14 de setembro de 2009

nem todo dia deve ser santo e essa gente é chata.

ladainhas tão velhas e gastas que só mesmo com muita crença na própria imbecilidade pra suportar. e nessas de suportar se repete as perguntas imbecis que sempre se ouve por aí:
- devo resistir?
- isso é importante?
- até quando posso postar o projeto?
- as crianças tem sexo, não tem?
e vira-se noites perguntando isso como doidos burros e tristes. e todos nós dançamos juntos e em má companhia. há mais humor no mal humor, é minha regrinha de hoje.
e lá fora, bem longe, bem longe mesmo, há quem acredite que dance pra apenas se divertir.
tudo certo: eles lá e eu aqui.

13 de setembro de 2009

Aqueles olhos eram duas formigas. Grandes e perigosos.
Bunda enorme e de um marrom quase claro. Era insuportável os ver ali, boiando perto da minha cara e dizendo, assim com calma, que não havia nada pra me preocupar.
A bobinha achava que eu era um comedor de putas. Quando perguntei por que, ela respondeu a resposta das bobinhas: por causa do seu blogue.
Olhos de formiga, mas otária. Assim fica mais fácil. Qualquer farsa é aceita, qualquer extravagância é tolerada e tudo parece muito coerente e claro. Por causa do meu blogue...
De qualquer maneira as prostitutas são mais baratas e mais, muito mais, competentes.
Meu bom amigo me disse que tem um site aí, com mulheres semi decentes que é bem simples: 120 pratas pra duas horas, o local e o táxi são seus.
Mas porra, duas horas, pra esse caso, é um tempo bom demais. Acho que dá até pra fazer amor, pra se apaixonar e, por que não?, pra escolher os nomes dos rebentos.
O perigo é esse. E só os otários não acham o mundo um lugar perigoso.
E a dona dos olhos de formiga achava que o mundo era apenas um jardimzinho bem decorado onde eu, o comedor de putas, teria muitas histórias pra lhe contar.
É velho isso, mas eu repito: senta que eu conto. E bem, vamos lá, gosto de ter uma buceta pra me esfolar. Mesmo que ela seja bobinha e tenha olhos de formiga, mesmo que saia mais caro do que as semi decentes do site do meu bom amigo.
- e então?
- tenho cervejas em casa e moro perto.
- perfeito, não é?
- na verdade não, preferia que você não conhecesse minha casa.
- que absurdo.
- eu como putas, lembra?
- e daí?
- daí que quem come putas, come putas em motel, sacou?
- quer ir prum motel, é isso?
- na verdade não.
- o que quer então, poxa vida?
- quero ir pra casa e beber sozinho.
- sério?
- sério.
- que nojo. você é nojento, sabia?
- por que?
- porque é um comedor de putas, oras! já li sobre isso, homens que só conseguem comer putas!
- ...
- não vai falar nada?
- onde leu isso?
- na Claúdia, por que? sou fútil por causa disso?
- não disse isso.
- mas pensou, aposto! você é o comedor de putas mais escroto que eu já conheci...
- ...
- que cretino! fica em silêncio pra mostrar que é superior!
- não é nada disso...eu só quero...
- conheço bem o tipo. comedor de puta...
- você conhece vários comedores de puta, é isso?
- cara, você é nojento cara, nojento...
E sai com seus olhos de formiga e cheia de atitude. Na esquina ainda vi que sua boca balbuciava 'nojento'.
Preciso descobrir esse site e me arriscar menos.
O mundo é um lugar perigoso, eu repito.

12 de setembro de 2009

sobre os meus.

