30 de abril de 2012

língua roxa de syrah

O prazer de ler as próprias coisas e gostar. E pensar em projetos gráficos audaciosos. E, por que não?, em ser o vendedor das próprias lástimas.
Em outras palavras: o prazer de sonhar. E de entender que sonho ou realidade tem mais a ver com estilo do que com conteúdo, com fim.
Tipo: o junk da realidade acha que sua realização é fruto de um trabalho árduo; o junk do sonho acha que sua realização é fruto de seu talento.
Seja como for, os dois gostam das próprias realizações.
E tanto faz. E pouco importa. E é questão de estilo.
Estilo, essa coisa-palavra que tão bem o velho Buk definiu.
Então ouço as canções do Leonard Cohen e sinto-me doce, otimista e imagino que conversar comigo hoje seria muito chato.
E tomo vinho barato e me preparo pra ir à uma peça e digo pra mim mesmo:
- sim, sim, continue.   

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