21 de fevereiro de 2010

O egoísmo parece ser a solução. Sou exagerado e louco quando to no mundo em companhia. E não faz sentido. E não é assim. Falo demais, me perco, me confundo, fico inseguro, babaca e chato. Paranóico e perturbado disparando coisas de jeito estúpido, como se tudo que se pensa devesse ser dito, como se a verdade fosse apenas uma questão de falar muito. E não é nada disso .E não haverá nenhum entendimento numa euforia desse tipo. Porque não dá, porque se deve concentrar em uma ou duas coisas e não deixar 30 rodar dentro do seu cérebro. Como um carrossel suicida. É insensibilidade, burrice. É não entender que o tempo precisa existir, que a calma precisa existir, que as coisas correm lentas e podem, ou não, evoluir. Porque a chance é a mesma, o risco é o mesmo. Mas eu teimo e quero tomar pela mão o impossível. Destruir à barrigadas. Ser um Quixote sem charme e sem nexo. Uma chatice de confusão que o mundo em companhia me desperta. Com outros horários, outras interferências, com palavras que não conheço e datas que esqueço. O cúmulo de ser eu mesmo. A explicação do isolamento e um sol sem Lagoa ou Praia. Um sol que aquece e queima. Que faz queimaduras de terceiro grau. Um sol que queima porque não uso o bloqueador. Porque o sundown tá alí do lado, mas eu não uso. Porque não sei ser eu com os outros. Porque o eu sozinho tem alguma chance de paz. E o eu com os outros, pra ter paz, tem que antes passar pelo inferno.

20 de fevereiro de 2010

É apenas disso que se trata.

Passo os amigos em revista. Últimos dias assim: 1° Z e A, 2° J e 3° F.
É bom e saudável. É a hora que olho pra mim mesmo no espelho e digo com orgulho: você também participa do mundo.
A unidade está na pergunta: voltou quando?
E a resposta se sempre é: terça passada, a outra.
E todos, em dias diferentes, mas em uníssono: mas por que voltou antes do carnaval?
E a única resposta se manifesta: porque não aguentava mais Curitiba.
E todos riram e eu ri também nas 3 diferentes vezes. É isso que faz eu os chamar de amigos.
Porque não tenho muitos amigos, porque me parece mais decente não ter muitos amigos e porque não confio em quem acha que todos os seus contatos de orkut/facebook são seus amigos.
Me entendo com poucos, mas me entendo com os que importam. E, pra mim, é só isso que conta.
Conhecer gente nova é legal, mas, na média, só confirma um velho caga regra meu que eu roubei do último discurso inspirado do Caetano: o juri é simpático, mas é incompetente.
E penso no porque desses serem os amigos. E acho que o que eu acho é um absurdo, mas mesmo assim é a única resposta que tenho: porque eu e meus amigos temos os mesmo valores.
(ok, ok, eu sei que valores é uma palavra antiga e estúpida. ok, ok, eu sei que valores é coisa do Maluf quando condena o sexo anal entre marido e mulher pra ganhar uma eleição. ok, ok, eu sei que o Papa mais sinistro que conheci, o que tá lá agora, usa essa mesma palavra pra condenar a camisinha ou mesmo o sexo apenas pelo sexo que - por mais chatinho que seja - tem seu direito de existir e de ser praticado sem culpa.)
Mas não importa. Eu e meus amigos temos os mesmo valores. E isso não quer dizer que a gente concorde sempre e nem quer dizer que nunca briguemos. Quer dizer que a gente reconhece a grandeza nas mesmas coisas, ainda que com opiniões diferentes. Somos amigos porque as coisas que consideramos grandes são as mesmas. Apenas por isso.
E, claro está, que isso não é apenas.
O que cada um pensa sobre essas coisas é outra história, outra parada. Não é o ponto de convergência e nem precisa ser. Bastar ter o ponto comum e beber e conversar.
É o que eu entendo por um bom papo: falamos da mesmo coisa, ainda que com opiniões diferentes.
E pronto. E basta.
E bastar, e se bastar entre amigos, não é uma coisa que tá no Carnaval ou na paixão pela mesma música do mesmo compositor pop. É uma coisa que se conquista e que precisa de certo tempo para ser plena.
E plenitude é um dos pontos comuns.
E não é pouco, é muito. É apreciar os grandes desejos que se tem. Como quem sente prazer em flertar com o perigo sem nunca se esquecer que é com o perigo que se está flertando.
Por hora me sinto abastecido e pronto pra mais 2 semanas de solidão de doce solidão.
O que não impede os outros encontros ou a lembrança de um outro F, com quem também desejo conversar.


19 de fevereiro de 2010

Minha vantagem é que meu demônio tem chifres e é vermelho.
É alguém.
Ele me conhece e eu conheço ele.
Somos velhos conhecidos, por assim dizer.
Ele é assustador e eu me assusto,
mantemos o respeito, um pelo outro, dessa maneira.
E isso não impede as danças,
longas, lentas e torturantes
que ele exige.
Eu topo,
eu tenho que topar.
Dançar com o demônio é,
muitas vezes,
tudo o que se tem que fazer.

18 de fevereiro de 2010

Idiota Satisfeito.



eu mesmo com minha silhueta arredondada e riso bestial.


Combino de me encontrar com os caras. Papo de macho, jogo de futebol e os cambau.

Me sinto muito macho só de pensar.

Vislumbro a mesa cheia de garrafas, os papos sobre as piranhas e algum comentário sobre a última a matériabomba do Fantástico.

Serei feliz, eu sei. O mundo é besta, eu sei também. Extravasar o ego-falo e contar mentiras pros amigos mais íntimos é uma maravilha, eu vislumbro.

Chego e tá tudo errado.

Três fêmeas: uma ex-mulher-atual-mãe-da-filha-do-amigo, outra ruiva que mora em Curitiba desde os cinco anos, mas que se acha supercarioca e, finalmente, a filha linda e radiante do amigo com a sua ex-mulher-atual-mãe-da-filha.

Tudo certo. Eu me adapto. Eu até me adapto bem, por sinal.

A ruiva é gostosinha e se acha liberal. Eu, cá comigo, a acho travada. Supertravada, eu diria se supertravada eu dissesse.

Mas que seja: to adaptável e solto minhas frases de efeito. Solto as frasezinhas de um jeito que só um gordo convicto pode fazer, ou seja: sem achar que a tal ruiva chupará seu pau no fim da noite.

É divertido competir a atenção de uma ruiva com os amigos. Mesmo que ninguém a coma. É que isso não importa, sabe?

O que importa é você e seus bons amigos sendo cúmplices numa competição por um ruiva que, como mais tarde confessará, nem ruiva é. Se é que você me entende...

Então eu converso com todos. Sou sincero ao conversar com todos. É uma questão de saber onde se está e com quem se fala.

Com um amigo pergunto sobre a nova pauta no teatro paulista. Com outro, especulo sobre o futuro do mundo. Com a ex-atual-mãe tento entender o porque dos novos planos. Com a filha deslumbrante, digo apenas vou te pegar! e ela ri.

Já com a ruiva é mais complicado: pergunto como anda o Movimento Hippie e a ambição por um mundo auto suficiente.

A única regra que obedeço é: eles querem falar. Deixe eles falar.

E eles falam e tudo ótimo. Sou um bom ouvinte. Mesmo. Sem ironias.

A coisa anda e mudamos de lugar. Na esquina é possível ver o jogo e vamos que vamos.

A cerveja ajuda de novo. A cerveja ajuda sempre.

Os papos variam e, graças ao álcool, a ruiva fica mais divertida. Tenho mais sacadas de gordo-sacana e descubro, no papinho besta, que ela não é mesmo ruiva. Ela é esperta, devo confessar. Sabe, como pseudoruiva, que ruiva mesmo é as que têm todos os pêlos avermelhados.

