4 de janeiro de 2011

faniquitos de ano novo 2.

as noites tristes depois do natal:


  • Casais se matam e se agridem. As unhas, postas pra fora, arranham as carnes que aparentemente se amam em noites menos (ou seriam mais?) frias. Ranhetices com prazo de validade suspeito: casais novos e velhos se matam com mais ou menos intensidade - ou seria competência? Seja como for, sinto-me ótimo estando solteiro. Meu inferno é apenas eu e não o outro. Parece-me justo e decente.
  • Ou você melhora com o tempo ou você tá morto. Isso não é virtude, é um mínimo de decência. Se você reclama há 30 anos da mesma coisa, há qualquer erro fatal que passa despercebido. Se você reclama há cada dia de uma coisa diferente, você tá fudido e mal pago, inventando micro-inimigos pra se sentir vivo. Uma mesma queixa a cada 3 anos me parece um bom número.
  • Ficar no banco do passageiro reclamando do motorista é um filme velho, chato e previsível. Pode-se dormir, assumir o volante ou simplesmente cutucar o nariz. Há a alternativa de ler ou ouvir música, mas nada disso será feito. Reclamar é quase um prazer - como alguém que inflama a unha do dedão do pé para sentir aquela dorzinha "gostosa" a cada passo.
  • A necessidade de plateia para mostrar os próprios sentimentos é uma dessas coisas que cada vez reparo mais e entendo menos. Por um lado é apenas vaidade, por outro é um golpe baixo que aproveita o grupo para se esconder. É como falar sobre sexo numa mesa de bar: todos se tornam muitos sexuais e lascivos.

2 comentários:

Anônimo disse...

muito bom texto!

fmaatz disse...

curti.;0