28 de maio de 2010

Encarar o demônio.

Mulher bonita, bem bonita. Mulher grande, farta e com adoráveis quatro pálpebras. Que na cama ficava menor, que num dia especial me abraçou e chorou de um jeito estranho e fatal. Que falou um treco lindo, hoje mesmo, sobre esse choro.
Ter alguma calma diante do dragão da impossibilidade que ronda a minha casa depois que li isso na Averbuck. Organizo minha vida escrevendo - só mais um jeito de arrumar o mundo e ver as trevas sem cegar.
Foi triste.
É triste.
O lapso entre o desejo e a incapacidade.
Por que tanto mau trato entre pessoas que se gostam? Por que tanto desentendimento entre gente que quer se entender?
O dragão da impossibilidade batendo suas asas. O fogo que ameaça destruir os antigos desejos de ternura. A bomba que não conseguiu ser desarmada.
Agora o tempo escorrendo lento como as lágrimas de hoje de manhã. Porque é triste não entender as coisas, o mundo e aquela que adoraria ter entendido.
anedota*
murro em ponta de faca: por um lado, se você entortar a faca, será genial. por outro, sua mão sangrará de qualquer maneira.

2 comentários:

Ândrea Fricks disse...

Enxergo lágrimas e derrota. É a desistência diante do tal dragão. Viver sob a tirania da impossibilidade, dá dor no osso e sangra de qualquer maneira.

amei, mais uma vez.

fmaatz disse...

é por aí, mas está mais para jogar a toalha. se fosse derrota, teria passado por todos os rounds.
bjs
f.