Mais uma ilusão pra coleção, mas apenas isso. A diversão nem era os pêlos, mas as possibilidades dos pêlos.

(Agora me lembro das mulheres-depilação-a-laser e do tédio que elas representam. Poucos pêlos, poucas possibilidades, me diz meu desejo de variar com uma única e eterna buceta.)

A noite é longa e vão quase todos embora.

Botafogo ganhou do Flamengo e eu sei lá o que isso significa.

Sobra eu e mais um amigo. Há certos papos a se conversar e as saideiras são quase uma obrigação.

O papo é bom e vital, mas não pode ser reproduzido num blogue. Questão de confiança e elegância.

Na maioria das vezes, as saideiras são tudo que importam.

Assim como as ruivas verdadeiramente ruivas.

São as saideiras - e as ruivasnãoruivas - que causam a ressaca do dia seguinte.





17 de fevereiro de 2010

A garota de quatro pálpebras tinha razão: é sentar o cu e escrever.
É uma coisa que quando acontece me comove: uma garota bonita, no meio de um monte de falação, nem faz ideia do que foi que ela disse e que você guardou.
E o que você guarda quase nunca é o que ela disse para ser guardado.
Mas o que importa é um senso prático feminino que sempre me surpreende.
E também, e como não, e talvez até sobretudo, pelo fato de eu ter conseguido, num trabalho acadêmico, colocar os seguintes textos:

  • Assim como o palhaço que, dentro da sua máscara de ternura, é um ser trágico e perigoso que escancará sua bocarra para todas as coisas sérias. Mas não por não as levar à sério. Justamente o contrário. A boca imensa do palhaço é causada por seu eterno espanto.
  • Não sei determinar as razões ou os motivos disso. Talvez o hábito de fazer teatro a qualquer custo – usando cada oportunidade como se fosse a última. Talvez pelo desejo, quase infantil, de descobrir outras formas e outros métodos. Como uma criança que num quarto cheio de brinquedos novos acaba por não brincar com nenhum.

Pra ver e pra ouvir. Meus números.

1 -
Pra lembrar de nostalgias antigas e chorar.
Porque sempre choro com os filmes americanos, mesmo quando não consigo soltar as lágrimas.
Tenho que confessar que acho os filmes americanos uma coisa impressionante.
O último eram dois irmãos: ela com um filho de 8 anos e ele sem ninguém e se aventurando pela vida afora.
A história do filme é o tempo que ele fica com ela.
E é bonito à beça. E triste também. Triste e cheio de beleza, eu diria.
2 -
Mas nem é disso que eu quero falar.
Quero falar dessa coisinha chamada mundo e do qual, as vezes, eu sinto falta.
Porque tenho uma capacidade pra me isolar que é quase incrível. Mas minha mãe diz que não é saudável e eu confio nela.
Mãe, a gente sabe, mesmo quando faz merda, quer o bem da gente. E é por essas que mãe é imbatível.
3 -
Mas volto?
A atual foto dela tá bem mais bonita do que ela era. Me pergunto porque. Tento entender o que faz com que ela seja mais atraente hoje do que era a 2 anos atrás. E o mistério é quase misterioso até eu lembrar que agora ela namora.
E, como namora, agora ela é mais segura e calma - coisa que não era. A ironia é que na época em que em que ela era minha, eu pensava: ela precisa namorar alguém para saber que pode ser amada.
E ela soube e tá mais bonita.
Faz sentido, mesmo que eu não seja mais o cara que tem direito à suas carnes. Uma pena.
4 -
Devo dizer:
Mania de escrever é terrível. Pensa bem. É só ver eu aqui. Estou quase tarado e quase doente. Escrevo apenas por compulsão, como é com o álcool e com o cigarro. Jesuisolhosazuis, onde vamos parar?, é a minha pergunta engraçadinha, mas sincera.
5 -
Na verdade queria escrever sobre a guria de 4 pálpebras, mas acho melhor não.
É que ela me disse que lê menos o meu blogue agora pra me deixar mais a vontade.
Eu entendo. Eu acho até bonito.
Mas, na verdade, eu nem entendo e nem acho bonito.
É que eu prefiro mulheres obcecadas por mim. Eu funciono melhor assim. Simpatizo quando as loucas gostam de mim por motivos que eu desconheço.
Como se o milagre só existisse em territórios estranhos.
6 -
Sei que, em última análise, é uma pulsão boba e infantil, mas fazer o que?
Ainda não me contradisse nesse aspecto, pelo menos.
Repito que prefiro assim.
É como posso marcar meu território já que eu não sou o cão-macho-fodedor que mija nas paredes e reza pra que o cheiro do próprio mijo seja reconhecido pelas fêmeas quase, e apenas quase, perfeitas.
7 -
A saudades é um tapete de grama verde num domingo de sol.
Isso não quer dizer que eu lembre de um dia, ou de uma grama, assim.
Quer dizer que eu acho que saudades é isso.
É como eu tento entender a saudades.
E veja, saudades mesmo, só sinto de uma coisa.
E essa coisa tem um nome que não digo, mas que era a coisa mais estranha e louca que eu sentia por ter certeza que essa coisa existia.
8 -
Independente de tudo:
as simpatias ainda são feitas por pretas feias e cheias de espírito.
A conta de 2 mais 2 só funciona no primário e ainda
prefiro choros do que sorrisos.
Por motivos que mesmo eu, pleno e arrogante, desconheço.

16 de fevereiro de 2010

Como se fosse domingo.

Fui almoçar no bar. Gosto do hábito e da repetição da coisa. Como um pequeno ritual: pede uma e o cardápio, escolhe e pergunta o que acompanha só pra ouvir a mesma resposta de sempre: arroz, feijão, farofa e batata frita.
Bebo a cerveja tranquilo e acendo um cigarro. Fumando reparo na vida alheia e vejo que tem uma garota me olhando. Olhando mesmo, apenas olhando. Sem nenhuma intenção objetiva. Assim como reparo na vida alheia ela repara em mim.
(Me lembrei da minha ex que sempre que alguém a olhava, dizia que o alguém tinha dado em cima dela. Era um traço quase inocente da personalidade dela. Nessas todo mundo já tinha dado em cima dela, inclusive a finada Cássia Eller.)
O prato chega veloz e o cigarro nem acabou. Mais um gole e um traguinho e repito outro ritual: o feijão primeiro e direto do pote pro prato, sem auxílio da colher; depois 2 colheres de forofa e então o arroz e a batata frita. O arroz e a farofa sempre sobram, a batata frita não. Sal, azeite no feijão e a carne assada com molho de tomate deixo onde está, pegando uma fatia por vez.
Como devagar e dou pequenos goles de cerveja - o que é raro, pois, na média, ou como ou bebo, nunca misturando as duas coisas.
Almoço terminado e comi bem menos do que eu pensava. Na calçada, uma preta de rua e feia, que até me deixa na dúvida se é homem ou se é mulher, berra: - dá um pouco desse arroz aí, colega.
Faço sinal de positivo e peço pro garçom preparar a quentinha pra ela. Do meu lado, duas pessoas me olham como se eu tivesse sido supergeneroso e eu penso que o mundo é mesmo muito mesquinho.
O garçom me mostra a quentinha que ele fez e ressalta que acrescentou um feijãozinho. Resmungo um legal e ele entrega a quentinha pra ela. Depois vem até mim e diz:
- pô, pensei que era um homem...
- eu também...
- sorte que é carnaval, né?
Ele sai sorridente e faço sinal pra conta.
Venho andando pra casa e penso que hoje o dia tá foda. Tento entender o meu ranço e concluo que a culpa foi eu ter dormido sem querer, diante da tv. Dormi de roupa, óculos e sem escovar os dentes. Quando acordei eram 5 e 30 da manhã e sentia um ódio de outra vida. A minha boca era um cinzeiro molhado e eu não fazia idéia do que fazer.
Tomei banho, arrumei a cama e vi uma besteira ou outra no computador. Voltei a dormir e acordei as 12 e 30 cheio de culpa porque o texto-obrigação que eu tenho que fazer anda à passos lentos e dolorosos.
Pronto, o ranço tá explicado.
Agora é esperar o sol cair fora e ver se a noite vai trazer suas belas corujas.
Talvez eu desça pra comprar um sorvete,
talvez eu faça um telefonema,
talvez eu fique apenas contando os segundos pra um outro dia começar.

