
21 de novembro de 2008
20 de novembro de 2008
o nome dela era Paula.
A louca dos cigarros morreu. Se matou pra ser mais exato. Era uma figura da Rua da Passagem. Nunca gostei dela. Ela era louca e folgada e não apenas louca. Pedia cigarros pra todos. Sem parar. As vezes guardava um cigarro que tinha acabado de ganhar. Parei de dar cigarro pra ela quando, depois de dar 1, ela pediu outro pra guardar. Nunca mais lhe dei cigarros.
Observei, de longe, seu processo de auto destruição. É um direito que se tem: querer se destruir. Um direito tão legítimo quanto qualquer outro. Despedida em Las Vegas.
Na primeira vez que a vi cheguei até a achar bonita. Não tinha 30 anos. Depois vi quando ela circulava com um namorado tão esquisito quanto ela. Sempre achei que ela fosse louca de farmácia e, se não me engano, um dia o Coimbra me disse que ela era filha de médica. Deduzi que a mãe fosse psiquiatra e somei dois e dois.
Louca de farmácia.
Hoje o Coimbra falou que ela tinha brincado de super homem, que tinha se jogado. Ele ainda disse graças a Deus que ela foi sozinha. Ele também não gostava dela. Tinha lá seus motivos. E, afinal, não é o fato dela se matar que a fará melhor. Eu não gostava dela também, sempre que podia eu era grosso com ela.
- Dá um cigarro?
- Não.
- Mas você tem cigarro.
- Eu sei.
- Por que não me dá?
- Porque eu não quero.
E ela me olhava feio e saia.
O Sorriso, um fudido que quer ser corredor de bicicleta, disse que quando ela tinha dinheiro ela pagava tudo pra todo mundo. Achei isso legal e surpreendente.
Eu não gostava dela, mas não queria que ela tivesse se matado. Se jogou do 5° andar pela área interna do prédio e conseguiu morrer. Os suicidas nem sempre são bem sucedidos. Ela foi.
Eu não gosto que as pessoas morram. Eu não gosto da idéia de que eu vou morrer. A morte é uma coisa que não tem nada de legal. Eu sei que a vida nem é tão fantástica assim, mas prefiro saber disso estando vivo. É mais simples e mais honesto. Mesmo a morte dessa desgraçada não é justa. Morrer é uma puta sacanagem, mas é isso aí. Dos que podiam morrer ela era das que menos me doem.
Mas de qualquer maneira é uma pena. Uma pena.
17 de novembro de 2008
-
Agora
sim,
semi-bêbado,
eu falo
num fôlego só.
sim,
semi-bêbado,
eu falo
num fôlego só.
-
é que há essa loucura e esse devaneio sem fim. sabe como é? todas as conquistas e histórias. e também as tragédias diárias e a morte sempre no calcanhar lembrando que tudo isso acaba e que nem adianta chorar. essas coisas assim: do dia à dia, da repetição, do tédio, do reclamar, da felicidade que não chega, do dinheiro que não cai, das sombras que surgem, do novo projetinho que pode dar pé. o dia à dia - sem culpa, sem jeito, sem opção.
mas daí, no meio desse abismo todo, você tem um belo final de semana com sua garota. e você nota, que lá de vez em quando, esses fins de semana vão ocorrer e você sente uma paz tranquila e nem se afoba. e você suga lento esses milagres que só ocorrem de vez em quando -porque são milagres e não podem ocorrer sempre.
e você se sente muito bem e pensa que nem precisa beber tanto. você acorda tarde todos os dias e sente uma preguiça sem culpa e abraça aquela garota bonita que tá do teu lado. vê a cara dela ainda com sono e passa a mão no seu corpo dela e deixa a mão alí na buceta. na buceta dela que é quase sua e que é mais quente que o resto do corpo. e você volta a dormir com a mão parada naquele seu inferno particular.
e você dorme muito bem e acorda às duas da tarde.
