18 de maio de 2009

relatinho.

Conforme o marcado, eu estava presente. E prevenido, porque conheço essa gente. Acham-se ótimos porque sabem que você precisa mais deles do que eles de você. Você é um passageiro e eles são a roleta. Nada justo, mas na selva é normal usar a vantagem que se tem.
Estava preparado: livro e lápis na manga, cinismo exercitado, essas coisas. Também uso meu sorriso para conquistar idiotas. Dou bom dia a torto e a direito.
O rapaz me chama. Sente-se muito especial em sua roupa e gosta de explicar tudo. Enfia-me os tubos, passa álcool na minha testa e pede coisas estúpidas:
- conte até 50 de 2 em 2.
- fecha o olho. foca na luz.
- 3 frutas amarelas.
E por aí vai. Vento quente, vento frio. De olho fechado lembro de tudo e sinto arrepios. Cada uma que a gente se mete. E tem a vida pela frente. E o que cargas d' água significa 'a vida pela frente'? Qual seria a outra opção? Minha vó de 80 anos também tem a vida pela frente.
Mais alguns desafios:
- contagem regressiva de 30.
- acompanhar a luz com os olhos.
- 3 praias.
Saio com saudações de melhoras e não entendo nada já que me sinto bem.
No caminho pra casa lembro da guria cheia de gracinhas, mas que fica séria e melancólica no outono. As coisas são misteriosas e, cada vez mais, sinto tara por mulheres grávidas. Ainda mais quando querem táxi e você as ajuda.
Você é um cavalheiro / Você é tesuda.

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