Cada ano mais esperto.
Fazer aniversário é isso, ver o tempo que passa é isso. Acho um desejo bem viável, e isso, sabemos, é raro em desejos.
Então seguro minha marcha e olho pros meus. Os meus são aqueles que elegi e se parecem mais entre si do que imaginava antes.
Olho pra eles e tenho certeza: estão mais espertos.
Claro que eles ainda não são gênios e que peidam sem mesmo notar. Mas eles são dos meus e eu os defendo sempre porque tenho lá minha ética.
E isso, pensar isso, viver isso e ver isso, me traz aquela calma doente de quem acredita que tá no caminho certo. E "caminho certo" não quer dizer nada, mas faz um sentido tremendo quando você fala isso na primeira pessoa.
E eu falo e os meus falam também. Com larga vantagem pra eles, que falam mais do que eu, o que nem chega a ser uma façanha.
E bebemos em boa companhia e voltamos pra casa dividindo o mesmo asfalto: um silêncio charmoso e cúmplice.
Um passo depois do outro e um sorriso que tem apenas meia boca, mas que é verdadeiramente sincero. É apenas isso, agora, que importa.
O resto é aquele estúpido escândalo do 'eu te amo' e do 'preciso de você' - com um sorriso insuportável e de boca inteira na cara.

11 de setembro de 2009

(desenho de Wolinski, do blogue do Solda Fodão)


Então havia esse idiota entre nós. Ele dizia idiotices e nós, naquelas de não rejeitar desconhecidos, ouvíamos absurdos. Idiota que se acha esperto é o pior tipo.
E ele dizia:
- mulher tem que ser limpa, mulher tem ser cheirosa, mulher tem que se depilar a cada quinze dias e ir toda semana na manicure, mulher tem que ter unhas fortes, mulher tem que ser carinhosa, mulher tem que depilar que eu não gosto de buceta peluda, mulher tem que ter orkut, mulher tem que ter msn...qual é a ID da sua irmã mesmo?
E os idiotas tem uma coisa incrível. Eles são capazes de monopolizar o papo, a cerveja, o cigarro e até o silêncio. E ele tava lá, virando assunto, mesmo que por negação:
- tem certeza que gosta de mulher?
- você é virgem, não é?
- buceta é buceta, gosta de buceta ou de depilação?
- teve alguma namorada que fazia isso?
- você acredita em felicidade e crediário, não é isso?
- assiste Faustão e a dança dos famosos?
Mas o idiota é um ser poderoso. É estranho e constrangedor. Ele vira o foco do papo mais tedioso que você já teve, e você, como carniça no sol do urubu, nem nota que já tá morto. E ele fala e fala e quando você nota, ele já foi embora, mas você ainda tá falando dele.
O idiota é um tipo inesquecível.
Éramos quatro e ele um. Perdemos feio e perdemos mal. Nem todo idiota tem irmãs e irmão, mas esse tinha. E o pobre do irmão e da irmã nem tinham culpa.
Coisa de sangue, sabe como é? Um problema.
Mas agora, com a devida distância e com alguma consciência, eu digo:
- Adorável idiota, dê esse rabo e depile ele antes do ato. Sua vaidade me diz que seu sexo é punheta e que você é burro a ponto de acreditar que uma buceta depilada é mais limpa do que uma buceta cabeluda.
- Buceta é buceta. Gosta-se ou não. E quando se gosta, gosta-se de tudo:
do cheiro, que é forte sim com a graça de Deus,
dos pêlos, que são apenas coisa pra se brincar,
da carne, que tem mais variedade de cor do que supomos pelos filmes pornográficos,
e da textura, que é o conjunto de cheiro e firmeza, e uma coisa muito difícil de explicar.
- Idiota (eu digo, e o blogue é meu) você não entende nada de buceta. E de amor, eu nem falo.
E vim pra casa num táxi, mas só hoje consigo falar sobre isso.
Idiota é um tipo que impressiona. Uma desgraça.

10 de setembro de 2009

Questão de crença e de pau duro.
-
o pau duro só faz sentido se se acredita nele e nas suas coisas. o de sempre, coisa de criança: pau grande, buceta apertada, ser bem resolvido, orgasmo como transformação, gênios inatos, sorrisos constantes e sinceros, etc.
(que nem vou aproveitar o prazer que tenho em criar listas.)
volto:
que é mais assim que a vida passa: um dia depois do outro, uma coisa aqui e outra alí, uma mentira que se sustenta, um fumar cigarros alheios, etc.
e agora, e por hora, o belo berro que só belo porque burro:
- sim e não e trezentos mil talvez. viver é não ter vez!
há quem acredite em mim, há quem acredite em fantasmas, há até quem acredite que, um dia após o outro, leve a perfeição. como se fosse uma questão de insistência e não de talento.
por mim, digo que acredito em talento e em sorte. e creio ser claro ao afirmar isso.
além disso, listas gigantes que nem faço agora.
apenas
porque
reconheço
o estúpido
prazer
do
auto-controle.

