8 de fevereiro de 2009
7-1,6
7 de fevereiro de 2009
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Gosto de sentir a primeira cerveja agindo. Ela vem lenta e delicada, só pela metade da garrafa é que realmente sentimos o álcool no sangue. Acho isso bem prazeroso e sempre tenho essa imagem do álcool sendo espalhado gradativamente pela corrente sanguínea.
A segunda é mais definitiva, afinal a primeira já fez seu serviço. A terceira, na verdade, não deveria existir. Quer dizer, não pra essa coisa embriagado que to falando.
Acho que o ideal são duas cervejas. Duas cervejas apenas acalmam o pensamento, não chegam a criar pensamentos novos. Acho que é mais ou menos por aí.
(Na verdade a terceira cerveja é ideal para dar uma bela cagada. Calça arreada, copo cheio e cigarro aceso. Cada tragada é um troço. Mas não quero entrar nessas aqui. Não agora, pelo menos.)
Ontem tomei várias. Já tava desconfiado, mas sabe como é: amigo liga, amigo que nem sempre se vê aparece, papo bom e por aí vai. Várias cervejas e alguma ressaca. Meu estômago não é tão forte quanto eu gostaria. Ele faz seu protesto e pede coca cola e água e balas de morango.
Converso com os meus e me sinto em paz. Tive um dia cheio de euforia porque inscrevi uma esquete prum festival aí. E finalmente a gente fez o Buk na lapa. Foi foda, uma bravata. Mas os atores são valentes e fizemos o nosso. Quando acabou a peça disse pra Helen que a gente vai direto pro céu. Ela concordou, riu e disse que a gente vai ter champanhe lá. Eu prefiro mesmo é a cerveja, mas tudo certo.
Também teve o lance legal do Atyla, um cara que gosta das nossas peças, ter feito a guitarra ao vivo. Ele topou a roubada e sofreu junto. Essa é uma das coisas legais de teatro.
No mais volto pra casa pensativo e calmo. Vejo que o Coimbra tá cheio de cocainômanos.
Fico feliz por não ter saideira hoje.
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Ponho esse video que é mesmo genial e verdadeiramente engraçado. Na tal esquete enfiei essa música. Se formos selecionados tamo fudidos, mas uma merda de cada vez.
6 de fevereiro de 2009
5 de fevereiro de 2009
de resto, o sonho imbecil
Crianças berram pela noite e não há muito a se dizer.
Verdade ou mentira é coisa de fracos.
O jogo ainda é ganho, a repetição ainda é feita, a lua segue seu curso besta e natural.
Solidão é estado e não desejo.
E os loucos, os verdadeiros loucos, ainda esperam o sublime.
Nada de mais ou menos, apenas a velha batida que repete: continue, continue.
Beleza é real e não simulacro.
Força ainda é suor e não esperança.
E reparo em tudo que existe além de mim
e repito, quase secreto:
que se foda, que se foda.
Me dou melhor agora e essa é a única grande tristeza.
De noite todos gatos são pardos.
E pardos é apenas a maneira préconceituosa de se dizer sem cor.
Bundas que pululam em sonhos que diminuem a ideia de humanidade.
Loucuras com prazo de validade e alma semi-pronta.
O riso eterno e triste do único desdentado que importa: Deus!
Porque Deus é o último tabu e a última violência,
porque Deus, mesmo sem existir, se faz presente e determina as vidas.
Porque Deus não existe, mas, mesmo assim, a gente fala Dele.
Porque o infinito ainda é o último desafio da espécie humana.
3 de fevereiro de 2009
sobre o prazer de fazer teatro.
1 de fevereiro de 2009
loucura, liberdade e a cerveja de domingo.
No último ano pensei muito em liberdade. E liberdade, como um tipo de desejo profundo da nossa espécie é, sem dúvida alguma, um desses valores sagrados que sempre permeou a vida humana, já que essa é capaz de se pensar como vida humana.
Nas tragédias a liberdade é questão, nos grandes movimentos também. Os hippies falavam sobre a liberdade, os comunistas também. Ouso até dizer que mesmo o Sr. Hitler tenha falado disso, embora, de fato, nunca tenha lido algo que me prove isso.