15 de fevereiro de 2010

Ouço Angela Ro Ro e bebo mate com limão. Os cigarrinhos parecem eternos e infinitos. Fumaça pra dentro e pra fora. Quantos cigarros resultam num câncer, eis a questão.
Avanço no meu arquivo e tomo porres diários. Mas sem excessos: porres de 2 cervejas, 3 whiskys e 1 ou 2 páginas escritas. Adoro beber pra escrever as histórinhas. Entorno umas no bar como preparação e depois subo pra minha casa azul e abro o arquivão.
Este arquivo da vez parece mais viável do que o outro que já terminei. Esse outro não sei, tenho dúvidas. É necessário algum enredo quando se escreve, não é? E esse outro é uma grande falação sem fim. Tem uns pedaços bonitos e tudo, mas não sei. A falta de trama meio que chapa a coisa. Porque a trama, percebo quando leio os que gosto, é apenas uma 'desculpa' pra falar sobre o que realmente importa. Mas, de qualquer maneira, essa trama-desculpa não pode ser babaca e muito menos aparentar aquilo que é: uma trama-desculpa.
Já o arquivo da obrigação vai mais lento. Sabe como é. Sou mimado e gosto de fazer apenas o que gosto, o que é péssimo e revela toda a minha incapacidade de viver no mundo prático e objetivo dos adultos.
Whatever, como diz a garota de quatro pálpebras.
-
Agora uma pequena volta para mexer as pernas e,
quem sabe,
comer arroz e feijão
como fazem os adultos.

14 de fevereiro de 2010

pra deixar de fora.

Meu bem,
estou tão breaco
que não prometo
sexo nem alegria.
No máximo
uma boa companhia
que de tão sincera
pode até dormir.

Meu bem,
não sou o tipo
que você espera,
mas te garanto
que nunca,
e nunca mesmo,
vou mentir.

Meu bem,
se quiser jantar
eu posso até
pedir uma pizza.
O telefone está ao lado
e,
com fome,
não se brinca.

Eu a alimento,
meu bem,
desde que você,
como uma santa,
seja boa e
nunca minta.

Meu bem,
não se engane comigo.
Eu gosto de falar
e de dizer,
mas eu não sou
o meu próprio
umbigo.

Tenho minhas diferenças
e rôo meu osso.
E se falo tanto
é porque eu acho,
na maioria da vezes,
o mundo
muito pouco.

Mas não se esqueça,
meu bem,
de vir me ver e
de me beijar
antes de dormir.

Eu não ligo
prum monte
de coisas,
mas pra você
eu tenho
que contar:
- pode parecer que sim
e pode parecer que não,
aquilo que se adivinha
é a única,
e impossível,
solução.

13 de fevereiro de 2010

Ouvindo voodoo blues e com vontade de escrever.

Deixo a obrigação de lado e caio dentro das minhas histórinhas. Me sinto em paz, apesar de tudo. Mesmo sabendo dos prazos, me sinto em paz.
Talvez seja a cerveja, talvez seja a histórinha. Quando rendo nas histórinhas preciso de pouco, pouco mesmo. O que é ruim de maneira geral, já que essas histórinhas são apenas arquivos no meu computador e não livros e mais livros escritos.
Paciência.
Meu delírio e meu tesão é isso. Precisar de pouco, não precisar de ninguém e ficar feliz com mais 2 págs. no arquivo.
E 2 págs. no arquivo duram horas do mais tesudo sexo. É isso mesmo. Há tesão em ficar ali, escrevendo e se bolindo em si. As benditasmalditas palavrinhas na tela brilhante.
A coisa é tão tesuda que cogito escrever uma carta. Mas desisito e escrevo no meu bom e velho e blogue. Pra ganhar do tempo, acho. E ganhar do tempo nesse caso não tem nada a ver com o cumprimento dos malditos prazos.
Então tô aqui e ouço as vozes dos negros americanos. São demônios dentro da minha cabeça. Demônios que falam coisas que eu não entendo, mas que me contemplam quando sentem as dores que as mulheres provocam.
Mulheres, a dor contida em um corpo tesudo e perigoso. Diabo, tua forma é mulher. Deus me livre e etc aos mil.
A 7° lata acabou de estalar e agora só há whisky na casa. Melhor parar por aqui. Ainda não conheço bem o tempo do whisky. E conhecer bem o tempo da sua droga é o que te difere de um amador. Desses que bebem apenas pra espanar (e não espantar) o tédio.
Acordo tarde e me chapo de café.
A culpa tenta bater, mas finjo que não é comigo e tudo certo.
Cada coisa ao seu tempo.
-
Cago com o meu primeiro cigarro do dia na boca. Não sem antes posicionar o ventilador pro banheiro. Os peidos, antes reprimidos, saem velozes e sonoros. A merda desliza pelo meu cu e me faz me sentir muito bem, obrigado.
Essa coisa de ter um corpo é um mistério. Os dejetos e a glória. As vezes ao mesmo tempo. Lembro de uma frase do Saramago que é mais ou menos assim: para inventar o céu e o inferno não seria necessário nada além de conhecer o corpo humano.
Puta frase, não? Eu acho.
-
Hoje devo tomar uma pequena dose de mundo com meu amigo Z. Será bom e tranquilo. Conversar com homem é completamente diferente de conversar com mulher. E isso não é machismo. É apenas um fato.
-
Agora ir pro arquivo
e escrever.
Não as palavrinhas que quero,
mas as que tenhoque.

12 de fevereiro de 2010

Por motivos que não conto fico na minha. Porque conheço meus delírios e pavores. Porque o pavor mora ao lado.
São coisas que rondam a minha cabeça e que finjo ignorar.
E finjo mal. E ignoro menos ainda.
(O diabo tem asas, a gente sabe.
Ele dança bem e sai, literalmente, voado.
Como só um ser com asas pode fazer.)
E nessas seguro meu rojão sem deixar de admirar as belas asas do capeta: um branco quase transparente, as penas bem distribuídas e uma envergadura que surpreende e encanta.
Seja como for há a minha casinha e minha doce solidão. Prefiro ver do que participar. E isso acho que desde criança. Porque minha mãe disse que eu sumia nas festinhas e que quando me procurava eu estava no meu quarto, brincando sozinho.
Faz sentido. Faz sentido até hoje, acho.
Brincar sozinho pode ser fuga ou auto conhecimento, tanto faz.
O fato é que não consigo confiar em quem sempre precisa de alguém pra brincar. É uma limitação que não quero ter.
O diabo sempre existe e é sempre os outros - como o inferno do vesgo.
Ter medo dele é um tipo de decência na minha cabeça.
Achá-lo bonito, também.

querer é pouco.