8 de setembro de 2009

Tomo um vinho branco trazido por pessoas da Nova Zelândia.
Vinho neozelandês (existe) e penso: a merda é que, sem cerveja, minha pança diminui rápida e à olhos vistos. Uma pena, uma grande pena.
Porque sou mais de cerveja e boteco. Hoje quase senti dor ao ver o Coimbra vazio e federonto. Gosto de tomar uma no balcão e outra(s) em casa. A do balcão meio que prepara o tipo de porre que terei: porre criativo, porre de ódio, porre de indiferença, porre de falar sozinho, porre de gravar minha própria voz, porre de amor, e por aí vai.
Poderia dividir minha vida em tipos de porre. Seria uma divisão que clarearia muita coisa.
Seja como for, tomo essa garrafa e me dou por satisfeito.
A pança diminui e o pau cresce. Melhor assim.

¨

Então é por aí.
Cada um com seu instinto ou seu jeito ou seu cheiro. Tanto faz.
Dar aquilo que lhe é pedido nem sempre dói. Querem carne, eu dou. Querem autoridade, eu dou. Querem minha simpatia, eu dou.
Porque dar isso é fácil e, bem, vamos lá, nesses últimos tempos tenho aprendido que nem dói dar essas coisas. É fácil. Sente-se quase bem depois. Como uma puta que trepou com um cara muito triste, muito triste mesmo, que depois da foda lhe agradece com um sorriso besta na cara.
Então era isso que eu deveria saber, não era? Há um ou dois anos atrás era isso que eu precisava saber. E se eu soubesse disso há 5 ou 6 anos atrás, meu Deus, seria terrível e eu seria um ser podre e arrogante. Arrogante mesmo, desses que maltratam garçons e socam putas. Desses que não entendem a arrogância como um sistema bem humorado pra suportar a vida.
Mas agora eu sei. E ponho minhas mangas sujas de fora e sorrio. E pergunto "como vai" e digo "que bem que tá bem" porque agora eu sei.
E aproveito, por que não?
Sou um cara de sorte, é fato. Família fina, papo reto, alma limpa e sem o medo que eu achava que eu tinha, mas não tinha. Então eu aproveito e me lambo, me lambo sim, com uma língua grande que é minha e que não quer lamber todo mundo. Lambo eu mesmo e calculo quem merece ser lambido. Sou um matemático.
Perceber os esquemas, as ondas de ódio ou de amor, olhar sem pressa, achar um pombo bonito, sorrir pra idiotas, dançar com mancos, conversar com cachorros, se comover com o mar agitado, e tudo o mais, agora eu sei.
Mas sempre, e ainda que discretamente, continuo esperando o milagre. Porque, enfim, eu sei que é ele, e só ele, que importa.

6 de setembro de 2009

apenas


um único


vexame.


achar que


a simples


presença da


abelha


rainha


causaria


enxame.

Aqui, aqui.

É uma questão de contas e não de fígado.
Mas nem sou um bom matemático
e sou dado à gracinhas:
um imbecil discreto e olhe lá.
E ainda invento que:
  • três ou dois, fica sempre pra depois.
  • sim ou não, é apenas opinião.
  • decisão é tão em baixo que nunca me encaixo.
  • sorriso bonito combina com eu acredito.
  • raiva do outro tem prazo de validade.
  • amor por si é por uma curta eternidade.
  • pra rir tem apenas que ter um dente.
  • pra ser feliz basta ser demente.
  • sofrer por prazer não é uma dor.
  • é só decidir acreditar no amor.
  • ganhar da Argentina não é placar de futebol.
  • é ter uma tarde de domingo com previsão de sol.

