18 de outubro de 2008

sem assunto

ela sempre me comove
com suas delicadezas
bonitas e singelas.
talvez eu possa a amar.

no mesmo dia
em que eu a chame
de cadela?

pro meu umbigo

você pode ter tudo,
você pode ter nada.
a questão é simples:
em qual
merda
haverá
sua privada?

14 de outubro de 2008

#

e nem faz uma semana.
Ela estava bonita com aquele vestido florido. Sem soutien, as belas costas. Eu não lembrava desse vestido.
Enquanto eu arrumava as coisas reparava nas roupas que preferia, nas que usava pouco, nas de vovó.
Tudo muito estranho e doloroso. A carta que recebi ontem, o disparate de um reencontro desnecessário. A ironia fina do planeta fazendo rasgos na minha pele amarelada de quem bebe pra fugir. E no meio do disparate - enquanto quicava e suava e comia maçã ao mesmo tempo em que fumava um cigarro - lembrei do proverbiozinho que diz "o que não tem solução, solucionado está". Proverbiozinho de merda. Na verdade não quer dizer nada. É um proverbio vazio usado por burocratas de papelão. É um proverbio que não considera que as pessoas têm alma e outras coisas do tipo.
A solidão só em boa em duas situações. 1 - quando se deseja peidar alto e 2 - quando realmente não a ninguém com quem se queira estar. E peidar alto é possível mesmo quando não se esta só, basta ligar o rádio na cbn, fechar a porta e lavar a louça.
E eu também sei de mim e do que eu acarreto.
Dos meus problemas, da minha insatisfação, da minha obsessão por plenitude, do meu idealismo doentio, do querer mais, do chifre em cabeça de cavalo, do sonhos de Quixote, do corpo de Sancho, da falta de leveza, da descrença no simples, do risco da loucura, da mania de eternidade, do deboche arrogante, do desprezo pelos restaurantes de luz indireta, da cara inchada, do pau duro na hora errada, do amor que é a morte, da ilusão da insistência, dos discursos articulados, da loucura.
E também das coisas boas que nem sempre compensão as ruins.

13 de outubro de 2008

12 de outubro de 2008

N. R

Aquela putinha de olhos arregalados no meio do bar.

Ela tem um tipo de charme estranho e eficiente. Talvez seja a música, talvez seja o álcool, talvez o fato dela olhar pra mim achando que a acho incrível. Tanto faz. Cocaína sempre fez bem, o problema é o vício e a inevitável decadência.
Mas voltando a putinha.
Ela tem aquela vulgaridade que essas mulheres ditas moderninhas querem ter, mas não têm. Não por nada, mas porque ela não tenta ser vulgar. Ela é vulgar, ela tenta ser charmosa, mas é vulgar. É algo maior do que ela. Não é uma escolha ou uma opção intelectual. Ela é. E como toda pessoa que é, ela nem sabe disso.
Com toda a certeza ela se ofenderia caso eu dissesse que ela tem a vulgaridade mais encantadora que já vi. É óbvio e quase palpável. Apesar de putinha, ela é uma mulher honesta e coerente. Ela não faz aquilo que ela inventou/descobriu ser legal. Ela é o que é. E isso é merda velha, mas nem tanto.
Seja como for, sempre sorrio quando lembro do esforço sobre humano da minha ex amante-educadora pra parecer puta: a cor vermelha nas unhas e calcinhas, uma boquinha tesa e a idéia idiota de que uma puta gosta de ser puta.
O óbvio ululante revirando o caixão de Madame Classy.

7 de outubro de 2008

#

meu pau grande e mole sendo arrastado pela calçada.

3 dias de porre e um chute no saco. foi só na tarde de hoje que lembrei do que tinha feito, pra quem tinha ligado. essas bobagens que todo idiota bêbado faz. depois do banho vejo o bilhetinho estúpido que minha ex amante submissa me deixou.
você poderia ser mais delicado.
puta merda, que o mundo me engula e eu morra de uma vez. telefono pra ela e digo.
desculpe, mas eu não sou legalzinho.
cheiro minha cueca e descubro que a gente trepou. ela tem a buceta com o cheiro mais forte que já conheci. não fede, que fique claro. mas é uma buceta com um cheiro absurdo e incomparável de buceta. modelo único, não há dúvida.
café, cigarro e cagar. estou quase pronto pra próxima. claro que há um certo arrependimento, ninguém sai impune. nem daqui, nem de lugar nenhum. sair impune é não ter entrado, seja lá o que isso for.

