos defensores do que aos acusadores. A Revista, insisto, só deseja vender mais revista.  
  • Na minha linha do tempo do FB pipocou compartilhamentos que diziam "Artistas revoltados com Caio Castro". O Caio Castro é um jovem galã de telenovelas. Um cara famoso, que, por ser famoso, dá entrevistas. E a M. Gabriela entrevistou ele. Ela, a M. Gabriela, é uma entrevistadora famosa; portanto, ela também entrevista famosos. E, claro, ela quer saber das coisas, é uma entrevistadora profissional e, afinal, gosta de fofocas assim como Sônia A. e várias outras pessoas famosas que fazem entrevistas. Ela fez suas perguntas e ele respondeu. Agora explica: qual é a porra da porra do motivo da porra da revolta? 
  • Sigo impulsos naturais (seja lá o que for) às 22:48. É verdade.      

13 de fevereiro de 2014

+
A utilidade é uma dessas virtudes que a gente compra sem pensar bem. A utilidade como virtude (coisa positiva).
Sente-se alegre quando útil e triste quando inútil. Entender a utilidade como virtude é nossa vocação de rebanho.
Ser útil ou inútil não revela nada. (Imagine um descrição assim:
A) O que você acha de tal pessoa?
B) Ah, acho tal pessoa muito útil.)
Eu, que sofro desse mal, sinto-me útil pra caralho quando leio Shakespeare entre 23:00 e 01:00.
Lendo Will e descobrindo letras.
Algo meio antigo que desperta; ou então: um pau que passa lentamente por todas fases até a ereção completa. Daquelas de rocha, que impressionam o próprio dono do pau.
Assim entre aspas:
"(...) O bom pregador é aquele que segue seus próprios preceitos; para mim, acharia mais fácil ensinar vinte pessoas o caminho do bem, do que ser uma dessas vinte pessoas e obedecer a minhas próprias recomendações. (...)"
"... quando perdia uma flecha, lançava outra de igual alcance, na mesma direção, observando-a mais cuidadosamente, de modo que descobrisse a primeira; e assim, arriscando duas, encontrava, muitas vezes, as duas. (...)"