E ui e ai, publique agora ou nunca mais.

5 de setembro de 2009

Roendo o queijo caro que minha mãe comprou.

A vida não é uma maravilha, mas tá tudo certo. Queijo de 60 o kilo, cerveja gelada e whiskey e vinho à disposição. Nem reclamar eu posso. Uma desgraça.
Tenho um prazer imenso em reclamar, é fato. É puro prazer. E confesso que me envaideço, já que me acho esperto e capaz de reclamar através de letrinhas e peças de teatro e coisas do tipo.
E de um tempo pra cá estou nessa paixão louca pela minha solidão. Como se eu finalmente voltasse à velha forma: que é mais gorda, mas mais livre. Que traz um pensamento que é quase fetiche: não preciso de ninguém.
"Não preciso de ninguém" me soa como a ambição ideal, a liberdade objetiva e o controle possível.
(Minha mãe, inclusive, nessa breve temporada que passou aqui e comprou o queijo caro, disse se preocupar com isso, com a minha solidão. Mas mãe é mãe e se preocupa. É parte da jogada de ser mãe. Que seja.)
E olha que até tenho interagido bem. E talvez seja isso que me dê essa coisa de agora. Que é não ligar pra ninguém, não atender telefones e nem caçar fêmeas em noites de nuvem. Que essa coisa de gostar de buceta as vezes é um puta problema porque perco o critério e fico com o pinto no lixo. E, bem, como bom vaidoso que sou, não quero meu pinto na sujeira.
Então eu olho pra frente e nem me assusto. E quando olho pra trás, vejo minha vaidade gritona e minha capacidade de perder tempo em tarefas inúteis.
Por isso declaro que agora não, que agora a velha forma pançuda volta. Merda no ventilador deve ser espalhada, sorriso aberto é pra dentes quebrados e ter blogue, nessas horas, é o próprio sentido da vida.
Eu, apenas eu, sem forjar uma força estúpida que tem mais suor do que gênio.
Que ainda prefiro o gênio, mesmo que isso não esteja na liberdade ou no controle ou na ambição.
Participar do mundo é também ver as coisas. E eu vejo e, vendo, me adoro.
Melhor assim.











4 de setembro de 2009

De repente a luz aparece. Claro que ela não é como você imaginou quando estava no escuro. E esse é o lance bom de ficar mais esperto com o tempo. Ao longo dos anos você foi entendendo que as coisas não são assim, que não se modificam assim. A vida é, enfim, aquilo que vem acontecendo nos últimos anos. E, por mais triste que pareça, esse ficar mais esperto com o tempo também lhe tira aquelas coisas que pareciam ser o próprio sentido da vida: a vitalidade, a crença absurda, a tragédia sem fim, a velocidade, as atividades múltiplas, etc.
Claro que isso não quer dizer que essas coisas acabem. De vez em quando elas surgem e, bem, a gente se engana um pouquinho e revive a adolescência tardia que sempre teremos. É a obrigação mínima de quem tem sangue. E, olhe, ter sangue nem é tão simples quanto parece. Porque o sangue tem que correr e vazar. E não apenas ficar naquele círculo vicioso e monótono.
Seja como for, tudo isso porque tive esse sonho onde estava muito eufórico e surgia essa mulher do outro lado da janela que me dizia com um sorriso sincero no rosto: aproveita porque vai passar.

3 de setembro de 2009

Entrando na cabeça bem devagar uma nova idéia.

Oiés. Sim, sim. Tudo bem simples e lento.

A vida se arrastando e sendo boa.

