27 de março de 2011

trivoé.

Sentir tesão é tão bom, tão inofensivo.
Que hoje tarei as coxas da loira que estava ao meu lado no busão.
Conversamos:
- foi pra praia, é?
- fui.
(É que o ônibus estava vazio e ela sentou ao meu lado,
o que fez com que eu perguntasse sobre a praia.
Mas isso só depois d'ela se mexer no banco e
encostar sua coxa em mim.
Pediu desculpas, a bobinha.)
Após uma início de pau durecência, ela mudou de banco.
Achei estranho, mas não muito.
O ônibus é um circo variado e sem controle;
e as mulheres, loiras ou não, querendo ou não, confundem os homens.
Daí que cogitei ir ao seu banco, mas não fui.
Imaginei uma bela cena onde ela ficaria surpresa e eu sorridente, falante e cheio de atitude.
Mas como não fiz o que pensei
voltei ao meu livro e li.
Ler, muitas e tantas vezes, é uma atitude desesperada:
ignora-se a realidade para apreciar o mundo controlado que as palavras propiciam.
Então chega o meu ponto e reparo que há um negro lindo ao lado dela.
Olho de soslaio, mas ela me vê e abre um riso que é uma borboleta branca.
Eu rio também e desço.
-
À caminho de casa descubro o óbvio:
mulheres não apenas confundem os homens,
mulheres têm um enorme prazer em confundir os homens.

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