A loucura, em sua plenitude de ideal, ou seja, naquilo que ela tem de melhor, deseja, antes de tudo, a liberdade. Liberdade para ser louco, para não dever explicações. Liberdade para ser sem existir, para que sejamos, enfim, o ser puro que só existe como puro instinto, sem o lapso entre o pensar e o agir.
A nossa dureza de bicho homem é essa: temos a habilidade do espírito e da alma, mas sofremos por saber que essa habilidade existe.
Nesse sentido, somos um bicho dividido e isso nos constrange de maneira profunda e cruel, afinal o constrangimento só existe graças a nossa possiblidade de julgar as ações, sejam elas privadas ou públicas.
Nós pensamos sobre o mundo, mas o mundo não faz questão disso e, isso, isso de pensar sozinho e sem a participação do mundo, é uma dor sem fim, um constrangimento terrível que desafia a gente como ser humano e nos coloca no desprezível lugar de animal.
A ideia de ser só instinto pode ser muito bela, mas a partir do momento em que entendemos que toda e qualquer ideia é apenas resultado da nossa capacidade peculiar de julgar e pensar o mundo, entendemos que a ideia de viver só por instinto é impossível já que ela surge como uma ideia, ou seja, como uma manifestação daquilo que nos divide e dilacera: a velha e plene dor do ser que é espírito e corpo ao mesmo tempo.
Portanto, a liberdade, ou mesmo o desejo de loucura, são, ainda que por via negativa, coisas que afirmam nossa terrível condição humana: um ser dividido que se atrapalha entre o agir e o pensar. Um ser que com sua habilidade criou tudo que existe, para o bem ou para o mal, tudo que conhecemos: a guerra, a internet, a morte, a literatura, o amor, a inocência, as artes, a ciência e etc.
Não tem fim essa lista de coisas. Somos, ainda que contra nossos ideais, seres que criam seu próprio mundo. E esse é o nosso terror e o nosso encanto: temos todas as possibilidades, mas não podemos usar todas ao mesmo tempo.
relatinho.
31 de janeiro de 2009
aav v
Sento e bebo uma lá, lendo as cartinhas. Depois, já em em casa, me junto com outro. E me sinto bem.
Gosto quando outro me diz o que eu preciso ouvir. É bom ouvir certas coisas de boca alheia.
"Sem metafísica não há cultura", é um bordão que roubo de imediato. Sem culpa, sem dor. Mesmo o ladrão tem explicações para o seu roubo.
Essa gente aí é da pesada mesmo. Eles falam, eles berram, eles não têm medo de falar sobre o que realmente acreditam.
É claro que eu vou chupar eles, é claro que o sangue deles é o sangue que importa.
Até porque, qual é a outra opção?
Sugar o Zeca Camargo por que ele apresenta o Fantástico?
Mudar pro canal que tem mais Ibope?
Eu não. Não agora, enquanto tiver o meu luxo.
Fazer 10 coisas ao mesmo tempo só é mérito pra quem não faz nada de verdade.
Eu prefiro, enquanto posso, buscar essa gente. Essa gente que não viveu para curtir a vida. Essa gente que desejou tirar da vida o que decidiu como mais importante.
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(A merda da situação atual é que tudo fica com cara de resposta, mas nem é esse o ponto. O lance, pra mim, é antigo e é o que sempre foi: o homem é do tamanho dos seus sonhos. Caga Regra velho e batido, mas, mesmo assim, pontual)
30 de janeiro de 2009
quando as unhas crescem
29 de janeiro de 2009
28 de janeiro de 2009
Tipo Assim Blogue Fodão.
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Descobri o blogue dela e nem lembro como e, de vez em quando, ela escreve umas pérolas e uns textos realmente legais.