6 de outubro de 2008

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Então há todo esse delírio e desejo.


Desejo de ser feliz, desejo de dar certo, desejo de entrar seja lá onde for. A regra estúpida do nunca fechar portas. Uma casa de portas escancaradas, o vento entrando e saindo sem nenhuma interferência. Como se não interferir fosse espontâneo, natural. Como se as coisas acontecessem por si mesmas, por seguirem seu curso.
E tem também sempre um sonhinho em vista. O mesmo comentário de sempre nas caras mortas e amarelas que se confundem com a sua: quando eu encontrar um amor serei feliz, quando eu ganhar dinheiro meus problemas acabam, quando escrever meu livro ficarei bem.
Milhares de pessoas caminhando pro precipício e você entre elas, com elas, até se identificando com algumas, casando com outra. Você e todos nós juntos buscando algo espetacular no fim do precipício. As flores no caminho, a crença que lá em baixo é tudo melhor. Porque tem que ser, porque se não o mundo não é justo. Catequese eficiente dos filmes americanos consumidos na Sessão da Tarde.
O tédio, a raiva, o maldito blogue. A repetição de si mesmo, afinal.

5 de outubro de 2008

***

A única maravilha é um sorriso de mulher burra que diz que te ama.

O nome dela era Larissa e ela sorria muito e bebia muito pra minha sorte. Só sobrou ela e sua melhor amiga na mesa. A melhor amiga dela era uma velha conhecida e lésbica implacável, dessas que odeiam pau e têm discursos ótimos pra isso.
A Larissa só me olhou direito quando eu disse uma frase de efeito e cheia de desprezo: - não confio nessas mulheres que gozam na primeira vez que trepam comigo.
Ela se impressionou com isso e ficou feliz. Eu também fiquei feliz.
Quando a gente mudou de bar, foi a Larissa que disse: - vamos prum boteco que não feche. É melhor beber num pé sujo que não fecha que num lugar que te expulsem as 2.
Larissa sabia das coisas.
No bar o mesmo papo de sempre: sexo, vulgaridades e teatro. Minha velha conhecida reclamava dos paus que insistiam em ficar duros e refletia dizendo: paus duros são opressivos, eles ficam duros por qualquer coisa e são idiotas...beijo na boca não é motivo pra que fiquem duros, não é?
Eu apenas ficava calado e reparava na Larissa. Não era o momento de discordar da minha velha amiga. A Larissa dava trela pro papo e tinha mil opiniões, um inferno.
Eu estava com sorte e minha velha amiga foi embora antes. Ela morava pro outro lado e eu e Larissa ficamos tomando a saideira. Bebemos e bebemos. Larissa era boa de papo e eu também. Conversamos durante horas.
No táxi ela encostou na minha coxa e eu beijei a boca dela. Um beijo longo e sem alma. Muito esforço pra pouco resultado.
Quando ela desceu, me disse: uma pena.
Eu concordei e segui até a minha casa. Uma pena mesmo, eu pensei apenas um pouco antes de dormir. O mundo não era mesmo muito justo.

4 de outubro de 2008

Vida-Vidinha.

Sem mais nem menos ela me pergunta como eu me sinto vivo. Subindo em escadas, eu respondo. Ela ri e acha graça disso. E falo das outras coisas que eu faço e que me fazem sentir vivo: colar papel, colorir cartazes, andar de ônibus na linha amarela.

2 de outubro de 2008

()

Os ovos virados de novo.