e tem o macarrão ruim que ela fez, mas que se torna uma boa lembrança porque o mundo pode ser bom as vezes, ainda que sem perfeição. ela sentada, as pernas juntas fazendo sua mea-culpa de má cozinheira e, secretamente, elaborando planos que a ajudam pensar na eternidade com menos medo.
ela calma sem querer fazer tudo. você vaidoso por confirmar suas intuições.
os teatros ruins que assistimos, a briga de bêbados, o idiota de sempre, o macarrão sem gosto, a casa suja e o imbatível sorvete de flocos: tudo perdendo o sentido quando, durante o gozo e quase em desespero, você ouve:
- eu te amo, eu te amo.
12 de novembro de 2008
Vaidade.
2 bobagens:
- é bom ter certeza que os idiotas são idiotas desde que nasceram.
- e é bom descobrir que os psicanalistas antigamente perguntavam aos esquizofrênicos: - qual a diferença entre um anão e uma criança?
11 de novembro de 2008
sobre a liberdade.
(de 1 umbigo honesto)
A gente é dono de si. Seja lá como for, a gente é dono de si. E é a partir disso que decidimos o que quer que seja. Não dá para culpar ninguém. Não vale responsabilizar Deus, ele existindo ou não. Eu repito: a gente é dono de si.
Pode-se querer ter o que seja, mas não se pode ter tudo. Eu também acho isso chato, mas me nego a lamentar. E sinto prazer em saber que sou eu quem decide aquilo que desejo ter. Claro que nem sempre o que eu quero ter é o que eu tenho, mas isso não importa. Eu sei o que eu quero e é só pelo meu desejo que eu faço o que faço, sendo bem ou mal sucedido. Tanto faz.
Não quero ser um velho que lamenta o que não teve. Acho isso besta e sem graça, além de que tem a coisa de insatisfação ser mais piedade do que coragem. É nessas que eu prefiro coragem. Peito aberto pra pedra que você já sabe, de antemão, que pode lhe atingir.
Ainda considero as vítimas como chatas, sempre reclamando que não são compreendidas. Ainda prefiro os arrogantes que berram, solitários, que o mundo é que não presta. Saber o que não se quer é parte do próprio desejo.
E por isso me considero livre. Por não acreditar em vítimas e por me reprimir ao sentir piedade de alguém. Nada mais egóico do que dizer: - tadinho dele. Tadinho dele é o caralho! Se alguém o maltratou ou/e se a natureza lhe foi injusta não é, afinal, por culpa minha. Liberdade é não sentir culpa, alguém já disse. Liberdade é se isentar de uma culpa que não lhe pertence. Liberdade é assumir a culpa que você mesmo criou.
Liberdade é uma decisão e não um estado de espírito. Ser livre é ser dono de si e assumir suas próprias escolhas. O resto é o imponderável e o destino, coisas que não controlamos. A liberdade só é real naquilo que nós decidimos. Ser joguete do mundo é coisa de macaco ou de criança, é achar que o mundo é seu.
As crianças e os macacos vivem melhores do que os adultos e do que os humanos.
Disso ninguém duvida.
E ninguém duvida que seja humano e adulto, embora deseje o contrário.
Sim!, eu respondo na minha autoridade de blogueiro idiota: - o mundo é mesmo cheio de gracinhas.
10 de novembro de 2008
-
daqui eu digo e repito: me sinto bem e não me incomodo com quem me incomoda. apenas porque sou infantil o suficiente pra achar que sou melhor que todo o mundo. eu sei me proteger. sempre soube. e que fique claro que nem tudo é verdade.
#
depois de 3 dias fico a vontade pra dizer: não posso mais com esses sonhos. essa coisa de sonho erótico faz mal pra quem sonha. você acorda e lembra de tudo e, quase imediato, você se pergunta: por que sonhei com tal pessoa? um inferno de pergunta sem resposta.