Queria ser exato e escrever as palavrinhas certas. Mas não tenho conseguido escrever. Não como gostaria, pelo menos. Talvez porque eu TENHA que escrever. Um trabalho chatinho assim que me dá nó nas tripas. É o desafio de exercitar o meu próprio cinismo. Coisa difícil pra um cara mimado, gordo e romântico como eu.
Queria falar do meu pau. Falar de como ele age por conta própria em horas inconvenientes.
Queria falar da guria de quatro pálpebras. Da guria que surgiu como um milagre de natal e que tem a boca pequena, bem desenhada e grossa. Da guria que quero e não quero desvendar.
Mas nem sempre dá certo. Então começo 30 posts e não acabo nenhum. Arranho 1 ou 2 paragrafos na minha obrigação e lembro das belas imagens que agora fazem parte da minha memória.
A vida voltando lenta a ser como é: no bafo do Rio, numa solidão introspectiva, numa noite de porre e ternura, na casa azul com belas marcas de sangue, no ler pra ter sono, no rádio ligado na cbn, nos cinzeiros entupidos, na piada machista do Coimbra, nos copos com muito gelo, no andar pelado pela casa, no Cristo solitário de braços abertos, nos banhos com o pau esfolado, na cama sem lençol, nos telefonemas da minha mãe e, finalmente, nos delírios de grandeza e no desejo de profundidade.
Como se tudo fosse menos.
Como se tudo pudesse ser mais.

11 de fevereiro de 2010

9 de fevereiro de 2010

ELA SÓ PRECISA DO PRÓPRIO CARRO E DE UMA CÂMERA FOTOGRÁFICA.
É IMPOSSÍVEL CONFIAR NELA.

8 de fevereiro de 2010

Veja você.

É uma dorzinha boa, dessas que fazem o sangue rodar mais lento pelo corpo. E sangue mais lento, a gente sabe, dá aquele friozinho que qualquer mantinha resolve. Apenas para dormir melhor.
Como saudades. Saudades do jeito que os portugueses falam e sentem: a boca que quase não abre, o rosto trágico e o som cheio de Ss que sai: sauldadis.
Ainda há o risco, a gente sabe. Mas nem todo risco é ruim, a gente sabe também. Um amorzinho assim, pra dormir assim e dar bom dia depois de uma noite de foda fantástica. Talvez com café preto e forte, talvez com maçãs cortadas sem casca e distribuídas num pires azul.
É quase um mistério se se pensar bem. Tanta coisa que pode acontecer: filhos, família, morte precoce, tristeza de fim de namoro, etc. O fim fatal e sua sombra eterna: dor e mais dor, machucar quem se ama, ser machucado por quem te ama, tardes de chuva, pipoca e filme, aquela preguiça que só mesmo muito bem acompanhado pra se ter sem ter culpa.
Tudo isso porque tem alguém assim, distante assim, estranha assim que sei que sente, em outros oceanos, a inevitável atração pelo abismo. Que nada mais é do que o tesão pela queda. Mesmo que com medo da queda.

7 de fevereiro de 2010

em baixo do ventilador.

As coisas acontecem lentas como deve ser. As novidades ocorrem e são parte da jogoda, mas as euforias devem ficar com as festas de criança onde há um enorme balão cheio de doces para ser estourado.
Não gosto de gente que fica muito eufórica com uma ou outra novidade. É algo que me soa velho e falso. Uma mania de se auto descrever como intenso/intensa. Como se intensidade fosse virtude. Como se a vida só tivesse sentido numa sucessão de surpresas.
(Quando eu era adolescente eu usava essa frase de efeito: me surpreenda, por favor. E impressionava as gurias que gostavam de mim apenas porque eu já tinha lido 1/2 dúzia de livros. Era um mundo mais simples.)
E a vida não tem nada a ver com isso. Ela acontece, ela é o que é e o que você consegue fazer dela. As vezes a gente emplaca e as vezes não. Os milagres são possíveis e podem acontecer, mas não estão aí para serem manipulados como moeda de troca.
Os que gritam sobre a própria intensidade não se bastam e, por isso, me causam uma tremenda desconfiança. Como alguém que te encontra e diz: estou tão feliz. A única coisa que não dá pra entender é porque alguém que tá tão feliz precisa falar disso.
Seja como for, minha velha punheta é esse blogue e uma ou outra carne que me aquece. Nem todo dia existe paz e coerência, mas quando penso é apenas disso que se trata: uma paz possível e a beleza inventada.

6 de fevereiro de 2010

A gente pode fazer aquelas dançinhas.

Vocêsabecomoé.
A gente cola os quadris, mexe pra frente pra trás e põe as mãozinhas pro alto.
Chacoalha e se debate um pouco.
Depois bebemos drinkscoloridos e falamos sobre os últimos livros e recente amores.
Mil amores, você me dirá e eu farei minha cara cínica que é a mais sincera que tenho.
Você me chamará de p-r-e-c-o-n-c-e-i-t-u-o-s-o e eu falarei da sua vulgaridade doentia que confunde foda com sexo. A gente achará graça da nossa piada e passará para drinks sem cor que, indubitavelmente, nos levarão pra uma cama suja perto da sua casa.
Porque t-r-e-p-a-r na própria casa é coisa de namoradinhos e namoradinhos não somos, meu bem.
E haverá alguma ternura naquele quarto pago e até dormiremos semi-abraçados e humanamente bêbados.
Você acorda antes e deixa seu bilhetinho. O mesmo de sempre. As mesmas palavras. Como quem tenta provar algo pela repetição. Eu entenderei sua graça e lhe mandarei um mensagem.
E ficaremos sem se falar até dia 8.
Porque dia 8 é dia 8, meu bem.

5 de fevereiro de 2010

Pra dizer a coisa certa,
para ser exato,
digo apenas que não sei
o que eu quero de fato.

4 de fevereiro de 2010

Segundas e Quintas.

Tem essa mulher que frequenta a minha casa. Ela carrega seus mortos e por isso sofre. Penso que tenho sorte por não ter mortos pra carregar. Mas ela tem e ela sofre. Por isso ela vai à igreja. E igreja a gente sabe como é. Na grande média não há gente boa. Há gente sofrida e desesperada. Gente que tenta tapar o sol com a peneira, que se entrega à Jesus pra não se entregar ao sofrimento. A merda é que quase nunca dá certo. Uma pena.
E quando eu digo tudo bem, ela resmunga algo inaudível e cheio de ódio mal disfarçado em sentimento religioso. As vezes ela para e sua cara pretolilás se contorce numa máscara estranha e irritante. Como quase sempre acontece porque, enfim, há muita vaidade em quem se sente triste e injustiçado. O velho lance de se apaixonar pela própria dor.
Não acredito em energia, mas acredito em vampiros. Vampiros em duas modalidades: um que quer que você fique feliz porque ele está feliz, e outro que quer que você fique triste porque ele está triste. A diferença entre eles é nenhuma. Todos se juntam numa única categoria matriz: O Chato.
E O Chato a gente conhece de outras vidas. Porque, sabemos, O Chato é eterno e tem muitos, mas muitos mesmo, amigos.
Inclusive você, à quem O Chato insistir chamar de amigão ou queridão.

2 de fevereiro de 2010

Ruminando em Curitiba.

A vida escorre lenta e insuportável. Seriados Americanos podem ser perigosos. Eles conseguem te envolver com qualquer coisa. Você pode comer merda e nem notar. Deus abençoe a América. Preciso de um livro novo, preciso de uma nova punheta, preciso descobrir um novo site de pornografia. Um que seja cheio de homemades com garotas burras e loiras e peitudas. Pornografia anti tédio. Venenos diferentes de cigarros e álcool.
Chega de sambinhas às terças e sorrisos para garotas que se chamam Raysa. Raysa com Y e número de telefone no papel amassado. Raysa branquela e dadeira querendo que você seja seu macho fodedor. Querendo lhe arrancar a alma pelo pau numa chupada sem vida e com excesso de salíva. As Raysas andam em bando e tanto faz o nome que tem. Raysas pretas, loiras, gringas e ruivas. Cheias de fetiche quando você diz tenho namorada apenas para ter sua alma sugada pelo pau.
A paisagem é cinza e todo dia chove pra caralho. Sempre alguém falando comigo, sempre alguém me contando uma história. Nenhuma solidão e nenhuma glória. A lembrança da menina bonita é um papel molhado pela chuva diária. A velha amiga não lhe deu a bela notícia de sua gravidez planejada como ato de amor.
Na internet mensagens positivas são escritas em profiles e feeds variados. Um otimismo mecânico e tacanho. O papinho de boas vibrações e adesivos ecológicos colados nos carros velozes dos jovens engajados.