Ovos virados é coisa da minha namorada. Ela diz: está com os ovos virados. É, pode ser. Ovos virados é uma boa expressão. Acho.
É que é sempre a mesma lenga lenga de mim mesmo. Eu não suporto ninguém simplesmente porque nem a mim eu suporto. Tenho lá alguma consciência nesse sentido. Como explicar? Nada a explicar.
Dinheiro, sucesso, realização: merdas reviradas e sem sentido. Reclamar é bom e pega bem, mas também cansa, tudo cansa. Ou melhor: tudo que dura mais que duas horas cansa. E olha, essas coisas todas, essas coisas que fazem ser quem eu sou, também cansam. Até porque já estão comigo a mais tempo do que deveriam. Então penso e me coço: o que fazer? Nada a fazer.
Aí eu faço um textinho raivoso e minha namorada protesta. E também um anônimo idiota que acha que sabe do que falo. Meu Deus! É muita gente pra mim. E claro está que só falo de mim e de mim e de mim. Claro que reclamo dos outros e tal, mas é só de mim que se trata. É algo tão velho que até já virou bordão: toda escrita é confessional.
E ter blogue é lamber o próprio cu, como já disse. Então lambo e lambo. É bom. O cu é mais sensível e tesudo do que imaginamos. Já tomei uma bela dedada de uma bela mulher de unhas vermelhas e longas e digo isso em paz e sem mentir. Até porque eu não minto. Porque fui educado - ou seria condicionado? - a não mentir. Quando eu minto, eu aviso: estou mentindo. De modo que a mentira é dizer eu não minto. E blá-blá-blá. No Aurélio há um belo paradoxo sobre isso...E blá-blá-blá.
Mas voltando. Que merda, que merda. Auto-explicação é fraqueza e conversar sozinho é loucura. Meu Deus! Ovos Virados! Duvidas e Solidão! Grande-eloquência e desespero! O mundo revirado e melado com açúcar derretido. As caras podres que vi hoje enquanto esperava o ônibus. A fuga sempre pronta. As soluções na manga e o mágico decadente que faz números na T.V. Meu Deus! Eu também não aguento, eu também não me aguento. Ter um blogue é, além de lamber o próprio cu, valorizar as próprias conquistas e as próprias desgraças. Tanto faz. Todos nós mentimos junto e elegantes. Há quem goste de festa e há quem goste de merda. Há certa justiça nessas coisas. Melhor assim. Melhor pensar assim.
Seja como for, pra provar pra mim mesmo que sou capaz, escrevo uma histórinha que pode interessar quem não me interessa:
Apesar de tudo, Marina olhava pro seu marido e pensava que ele era um homem bom. Trabalhador, calmo e, as vezes, atencioso. Marina vivia sempre olhando pro seu marido e pensando essas coisas. Ela gostava de pensar escondida, dizia. A vida era boa com ela e Deus, que nunca falta, sempre ajudava.
Depois dos três filhos encaminhados, Marina e o marido compraram uma casinha na praia. Os dois tinham aquela rotina simples e calma que sempre desejaram: cuidar da casa, passear na beira do mar, beber uma vez por semana com os amigos.
Ela sempre falava pra ele: - Fomos felizes, né, meu velho? E ele, sempre esticando as pernas antes de responder, dizia: - Graças a Deus, neguinha, graças a Deus.

depois do almoço.

Um caralho imenso
nem sempre é doce.
Uma buceta apertada
nem sempre basta.

1 de outubro de 2008

sobre o problema de ter blogue.

Os conselhos que eu ouviria:

pai: acorde cedo e durma tarde. não seja um assalariado.
mãe: calma, pense bem e veja o que é melhor pra você.
namorada: a gente tem que fazer nossas coisas acontecerem.
irmã: pô, fê, pra você é tudo mais fácil.
bom amigo: cara, aproveita aí. mas é foda. é foda. eu imagino.
mau amigo: deus não dá asas à cobra.
coimbra: vai tomar uma?
terezinha: você precisa ver o que você vai fazer com isso.
atriz 1: se fosse eu nem pensava duas vezes.
atriz 2: eu te entendo, Fê, mas você não pode desistir. é isso que eles sonharam.
atriz 3: olha, cedo ou tarde você vai ter que ralar. é melhor abrir o próprio negócio, se você tem essa chance.
maria: faça um livro.
ramon: quero comer tua mulher.
tânia: até amanhã.
desconhecido: foi sem querer.
filha: imagina!
vó: é dureza mesmo.
tia: mas você, hein?