#
essas pessoas cheias de convicção me comovem e sempre me desafiam. como podem acreditar tanto em algo a ponto de se confundirem com aquilo em que acreditam? é bonito e patético ao mesmo tempo. essa crença cega é a felicidade. essa crença cega é a burrice. a ironia é você desejar isso pra si próprio.
#
e como não poderia deixar de ser, o idiota dentro de mim se manifesta: não dizer oi pra desconhecidos ainda é sinal de elegância.
9 de novembro de 2008
'
procurando sentido onde não há. o desespero nos comendo pelas beiradas. você tem o costume de ler e nem se lembra o porquê. parecia, não há muito tempo atrás, que ler lhe traria coisas. nem tudo é tão simples. e, no entanto, você quase afirma que tudo é parecido com o de sempre. você é meio velho e o mundo é meio óbvio. os alívios combatem o desespero, como um playboy idiota que paga cerveja pra todos porque acredita que é cheio de amigos. o repetido sistema de compensação:
- ao emanar energias positivas pro universo você também as recebe.
- é, pode ser, meu querido imbecil. nunca se sabe, não é? melhor prevenir.
- hahahaha.
entender uma piadinha é sempre importante. você segue. você reclama. você se repete. você tem uma idéia brilhante para sair do país.
- sonhar não custa nada.
- é, não custa.
e meu dia está ótimo, embora não tenha acontecido nada de mais.
6 de novembro de 2008
*
Ah! Que minha pica balança
mais do que imaginei.
Minha pica com olhos
procurando ovnis
na tarde ensolarada
antes da chuva.
Minha sorte
é que sou eu
quem ainda manda nela.
Antes da meia noite
eu sempre a ignoro,
é só uma maneira discreta
de dizer eu te amo.
3 de novembro de 2008
ANEDOTA DE UM FUTURO AMASSADO.
Aquela garota bonita
que você olha a buceta
por horas e horas
com a cabeça deitada
entre as coxas .
Enquanto a própia cabeça
ainda recebe cafunés.
E ela também:
lhe chupa a pica cada
vez melhor,
tem orgasmos cada vez maiores
e ganha mais viço com
suas aulas de Iôga.
Aquela garota bonita.
Que deseja a solidão
que confunde amor e sofrimento
que cogita
lhe deixar,
como tantos outros,
na velha estante.
A garota bonita
que rasgou as dedicatórias
que queimou suas fotos
e trocou suas senhas...
A segunda mulher bonita
que voçe conheceu.
*
Dias desses vi essa garota na praia
passeando de mão dadas com um desconhecido.
Parecia estar feliz.
Mas depois
fiquei sabendo
que eles
não se amavam,
embora vivessem muito bem.
tem aquela garota bonita
que você ama
que você quer amar mais
que você deseja tornar única.
Aquela garota bonita
que você olha a buceta
por horas e horas
com a cabeça deitada
entre as coxas .
Enquanto a própia cabeça
ainda recebe cafunés.
E ela também:
lhe chupa a pica cada
vez melhor,
tem orgasmos cada vez maiores
e ganha mais viço com
suas aulas de Iôga.
Aquela garota bonita.
Aquela garota que as vezes
nem sabe porque é bonita.
Que deseja a solidão
que confunde amor e sofrimento
que cogita
lhe deixar,
como tantos outros,
na velha estante.
A garota bonita
que rasgou as dedicatórias
que queimou suas fotos
e trocou suas senhas...
A segunda mulher bonita
que voçe conheceu.
*
Dias desses vi essa garota na praia
passeando de mão dadas com um desconhecido.
Parecia estar feliz.
Mas depois
fiquei sabendo
que eles
não se amavam,
embora vivessem muito bem.
2 de novembro de 2008
pras gracinhas de sempre
Que se danem as fofocas. Eu quero mais do que posso ter. Sou óbvio e me repito, me sinto bem assim. - Mas, Fernando, você reclama demais. Como se isso dissesse alguma coisa, como se por isso eu não pudesse falar.