27 de janeiro de 2009
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25 de janeiro de 2009
qcqss
- Quem é não precisa dizer "eu sou". Quem precisa afirmar a si próprio se enfraquece. Hitler, demônio que acreditava ser anjo, nunca precisou dizer que ele era ele. Ele era ele, e ele, na cabeça dele, estava melhorando o mundo. Isso quer dizer que fazer o mal independe de ter consciência do mal que se faz. O mal geralmente é feito por motivações positivas. O velho ditado popular nos ensina isso de maneira simples e direta: de boas intenções o inferno está cheio.
- Morremos a cada dia e isso é fato. Não é inteligente confundir fatos com novidades. O tempo passa e é terrível. Tão terrível que é o tempo um dia que nos matará. Nada suporta ao tempo. A carne será pó, a crença será lembrança e o conta gotas fatal do tempo é o único desafio real que temos.
- Ganhar do tempo é o grande objetivo da especíe humana. Seja na ciência, na arte ou no amor. O curioso é que sabemos de antemão da nossa derrota, mas mesmo assim insistimos. Saber que a gente perde para o tempo não quer dizer que a gente desista da luta. Somos esse tipo de bicho que se identifica mais com David do que com Golias. Ou alguém acha que a gente se identifica com a 'causa Palestina'(argh, eu disse isso) à toa?
- Agora tem um negão na Casa Branca e isso é realmente incrível. Ao mesmo tempo o lado incrível da coisa diz mais respeito ao nosso preconceito do que à nossa crença na 'evolução' da humanidade. É uma pena, mas de qualquer maneira eu acho supeerr legal ter um negão na Casa Branca.
- As crianças são sempre bonitinhas e comoventes. Algumas delas serão pretas e chegarão a Casa Branca. Outras serão o maníaco do parque. Pra dar meu recado, eu simplifico: parecer criança não é, em si, um grande mérito. O que as crianças se tornam é sempre mais significativo do que o que elas aparentam. A vantagem de ser criança é que ela ainda não sabe que é ela, e não o destino, quem age no mundo.
- Os jogos e brincadeiras foram, em princípio, feitos para nos preparar para a vida. Exemplo simples: brincamos de casinha para um dia termos nossa casinha. É uma compreensão das coisas que podemos classificar de ancestral. O banco imobiliário é isso, assim como o jogo da vida. O war é uma compreensão mais em baixo da coisa, mas, mesmo assim, ainda é. Deveríamos aprender mais com esses jogos e brincadeiras. Eles são mais significativos do que imaginamos. Basta lembrar qual era nossa brincadeira preferida.
- Ter um blogue é sempre algo suspeito. Quem tem essa necessidade de dizer tudo, além dos inseguros? Claro está que ter um blogue é uma maneira discreta de chamar a atenção. Mas chamar atenção pra quem? Pros outros ou pra si mesmo é a grande questão. Eu me protejo quando penso que é chamar a atenção pra mim mesmo, mas isso não quer dizer que eu não esteja errado. Estar errado é parte da jogada. Saber que esteve errado é triste e inútil. Só se erra pra acertar, diz meu umbigo fraco.
- Os dados estão na mesa e temos sempre 3 chances. Cada um reage como quer e como pode. Apesar de todo esforço, somos seres limitados. Isso é triste. Saber disso é triste. A tristeza também é parte da jogada, enfim.
- O idiota se apega a sua idiotia. Eu me apego à mim mesmo. Sem solução, é tudo velho e chato. As minhas chances ainda são as mesmas. E as esperanças também. Pra mim, os milagres ainda são possíveis.
24 de janeiro de 2009
"só não posso perder meu rock and roll"
Cheio de ódio, raiva e desprezo. Cheio de Revolta.
A merda do meu computador tá preto, preto. Ligo e nada, nem a porra do apitinho. E tá tudo lá, tudo que eu precisava pra agora.
Sorte que sou um filhinho de mamãe que tem um laptot. Sorte que não me sinto culpado por sentir coisas negativas.
A merda tá espalhada e o cheiro tá ficando cada vez mais podre. Daqui a pouco ela seca, daqui a pouco ela ficará seca e então eu poderei a recolher com a mão. O bom da merda seca é que ela não fede nem suja. A merda seca é quase uma pedra, sem cor definida, sem forma clara, sem nada.