1 de fevereiro de 2010

Entrar naquela carne e sentir a loucura de partilhar um corpo. Há mulheres que quando abrem as pernas fazem um tipo de oferenda. Prefiro elas. Mesmo que possam ser menos habilidosas. Não gosto de mulheres habilidosas na cama. Excesso de habilidade no sexo me soa como frieza, incapacidade de se deixar levar pelo delírio. Prefiro o delírio e a inevitável descoordenação que ele impõe.

29 de janeiro de 2010

28 de janeiro de 2010

Aquela mãozinha miúda que me masturbava.

(senta que lá vem história)


Eu tinha 15 anos. Era virgem ainda e começava a me dar bem com as menininhas. O nome dela era Júlia. Tinha 16 ou 17 e tinha acabado de sair de um namoro longo. De 3 anos, acho. Ela não era virgem.

A Júlia era amiga da Liane que era namorada do Thél, o melhor amigo dessa época. Foi a Liane que arranjou as coisas. Era como funcionava na época. Ela me disse que a Júlia tinha gostado de mim. Um dia, numa festa, a gente ficou. Era como se falava: fulano ficou com fulana.


A Júlia foi responsável pelos meus primeiros amassos. Amassos mesmo, com o pau duro se esfregando nas pernas. Lembro que na nossa primeira ficada estávamos na cozinha do salão de festas do prédio da Liane. E foi lá que eu dei o meu primeiro amasso sem sentir vergonha por estar com o pau duro.


(Quando tinha 12, 13, 14 anos, achava, junto com os meus amigos, que quem ficava de pau duro por estar beijando uma menina era inexperiente, tinha beijado pouco e só por isso ficava de pau duro. Então todos nós, nessa época, faziámos um esforço secreto. Ou pra não ficar de pau duro, ou pra esconder o pau duro: da menina, dos amigos e de si mesmo. Agora isso parece estúpido. E é. Mas com 13, 14 anos é difícil entender que pau duro pode ser uma sincera demonstração de afeto.)


A Júlia sentou na pia e eu fiquei em pé. Ela ficou com as pernas afastadas e eu me encaxei. Nôs beijamos sem parar e ficamos naquela esfregação que só com 15 anos é possível. Durou horas. Eis aí o meu primeiro amasso de verdade.


Lembro que a Liane entrou na cozinha, deu risada, disse eu sabia e saiu cheia de satisfação. A gente parou e decidiu voltar para a festa. Antes de descer da pia, ela fez uma coisa que nunca vou esquecer: esticou a gola da blusa, mostrou seu cólo e disse: olha só, olha como tá vermelho. Eu não entendi direito, mas entendi que era bom.


Nunca vou esquecer daquela imagem. Seu cólo era sardento e ossudo, e estava cheio de pequenas manchas vermelhas que pareciam neurônios: mais escuros no centro e perdendo intensidade nas pontas. Entendi, intuitivamente, que aqueles neurônios vermelhos na pele sardenta dela eram a aprovação do meu desempenho no meu primeiro amasso.


A Júlia era pequena, magra e tinha mãos finas e geladas. Foram essas mãos que me deram minha primeira punhetinha-de-mão-alheia. Isso, com 15 anos e virgem, é quase um milagre, um acontecimento. E a Júlia era dedicada e generosa. Em qualquer canto e em qualquer oportunidade lá estava ela com suas mãos finas e geladas me ensinando como viver melhor.


Não lembro quanto tempo nosso caso durou. Acredito que semanas. Também não sei porque paramos de ficar. Lembro que depois de um bom tempo a Liane comentou que a Júlia e o ex tinham reatado. Fazia sentido. Entre as punhetinhas eu havia entendido que eu era seu objeto de vingança. Era isso que fazia suas mãos trabalharem tanto e em todos os lugares: sofá da Liane, casa de máquinas do elevador, escadas do prédio, festas com mocós para adolescentes, cinema, etc.


O curioso é que ela me proibia todo e qualquer acesso à sua buceta. É uma coisa que até hoje não entendo. Talvez o lance da vingança explique. Talvez a idade. O fato é que tudo era permitido, menos sua buceta. Eu nunca conseguia por a mão ali, por mais que ela estivesse só de calcinha. Calcinha azul.


Mas o que mais me encanta quando me lembro da Júlia é que ela era (será que ainda é?) fascinada pelo produto da punheta. É isso mesmo. A Júlia adorava porra. Tinha uma relação com a porra que nunca mais vi em nenhuma outra mulher. Ela gostava daquilo, gostava de ver aquilo, ficava sorridente quando aquilo saia de mim. É a lembrança mais forte que eu guardo: ela e a minha porra.


E o incrível é que toda nossa relação era calcada nisso. Amassos, beijos longos, punhetinhas e, pra epifânia dela, minha porra. Minha abençoada porra. Assim como no primeiro dia ela havia me dito olha só, olha como tá vermelho, ela dizia: olha, olha - mas agora se referindo à sua mão melada que ostentava meus resíduos bem próxima do me rosto. Pra que não houvesse dúvidas sobre o que era pra ser olhado.


Nosso ápice aconteceu no sofá da sala da Liane. Ela de calcinha azul, peitos pequenos e pontudos e maravilhosas sardas espalhadas no cólo e nos ombros. Estávamos, como sempre, num amasso infinito. Eu em cima dela com aquela afobação dos 15 anos: dificuldade para abrir botões e soltar sutien, pressa constante e a típica cara de pau da adolescência - que permite você fazer isso no sofá branco e rico da sala da mãe da sua amiga porque sua amiga está no quarto com o namorado e disse fiquem à vontade.


Não sei como fui parar lá, mas lá estava eu: sentado em cima dela que estava deitada. O pau pra fora, as mãos frias e habilidosas que ela trabalhava com dedicação e os peitos sardentos e bicudos à um palmo de distância, esperando o jato fatal. O jato veio com um movimento muito habilidoso da Júlia. Enquanto uma das mãos trabalhava, a outra, prevendo o futuro, ia de um seio ao outro enquanto a dona das mãos e dos peitos dizia: goza aqui, goza aqui.


Eu tinha 15 anos e obedeci. Não imaginava que essas coisas existiam. Quer dizer, imaginava, mas não achava que aconteceriam comigo. Não naquela época pelo menos. Eu já me dava por satisfeito com beijo na boca e mão na bunda. Aquilo era mais do que eu podia esperar. Deus era bom pra mim. Eu tinha uma garota que me tocava punhetas. As vezes com uma rapidez que quase irritava. Era ir pro mocó e a punheta começava: veloz e infalível.


Nunca mais soube da Júlia ou da Liane. O Thél tá trabalhando na África e já não o vejo há 2 anos. As vezes, quando estou eu mesmo tocando minha própria punheta, me lembro da Júlia e da sua dedicação. É algo que até hoje me impressiona. Não deixa de ser uma nostalgia. É mais fácil viver quando uma simples gozada nos peitos lhe soa como um milagre.

Gozar com 15 anos é sempre mais simples.

27 de janeiro de 2010

26 de janeiro de 2010

morrem para nos salvar.