Com a graça do bom deus e da infalível terezinha eu sei de mim: meu ego me protege quanto maior ele se torna. Confiar em quem? Confiar em si.
Gente chata que quer se adequar à tudo, que quer ser amigo de todos. Gente chata que se repete: - Mas, Fernando, você reclama demais.
Li um bucado pra ser assim. Estudei pra ser chato e egocêntrico. Sou honesto nesse sentido.
Fiel a mim mesmo me torno imbatível. Imbatível e solitário, mas é melhor assim: nada de aceitar miudezas pra consolar os vazios, nada de punhetas que substituem bucetas. Sexo no seu lugar e masturbação também.
Sou melhor quando sou desagradável é a minha conclusão.
Sou um cara de conclusões.
Meu ego imenso se sente bem dessa maneira.
Sou honesto, eu repito.
31 de outubro de 2008
d.
- Sempre do mesmo. Eu. Pouca gente que passa. Um ou outro pra quem se dá bom dia. Ser egoísta é a solução pra viver em paz. Mas paz também cansa. Tudo cansa. Si mesmo cansa.
- Eu quero gostar de você. É uma cisma. Quero gostar porque sua história é boa e sua máscara é simples. Quero gostar por aquilo que você esconde. Minha mania é desconfiar de tudo. E isso é ruim e bom. No seu caso, é bom. Repito: quero gostar de você.
- O dia quase cheio. Eu, quase útil. Todos nós sonhando. Todos. Deveria ter um documentário sobre isso: os idiotas de editais que postam no Rio-Sul. Seria um documentário engraçado. Todos nós sonhando. Novo sonhozinho à vista! Estamos no páreo! Cavalo que paga bem é azarão! As conhecidas gracinhas do mundo. Nunca se sabe.
- A única coisa é auto-controle. Não sei ser mais claro do que isso. Auto-controle. O mundo vem e vai, tudo acontece independente da gente, mas mesmo assim, eu repito: auto-controle. São essas coisas raras que me importam. Tento sempre ser honesto, fui educado pra isso. Prefiro o mundo que depende de mim.
29 de outubro de 2008
Fidelidade.
Tinha beleza e loucura naquilo tudo. É tão difícil explicar. Uma delicadeza que transbordava e quase irritava. Não sei ser claro quando lembro disso. Minha memória é idiota e meu delírio de grandeza mais me prejudica do que me salva. É o que Aramis diria com aquele sorriso estúpido e familiar - o lábio superior segurando a boca em "v": Uma sinuca de bico!
É que eu tenho minhas manias e, embora seja graças a elas que eu sou quem eu sou, são elas mesmas que me fodem. Porque algum dia - não sei quando, mas é sempre em algum dia que as coisas ocorrem. Porque nesse dia eu decidi que seria do contra e que ia querer sempre mais e mais. Mais tudo, fosse o que fosse. E todo idiota sabe que querer mais é justamente a causa da insatisfação e do sofrimento. Blá-blá-blá. Sou mesmo um falador de merda.
Mas seja como for fico me perguntando se eu mesmo sou capaz de me transformar. Sabe como é: mudar tudo, virar outro, deixar tudo pra trás, viver o presente, não pensar, curtir mais, esquecer o futuro, ser só desejo, gostar das coisas simples, ser menos sério, ter mais amigos, sair mais, beber menos, fazer mais comida em casa, fumar menos, comedir a pornografia disponível na rede, ser mais condescendente, sorrir pra desconhecidos, mudar o nome do próprio blogue, ter mais ambição, desistir do que se é, virar viado, comer mais legumes, dançar nas festas, telefonar pros amigos no dia de aniversário, não se levar à sério, prestar concurso público, desenvolver a espiritualidade, ver menos House, fumar menos, ignorar a morte, pagar as contas em dia, abrir um negócio próprio, ir à praia, etc, etc, etc.