30 de setembro de 2008

*



comendo as unhas com os dentes.



me pego pensando onde foi parar minha glória.
gênio aos 19,
grande amante aos 21.


agora,
aos 27,
jogo na megasena.

28 de setembro de 2008

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Falar mal dos outros me apraz:


  1. 1- sim sim, dona mocinha. sua força é demais e sua espontaneidade foi forjada com suor demais. ai meu deus! pare com isso e apenas seja. seu mau humor tem o charme de uma abelha rainha morta. e eu nunca vi uma abelha rainha morta. entendeu a sacadinha?

  2. 2 - a regra é clara e diz respeito a todos nós: criar bordões pra tudo é sinal de falta de criatividade, ou pior, de necessidade de ser lembrado a qualquer preço. pense bem sobre isso e pare de tratar todos como se todos fossem iguais. eles não são e sabem disso.

  3. 3 - sua simpatia é claramente um sintoma de medo da vida. só com muito medo mesmo pra achar que ser simpática sempre é condição pra ser amada. é mais fácil ser amada sem oferecer nada do que oferecendo tudo. é mais honesto, pelo menos. e honestidade é, enfim, um discurso coerente com sua ascendência de nova cristã.

  4. 4 - gostar do que se faz é uma coisa. levar à sério o que se faz é algo completamente diferente. e achar que o que se faz é o que deve ser feito é uma terceira coisa mais específica ainda. saber que essas três coisas existem é sinal de inteligência. e inteligência é sempre bom.

  5. 5 - fazer de conta que você é quem você diz ser pode ser legal e divertido. se forjar com textos, fotos, hábitos ou músicas é legítimo e pode render uma mentira realmente interessante. o problema é a confusão. o risco de se olhar no espelho e acreditar que realmente seus cabelos são loiros e compridos.

  6. 6 - ser engraçado e divertido não tem nada a ver com ser inteligente, artista ou perspicaz. ser engraçado e divertido é mais uma maneira de se sentir bem. e se sentir bem é o que qualquer idiota deseja, inclusive você.

  7. 7 - a liberdade é uma ideia e não uma condição. é como se uma formiga pudesse ser cigarra. é merda velha e repetida porque é algo importante, mas não é, afinal, algo que seja resolvido.

  8. 8 - reclamar é um estilo de vida que se escolhe e se decide. só se reclama pelo prazer da reclamação e só se sofre pelo prazer do sofrimento. daqui trinta anos teremos tudo e bateremos na mesma tecla. se repetir é o mal do qual a gente foge. e fugir é coisa de quem não tem pra onde ir.

  9. 9 - o charme só é possível com a indiferença. sendo sempre o mesmo com todos não há charme que resista. é claro que disfarçar a realidade é razoável e eficaz, embora óbvio, já que é o que todos fazem. dar adeus pra alguém no caixão é tão doce quanto trepar com uma pessoa pela primeira vez. na chance um o mundo acaba. na chance dois ele começa.

  10. 10 - ter um blogue é o máximo da doença virtual. de resto: sexo, buceta, pau no cu. ou ainda as palavras chaves que fazem teu blogue ser achado no Google: gordos trepando.

26 de setembro de 2008

-/-

(um rescunho do velho anotandoteatro que vi e gostei. merecia um fim, mas não se pode ter tudo.)
Arranhando minhas costas essa louca me comove. A cara de desespero que ela faz enquanto a gente trepa é uma das coisas mais belas que eu já vi em minha vida. Ela gosta de me morder enquanto beija. Ela se esforça pra abrir suas pernas curtas e frágeis. É o esforço dela que me agrada. É o suor que ela gasta pra estar perto de mim que faz com que eu a veja como eu a vejo. Ela quer que eu seja uma coisa que eu não sou e acha que pode me convencer disso. É essa ingenuidade que me prova sua fraqueza de fêmea.
E eu sempre gostei de fêmeas fracas, não é?

24 de setembro de 2008

era pra ser outra coisa.

