12 de fevereiro de 2010

Por motivos que não conto fico na minha. Porque conheço meus delírios e pavores. Porque o pavor mora ao lado.
São coisas que rondam a minha cabeça e que finjo ignorar.
E finjo mal. E ignoro menos ainda.
(O diabo tem asas, a gente sabe.
Ele dança bem e sai, literalmente, voado.
Como só um ser com asas pode fazer.)
E nessas seguro meu rojão sem deixar de admirar as belas asas do capeta: um branco quase transparente, as penas bem distribuídas e uma envergadura que surpreende e encanta.
Seja como for há a minha casinha e minha doce solidão. Prefiro ver do que participar. E isso acho que desde criança. Porque minha mãe disse que eu sumia nas festinhas e que quando me procurava eu estava no meu quarto, brincando sozinho.
Faz sentido. Faz sentido até hoje, acho.
Brincar sozinho pode ser fuga ou auto conhecimento, tanto faz.
O fato é que não consigo confiar em quem sempre precisa de alguém pra brincar. É uma limitação que não quero ter.
O diabo sempre existe e é sempre os outros - como o inferno do vesgo.
Ter medo dele é um tipo de decência na minha cabeça.
Achá-lo bonito, também.

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