Mas isso também não me agrada e ainda me soa como fraqueza:. mudar quem você é para tentar viver melhor. Vive melhor: quem não pensa, quem não se leva à sério, quem apenas brinca sempre, quem esquece as mágoas, quem perdoa como se fosse simples, quem ignora a própria desgraça, quem tem sacadinhas prontas pros constrangimentos, quem vive o presente, quem sonha com melhoras, quem espera as soluções, quem faz exercícios diários, quem casa com a 1° namorada(o), quem não saiu do próprio quintal, quem esquece a própria morte, quem crê que todos são iguais, quem acha que todos são diferentes, quem vê o jornal da globo e dorme depois, quem acorda todos os dias no mesmo horário, quem quer a vida como ela é, quem se satisfaz apenas por ver o bem alheio, quem cora com piadas sexuais, quem acredita em Deus, quem faz sopas às sextas, etc, etc, etc.
E como essa merda é um blogue e não um livro eu posso acreditar que eu escrevo bem.
É simples. É idiota. E causa bem estar.
Conclusão: ter um blogue é a vaidade mais recalcada que pode existir.
28 de outubro de 2008
-
a bunda pra lua com o cu na reta.
Tem que ter tomada de postura e decisão. Não é nada abstrato, é direto e definitivo. Mesmo que sem a obrigação de ser fiel a si mesmo. Tem aquela merda que te revira, aquela merda que é a mola e que te faz falar de várias coisas. Mas que é uma só, uma de cada vez pelo menos.
Tem que ter obsessão. E obsessão não pode durar meses ou estações, tem que durar pelo menos 2 anos.
Há certas defesas que se devem fazer: das suas ideias, das suas taras, dos seus preconceitos. Gente sem preconceito não presta e quem aceita tudo não morre. E quem não morre não pode entender a merda da vida.
Tem que ter obsessão. E obsessão não pode durar meses ou estações, tem que durar pelo menos 2 anos.
Há certas defesas que se devem fazer: das suas ideias, das suas taras, dos seus preconceitos. Gente sem preconceito não presta e quem aceita tudo não morre. E quem não morre não pode entender a merda da vida.
A merda. A mesma merda que te revira. A merda que é mola. A boa merda.
E tem mais: você tem que querer ser grande, não pode se bastar com pouco. Claro que pode, mas não deve, não se você tem a pretensão de ser artista. Porque ser artista é uma pretensão. Sempre será. E se essa é a sua pretensão, você tem que ter uma merda bem grande te revirando e te sujando por dentro.
Aqueles caras que você admira tinham essa merda, se remoíam por essa merda e alguns deles até morreram por essa merda. Por isso que aqueles caras eram aqueles caras, por isso que eles continuam por aí, invadindo a cabeça dos outros, espalhando a merda póstuma deles. E isso que faz deles gênios. Isso e outras coisas mais, mas que não vêm ao caso agora.
E é por essas que posso falar mal de quem faz teatro. Teatro tem sido a minha merda. É onde tenho, melhor ou pior, revirado minha merda-mola por dentro. E que fique claro que não estou falando de qualidade ou competência, mas de ambição e pretensão artística. É claro que a gente nem sempre emplaca e que quem muito fala pouco faz, mas dane-se. Minha merda também se manifesta assim.
27 de outubro de 2008
+
Você não vai ser a minha vítima. Não adianta fazer essa cara de lamentação quando me vê. Eu não me comovo, não por isso certamente. Suas desgraças são apenas suas e é assim que deve ser.
Nada demais, apenas o mundo funcionando.
Eu não lhe conheço e você me conhece mal, não há porque partilhar segredos com quem nos é indiferente. Questão de estilo e de zelo pela própria privacidade. Eu zelo pela minha e acho que isso é bem claro. Gosto apenas de quem quero gostar e não assumo amizades em conversas de bar.
Sou simples e óbvio.
Ser livre, pra mim, é poder lhe mandar a merda e, mesmo assim, não o fazer.