Mamãe me diz o que devo fazer.
Namorada idem.
Essas mulheres me incomodam.
É que sou antigo e me influencio
pelo o que as donas das bucetas dizem.
Por uma eu entro e saio
e quero ter filhos.
E pela outra
eu já saí.
É
que
é
sempre
complicado
se
decidir.

23 de setembro de 2008

1000 sacadinhas.

quem é que aguenta o milagre ocorrendo em cada esquina?


1 - sorriso demais não cola e ainda menos se o sorriso é sempre o mesmo.
2 - ter uma garota gostosa me olhando me encanta também, mas me encanta mais eu não me levar à sério.
3 - depois de tudo bem pensado eu berro pra mim mesmo: fernandinho, sua desgraça é quase charme.
4 - melhor ter 5 dedos do que ser presidente e ser o Lula.
5 - minha euforia é uma forma discreta de falsidade. pega bem se sentir muito bem e depois muito mal.


mas sou versátil e também conto histórinhas, ou melhor, micro-contos, que é bem sacadinha e pop:


ronaldo vivia bem com a mãe até conhecer lucina. ele tinha disposição física e trabalhava em dois turnos. era um homem feliz. um dia lucina, sempre muito sexy e ambiciosa, perguntou: - é só isso que você quer da sua vida?
depois desse dia ronaldo nunca mais foi mesmo. deu pra beber e morreu antes dos 30. sua mãe, chorando pelo filho preferido, não foi ouvida quando disse: - o mal dele foi a lucina.


e como nessa noite de 2° feira estou fodão e insuportável também faço diálogos:

(numa festa)
- a gente precisa se amar mais.
(ela dá um beijo estalado nele)
- meu deus! meu deus! você não entende nada mesmo!
- o quê?
- como o que?
- esse beijo? o que é isso? o que acha que seja isso?
- mais amor. mais beijo. eu te amo. eu te beijo.
- mas meu deus! que merda é essa?
- você é chato! parece uma mulher!
- mas é disso que eu tô falando, meu deus!
- disso? do quê? do beijo?
- não, não, não...
- olha aqui...eu só quero que você seja feliz, tá legal?
- feliz???
- é sim. feliz. qual o mal nisso, me diz? qual o mal em eu querer que você seja feliz? e não me venha com aquele papo velho de que ninguém é feliz...
- ah...então é assim? você diz que meu papo é velho e que nem devo falar nele? é isso? você acha que REALMENTE alguém é feliz???
- claro que é. tem um monte de gente que é...
- quem é feliz, me diz? me diz agora! quem é feliz?
- porra...sei lá...a roberta é feliz!
- a roberta?
- sim, a roberta!
- mas como ela é feliz! me diz! ela não é feliz. você mesmo disse que ela vive querendo achar o amor da vida dela, que ela é cheia de divida e que tem um filho que será viado. me diz: a roberta é feliz?
- pô. sei lá. a gente tá só numa festa, só isso. eu só te beijei porque a gente tá numa festa...que saco...que saco...eu tava só tentando relaxar, esquecer....
- ai, de novo isso. de novo você vai dizer pra eu relaxar...
- mas é claro. você nunca relaxa...
- ah...tá!....então tá...esse é o grande problema. eu nunca relaxar é o grande problema!!! pronto!! bem simples!!! como você gosta!!!
- ah!!! que saco!!! a gente tá numa festa! você disse pra eu te amar e eu te beijei! só isso, meu deus! só isso!!!
- é, é. você tá certa! como sempre! parabéns!!! você é mesmo muito feliz!!!!
- porra...eu não disse isso...eu só te beijei, SÓ isso...
- então tá! a gente encerra o assunto! simples! bem simples!
- é! melhor! a gente encerra o assunto!
(os dois ficam em silêncio. os dois tentam 'curtir' a festa. um casal dança na frente deles. os dois riem ao mesmo tempo. ela diz:)
- é, eles não são felizes...
- é...mas talvez sejam, né?
- talvez...mas acho que não.
(ele ri alto e ela olha pra ele. vêem o casal que dançam com a mesma atitude de antes. ela pega na mão dele e diz:)
- vamos embora?
- vamos.
(os dois saem e o casal ainda dança).