2 de setembro de 2009

Então brinco de roda e, bem, vamos lá: devo dizer que até me divirto.
Volta e meia me pego pensando nisso: eu também me divirto nessa ciranda que sigo e que sei ser idiota.
É uma boate quando penso assim: somos vários, somos cínicos, gostamos de tudo e disfarçamos ao máximo.
Nem pecado há. E muito menos traição. Que disso eu fujo e continuarei fugindo.
Mas nesse caso é assim: quem mente anunciando que é mentiroso pode ser acusado de ter dito uma mentira?
E bem e hum e conclusão: não, nunca, jamais.
Mentir pode ser uma coisa bem honesta.
E esse era o caso: Eu tava lá compartilhando as mentiras alheias e a minha também.
Tudo certo e limpo: máscaras que se percebem a 5 m. de distância.
Fora que, e como sempre, deixar de dançar na hora certa é valorizar a dança.
A arte, e a decisão que ela implica, tem disso: saber a hora certa de sumir.

(E agora lembrei: viva o Belchior e sua elegância sincera que disse: não entendi isso, não sou uma celebridade.)
ESSAS GURIAS TODAS.

Com olhos de vidro e coração de pombo
elas passeiam por aí.
Com uma felicidade infantil,
uma bela vagina seca
e treze anos de vida sexual ativa.
E isso apenas aos 26,
elas fazem questão de dizer
lhe obrigando a fazer as contas.
*
Já moraram com 2 ou 3 caras,
mas não deu muito certo
porque, pra essas gurias,
sabe como é,
o amor sempre acaba.
*
Eternidade é um troço careta,
elas dizem.
Falar 'pra sempre' é oprimir,
elas berram
numa noite tristonha
em que você,
o gordo do bar,
foi fisgado
pra uma tarde
de fricção de carnes.
*
Mas você é você
e, bem, ser indiferente
nem é tão difícil assim.
*
Então:
roça -se as partes,
sorri -se na hora certa e
se faz um elogio vulgar
depois da ejaculação:
- você é maravilhosa.
*
De volta à vida
você lava o seu pau
com alguma vaidade
e assiste ao Fantástico
roendo uma pizza.
*
Duas tarefas pra fazer
e uma buceta que lhe dá.
Viver é simples
quando não
precisamos pensar.

31 de agosto de 2009

d.q.l.q.n.s.f.l.


É mais ou menos bom. E quando é bom é assim: fico meio vazio.
Escrever o quê? Sou limitado. E a desgraça, o ruim, me alimentam mais.
É um mundo estranho e cheio de gracinhas.
Quem sabe um dia eu consiga falar apenas de flores? Quem sabe.
Saber falar de flores sem ser babaca é difícil, difícil pacas. Nessas prefiro o outro lado, a merda generalizada que à qualquer cheiro bom, descobre o impossível.
É que sou uma criança e não lido lá muito bem com ambiguidades. Por isso prefiro os radicais. Eles me parecem mais sinceros em suas obsessões, o que, de forma alguma, quer dizer que realmente sejam.
É que os dias bestas são bons, mas são bestas. E bom, bom mesmo, é a tara profunda, o ódio explosivo ou o amor eterno.
Coisas radicais como eu disse. E elas me comovem que só.
Mas tenho lá os meus momentos e quase sempre lembro dela. Porque ontem foi o dia dela e andei com ela muito mais do que ela imagina. Porque ela achava importante o dia dela, porque ela tinha razão e tenho um prazer masoquista e saboroso de saber disso sozinho.
Pra terminar, eu penso e pergunto:
a babaquice é tão grande que mudo minha bebida pelo bem da minha pança.
e talvez caminhadas matutinas sejam mais simples do que aparentam.
e quem sabe eu comece a praticar esportes e ver menos pornografia?
e amanhã, que tal?, eu cante 'bwana, bwana' para uma nova fêmea?

27 de agosto de 2009

Então há esses dias de paz e indiferença. Dias com certa lentidão e quase tédio.
Como dormir sem sono.
E assim, nesses dias, chega um whisky novo e se vê, lá na putaquepariu, uma nova criança que habitará o mundo.
Dormir sem sono pode ser uma arte.