26 de outubro de 2008
'
o sentido da insistência.
tremor e desespero,
o mundo quase belo,
quase completo.
a cadência aumentando
lenta e compassada,
a força pra baixo -
a imbatível força pra baixo.
mais força e mais pressão.
a abertura maior do que o costume,
a velha sensação
de que uma buceta
pode mesmo engolir.
o choro convulsivo,
o riso histérico:
o equilíbrio combinado
entre dois extremos.
24 de outubro de 2008
a gratuidade pelo meu cu.
meu caralho não é grande, mas eu tenho lá algum vigor. é claro que eu reclamo, é claro que eu sofro, é claro que devo fazer exercícios físicos e cuidar da minha saúde. todos os idiotas têm. e eu estou entre eles, infelizmente. idiotas saem dos ralos e são como formigas perto do açúcar: sentem o cheiro e se aproximam. óbvio. os idiotas abusam do óbvio. por isso, e só por isso, sofro pela minha idiotez. sofrer disso é o óbvio, afinal. a tristeza é que caminhamos de mãos juntas para o abismo abaixo. a tristeza é que a queda é mais longa do que pensávamos.
23 de outubro de 2008
1 X 1
Maravilha.
A mesma estratégia, mas eu estava esperto.
Ele ameaça, fuxicando a pochete: - olha aqui, é bom você...
Não deixo ele nem terminar: - então mostra, porra, não fala, mostra...
Continuo andando e ele olha pra mim sem reação, me ameaça sem nenhuma crença, resmunga.
Eu, já distante, arrebato com os punhos em riste: - perdeu, filho da puta, perdeu! ou vai querer sair na porrada?
Céus! O mundo é bom! Mais um desse e saio do empate! Oiés, eu digo!!!
A mesma estratégia, mas eu estava esperto.
Ele ameaça, fuxicando a pochete: - olha aqui, é bom você...
Não deixo ele nem terminar: - então mostra, porra, não fala, mostra...
Continuo andando e ele olha pra mim sem reação, me ameaça sem nenhuma crença, resmunga.
Eu, já distante, arrebato com os punhos em riste: - perdeu, filho da puta, perdeu! ou vai querer sair na porrada?
Céus! O mundo é bom! Mais um desse e saio do empate! Oiés, eu digo!!!
-
o bar estava extremamente triste hoje.
uma puta que dizia que pensar era ruim.
um casal de bêbados com um filho que brincava sozinho com 2 bonequinhos.
uma puta que dizia que pensar era ruim.
um casal de bêbados com um filho que brincava sozinho com 2 bonequinhos.
21 de outubro de 2008
diga 33.
Os inocentes morrem cedo
de câncer ou de doença cardíaca.
Eles rondam a própria vida
crendo que estão acertando,
assim como a maioria de nós.
Os inocentes se parecem com o seu vizinho
e até com você mesmo.
Eles têm os mesmos olhos
e a mesma esperança tola
que desde que cada um faça a sua parte
o mundo inteiro vai melhorar.
Como você.
Eles acreditam nas esperanças do amor,
na continuidade da especíe
e na tecnologia como meio
de rendeção sincera e possível da humanidade.
Os inocentes são inocentes, afinal.
Em momentos poéticos, eles berram bem alto.
Em momentos tristes, eles esperam uma surpresa.
Em outras horas,
eles bebem cervejas nos bares,
eles vão ao cinema com amigos,
eles valorizam o renascimento do samba na lapa.
Também podem assistir uma peça teatro,
apenas pra valorizar as coisas que não têm valor.
Os inocentes brigam contra Golias
e sempre perdem a briga.
São inocentes, afinal.
Nas esquinas tristes
de lua cheia
os inocentes
reparam na lua.
Acham que a lua pode mudar o ânimo
e acreditam que o ceú pode mudar de cor.
Os inocentes tapeiam a si mesmos
porque acham que sobreviver ainda é importante.
Os inocentes não sabem das coisas
e, apenas por isso,
são inocentes.
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