Essas loucas insatisfeitas jogam dados em cassinos clandestinos e arregalam os olhos e ficam lhe encarando de frente. Elas sabem de tudo e de todos e têm uma habilidade enorme para rebolar. E rebolam bem, as desgraçadas. As bundas anunciam os anjos que você vai ver e você começa a rezar.
Elas acham graça da sua reza e riem com os dentes enormes e brancos enquanto pedem pra que você lhes pague mais um drink. E você topa. Você tá no inferno, sente simpatia pelo demônio e quer ver os anjos que saem dos rêgos daquelas bundas.
Não há nenhuma ternura, mas elas falam o que você quer ouvir. É a contra parte da reza. É a hora que Deus ouve suas preces. Ele mesmo, lá de cima, também acha graça da sua falta de jeito com elas. Ele gosta delas. Ele também aprecia as bundas e os rebolados. Sabe que é apenas outra forma de reza.
É Ele, enfim, quem libera os anjinhos.

24 de janeiro de 2010

Escorrendo no sofá com o Faustão. Lento e idiota. O tempo crescendo cheio de unhas dentro do meu estômago. Um mau humor que atinge o fígado e o pâncreas. As velhas formas, as moças loucas e as crianças que choram pra chamar atenção. Nada de novo e nada de velho. O mesmo.

23 de janeiro de 2010

Antes do Boa Noite.

Eu lá mais ou menos como sempre:
Mas acontece que a guria cresceu e tem peitos enormes. Me pego impressionado com isso e também com o fato de eu reparar nisso. Não era o caso. É coisa antiga, amiga de infância, quase parente e bla-blá-blá.
Isso não tá certo.
Mas pior é ela me pegar sacando seus enormes peitos.
E pior ainda é eu, em tentativa frustrada de auto repressão, gostar dela ter me pego sacando seus enormes - e por que não? - deliciosos peitos.
Meu inferno seria uma casa cheia de gurias como ela. Que cresceram e ficaram gostosas e fartas. Elas já têm pêlos em seus corpos, é o que me digo para evitar a inevitável culpa.
Outro assunto:
Deveria ser mais decisiva e menos coluna do meio. Preciso de bunda de fora. Não gosto de convencer à mim mesmo. Prefiro fêmeas que confirmam o que penso. Sem deixar que eu note, esteja claro.
No mais aquele desejo que se mistura com curiosidade e que, portanto, é apenas um desejo infantil. Desses que crianças têm: como se o único mistério estivesse naquilo que não se conhece. E cá comigo prefiro o mistério próximo e intimo, que fica sempre à um átimo de ser revelado.
Em outras palavras e simplificando a coisa: gosto apenas do que posso realmente ter. E ter o que se gosta é o milagre que uns aí chamam de amor.
Coisa que não precisa ser abastecida por novidades para que tenha sentido.
Pra sair:
Meu gosto é estranho e sobre os meus hábitos eu nem comento. Sinto quase vergonha ao ver, como só eu posso ver, minhas manias sendo executadas por mim mesmo como um doente que conhece sua cura, mas que, mesmo assim, prefere a própria doença.
Estar vivo e pensar é um coisa perigosa as vezes.
Mas prefiro assim.
Estar apenas vivo é coisa de plantas e plantas,
graças à Deus,
não me bastam.

22 de janeiro de 2010

enfeite e auto controle. tudo certo.

Preparo posts prum futuro.
Porque não é o caso de aparentar o que não é o caso.
Sem jogos.
Eu sou discreto. Eu insisto: eu sou elegante.
Prefiro a coisa reta à linha curva. Ambiguidade, acho eu, só cola quando você menospreza seu interlocutor. Como acontece quando você fala palavras de dicionário pra crianças.
Mas não agora. E não por isso.
Prefiro imaginar ELA como uma rainha má, mas esperta. Dessas que falam, mas que só importam quando o silêncio é calmo e absoluto.
É como escolho e como invento.
E toda invenção é minha, afinal.

21 de janeiro de 2010

Pastos velhos para éguas novas.

(foto de Ernesto Matos)

Punheta do passado. É isso que ela gosta de fazer. Ama ter amado os amores que não deram certo. Adora sentir saudades de todos que a desprezaram. Seus olhos apertados e escuros fazendo sombra em seus enormes dentes brancos.

Fêmea com cara de cavalo. Potranca forte e de pata dura. Comendo pasto, procurando pasto, tentando galopar. Sem cela, sem arreio. Os olhos fixos como os olhos vidrados de um cavalinho de carrossel. A agonia petrificada e pintada de tinta preta.

O cavalinho do carrossel funciona assim: não para nunca, olha sempre pra frente e nem nota que gira em círculos. Ele se incomoda com as criancinhas que trepam nele e esquece que ele, como cavalinho de carrossel, foi feito justamente pra ser trepado por criancinhas ranhentas e desagradáveis.

Mas ela segue. E ela sofre e come pasto. Combate o tédio com grama verde. Lembra da sua enorme tristeza e se sente muito vital. Porque, em algum momento, ela entendeu a própria tristeza. E interpretou a própria tristeza como um lado poético de sua personalidade de mulher-cavala.

Nas noites sem lua ela relincha satisfeita e se vê em grandes parques de diversão, fazendo parte de um carrossel imenso, dourado e cheio de luzes que piscam frenéticas. Um carrossel de ouro que faz um giro belíssimo com 100 metros de diâmetro.

Ela cavalga veloz e sente o vento na cara. Ela se considera feliz, apesar de tudo. Ela não é boa, ela não é má. Ela é apenas o que pode ser. E isso, infelizmente, não é muita coisa.

19 de janeiro de 2010

Idiotas abrem caixinhas pra desvendar mistérios.

Falo sobre isso porque sou esse tipo de idiota. E a minha autoridade nesse assunto só procede por meu cu ser enorme e conter várias e múltiplas caixinhas. Mas sejamos francos: quem acredita que realmente pode mudar?
Imbecis crêem nisso. Apaixonados também. Loucos podem até serem visionários, mas sofrem mais com a própria loucura do que com a loucura alheia.
E é aí que a idiotez se revela: porque não é possível entender nada de nada que ocorra em outra pessoa que não em você mesmo. E mesmo você em você mesmo entende-se mal e porcamente.
Porque esse lance de siconhecermelhor é bonitinho, pega bem e tá na moda. Assim como é inútil e equivocado.
(Embora eu ainda prefira um cabeça dura à um topa tudo. Questão de gosto apenas.)
Seja como for insisto que:
  • berrar bem não é ter boa voz.
  • amor à primeira vista só é crível em bons filmes.
  • suor e talento são duas coisas distintas.
  • dizer 'eu tô feliz' é coisa de suicida.
  • pássaros na mão de maneta não chega a impressionar.
  • blogue é tédio por escrito.
  • vitória só serve pra humilhar inimigos.
  • comer mulher de amigo é prazer em dobro.
  • ser bipolar é condição de estar vivo.
  • arranhar sem unhas é uma coisa possível.
  • facebook é melhor que orkut.

No mais, um peido fedido

e uma cerveja gelada

atualizar o próprio blogue

é uma tremenda parada.

18 de janeiro de 2010

NÃO ESQUEÇA DE VER
O QUE EU NÃO MOSTRO.
É SÓ ISSO QUE PEÇO
E OFEREÇO.

16 de janeiro de 2010

telhado de casa desconhecida.

De madrugada, quase amanhecendo, ela me procura como uma gata que ronda telhados que deseja conhecer melhor. Como que pra ter a garantia de correr por eles no escuro sem o risco da queda. Ela, como qualquer ser decente e adulto, quer segurança.
Eu vejo seus passos e as vezes formulo conexões estranhas entre ela e meus vícios. Penso nisso e naquilo, choro e sorrio baixinho enquanto digo pra mim mesmo: não se afobe e nem se apresse. Ter exatidão, nesse caso, é vencer do Tempo.
Imagino que ela perceba o mesmo que eu. A visão do abismo e a atração que exerce lento, enorme e profundo. Lançar-se no abismo pra sempre ou pra quebrar a cabeça. 1 possibilidade em 2 e o medo repentino que surge quando se percebe que a segurança, assim como a felicidade, é só um desejo; e não um algo palpável que se modela com o pensamento e as mãos.
Minha gata ronrona distante em terras quentes e chuvosas. Vislumbro ela dormindo de camiseta e calcinha e sinto um frisson ao notar que suas pernas, levemente abertas, estão voltadas em minha direção.
Brasília
meu cu.
I do not
love you.