24 de agosto de 2009

*

A cabeça dentro e o corpo fora. Regular é a jogada. Bonita, bonitinha, mas nem tanto. A vantagem do desprezo é que nunca nos machucamos. E bem, com bastante desprezo, a gente torna todos iguais: ou muito importantes ou nada importantes.
Aquela radicalidade de fracos: o discurso bom e sem compromisso. Como quem jura amor eterno à uma puta durante a foda paga.
Eu também digo, eu também falo, eu também bato palmas quando se canta parabéns-pra-você. Somos macacos, não somos? E gostamos da tribo.
Gostamos da tribo mesmo que pra nega-lá. A jogada é a mesma, eu já disse.
Preto contra preto,
mulher contra mulher,
amores de pica e desprezo.
O mundo ainda é imenso e,
quem sabe, com alguma sorte,
junto ao suspiro final
eu solte um peido.
Ao mesmo tempo.
Em sincronia pura:
a família reunida,
a mão da mulher amada junto à minha
e o caçula com a mão no meu ombro.
Expiro e peido.
Faço a última piada
e vou direto pro ceú.



23 de agosto de 2009

Revirando as caixinhas.

Abro os arquivos, abro um livro e entorno uma cerveja. Tento ter controle sobre mim. Pra descobrir um lance aí, pra caçar a pérola no fundo do oceano. E quando eu tô nessas eu forjo um ritmo, eu me imponho um ritmo.
Gosto de toda essa cena que faço para mim mesmo. Gosto de caçar pérolas. Gosto de conversar sobre teatro com o livro da vez.
É meio que forjar pra si o próprio gênio. E não importa se ele existe ou não, se ele é mesmo genial ou apenas pretensioso. Isso não importa agora. Agora é encarar o mistério de frente, é dançar com os vampiros, é chafurdar numa merda aconchegante e inventada. Sem dor e sem medo.
Entra-se nessas porque quis. E não se entra nessas todos os dias.
É quase uma relação amorosa: você sabe que não dá pra amar o tempo inteiro e, então, nos dias de amor latente, você é todo dedicação e romance, o que é impossível de ocorrer todos os dias.
E sabemos que todos os dias não são os dias que importam.

21 de agosto de 2009

que o inverno me ajude.

A minha pança está enorme e sem controle. Devo diminuir a cervejinha e passar pra outras coisas, tipo vinho ou whisky. Minha mãe sempre me dá essa dica e, bem, mãe é mãe. E discutir com mãe é perda de tempo, embora inevitável.
O que me fode mesmo é cortar as unhas do pé. A pança lá, como uma bexiga dentro da camiseta, tornando a tarefa um milagre de torções incríveis. E pensar que já tive uma mulher que me cortava as unhas...
Vejo minha fotos e minha bela pança, mas só me incomodo mesmo pra cortar as unhas. Minha vaidade é de ser um cara inteligente que consegue enxergar o próprio pau.
Só quando não ver o meu próprio pau é que realmente ficarei preocupado. Até porque pra cortar as unhas tenho me virado.
Seja como for, devo cair dentro do whisky e do vinho, pois, mesmo só comendo salada e amendoins, a pança continua lá, retumbante e convicta, com aquele estufamento exagerado que só mesmo a divina cervejinha proporciona.

20 de agosto de 2009

mrl

Quanta deselegância naquele passinho torto. E, no entanto, tudo o que eu queria era abrir aquelas perninhas que de tão tortas raspam uma na outra quando anda. Os peitinhos, meu deus, uma coisa infantil e criminosa. Fetiche pra pedófilo. 19 anos e só os caroçinhos. Os olhos são grandões e malucos, a boca fina, bem fina e um maxilar que de tão pra frente ou é defeito ou é medo. Ou os dois.

E quando fala, meu deus, nunca fala olhando pra você. Os olhões malucos fogem do olho à olho enquanto as mãos, finas e pequenas, se torcem uma na outra. E tão frias que nem digo, que bem que fui maldoso e peguei suas mãozinhas crispadas pra dizer 'me liga'.

Mas agora, assim, e cá comigo, penso que não quero que ela ligue. É coisa de tarado aqueles peitinhos-caroços. E deus bem sabe que tarado não sou. Até porque tarado tem ejaculação precoce e deus sabe também que eu treinei muito, muito mesmo, e com garra, pra combater esse mal.