14 de janeiro de 2010

relatinho com os hollywods de mamãe.

Sendo descolado na night curitibana.
-

Vejam vocês: agora falo night e vou para a dita balada. É simples. Uma lógica que usei nas vezes em que me mudei de cidade. Quando você não conhece ninguém ou não sabe o que fazer, você topa tudo. Ou quase tudo.
E nessas vou pra balada e curto-a-night.
Tenho amigos daqui de quem me afastei um bocado. Não por nada, mas porque houve as namoradas, os quase casamentos, as drogas, as mudanças de turma, etc.
Mas agora, eu e um velho amigo, o grande Titones, saímos como nos velhos tempos e nos sentimos muito bem, obrigado. Meu limite é a balada country que ele me chama e eu não vou, mas, tirando isso, até em sambinha tô indo.
E sambinha em curitiba é ainda pior do que no rio de janeiro. Ou seria melhor, já que a farsa-sambinha fica mais escancarada?
Não importa.
O fato é que ainda me mantenho longe da muvuca que gosta de pipocar na beira do palco ou na pista e, pra manter um mínimo de integridade e elegância, bebo os chopes duplos de terça feira no balcão.
A novidade da vez é falar com as gurias. Com uma cara de pau que nem é minha e que nem chega à ser sincera. É o velho sistema que já disse: quando você não conhece ninguém ou não sabe o que fazer, você topa tudo.
E nessas fiquei de papo com duas gurias. Eu tava me exibindo é claro. Mostrando pros amigos de 12 anos atrás que agora eu abordo as loucas no meio do bar e que sou capaz de descolar telefones e coisas do tipo. Tudo certo. Tudo falso e prazeroso. Uma maravilha.
Mas o que eu quero contar é:

Uma guria, de nome Iane se não me engano, era de manaus e tinha um belo nariz grande com traços feminos do tipo que eu adoro. E eu conversando com ela e então ela me fala que tava com um namoradinho aí, que na verdade é da grécia, e que ela havia o conhecido no chile ano passado e que, desde então, eles mantém contato num romance meio virtual, e que agora ele tava aí e ficaria até abril e todo esse papinho que se têm com desconhecidos. E a gente conversando e o papo era bom e o grego aparece com camiseta do brasil e ele quer ser músico e é legal e bom de papo também, e fala do samba e eu pergunto dos gregos e ele é legal mesmo e tudo o mais. Mas é um gringo, um gringo grego, e eu, vendo os dois, noto que tem qualquer coisa de estranha alí e então ela, semi estúpida e afastando o grego que ficava a agarrando o tempo todo, manda ele ir pegar cerveja e o grego vai lá como o cara legal que realmente é. E daí o álcool causa a epifania que é o grande ponto dessa história.
Sou curto, sincero e grosso. Olho bem pra cara dela e solto:
- posso te falar uma coisa desagradável?
- claro.
- qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade nota que você não tá nem um pouco apaixonada por esse cara.
Ela fica séria, esconde os dentes com a boca imensa e sinto que meu pau se mexe dentro da cueca.
Daí o grego volta e a coisa fica flagrante. Ela o trata cada vez pior e cada vez mais ela me dá trela. O grego nota, eu noto que ele nota, mas que se foda. Ele é gringo é grego e é legal, legal demais eu diria. Meu pau não para de mudar de lado dentro da cueca e ela pede meus contatos e o grego gringo pergunta por que e ela diz da sua viagem à bahia e que deve passar pelo Rio e eu só vendo e ficando com uma puta vontade de que aquele gringo desapareça pra eu dar um bote semi-canalha, porém profundamente sincero. O que, infelizmente, não ocorreu. Mas num vacilo do gringo ela sentou e eu a pilhei, com a devida distância do gringo, pra ela me ligar aqui mesmo em curitiba e ela lançou que tava pensando seriamente naquilo que eu tinha dito e eu perguntei aquilooquê e ela repetiu exatamente a frase que eu havia dito e que tá escrita aí em cima e eu me senti um gênio.
Mas o gringo voltou e meus amigos queriam ir embora e o gringo queria a levar pra perto do palco para bancar a pipoca. Dei um abraço afetuoso no grego gringo que, apesar de tudo, era gente boa e bom de papo e na hora de me despedir dela, fiz uma manobra e fiquei de costas pro gringo e falei, bem colado no ouvido dela:
- me liga mesmo, porra. até abril vai ser foda.
- eu sei, eu sei.
- pensa no que eu te falei.
- to pensando.
E meus amigos chegaram e fomos andando até o carro comentando sobre o bela manaura e o bondoso gringo grego.

12 de janeiro de 2010

Para aparentar profundidade a gente faz citações. Antes isso era a praxe necessária: basta ler o D. Quixote e reparar como o Cervantes cita e cita.
Na época dele um romancista tinhaque mostrar erudição, como um tipo de aval para seu talento.
A ironia é que agora, dizendo isso, entro pra turma que aparenta profundidade fazendo citações.
Acontece que o D. Quixote é genial - uma puta obra de arte que nem eu e nem ninguém precisa defender. Ele está lá e existe. Basta ler 35 págs. pra sacar que citar é o que há de menos relevante na coisa.
O relevante é o gênio. E o gênio, quando fodão, é da ordem dos mistérios. Desvendar o gênio é matar o gênio. Assim como o amor. Ou como o Nelson Rodrigues explicando o por que de ser contra a Educação Sexual. É mais ou menos assim: "se você educa alguém sobre o sexo, você mata o mistério do sexo. e sexo sem mistério é coisa de gata vadia e não de ser humano, pra quem sexo pode ser amor."
Seja como for, falo isso porque vejo as citações dos canalhas. Os canalhas são uma gente pop, bem relacionada e capaz de fazer barulho. E os canalhas, como tais, usam e abusam das citações. Provando, como no séc. XV, que são eruditos por conhecer tal ou tal obra.
Daí me pego pensando no sucesso alheio e na minha capacidade de fazer barulho - que é nenhuma. E vejo que posso até citar, mas que, mesmo assim, nunca serei pop e bem relacionado. Simplesmente porque não tenho habilidade pra isso.
Confesso que até gostaria de ter, pois assim, sendo divertido e sociável, acho que minhas citações renderiam bem mais. Mas não é o caso e saber disso e daquilo é apenas confirmar uma merda velha e conhecida.
Acontece que eu leio umas coisas aí e que também faço mestrado - onde citações ainda provam que a erudição idiota é necessária para ser um um romancista pop ou um Doutor com voz anasalada e alma inexistente.
Nenhuma paixão porque a distância é necessária para a visão crítica. Artaud é só um visionário lunático e viciado - ainda que seja capaz de causar comoção entre phds metódicos e comedores de cus adolescentes.
Cá comigo ainda dispenso os cus e a erudição.
(Por pura falta de habilidade, esteja claro.)
Que se apenas citações
me rendesse os tais cus
já tava feito e regalado,
com direito à
dinheiro no bolso
e pau esfolado.
Mamicas douradas
em céu de Brigadeiro.
Penso em você
o tempo inteiro.

11 de janeiro de 2010

O mau humor é um rato no meu estômago. Dentes salientes e garras afiadas arranham meu esôfago quando o rato tenta escapar. Penso nos paliativos anti mau humor: punheta, cachaça, t.v., livro, internet, carícia na cachorra Frida, etc.
Mas escolho o blogue e deixo estar.
Livros chatos pra ler, trabalhos estúpidos pra cumprir e a repetição de um discurso falso e confuso que se pretende profundo e auto consciente. A puída noção da humildade como virtude.
(A vantagem do egoísta é que ele só se justifica em própria defesa. O egoísta pode até ser um cretino, mas é um cretino que mente apenas pros outros e não pra si próprio. O ego enorme gosta de comer e come sem culpa. É o devorador destrutivo que não se faz de rogado ou seletivo: qualquer carne é carne e toda carne alimenta.)
Seja como for, uma cerveja e uma blogada pra voltar pros livros chatos e pra farsa toda. Ninguém sai imune dessa merda. Ou melhor: só imbecis saem imunes dessa merda.

10 de janeiro de 2010

blábláblá.

Cabeça enorme e mãos pequenas. Queria dizer uns trecos bonitos aí. Pra você. Pra ver se você sabe que você é você. Porque eu, cá comigo, sempre desconfio que eu sou eu quando aquilo/isso é escrito pra ou por mim.
Minha alma de curitibano desconfiado mostra as manguinhas, sabe como é? Não sabe, mas te explico:

na minha cidade os pontos de ônibus são tubos. não são placas ou painéis. são tubos. redondos, enormes e pretos-transparentes. a gente espera os ônibus dentro dos tubos. a gente gosta dos tubos. a gente se identifica com os tubos.

E nessas eu sou eu aqui. E eu aqui, meu deus, sei lá quem é. Bebo pouco e vejo novela. Um-horror-uma-maravilha. 10 horas de televisão é uma coisa de outro mundo. Como a primeira vez que se trepa ou que se usa drogas. Fica-se achando que algo mudou dentro de você. É horrível, não é? É fatal, eu digo. Achar que algo mudou dentro de você é uma coisa com a qual tem que se preocupar.
Mas é que venho pra cá e fico com a minha mãe. E mãe é uma gente que não se pode fugir. E nem é o caso. Até porque moro longe dela e sei que, se tudo der certo, ela morrerá antes de mim.
Então ficamos no sofá competindo pra ver quem fuma mais. É um páreo duro e cheio de afeto. As vezes ela limpa os cinzeiros - no plural mesmo - e as vezes eu.
Ela, como mãe, pelo menos nos fins de semana, me alimenta.
Eu, como filho, pelo menos nos fins de semana, bebo vinho argentino.
E assim passam os dias e as horas e voltimeia me pego pensando em você.
E se: 1, você é você. 2, você sabe que você é você. 3, você existe ou é uma invenção minha.
Seja como for, agradeço à azia que me deixou beber quase 3 garrafas de vinho sem se manifestar.
E também ao vinho argentino (que mesmo sem me agradar porque prefiro cerveja ou whiskey) contribuiu pra mais um post no meu bomblogueamigoblogue.

"Beijos no coração
é a conclusão
pra minha
contribuição".

9 de janeiro de 2010

Estrelas
estalam
na minha
cabeça.
E eu aqui
sofrendo à beça
por não ter
entrado
na sua buça.

8 de janeiro de 2010

Dou dicas prum velho amigo meu.
Nem sou e nem nunca fui bom nisso.
Mulheres são coisas estranhas e misteriosas.
Mas mesmo assim eu falei:
- Quando voltar põe a mão nas coxas dela.
E ele achou que era o caso e fez.
Perdi a carona
por uma boa causa,
acho.

4 de janeiro de 2010

Fico te bolindo na minha imaginação.
3.
Veja só, ontem você ficou brava comigo porque falei obscenidades durante nosso sexo de bons sonhos. Você me disse que não era assim, que hoje não tava com esse clima e que eu devia ter notado. Me acusou de insensível e machista e dormiu brava e sem deixar eu te encoxar.
2.
Semana passada foi você que me procurou. Acho que foi a primeira vez que me ligou tão decidida. Vou praí, tá? Levo bebinha pra gente. Chegou com uma carinha triste, de moleton e chinelo de dedo. Achei tão engraçado. Disse que beberia vinho, mas que tinha me trazido uma cerveja importada, pois sabia que de vinho eu não era lá muito fã. Mas bebi vinho e foi sua vez de achar graça. Nunca imaginei. Depois fizemos sexo lento, longo e numa sincronia quase assustadora. Dormimos melados, como você diz. O som ligado, a janela aberta e os moletons engruvinhados na beira da cama.
1.
Você disse que não dava no primeiro encontro, mas que faria uma exceção. Abriu as pernas compridas e me deixou ficar alí, naquela pequena batalha contra a morte. Uma ou outra arrumação prum encaixe melhor e sua vergonha em manter os olhos abertos. O orgasmo fatal, o grito surpreendentemente agudo e a velha história de culpar o álcool pelos excessos.
Desencana.
Não tô encanada.
Dorme aqui?
Não.
Por que?
Você não merece duas exceções.
Mereço.
Mas mesmo assim nada feito, vou pra casa.
E foi se arrumar escondida no banheiro e demorou horas e horas e horas.
Quando acordei vi o bilhete na mesa: nos falamos.
Concordei baixinho e voltei à dormir.
A rebeldia de mostrar a bunda.
Como se mostrar a bunda fosse sinal de liberdade, como se liberdade fosse feita por atos e atitudes.
Nenhum piercing em nenhuma teta prova o que quer que seja.
Mas há algo que precisa ser provado por alguém que eu não conheço.
-
ou:
-
Ela anda de patins e usa uma sombra azul, e também dança com bichas e sapatões em festas eletrônicas que tentam imitar os sons que os índios faziam.
E ela dançando se sente bem e livre porque ela gosta de esquecer. Beija desconhecidos no meio das festas e pega em paus que nem duro ficam. E ela roda e roda e roda. E diz que todas mulheres querem dançar e que ninguém aproveita os momentos como ela.
Mantém todos os piercings lustrados e toma drogas que lhe deixam em pura-potência.
Sorri a toa e se sente bem.
De noite, bem tarde, seus fantasmas lhe visitam.
Mas ela não liga porque acreditar em fantasmas é antiquado e careta.

1 de janeiro de 2010

relatinho.

Daqui eu vejo o oceano. É bacana ficar olhando pra ele. Nos últimos dias tenho passado horas imerso ali. Vou até onde não dá pé e me deixo boiar. É um oceano calmo e idiota como são as coisas bestas e boas. Se minha família não fosse tão grande e invasiva eu tentaria tocar uma punhetinha lá dentro. Acho que daria certo. Deve ser bom ejacular na água salgada, misturar a porra e a espuma. Cada um no seu lugar.
Ontem dei uma bela cagada lá pelas 10 da noite. Limpei o dito ânus e fiquei olhando praquela merda toda e pensei: adeus merda velha, agora só merda nova. Puxei o cordão da privada e um pequeno troço resistiu à queda d'água. Fiquei pensando que troço era esse e tive quase uma visão mística. Esperei a caixa encher e puxei novamente o cordão. Agora sim só merda nova.
Eu tava bêbado porque eu acho importante ficar bêbado em eventos como o Ano Novo. O excesso nessas datas é uma coisa de bicho que a gente preserva e eu embarco.
No Ano Novo só como depois da meia noite. Ou não como. O que não faço é comer antes, tipo 10:30. Dá um azar tremendo na minha cabeça. Porque se se comer antes, você estará, justo na hora da virada, fabricando merda. E, bem, no Ano Novo a brincadeira é achar que tudo será melhor e mais fodão. E por essas prefiro deixar meu intestino em paz.
Mais um dia aqui e agora o oceano idiota deu pra ficar agitadinho - o que impede que eu boie com a minha adorável pança pra cima.
Não gosto de ficar brigando com as ondas, prefiro boiar.

28 de dezembro de 2009

No mar até ficar enrugado.

Mexendo
no pau
pela lateral
do calção
e pensando
se a água salgada
é benéfica pra ele.